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IA PODE VIOLAR A LGPD? COMO EVITAR QUE SUA EMPRESA USE IA DE FORMA ILEGAL E COMPROMETA DADOS PESSOAIS

A inteligência artificial já faz parte do dia a dia das empresas, seja para otimizar processos, personalizar experiências ou analisar grandes volumes de informações. Mas junto com seus benefícios, surgem preocupações legítimas: será que o uso de IA pode violar a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)? Como evitar riscos e garantir que a tecnologia trabalhe a favor da empresa sem comprometer os direitos dos titulares dos dados?

O que a LGPD diz sobre IA?

A LGPD não menciona explicitamente a inteligência artificial, mas suas diretrizes se aplicam a qualquer forma de tratamento de dados pessoais, incluindo aqueles processados por algoritmos. Isso significa que, ao usar IA, uma empresa precisa seguir os princípios da lei, como transparência, necessidade e segurança.

Se um sistema de IA coleta, armazena ou analisa informações de clientes ou funcionários, ele deve respeitar as bases legais de tratamento, garantir que os dados sejam protegidos contra acessos indevidos e oferecer formas para que os titulares possam exercer seus direitos.

Riscos que as empresas precisam evitar

O uso irresponsável da IA pode levar a problemas sérios, como o tratamento de dados sem consentimento ou sem base legal, a coleta excessiva de informações e a falta de explicação sobre como as decisões automatizadas são tomadas.

Alguns erros comuns incluem:

  • Falta de transparência: O cliente não sabe que seus dados estão sendo usados por uma IA ou como isso afeta suas interações com a empresa.
  • Uso indevido de dados sensíveis: Informações sobre saúde, crenças ou origem racial podem ser processadas sem o devido cuidado.
  • Tomada de decisão automatizada sem supervisão: Sistemas que negam crédito, ajustam preços ou avaliam perfis sem que o usuário possa contestar ou entender os critérios utilizados.

Além disso, se a empresa terceiriza ferramentas de IA sem avaliar como os dados são tratados, pode acabar envolvida em violações sem nem perceber.

Como usar IA de forma responsável

Para evitar problemas, a empresa deve adotar boas práticas que garantam conformidade com a LGPD. Algumas medidas importantes são:

  • Deixe claro como a IA trata os dados: O titular precisa saber que suas informações estão sendo analisadas por um sistema automatizado.
  • Escolha bases legais adequadas: Nem tudo pode ser tratado com base no consentimento. Avalie se há uma justificativa legal para o uso dos dados.
  • Implemente medidas de segurança: Proteja as informações contra vazamentos e acessos não autorizados.
  • Revise contratos com fornecedores de IA: Garanta que as soluções adotadas seguem a legislação brasileira e oferecem mecanismos de controle.
  • Ofereça formas de contestação: Se um cliente for afetado por uma decisão automatizada, ele deve ter o direito de pedir revisão humana.

O equilíbrio entre inovação e proteção

A inteligência artificial é uma aliada valiosa, mas não pode operar sem responsabilidade. O uso correto passa por respeitar direitos e garantir que a tecnologia esteja a serviço das pessoas, e não o contrário. Empresas que investem em boas práticas evitam riscos legais e fortalecem a confiança dos clientes. Afinal, inovação e proteção de dados devem caminhar juntas.

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O QUE É UM DPO E POR QUE SUA EMPRESA PRECISA DE UM? O PAPEL DO DPO NA PREVENÇÃO DE RISCOS

A proteção de dados pessoais tornou-se uma preocupação essencial para empresas de todos os portes. Com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), organizações que tratam informações de clientes, colaboradores e parceiros precisam adotar medidas para garantir a conformidade legal e a segurança dessas informações. Nesse contexto, surge uma figura fundamental: o DPO (Data Protection Officer), ou Encarregado de Proteção de Dados.

O DPO é o profissional responsável por atuar como um elo entre a empresa, os titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). Sua principal função é orientar a organização sobre as boas práticas de proteção de dados, garantindo que os processos internos estejam alinhados à legislação vigente.

Entre suas atribuições, destacam-se:

  • Monitoramento da conformidade com a LGPD, avaliando o cumprimento das normas e propondo melhorias;
  • Assessoria e treinamento para colaboradores sobre a importância da privacidade e segurança da informação;
  • Atendimento a solicitações de titulares de dados, garantindo transparência e respeito aos direitos dos cidadãos;
  • Gestão de incidentes de segurança, auxiliando na mitigação de riscos e na comunicação com os órgãos competentes em caso de vazamentos de dados;
  • Interação com a ANPD, atuando como ponto de contato oficial para esclarecimentos e auditorias.

Por que sua empresa precisa de um DPO?

A presença de um DPO não é apenas uma exigência legal para algumas empresas, mas também uma estratégia para reduzir riscos e fortalecer a confiança do mercado. Com um profissional dedicado à proteção de dados, a empresa demonstra compromisso com a privacidade e a segurança das informações, fatores cada vez mais valorizados por consumidores e parceiros comerciais.

Além disso, a atuação do DPO contribui para:

  • Prevenção de sanções e multas, uma vez que a empresa estará mais preparada para atender às exigências da LGPD;
  • Proteção contra fraudes e vazamentos, minimizando impactos financeiros e reputacionais;
  • Diferenciação competitiva, já que empresas que investem na privacidade dos dados tendem a ganhar maior credibilidade no mercado.

Prevenção de riscos: o papel estratégico do DPO

Muitas empresas ainda encaram a adequação à LGPD como um desafio burocrático. No entanto, a gestão eficiente dos dados não se limita ao cumprimento da lei — trata-se de um investimento na segurança e sustentabilidade do negócio.

O DPO ajuda a empresa a identificar vulnerabilidades antes que se tornem problemas, promovendo uma cultura de proteção de dados que envolve toda a equipe. Essa abordagem preventiva reduz a probabilidade de incidentes, protege a reputação da empresa e assegura um relacionamento mais transparente com clientes e parceiros.

Contar com um DPO é mais do que uma obrigação legal para muitas empresas — é uma decisão estratégica que traz benefícios de longo prazo. Em um mundo cada vez mais digital, proteger os dados pessoais não é apenas uma questão de conformidade, mas um compromisso com a ética, a confiança e a segurança.

Se a sua empresa ainda não tem um DPO ou não sabe por onde começar, buscar a orientação de um especialista pode ser o primeiro passo para construir um ambient

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RAIADROGASIL É MULTADA EM R$ 8,4 MILHÕES POR COLETA DE CPF

Recentemente, o Procon-MG aplicou uma multa de R$ 8.497.500 à rede de farmácias RaiaDrogasil S/A. A penalidade foi motivada pela prática de solicitar o CPF dos clientes durante compras no balcão ou no caixa, sob a justificativa de oferecer descontos e vantagens exclusivas. A situação reacendeu discussões sobre privacidade, proteção de dados e a aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Solicitar o CPF de consumidores em farmácias tornou-se algo comum, muitas vezes associado à promessa de benefícios como descontos. Porém, o Procon-MG apontou que essa prática pode comprometer a privacidade, especialmente quando os dados são coletados sem consentimento claro e adequado. Segundo o órgão, a ausência de um controle rigoroso sobre o uso dessas informações aumenta os riscos de vazamento ou uso indevido.

Por que o Procon e não a ANPD multou a RaiaDrogasil?

A atuação do Procon-MG se justifica por uma parceria entre a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e a Secretaria Nacional do Consumidor (SENACON). Esse acordo delegou aos Procons do país a tarefa de fiscalizar o cumprimento da LGPD em âmbito local. Assim, o órgão mineiro exerceu sua prerrogativa ao investigar e multar a rede de farmácias.

A defesa da empresa e os questionamentos legais

Em sua defesa, a RaiaDrogasil afirmou que a solicitação do CPF tem como objetivo traçar o perfil de consumo dos clientes para oferecer promoções personalizadas. A empresa destacou que o fornecimento dessa informação não é obrigatório para o acesso aos descontos e alegou que suas práticas estão em conformidade com a LGPD. Além disso, a rede anunciou que recorrerá da decisão.

Contudo, o Procon-MG argumentou que o uso de dados para traçar perfis comportamentais configura uma forma de tratamento de informações pessoais, conforme definido no Artigo 5º, inciso X, da LGPD. O órgão também alertou para os possíveis danos aos consumidores, como o uso dessas informações em situações que podem impactar negativamente a concessão de serviços, incluindo seguros e planos de saúde.

Cabe ressaltar que a LGPD permite o tratamento de dados sem consentimento em diversas hipóteses. No entanto, a falta de transparência e os riscos envolvidos, como vazamento de dados ou discriminação, colocam em dúvida a conformidade da prática com a legislação. A lei, inclusive, proíbe expressamente a utilização de dados sensíveis, como informações de saúde, para práticas de seleção de risco em planos de saúde, conforme o Artigo 11, inciso II, § 5º.

Oportunidades rejeitadas e o papel do consumidor

Durante o processo administrativo, foi oferecida à RaiaDrogasil a possibilidade de firmar um acordo por meio de transação administrativa ou compromisso de ajustamento de conduta, mas ambas as propostas foram recusadas. Essa postura levanta questionamentos sobre o compromisso da empresa em rever suas práticas e se alinhar às exigências da legislação.

Para os consumidores, o caso reforça a importância de uma postura crítica e atenta ao fornecer dados pessoais. Questionar a necessidade da coleta de informações e compreender como elas serão utilizadas são passos fundamentais para proteger a privacidade.

Essa decisão do Procon-MG não apenas penaliza uma prática considerada inadequada, mas também coloca em evidência a relevância da proteção de dados como direito do consumidor. Empresas e consumidores precisam trabalhar juntos para garantir um ambiente mais seguro e ético no tratamento de informações pessoais.

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A RELAÇÃO ENTRE LGPD E DIREITO EMPRESARIAL: CUIDADOS ESSENCIAIS

Nos últimos anos, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) tem ocupado um espaço central nas discussões empresariais no Brasil. Ela não é apenas uma legislação voltada à privacidade, mas também um componente estratégico dentro do Direito Empresarial, impactando a forma como as empresas gerenciam seus dados e conduzem seus negócios.

A relação entre a LGPD e o Direito Empresarial é intrínseca. Empresas de todos os tamanhos, de startups a grandes corporações, precisam estar alinhadas às exigências legais para garantir não apenas a conformidade, mas também a confiança de seus clientes, parceiros e investidores. Afinal, em um mercado cada vez mais digital e interconectado, a segurança da informação e o respeito à privacidade são aspectos que impactam diretamente a reputação e a sustentabilidade dos negócios.

Quais cuidados as empresas devem ter?

  1. Mapeamento e controle dos dados Antes de tudo, é fundamental que as empresas compreendam quais dados pessoais estão sob sua responsabilidade. Isso inclui identificar as fontes de coleta, os sistemas onde esses dados são armazenados e as finalidades para as quais são utilizados. Um mapeamento detalhado é o primeiro passo para uma gestão eficiente e em conformidade com a LGPD.
  2. Capacitação das equipes A conformidade com a LGPD não se limita à adoção de ferramentas tecnológicas. Envolve também a formação e conscientização de todos os colaboradores que lidam com dados pessoais. Um treinamento bem planejado ajuda a prevenir falhas e incidentes.
  3. Estabelecimento de processos claros Empresas precisam ter políticas e procedimentos internos bem definidos para tratar questões como o atendimento a pedidos de titulares, a revisão de contratos com terceiros e a resposta a incidentes de segurança. Processos claros garantem maior agilidade e reduzem riscos.
  4. Gestão de riscos e segurança da informação Garantir a proteção dos dados também significa investir em medidas de segurança da informação, como controle de acesso, criptografia e monitoramento constante. Uma abordagem preventiva pode evitar prejuízos financeiros e danos à imagem da empresa.
  5. Consulta a especialistas O apoio de profissionais qualificados em Direito Empresarial e Proteção de Dados pode ser determinante para identificar fragilidades e implementar soluções personalizadas. Além disso, a presença de um encarregado de dados (DPO) é essencial para garantir que a empresa esteja em linha com as normas.

Por que esse cuidado é tão relevante? A LGPD não deve ser vista apenas como uma obrigação legal, mas como uma oportunidade para as empresas se destacarem no mercado. Negócios que demonstram comprometimento com a privacidade e a segurança de dados têm maior potencial de conquistar a confiança e a lealdade de seus públicos. Além disso, uma postura proativa pode minimizar riscos de sanções, como multas ou outras penalidades previstas na legislação.

A relação entre LGPD e Direito Empresarial é um convite à reflexão e à ação. Ao adotar medidas que promovam a conformidade, as empresas não apenas cumprem a legislação, mas também se posicionam como agentes de mudança em um ambiente empresarial cada vez mais pautado pela ética e pela responsabilidade.

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QUAIS OS RISCOS DE NÃO SE ADEQUAR À LGPD?

Os Impactos da Não Conformidade com a LGPD para as Empresas

Desde que entrou em vigor em setembro de 2020, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) transformou a forma como as empresas brasileiras lidam com dados pessoais. A legislação estabelece direitos, deveres e responsabilidades que envolvem o tratamento de informações de clientes, fornecedores, usuários e colaboradores. Apesar disso, muitas organizações ainda enfrentam desafios na adequação às exigências legais, o que as expõe a riscos legais e compromete sua imagem no mercado.

Recentemente, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) demonstrou sua atuação, aplicando as primeiras sanções por descumprimento da LGPD. A penalidade incluiu advertência e multa a uma empresa por violação de artigos da lei, evidenciando a seriedade das obrigações legais. Esse caso serve como um alerta: a LGPD não discrimina o porte ou o setor de atuação, exigindo conformidade de todas as empresas que tratam dados pessoais.

Consequências de Não Atender à LGPD

A adequação à LGPD é essencial não apenas para evitar penalidades, mas também para construir relações de confiança com clientes, parceiros e fornecedores. Entre as principais implicações da não conformidade, destacam-se:

1. Sanções Administrativas

A LGPD prevê multas que podem atingir até R$ 50 milhões por infração. Além disso, a ANPD pode aplicar advertências, bloquear o uso de dados, suspender bancos de dados ou até proibir o tratamento de dados pessoais. Essas medidas não apenas impactam financeiramente, mas também comprometem a continuidade das operações.

2. Danos à Reputação

O descumprimento da LGPD pode prejudicar gravemente a reputação de uma empresa. Em um cenário onde os consumidores estão cada vez mais conscientes sobre privacidade e proteção de dados, a exposição negativa pode levar à perda de clientes, queda nas vendas e desvalorização da marca.

3. Prejuízo a Parcerias Comerciais

Empresas que não comprovam conformidade com a LGPD podem enfrentar barreiras em negociações e contratos. Muitos acordos comerciais incluem requisitos relacionados à proteção de dados, e a falta de adequação pode gerar violações contratuais, perdas de negócios e oportunidades comerciais.

Por Que a LGPD É Essencial?

Mais do que uma obrigação legal, a LGPD representa um compromisso com a transparência e a responsabilidade no uso de dados pessoais. Sua implementação demonstra respeito pelos direitos dos titulares e fortalece a confiança no relacionamento com os diferentes stakeholders. Além disso, a conformidade com a LGPD posiciona a empresa de forma competitiva, destacando-a em um mercado cada vez mais atento à segurança e à privacidade das informações.

Investir na adequação à LGPD é investir no futuro da organização, garantindo não apenas o cumprimento da lei, mas também a sustentação de relações de longo prazo baseadas na confiança e no respeito às normas vigentes.

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NETFLIX RECEBE MULTA DE €4,75 MILHÕES POR FALHAS EM TRANSPARÊNCIA SOBRE USO DE DADOS PESSOAIS

A Autoridade Holandesa de Proteção de Dados (DPA) anunciou uma penalidade de €4,75 milhões contra a Netflix por violações relacionadas à transparência no uso de dados pessoais entre 2018 e 2020. A decisão foi comunicada nesta quarta-feira (18), após uma investigação iniciada em 2019, que revelou lacunas nas práticas de privacidade da empresa.

De acordo com o órgão regulador, a plataforma de streaming não detalhou de forma clara, em sua política de privacidade, como utilizava os dados pessoais dos usuários. Além disso, apontou que informações solicitadas diretamente pelos clientes sobre seus dados também não foram fornecidas de maneira adequada. Essas práticas, segundo a DPA, contrariam o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR), legislação europeia que estabelece diretrizes rigorosas para a coleta e o uso de informações pessoais.

Desde o início da investigação, a Netflix tomou medidas para corrigir essas questões, atualizando sua política de privacidade e aprimorando a comunicação com seus assinantes. No entanto, a empresa contesta a multa aplicada, alegando que tem colaborado continuamente com as autoridades e ajustado seus processos para garantir maior clareza em relação ao tratamento de dados.

Esse caso reforça a necessidade de empresas globais não apenas seguirem as diretrizes legais, mas também garantirem práticas de transparência que construam confiança com seus usuários. A penalidade destaca o rigor crescente das autoridades em relação à proteção de dados na era digital, um alerta para organizações que operam em múltiplas jurisdições.

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COMO EVITAR INCIDENTES DE SEGURANÇA DE DADOS?

Dicas práticas de prevenção

Em um mundo cada vez mais digital, proteger os dados da sua empresa e dos seus clientes não é apenas uma obrigação legal – é uma questão de confiança e sobrevivência no mercado. Mas como evitar que incidentes de segurança coloquem tudo isso em risco? Aqui estão algumas dicas práticas para fortalecer a segurança dos seus dados:


1. Invista em treinamentos de equipe

O elo mais fraco na segurança da informação, muitas vezes, é o humano. Por isso, capacitar seus colaboradores para identificar ameaças e evitar práticas inseguras é fundamental.

  • Realize workshops periódicos sobre phishing, senhas seguras e boas práticas no uso de sistemas.
  • Crie manuais simples e acessíveis com orientações específicas para cada setor.

Dica bônus: Teste os conhecimentos da equipe com simulações de ataques, como e-mails de phishing controlados, para identificar vulnerabilidades.


2. Realize auditorias regulares

Auditorias internas e externas ajudam a identificar falhas antes que elas se tornem problemas reais.

  • Revise periodicamente os controles de acesso, verificando quem tem permissão para acessar dados sensíveis.
  • Analise logs de sistemas para identificar atividades suspeitas.
  • Atualize seus protocolos de segurança conforme surgem novas ameaças e tecnologias.

Lembre-se: Uma auditoria preventiva custa menos do que os prejuízos de um vazamento de dados.


3. Tenha um plano de resposta rápida

Mesmo com todas as precauções, incidentes podem ocorrer. Por isso, é fundamental estar preparado para agir rapidamente:

  • Crie um Plano de Resposta a Incidentes que defina passos claros a serem seguidos em caso de falhas, como comunicação interna, isolamento do problema e notificações legais.
  • Treine a equipe para executar esse plano, garantindo que todos saibam seus papéis em situações de crise.
  • Estabeleça um canal direto para que clientes possam relatar problemas de segurança.

Por que essas práticas são importantes?

A prevenção de incidentes de segurança vai além de evitar multas ou problemas jurídicos. É sobre proteger a reputação da sua empresa, manter a confiança dos clientes e garantir a continuidade do seu negócio.

Adotar essas medidas mostra que sua organização está comprometida com a segurança e a privacidade – valores que, hoje, são diferenciais competitivos no mercado.

A segurança dos dados não é um esforço único, mas um compromisso contínuo. Invista em prevenção, prepare sua equipe e fortaleça os pilares da sua empresa!

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FOTOS DE BRASILEIROS NA DEEP WEB AUMENTA RISCO DE FRAUDES FINANCEIRAS

Um vasto vazamento de fotos de brasileiros, que possivelmente foram obtidas de bancos de dados policiais, está circulando gratuitamente em fóruns da Deep Web. Mais de 300 mil imagens foram disponibilizadas para download em um dos fóruns, em uma descoberta recente feita por especialistas em cibersegurança. Esse acesso exige créditos pagos, que são trocados pelo download gratuito do conteúdo, expondo milhares de fotos ao alcance de criminosos.

As imagens, supostamente relacionadas a indivíduos em situação de autuação, podem ter origem em bancos de dados policiais de diversos estados, entre eles o Espírito Santo. Algumas apresentam características típicas de fotografias usadas em documentos brasileiros, como RGs e carteiras de motorista, o que levanta preocupações significativas sobre seu possível uso em fraudes financeiras. Com o material, golpistas poderiam se beneficiar de tentativas de criar contas bancárias falsas, solicitar crédito de forma fraudulenta ou até desenvolver fraudes avançadas, como a criação de deepfakes.

Alerta às empresas e consumidores

O vazamento coloca especialmente empresas do setor financeiro em estado de alerta, dado o risco de um aumento nas tentativas de fraudes. Especialistas recomendam que empresas revisem e reforcem seus protocolos de segurança para mitigar o potencial de golpes envolvendo documentos forjados. O acesso massivo a imagens autênticas, distribuídas gratuitamente, pode impulsionar significativamente as fraudes ao permitir a criação de perfis fictícios visualmente realistas.

Por sua vez, consumidores também devem ficar atentos a comunicações suspeitas. Contatos não solicitados de instituições financeiras, solicitando a confirmação de dados pessoais, devem ser redobrados, especialmente aqueles feitos via e-mail ou telefone. Nesse contexto, os cidadãos são orientados a procurar as instituições diretamente, evitando confiar em contatos que possam ser tentativas de phishing. Com uma simples busca por imagens, criminosos conseguem vincular dados como nome, idade e informações de redes sociais ao rosto exibido, facilitando ataques direcionados.

O cenário de cibercrime no Brasil

O cenário de fraudes digitais no Brasil é único e tem se destacado por características próprias. Criminosos locais, voltados para fraudes financeiras, encontram na dark web uma série de ferramentas específicas para explorar as vulnerabilidades de pessoas físicas. Ações como o uso fraudulento de cartões de crédito e transferências via PIX são comuns, muitas vezes em colaboração com grupos de outros países. Além das fraudes contra consumidores, esses grupos têm atuado contra empresas nacionais, utilizando ransomware e sequestro de dados, com o intuito de obter vantagens financeiras.

Esses acontecimentos reforçam a importância de um controle robusto de segurança digital, tanto por parte das empresas quanto dos consumidores, em um contexto onde a exposição de dados é cada vez mais comum e perigosa.

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UNIÃO EUROPEIA IMPÕE UMA ALTA MULTA AO LINKEDIN POR INFRAÇÕES AO GDPR

O LinkedIn foi recentemente condenado a pagar uma multa significativa de 310 milhões de euros (aproximadamente R$ 1,9 bilhão) por violação à legislação de privacidade e proteção de dados da União Europeia. A decisão foi tomada após uma investigação iniciada em 2018 pela Comissão Irlandesa de Proteção de Dados (IDPC), que analisou como a plataforma de rede social processava os dados pessoais de seus usuários.

A denúncia inicial, feita por uma organização francesa de direitos digitais, apontava irregularidades na forma como o LinkedIn solicitava o consentimento dos usuários. Especificamente, as autoridades irlandesas concluíram que a plataforma não informava adequadamente os usuários ao coletar dados de terceiros para fins de análise comportamental e publicidade direcionada, o que configuraria violação ao Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR).

Além da penalidade financeira, a empresa recebeu um prazo de três meses para ajustar suas práticas aos padrões exigidos pela regulamentação europeia. Em resposta, um representante do LinkedIn afirmou que a empresa não considera que suas práticas violavam o GDPR, mas que está empenhada em aprimorar seus métodos de publicidade e realizar as mudanças solicitadas dentro do prazo estipulado pela IDPC.

Esse caso serve como um importante lembrete da rigidez da legislação europeia de proteção de dados e da crescente vigilância sobre as práticas de coleta e processamento de dados das grandes plataformas digitais.

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USO DE DADOS NA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: X CORP TEM PRAZO PARA ESCLARECIMENTOS À ANPD

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) intensifica sua atuação sobre o uso de dados pessoais na X Corp, anteriormente conhecida como Twitter. Em resposta às recentes alterações nos termos de uso da plataforma, a ANPD convocou a empresa para esclarecer a inclusão de dados dos usuários no treinamento de inteligência artificial. A X Corp tem até 15 de novembro de 2024 para se manifestar, após a convocação formal ocorrida na última segunda-feira.

A investigação, iniciada em julho deste ano, visa assegurar que as práticas da X Corp estejam em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A urgência da ANPD em obter respostas decorre da iminência das novas políticas de uso de dados da plataforma, que em breve entrarão em vigor. Segundo a autoridade, a ausência de resposta à convocação pode caracterizar obstrução de fiscalização, uma infração grave conforme a LGPD, indicando que, na falta de colaboração, a ANPD agirá com as informações que tiver à disposição.

É muito importante destacar as potenciais consequências caso a X Corp não atenda às exigências da autoridade. Em caso de desrespeito à LGPD, a plataforma pode enfrentar sanções, incluindo multas substanciais e até a suspensão de serviços no Brasil. O uso de dados pessoais para IA deve ser precedido de consentimento claro e informado, em linha com as exigências rigorosas da legislação brasileira de proteção de dados.

A expectativa recai agora sobre como a X Corp responderá às demandas, especialmente em um contexto em que a transparência e a adequação às normativas da LGPD são essenciais. A ausência de uma manifestação oficial até o momento levanta questionamentos sobre a postura da empresa, mas espera-se que ela busque ajustar-se às exigências locais, evitando sanções que poderiam afetar sua operação no Brasil.

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SERVIDORA PÚBLICA É DETIDA POR USAR DADOS DE PAIS DE ALUNOS PARA EMPRÉSTIMOS

Uma servidora pública do município de Presidente Kennedy, situado no norte do Tocantins, foi detida sob a suspeita de envolvimento em um esquema de furto de dados pessoais de pais de alunos da creche onde trabalhava. A investigação apontou que a acusada, de 26 anos, utilizava essas informações para criar contas digitais e solicitar empréstimos, gerando um prejuízo superior a R$ 100 mil. Durante seu depoimento, ela admitiu à polícia que os valores obtidos eram destinados a apostas em jogos de cassino e roleta russa online.

O caso veio à tona quando uma das vítimas recebeu cobranças de um banco referente a um empréstimo de R$ 15 mil realizado em seu nome. A partir dessa denúncia, a Polícia Civil iniciou uma investigação que revelou a metodologia utilizada pela investigada. Aproveitando sua posição na unidade escolar, ela abordava os pais dos alunos sob a justificativa de que era necessária a atualização do cadastro escolar. Para isso, solicitava uma selfie e cópias de documentos pessoais, alegando que seriam utilizados na escola.

Confiando na servidora e acreditando na veracidade do procedimento, os pais acabavam fornecendo os dados. Com essas informações em mãos, a mulher abria contas bancárias virtuais e fazia pedidos de crédito em nome das vítimas, inclusive de alguns de seus colegas de trabalho.

A operação policial que culminou na prisão ocorreu na manhã de uma quinta-feira (10), como parte da operação batizada de Apate. A investigada foi conduzida à Unidade Penal Feminina, onde permanece à disposição da Justiça. Durante o interrogatório, a servidora revelou que suas dívidas com os jogos online eram tamanhas que havia perdido um carro e uma casa devido às apostas.

A Prefeitura de Presidente Kennedy foi procurada para comentar o ocorrido, mas até o momento da publicação deste artigo, não houve qualquer manifestação oficial. O nome da acusada foi mantido em sigilo, o que impossibilitou localizar a defesa para um posicionamento. A suspeita responde a mais de 20 acusações de estelionato, conforme o levantamento da polícia.

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COMO PEQUENAS AÇÕES PODEM PROTEGER SEUS DADOS PESSOAIS

Hoje, a exposição dos nossos dados pessoais é uma realidade preocupante. Basta uma pequena fração de informação, como o nome ou o número de telefone, para que muitos dados sensíveis possam ser acessados, como CPF, endereço, renda e até fotos. Isso é facilitado por ferramentas conhecidas como “painéis de dados”, que têm sido uma das principais fontes para a crescente onda de golpes virtuais no Brasil.

Esses painéis reúnem informações vazadas ou roubadas de bases de dados públicas e privadas, e criminosos conseguem acessá-los facilmente, muitas vezes pagando por assinaturas que variam de R$ 30 a R$ 350. Embora o simples acesso a esses painéis não configure um crime, as consequências têm sido graves. De acordo com estudos recentes, golpes virtuais baseados nesses dados aumentaram significativamente nos últimos anos, superando até prejuízos causados por crimes como furtos e roubos de celulares.

A pandemia impulsionou ainda mais essa tendência, trazendo um grande número de pessoas para o sistema bancário. O auxílio emergencial, o lançamento do Pix e o surgimento de novas instituições financeiras contribuíram para esse crescimento. Infelizmente, isso também facilitou a vida de criminosos, que passaram a operar em um ambiente virtual, onde os riscos de confronto direto com a polícia são inexistentes.

Os painéis de dados, entretanto, não são novidade. Surgiram nos anos 2010, quando DVDs e pen drives com informações pessoais eram comercializados informalmente. Hoje, essas informações estão em plataformas online que permitem buscas detalhadas sobre uma pessoa, incluindo sua pontuação de crédito e dados financeiros. Embora nem sempre esses dados estejam atualizados, eles são suficientes para que criminosos se aproveitem de pessoas por meio de golpes que parecem cada vez mais autênticos.

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde 2020, busca garantir mais controle ao cidadão sobre o uso de suas informações pessoais. No entanto, é fundamental que todos se conscientizem sobre a importância de adotar práticas básicas de segurança digital, como mudar senhas regularmente e ser cautelosos ao fornecer informações pessoais, mesmo em situações que parecem seguras.

Embora as autoridades estejam trabalhando para reforçar a proteção de dados, o caminho ainda é longo. A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) foi criada com essa missão, mas, como um órgão recente, enfrenta desafios para se consolidar. A conscientização coletiva, o fortalecimento da fiscalização e a aplicação de sanções adequadas são passos essenciais para reduzir a exposição dos nossos dados e combater a prática de golpes virtuais de forma mais eficaz.