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“GOLPE DO PIX ERRADO”: O QUE FAZER E COMO TENTAR RECUPERAR OS VALORES PERDIDOS

Ao perceber que foi vítima do chamado “golpe do Pix errado”, é fundamental agir com rapidez e estratégia. A primeira providência deve ser entrar em contato imediato com a instituição financeira responsável pela conta utilizada na transferência. A comunicação ágil pode permitir o registro da fraude e o acionamento do Mecanismo Especial de Devolução (MED), recurso do Banco Central destinado justamente a lidar com situações de transações indevidas ou fraudulentas.

Paralelamente à notificação ao banco, deve-se registrar um boletim de ocorrência junto à autoridade policial competente. Nesse momento, é importante reunir todas as evidências disponíveis: capturas de tela de conversas, comprovantes da transferência, nomes de usuários ou perfis envolvidos e o conteúdo trocado com o suposto beneficiário. Esses elementos servirão como base para a contestação formal da transação junto à instituição financeira.

A possibilidade de recuperar os valores dependerá de uma série de fatores, especialmente do tempo decorrido entre a transferência e o bloqueio solicitado. Isso porque, em muitos casos, os fraudadores agem de forma rápida para movimentar os valores recebidos, dificultando o rastreamento e a recuperação. No entanto, se o dinheiro ainda estiver na conta de destino, existe uma chance concreta de reaver os recursos transferidos.

É importante destacar que esse tipo de golpe tem se sofisticado. O modus operandi normalmente envolve o envio de uma transferência para a conta da vítima, seguido por um contato solicitando a devolução, sob a alegação de um engano. Ao mesmo tempo, o golpista já acionou o MED junto à própria instituição financeira, tentando reaver o valor inicialmente enviado. Quando a vítima, acreditando agir de forma correta, realiza a devolução manual, acaba enviando recursos próprios, e o valor sai duas vezes de sua conta.

Essa prática se enquadra como crime de estelionato, previsto no Código Penal brasileiro. A conduta fraudulenta consiste em induzir a vítima ao erro mediante ardil, com o objetivo de obter vantagem ilícita. Quando esse tipo de crime é cometido por meio eletrônico, como nas transações via Pix, a legislação prevê aumento da pena, que pode variar entre um e cinco anos de reclusão, com acréscimo de até um terço em caso de fraude digital.

A orientação, portanto, é sempre desconfiar de pedidos de devolução de valores, sobretudo quando feitos fora dos canais oficiais. Antes de qualquer movimentação, consulte sua instituição financeira e registre formalmente a ocorrência. A atuação rápida e bem fundamentada pode fazer toda a diferença para interromper o ciclo da fraude e tentar resgatar os recursos desviados.

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AÇÕES E PREVENÇÃO CONTRA FRAUDES DIGITAIS E TELEFÔNICAS NO BRASIL

Embora haja a percepção comum de que pessoas idosas seriam as principais vítimas de fraudes virtuais, estudos recentes indicam que os jovens, especialmente aqueles entre 16 e 29 anos, são os mais atingidos por esses golpes. Essa faixa etária representa cerca de 27% dos casos, enquanto a população acima de 60 anos, que se adapta a um ambiente digital novo para muitos, responde por aproximadamente 16% das ocorrências.

A diferença entre os tipos de golpes aplicados a diferentes faixas etárias está na natureza da fraude. Para o público mais velho, os golpes geralmente enquadram-se no crime de estelionato, definido pelo Código Penal, e incluem métodos como clonagem de cartões, golpes envolvendo transações via Pix, centrais bancárias fictícias e captura de dados pela internet. Essas fraudes envolvem, frequentemente, uma manipulação social em que os criminosos criam falsas centrais telefônicas ou cruzam dados obtidos em redes sociais e bancos de dados.

Já entre os jovens, os golpes costumam se relacionar a promessas de empregos virtuais ou ganhos rápidos e fáceis, sem sair de casa. Fatores como menor escolaridade, dificuldade em identificar informações falsas e o uso intenso de dispositivos móveis aumentam a exposição desse grupo a fraudes online.

Pesquisas apontam que a imensa maioria dos jovens com idades entre 16 e 24 anos acessa a internet diariamente, enquanto a proporção diminui entre os mais velhos, sendo os idosos os que menos se conectam com frequência. Essa diferença no hábito de uso também reflete na vulnerabilidade a golpes virtuais.

No contexto das ameaças digitais, o Congresso Nacional vem implementando medidas para acompanhar e responder a esse fenômeno. Entre essas iniciativas está a criação de uma frente parlamentar dedicada à segurança e defesa cibernética, que tem o objetivo de discutir, conscientizar e propor mecanismos de proteção para a sociedade, além de incentivar a cooperação entre o setor público e privado no desenvolvimento de soluções tecnológicas.

Relatórios indicam que os crimes digitais, especialmente estelionatos cometidos pela internet, tiveram aumento significativo nos últimos anos, mesmo com a redução de crimes tradicionais contra instituições financeiras. A migração dos delitos para o ambiente digital exige novas estratégias para prevenção e combate.

Entre as ações previstas estão a formulação de políticas públicas específicas, a criação de órgãos reguladores para coordenar respostas a incidentes cibernéticos e a promoção de parcerias para inovação em segurança digital. Além disso, há a discussão sobre legislação para tipificar novos crimes digitais, ampliar penas e adaptar o Código Penal às tecnologias atuais, incluindo medidas contra extorsão digital e sequestro de dados, bem como a proteção a autoridades públicas contra ataques virtuais.

A preocupação com o aumento dessas práticas ilegais é compartilhada por instituições financeiras e especialistas, que alertam para o uso de situações de vulnerabilidade financeira das vítimas, como endividamento, para aplicação de fraudes. Os criminosos utilizam desde falsificação de boletos até solicitações para instalação de aplicativos maliciosos, exigindo que os usuários estejam atentos a contatos não solicitados, links suspeitos e mensagens fraudulentas.

A distração e a multitarefa podem aumentar o risco de cair em golpes, e nesses casos, a atenção precisa ser redobrada durante transações e interações virtuais.

A cada hora, milhares de brasileiros são alvo de tentativas de golpes financeiros por meio de mensagens ou chamadas telefônicas. Além disso, uma quantidade significativa de pessoas realiza pagamentos pela internet que não são entregues, enquanto outras perdem aparelhos celulares devido a furtos ou roubos. Esse contexto torna toda a população potencialmente vulnerável, considerando que o número de dispositivos móveis ultrapassa o total de habitantes no país.

A sensação de impunidade e a dificuldade de atuação rápida das autoridades contribuem para a multiplicação dessas fraudes. Por isso, é importante que os órgãos responsáveis encontrem meios eficazes para identificar, investigar e responsabilizar os envolvidos.

Além disso, há iniciativas legislativas em andamento que visam combater fraudes realizadas via telefone, exigindo, por exemplo, que as operadoras forneçam informações sobre números suspeitos e criem canais para que consumidores possam denunciar possíveis golpes.

Em caso de ser vítima de um golpe financeiro, o primeiro passo é comunicar imediatamente a instituição financeira envolvida. Os bancos são obrigados a abrir processos para analisar e responder às reclamações em tempo hábil, e quanto mais rápido o contato, maiores as chances de recuperar o valor perdido, preferencialmente em até 12 horas.

Outro aspecto que tem chamado atenção é o uso da inteligência artificial para aplicar fraudes, dificultando a identificação das tentativas de golpe até mesmo para pessoas com algum contato com o meio digital. Por isso, é fundamental que a população esteja constantemente alertada e orientada para identificar sinais de fraude, a fim de evitar prejuízos.

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RAIADROGASIL É MULTADA EM R$ 8,4 MILHÕES POR COLETA DE CPF

Recentemente, o Procon-MG aplicou uma multa de R$ 8.497.500 à rede de farmácias RaiaDrogasil S/A. A penalidade foi motivada pela prática de solicitar o CPF dos clientes durante compras no balcão ou no caixa, sob a justificativa de oferecer descontos e vantagens exclusivas. A situação reacendeu discussões sobre privacidade, proteção de dados e a aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Solicitar o CPF de consumidores em farmácias tornou-se algo comum, muitas vezes associado à promessa de benefícios como descontos. Porém, o Procon-MG apontou que essa prática pode comprometer a privacidade, especialmente quando os dados são coletados sem consentimento claro e adequado. Segundo o órgão, a ausência de um controle rigoroso sobre o uso dessas informações aumenta os riscos de vazamento ou uso indevido.

Por que o Procon e não a ANPD multou a RaiaDrogasil?

A atuação do Procon-MG se justifica por uma parceria entre a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e a Secretaria Nacional do Consumidor (SENACON). Esse acordo delegou aos Procons do país a tarefa de fiscalizar o cumprimento da LGPD em âmbito local. Assim, o órgão mineiro exerceu sua prerrogativa ao investigar e multar a rede de farmácias.

A defesa da empresa e os questionamentos legais

Em sua defesa, a RaiaDrogasil afirmou que a solicitação do CPF tem como objetivo traçar o perfil de consumo dos clientes para oferecer promoções personalizadas. A empresa destacou que o fornecimento dessa informação não é obrigatório para o acesso aos descontos e alegou que suas práticas estão em conformidade com a LGPD. Além disso, a rede anunciou que recorrerá da decisão.

Contudo, o Procon-MG argumentou que o uso de dados para traçar perfis comportamentais configura uma forma de tratamento de informações pessoais, conforme definido no Artigo 5º, inciso X, da LGPD. O órgão também alertou para os possíveis danos aos consumidores, como o uso dessas informações em situações que podem impactar negativamente a concessão de serviços, incluindo seguros e planos de saúde.

Cabe ressaltar que a LGPD permite o tratamento de dados sem consentimento em diversas hipóteses. No entanto, a falta de transparência e os riscos envolvidos, como vazamento de dados ou discriminação, colocam em dúvida a conformidade da prática com a legislação. A lei, inclusive, proíbe expressamente a utilização de dados sensíveis, como informações de saúde, para práticas de seleção de risco em planos de saúde, conforme o Artigo 11, inciso II, § 5º.

Oportunidades rejeitadas e o papel do consumidor

Durante o processo administrativo, foi oferecida à RaiaDrogasil a possibilidade de firmar um acordo por meio de transação administrativa ou compromisso de ajustamento de conduta, mas ambas as propostas foram recusadas. Essa postura levanta questionamentos sobre o compromisso da empresa em rever suas práticas e se alinhar às exigências da legislação.

Para os consumidores, o caso reforça a importância de uma postura crítica e atenta ao fornecer dados pessoais. Questionar a necessidade da coleta de informações e compreender como elas serão utilizadas são passos fundamentais para proteger a privacidade.

Essa decisão do Procon-MG não apenas penaliza uma prática considerada inadequada, mas também coloca em evidência a relevância da proteção de dados como direito do consumidor. Empresas e consumidores precisam trabalhar juntos para garantir um ambiente mais seguro e ético no tratamento de informações pessoais.

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DICAS ESSENCIAIS PARA COMPRAR COM SEGURANÇA NA BLACK FRIDAY

Evite fraudes e garanta boas compras

A Black Friday, marcada neste ano para o dia 29 de novembro, é um dos momentos mais aguardados pelos consumidores, atraídos pela promessa de grandes descontos. No entanto, essa expectativa nem sempre é recompensada, com muitas pessoas enfrentando frustrações devido a propagandas enganosas e descontos ilusórios. Para evitar armadilhas, é fundamental estar atento e adotar práticas seguras durante as compras, tanto online quanto presenciais.

A origem da Black Friday e sua popularidade no Brasil
Originalmente criada nos Estados Unidos, a Black Friday ocorre logo após o Dia de Ação de Graças e aproveita o aumento no consumo durante a temporada de compras natalinas. No Brasil, a campanha chegou em 2010 e, desde então, tem crescido em popularidade, atraindo milhões de consumidores que buscam economizar em diversos produtos.

Segundo uma recente pesquisa sobre o comportamento de compra no período, grande parte dos consumidores brasileiros planeja aproveitar as promoções. Os itens mais procurados incluem eletrodomésticos, artigos para casa e decoração, e eletrônicos, com muitos compradores dispostos a gastar até R$ 2 mil. Contudo, o otimismo deve ser acompanhado de precaução, especialmente em relação às fraudes.

Cuidado com as compras virtuais
Ao comprar pela internet, é crucial verificar a origem das ofertas e o domínio dos sites. Muitas fraudes começam com e-mails ou anúncios falsos que imitam grandes lojas. Também é importante desconfiar de preços extremamente baixos em comparação ao mercado. Páginas suspeitas frequentemente bloqueiam comentários de clientes para evitar denúncias.

Para garantir que uma empresa é confiável, recomenda-se pesquisar sua reputação em plataformas especializadas e consultar listas de sites seguros. Ferramentas como o Reclame Aqui podem ajudar a identificar problemas relatados por outros consumidores. Além disso, priorizar pagamentos mais seguros, como o cartão de crédito, oferece maior proteção contra golpes, uma vez que transações fraudulentas podem ser contestadas junto à administradora do cartão.

Cuidados com compras presenciais
No varejo físico, observar os preços praticados antes da Black Friday é essencial para evitar compras por impulso ou falsos descontos. Muitas lojas aumentam os valores dos produtos antes da data para, em seguida, aplicar reduções que simulam promoções. Por isso, é importante planejar as compras e comparar preços com antecedência.

Direitos do consumidor em casos de propagandas enganosas
A publicidade deve ser clara e vinculativa, ou seja, as condições anunciadas precisam ser cumpridas. Caso um consumidor se depare com divergências entre a oferta e o valor cobrado, ele tem o direito de exigir o cumprimento do que foi prometido. Essa é uma das principais reclamações registradas em órgãos de defesa do consumidor durante a Black Friday.

Evite fraudes financeiras
Nas compras online, optar por pagamentos via Pix pode representar um risco maior, pois, em caso de golpe, o valor transferido dificilmente é recuperado. Métodos como o cartão de crédito oferecem mais segurança, pois permitem o cancelamento da transação em casos de fraudes.

Além disso, é importante verificar a política de pagamento e condições promocionais antes de finalizar a compra. Muitas ofertas são válidas apenas para pagamentos à vista, e consumidores desatentos podem acabar pagando mais caro ao escolher parcelamentos.

Como denunciar fraudes e irregularidades
Em situações de golpes ou propagandas enganosas, é fundamental registrar a ocorrência em uma delegacia especializada ou na polícia. Após isso, procurar órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, pode auxiliar na resolução do problema e evitar que outras pessoas sejam prejudicadas.

A Black Friday pode ser uma excelente oportunidade para economizar, desde que os consumidores adotem uma postura cautelosa e informada. Assim, é possível evitar armadilhas e aproveitar os benefícios reais do período.

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COMO EVITAR INCIDENTES DE SEGURANÇA DE DADOS?

Dicas práticas de prevenção

Em um mundo cada vez mais digital, proteger os dados da sua empresa e dos seus clientes não é apenas uma obrigação legal – é uma questão de confiança e sobrevivência no mercado. Mas como evitar que incidentes de segurança coloquem tudo isso em risco? Aqui estão algumas dicas práticas para fortalecer a segurança dos seus dados:


1. Invista em treinamentos de equipe

O elo mais fraco na segurança da informação, muitas vezes, é o humano. Por isso, capacitar seus colaboradores para identificar ameaças e evitar práticas inseguras é fundamental.

  • Realize workshops periódicos sobre phishing, senhas seguras e boas práticas no uso de sistemas.
  • Crie manuais simples e acessíveis com orientações específicas para cada setor.

Dica bônus: Teste os conhecimentos da equipe com simulações de ataques, como e-mails de phishing controlados, para identificar vulnerabilidades.


2. Realize auditorias regulares

Auditorias internas e externas ajudam a identificar falhas antes que elas se tornem problemas reais.

  • Revise periodicamente os controles de acesso, verificando quem tem permissão para acessar dados sensíveis.
  • Analise logs de sistemas para identificar atividades suspeitas.
  • Atualize seus protocolos de segurança conforme surgem novas ameaças e tecnologias.

Lembre-se: Uma auditoria preventiva custa menos do que os prejuízos de um vazamento de dados.


3. Tenha um plano de resposta rápida

Mesmo com todas as precauções, incidentes podem ocorrer. Por isso, é fundamental estar preparado para agir rapidamente:

  • Crie um Plano de Resposta a Incidentes que defina passos claros a serem seguidos em caso de falhas, como comunicação interna, isolamento do problema e notificações legais.
  • Treine a equipe para executar esse plano, garantindo que todos saibam seus papéis em situações de crise.
  • Estabeleça um canal direto para que clientes possam relatar problemas de segurança.

Por que essas práticas são importantes?

A prevenção de incidentes de segurança vai além de evitar multas ou problemas jurídicos. É sobre proteger a reputação da sua empresa, manter a confiança dos clientes e garantir a continuidade do seu negócio.

Adotar essas medidas mostra que sua organização está comprometida com a segurança e a privacidade – valores que, hoje, são diferenciais competitivos no mercado.

A segurança dos dados não é um esforço único, mas um compromisso contínuo. Invista em prevenção, prepare sua equipe e fortaleça os pilares da sua empresa!

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BLACK FRIDAY: COMO EVITAR FRAUDES E APROVEITAR OFERTAS COM SEGURANÇA

Com a chegada da Black Friday, muitos consumidores aguardam ansiosamente os descontos e promoções que prometem facilitar o acesso a produtos cobiçados. Contudo, é frequente que essas expectativas sejam frustradas por propagandas enganosas e descontos irreais, onde, muitas vezes, o preço final pouco reflete uma real vantagem econômica. Esse evento, originalmente norte-americano e criado para fomentar o consumo no período que antecede as festas de fim de ano, tem ganhado cada vez mais força no Brasil desde 2010, atraindo milhões de consumidores.

Recentemente, uma pesquisa indicou que a maioria dos consumidores no estado de Pernambuco está otimista quanto à Black Friday de 2024, com uma significativa parcela planejando economizar até 60% em produtos como eletrodomésticos, decoração e eletrônicos. Porém, esse entusiasmo pode abrir portas para golpes e fraudes, especialmente no ambiente virtual, que exige uma atenção redobrada.

Armadilhas Virtuais e Cuidados Essenciais

Nas compras online, a atenção deve se concentrar em identificar e-mails e sites fraudulentos que imitam grandes lojas para atrair compradores desavisados. Uma prática comum é a criação de domínios falsos, com pequenas variações em relação aos endereços reais das empresas, o que muitas vezes passa despercebido. Além disso, ofertas com preços absurdamente baixos devem acender um sinal de alerta: produtos que normalmente custam R$ 1.000 podem aparecer em páginas desconhecidas por R$ 300. Este é um indicativo comum de fraudes. Observar a presença de comentários e avaliações nas redes sociais da loja também é prudente. Muitas páginas fraudulentas desativam comentários para evitar que consumidores alertem outros sobre o golpe.

Para verificar a confiabilidade de uma loja, recomenda-se uma rápida pesquisa na internet, utilizando portais de reclamação onde os consumidores compartilham experiências. Há também listas de sites confiáveis que podem servir como referência para uma compra segura.

Estratégias para Compras em Lojas Físicas

Já nas lojas físicas, é fundamental monitorar os preços dos produtos com antecedência para não cair na armadilha do “desconto fictício”, onde o preço é elevado nos dias anteriores apenas para ser reduzido no dia do evento. Assim, o consumidor acredita estar fazendo um ótimo negócio, quando, na verdade, o preço não sofreu uma queda real. A verificação antecipada dos valores permite comparar e identificar promoções realmente vantajosas.

Desrespeito às Ofertas e Direitos do Consumidor

Outro problema recorrente é o não cumprimento de ofertas anunciadas. Quando uma loja divulga um desconto específico e não o oferece, o consumidor tem o direito de exigir o preço anunciado. Nesse caso, é importante reunir evidências da propaganda, como capturas de tela ou material publicitário, e levar a questão ao Procon, se necessário.

Atenção aos Métodos de Pagamento

O método de pagamento também exige cautela. O Pix, embora conveniente e rápido, dificulta o cancelamento em caso de fraude. Uma alternativa mais segura é o cartão de crédito, que permite contestação e facilita a reversão do valor em situações comprovadas de golpe. Outra recomendação é prestar atenção às condições do desconto: algumas ofertas são válidas apenas para pagamento à vista, e optar pelo parcelamento sem perceber pode levar a um custo final maior.

Como Denunciar Fraudes

Em casos de fraude virtual, o registro de um boletim de ocorrência na delegacia de proteção ao consumidor é essencial. Em seguida, o Procon pode auxiliar na resolução do problema, orientando sobre os direitos do consumidor e as melhores ações a serem tomadas.

A Black Friday pode ser uma excelente oportunidade de economia, mas exige do consumidor atenção e cuidados adicionais para que as vantagens não se transformem em prejuízo.

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GOLPES FINANCEIROS NO BRASIL: COMO SE PROTEGER E EXERCER SEUS DIREITOS

No Brasil, cerca de 4,5 mil pessoas são vítimas de tentativas de golpes financeiros a cada hora, conforme dados recentes de pesquisa nacional. Esses crimes, que vêm crescendo de forma alarmante, acontecem majoritariamente via aplicativos de mensagens e chamadas telefônicas, onde golpistas se passam por representantes de bancos ou instituições financeiras.

Essas fraudes digitais são classificadas legalmente como crime de estelionato digital, definido pela legislação brasileira como a prática de obter vantagem indevida ao enganar a vítima, seja por redes sociais, ligações, e-mails falsos ou outros meios fraudulentos, visando o acesso a dados sensíveis, como senhas e informações bancárias. É fundamental que as vítimas saibam que possuem direitos e podem buscar reparação para minimizar os prejuízos causados.

Ao sofrer um golpe financeiro, o primeiro passo recomendado é o registro de um boletim de ocorrência em uma delegacia de polícia. Esse ato é essencial não só para resguardar os direitos da vítima, mas também para contribuir com a prevenção de novos casos semelhantes, já que esses dados auxiliam as autoridades na identificação e no combate a fraudes. Além disso, alertar amigos e familiares sobre a fraude é importante, pois informações roubadas são frequentemente utilizadas pelos criminosos para enganar pessoas próximas à vítima.

A legislação brasileira vem se aprimorando para enfrentar a complexidade dos crimes digitais. A Lei nº 14.155, de 2021, por exemplo, inseriu a categoria de “Fraude Eletrônica” no Código Penal, aumentando as penas para estelionato cometido no ambiente digital, como forma de fortalecer a proteção ao consumidor.

Direitos das Vítimas de Golpes Financeiros

As vítimas de golpes digitais possuem uma série de direitos que podem ser exercidos para reparar danos e evitar desdobramentos do crime. Entre eles estão:

  • Direito à Contestação e Reembolso: Caso a fraude envolva cartões de crédito ou débito, a vítima pode contestar as transações junto à instituição financeira. Havendo provas de que a transação foi não autorizada, existe a possibilidade de reembolso.
  • Direito à Informação: Bancos e instituições financeiras têm a obrigação de manter a vítima informada sobre o andamento da investigação relacionada à fraude.
  • Direito à Proteção de Dados: Segundo as normas de proteção de dados, o consumidor tem o direito de exigir que empresas protejam seus dados e adotem medidas de segurança que previnam violações.
  • Direito a Medidas Judiciais: Além do boletim de ocorrência, as vítimas podem procurar auxílio de órgãos competentes e, se necessário, acionar judicialmente os envolvidos.
  • Direito a Consultoria e Apoio Jurídico: É recomendável que as vítimas busquem orientação especializada para entender as melhores alternativas e estratégias jurídicas.

Para se proteger desses golpes, é essencial adotar precauções no dia a dia. Manter softwares atualizados, ativar a autenticação em duas etapas em contas bancárias e de redes sociais, evitar clicar em links suspeitos e verificar a autenticidade de remetentes antes de compartilhar informações são medidas fundamentais. Além disso, monitorar regularmente as contas bancárias em busca de atividades suspeitas, desconfiar de propostas com vantagens exageradas e compartilhar informações sobre golpes com conhecidos são estratégias que fortalecem a segurança pessoal no ambiente digital.

Essas práticas preventivas são essenciais para preservar tanto o patrimônio financeiro quanto a privacidade em um cenário digital que se mostra cada vez mais vulnerável.

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DESAFIOS REGULATÓRIOS NA ERA DIGITAL: REFLEXÕES A PARTIR DA DENÚNCIA SOBRE A APLICAÇÃO TEMU

A denúncia recente recebida pela “Iniciativa CpC: Cidadãos pela Cibersegurança” sobre a aplicação móvel TEMU levanta preocupações significativas em relação à proteção de dados, privacidade digital e à eficácia dos mecanismos regulatórios vigentes.

As práticas relatadas no caso chamam a atenção pela possibilidade de uma aplicação móvel acessar, processar e utilizar dados pessoais de maneira que pode ser considerada invasiva, sem que o usuário tenha um conhecimento claro ou tenha dado consentimento explícito. Este tipo de comportamento pode ser interpretado como uma contravenção ao Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD) e pode comprometer a confiança dos consumidores nas plataformas digitais, que têm o dever de resguardar a segurança e a privacidade dos seus usuários.

A resposta da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) também merece análise. Ao direcionar o reclamante para a própria empresa acusada de violação de privacidade, a CNPD pode estar deixando de cumprir plenamente sua função de defesa dos direitos dos cidadãos. Tal postura sugere a necessidade de uma revisão dos mecanismos de proteção de dados, especialmente em um cenário digital cada vez mais complexo e globalizado.

O caso expõe dois problemas centrais: o primeiro, relacionado às empresas que podem estar se aproveitando de lacunas na regulamentação para explorar dados dos usuários de maneira inadequada; e o segundo, à estrutura regulatória que, por vezes, não oferece a proteção esperada, deixando os cidadãos em uma posição vulnerável frente a empresas que atuam em diversas jurisdições.

Esses desafios apontam para a necessidade de uma revisão das políticas de proteção de dados e de uma cooperação mais efetiva entre os países da União Europeia. A fragmentação das responsabilidades regulatórias, onde cada país é responsável pelas entidades sediadas em seu território, pode resultar em uma aplicação menos eficaz da legislação, principalmente no caso de grandes empresas tecnológicas que operam em múltiplos países.

Além disso, a exigência de que as queixas sejam apresentadas em inglês a uma entidade estrangeira, como a Data Protection Commission (DPC) na Irlanda, pode representar um obstáculo adicional para muitos cidadãos, dificultando o exercício dos seus direitos. Este é um ponto que o Parlamento Europeu deve considerar com seriedade, assegurando que os cidadãos da UE possam exercer seus direitos de maneira acessível e justa, sem serem prejudicados por barreiras linguísticas ou geográficas.

O caso da TEMU sugere que é necessário um maior rigor na análise das permissões e na transparência da coleta de dados em aplicações móveis, além de uma atenção redobrada para possíveis falhas no sistema de proteção de dados da União Europeia. É importante que a CNPD e outras autoridades competentes adotem uma abordagem mais proativa, garantindo que os direitos dos consumidores sejam devidamente protegidos, sem transferir responsabilidades para os próprios consumidores.

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PEPÊ, DA DUPLA COM NENÉM FOI VÍTIMA DE FRAUDE ONLINE AO ADQUIRIR VEÍCULO

A cantora Pepê, conhecida por formar a dupla musical com sua irmã gêmea Neném, recentemente passou por uma experiência desagradável ao tentar comprar um carro pela internet para presentear sua esposa, a influencer Thalyta Santos. A transação online, que a princípio parecia ser um gesto de afeto, rapidamente se transformou em um pesadelo quando veio à tona que o veículo em questão era roubado. O incidente veio a público através de uma série de publicações nos Stories do Instagram de Pepê, onde ela expressou sua preocupação não tanto pela perda financeira, mas pela segurança de um amigo que foi encarregado de buscar o carro.

Diante da situação, Pepê não hesitou em tomar as medidas legais cabíveis, registrando uma queixa na delegacia. Ela enfatizou sua angústia maior pela integridade física de seu amigo, que sem saber, encontrou-se em meio a uma situação potencialmente perigosa. “Não era nem mais o dinheiro, minha preocupação era com a pessoa que se disponibilizou a ajudar”, disse a cantora, aliviada por ninguém ter se ferido.

A equipe da dupla Pepê e Neném também se pronunciou sobre o ocorrido, confirmando através de um comunicado nas redes sociais que a artista foi, de fato, vítima de um golpe. Detalharam que o processo de compra do automóvel se deu por meio de uma plataforma de vendas na internet, a qual anunciava o veículo. Após o pagamento ser efetuado, um amigo de confiança de Pepê foi ao encontro do vendedor para retirar o automóvel, momento em que descobriram a verdade sobre a procedência do carro.

O comunicado finaliza informando que Pepê está acompanhada de seus advogados, tratando do assunto na esfera legal para resolver o mal-entendido e reitera que a cantora está bem, apesar das circunstâncias adversas enfrentadas. Este incidente serve como um lembrete dos riscos envolvidos em transações online e da importância de se proceder com cautela ao navegar pelo comércio eletrônico.

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JUSTIÇA DECIDE EM FAVOR DE VÍTIMA DE FRAUDE BANCÁRIA VIA WHATSAPP

Recentemente, uma corte em São Paulo emitiu uma decisão importante no campo do direito do consumidor e da segurança de dados, destacando a responsabilidade das instituições financeiras em garantir a proteção de informações pessoais de seus clientes. O caso analisado envolveu um consumidor que foi vítima de uma fraude por meio de uma plataforma de mensagens, onde foi induzido a quitar uma dívida de financiamento veicular através de um boleto bancário fraudulento, apresentado por indivíduos que se passavam por funcionários da instituição financeira.

Este incidente chamou a atenção para o acesso não autorizado a dados pessoais e contratuais, considerado uma falha significativa no serviço fornecido pela entidade financeira. A decisão judicial, fundamentada nos princípios de proteção ao consumidor, enfatizou que os riscos associados às operações comerciais devem, por natureza, ser absorvidos pelas empresas, e não transferidos aos consumidores. Como resultado, a ordem de apreensão do veículo foi anulada, e o pagamento realizado pelo consumidor, sob a presunção de boa-fé, foi reconhecido como válido.

Essa sentença serve como um lembrete para as empresas sobre a importância de implementar e manter controles de segurança da informação, especialmente em um ambiente cada vez mais digitalizado. A proteção de dados pessoais é fundamental para manter a confiança nas relações comerciais e para assegurar que os direitos dos consumidores sejam respeitados. Este caso não apenas proporcionou justiça a uma única vítima de fraude, mas também estabeleceu um precedente importante sobre a responsabilidade das instituições financeiras em prevenir exposições de dados que possam colocar seus clientes em risco.

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O PAPEL DA LGPD NA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

A recente reportagem veiculada pelo Jornal CBN Vale 1ª Edição trouxe à tona uma questão que há tempos inquieta especialistas em direitos do consumidor: a venda de dados sensíveis de clientes por empresas, com base no CPF dos consumidores, para multinacionais de pesquisa de mercado. Esse cenário levanta preocupações especialmente em relação à Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD (Lei 13.709/2018), que busca resguardar a privacidade e a segurança das informações pessoais dos cidadãos brasileiros.

De acordo com a investigação realizada pela equipe da CBN Vale, empresas têm comercializado informações detalhadas sobre prescrições médicas, como tipo de medicamento, dosagem, posologia, entre outros dados, para indústrias farmacêuticas. Essas informações são utilizadas pelas empresas compradoras para aprimorar suas estratégias de vendas, marketing, treinamento e até mesmo para identificar oportunidades de lançamento de novos produtos.

É importante entender por que os dados pessoais dos clientes são tão valorizados por essas empresas. Ao solicitar o CPF dos consumidores no momento da compra, as farmácias constroem um histórico de compras dos clientes, que é posteriormente vendido para empresas de pesquisa de mercado. Isso permite que essas empresas conheçam melhor os hábitos de consumo e as preferências dos clientes, possibilitando campanhas publicitárias direcionadas e mais eficazes.

Entretanto, é fundamental que os estabelecimentos comerciais ajam de forma transparente e em conformidade com a LGPD ao compartilhar dados pessoais dos consumidores. A legislação exige que o compartilhamento de informações seja feito de maneira clara e que o consentimento do consumidor seja obtido de forma explícita.

A prática comum de solicitar o CPF dos clientes para oferecer descontos pode ser considerada abusiva de acordo com a LGPD. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) alerta para os riscos de vazamento e compartilhamento indevido de dados pessoais, ressaltando que o desconto em medicamentos não deve comprometer a liberdade do consumidor de decidir sobre o compartilhamento de suas informações.

Diante desse cenário, cabe às autoridades competentes, como a Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), garantir que as práticas das empresas estejam em conformidade com a legislação vigente, protegendo assim os direitos e a privacidade dos consumidores brasileiros.

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SAIBA COMO RECUPERAR UM PIX ENVIADO POR ENGANO

Em um mundo onde transações financeiras instantâneas como o Pix se tornaram cotidianas, erros podem acontecer. Felizmente, existem medidas que você pode tomar para tentar reverter um Pix enviado por engano. No entanto, é importante destacar que a possibilidade de cancelamento direto existe apenas para operações agendadas. Para transferências já efetuadas, o processo requer alguns passos adicionais.

Primeiramente, é necessário entrar em contato imediato com sua instituição financeira para relatar o erro. Isso pode ajudar a rastrear a operação e oferecer orientações específicas para o seu caso. Em seguida, examine o comprovante de pagamento. Ele contém informações valiosas sobre o destinatário que podem ser úteis.

Caso a transferência tenha sido feita para uma chave Pix que seja um número de telefone ou um e-mail, tente comunicar-se diretamente com o receptor. Embora possa parecer simples, essa ação se baseia no princípio de honestidade e na obrigação legal do destinatário de devolver valores recebidos indevidamente. A retenção desses valores pode ser considerada apropriação indébita, um crime previsto no código penal.

Se o destinatário se recusar a devolver o valor, a recomendação é formalizar a situação por meio de um boletim de ocorrência e procurar auxílio judicial para a recuperação do montante. Embora possa ser um processo mais demorado e complexo, é um direito do consumidor buscar a justiça para corrigir o erro.

Portanto, apesar de existirem soluções para recuperar um Pix enviado erradamente, o processo pode ser desafiador. É sempre aconselhável verificar cuidadosamente os dados da transação antes de confirmá-la. E lembre-se, compartilhar informações como estas pode ser extremamente útil para prevenir que outras pessoas passem por situações semelhantes. Em casos de dúvidas ou situações complicadas, não hesite em procurar a orientação de um advogado especializado em direito financeiro ou consumerista.