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TOKENIZAÇÃO DE DADOS: UM NOVO PADRÃO PARA A PRIVACIDADE DIGITAL EM 2025

Na era digital, proteger informações pessoais tornou-se um dos maiores desafios para empresas e indivíduos. O aumento dos vazamentos, do uso indevido de informações e dos ataques cibernéticos evidencia a necessidade de soluções mais robustas para garantir privacidade, segurança e controle sobre dados sensíveis. Entre as tecnologias emergentes, a tokenização desponta como uma das mais promissoras, apoiada em fundamentos de criptografia e modelos inspirados no blockchain.

O que é a tokenização de dados

Trata-se de um processo que substitui informações confidenciais – como números de cartões, dados bancários, registros médicos ou identificadores pessoais – por tokens exclusivos, irreversíveis e destituídos de valor fora de um ambiente seguro. Esses tokens funcionam como representações digitais dos dados originais, permitindo que sejam processados, armazenados e compartilhados sem expor os conteúdos reais.

Diferente da criptografia convencional, que exige um procedimento de reversão para recuperar os dados originais, a tokenização impede a reconstrução das informações sem o acesso ao sistema responsável pela geração e gestão dos tokens. Essa característica fortalece o nível de proteção e reduz drasticamente o impacto de possíveis violações.

Como funciona

O processo de tokenização pode ser compreendido em quatro etapas principais:

  1. Identificação das informações sensíveis – seleção dos dados que demandam proteção, como CPF, contas bancárias ou registros médicos.
  2. Geração dos tokens – criação de representações únicas para cada dado, vinculadas ao original apenas em um sistema seguro.
  3. Armazenamento protegido – os dados reais permanecem em repositórios criptografados, enquanto os tokens circulam nos sistemas de uso.
  4. Processamento seguro – aplicações e plataformas utilizam os tokens em transações, análises ou integrações, sem jamais acessar diretamente os dados originais.

Principais benefícios

A adoção dessa tecnologia oferece vantagens práticas e regulatórias:

  • Redução de riscos em incidentes: tokens não têm utilidade fora do ambiente seguro, de modo que ataques que os exponham não comprometem os dados reais.
  • Aderência às normas de proteção de dados: legislações como a LGPD e o GDPR exigem mecanismos eficazes de segurança; a tokenização auxilia na conformidade.
  • Transparência e auditabilidade: permite rastrear o uso das informações de forma clara, atendendo tanto ao controle interno quanto às exigências regulatórias.
  • Segurança em transações digitais: no comércio eletrônico, no setor bancário e em fintechs, reduz a exposição de informações em pagamentos e transferências.
  • Integração com diferentes sistemas: possibilita que empresas operem de forma mais ágil, utilizando tokens em múltiplas plataformas sem comprometer dados reais.

Áreas de aplicação

A tokenização já tem uso consolidado em setores estratégicos:

  • Financeiro: proteção de números de cartão em bancos e operadoras de pagamento.
  • Saúde: compartilhamento de prontuários com pesquisadores e laboratórios sem exposição de dados pessoais.
  • Comércio eletrônico: prevenção de fraudes em marketplaces e lojas virtuais.
  • Ambiente corporativo: preservação de dados de colaboradores e parceiros, fortalecendo políticas de compliance.
  • Marketing e análise de dados: possibilidade de realizar estudos sem comprometer a privacidade dos clientes.

Comparação com métodos tradicionais

Enquanto a criptografia exige o acesso a chaves para descriptografar dados e, portanto, ainda expõe o risco de reversão, a tokenização elimina essa vulnerabilidade. Os tokens, por natureza, não podem ser revertidos sem o sistema de origem, o que confere um nível adicional de resiliência diante de ataques.

Desafios na implementação

Apesar das vantagens, alguns pontos exigem atenção:

  • Gestão da infraestrutura: o sistema responsável por armazenar dados originais precisa ser altamente seguro.
  • Integração tecnológica: plataformas legadas podem demandar adaptações complexas.
  • Custo inicial: o investimento em tecnologia e capacitação é significativo, embora os benefícios superem os gastos em médio prazo.
  • Cultura organizacional: colaboradores e gestores devem compreender o funcionamento para maximizar os resultados.

Perspectivas para 2025

A evolução da tokenização aponta para movimentos claros:

  • integração com blockchain e contratos inteligentes, ampliando a rastreabilidade e a confiança;
  • expansão em setores regulados, especialmente saúde, financeiro e administração pública;
  • uso de tokenização dinâmica, com atualização em tempo real;
  • oferta de serviços baseados em privacidade como diferencial competitivo.

Considerações finais

A tokenização redefine os padrões de segurança digital, trazendo um modelo em que o valor não está nos dados expostos, mas na sua representação segura. Em 2025, organizações que incorporarem essa tecnologia estarão em posição privilegiada: mais preparadas para prevenir incidentes, mais alinhadas à legislação e mais confiáveis aos olhos de clientes e parceiros.

Mais do que uma ferramenta técnica, a tokenização sinaliza uma transformação na forma como compreendemos e praticamos a privacidade digital – um novo paradigma que tende a consolidar-se como referência global.

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BRASIL CONCENTRA 84% DOS CIBERATAQUES DA AMÉRICA LATINA EM 2025

Nos primeiros seis meses de 2025, o Brasil registrou 315 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, o equivalente a 84% de todas as ocorrências na América Latina. Esse volume já se aproxima do total registrado em todo o ano anterior, o que revela uma escalada significativa da atividade criminosa no ambiente digital brasileiro.

Entre os países da região, apenas México, Colômbia e Chile aparecem na sequência, mas com índices muito inferiores.

O perfil dos ataques

A análise das cadeias de ataque demonstra que a maior parte das ofensivas ocorre nas fases finais da operação criminosa, com 309 bilhões de tentativas de negação de serviço (DDoS) e 28 mil incidentes de ransomware já identificados. Além disso, destacam-se:

  • 41,9 milhões de atividades de distribuição de malware;
  • 52 milhões de ações ligadas a botnets;
  • 1 bilhão de ataques de força bruta;
  • 2,4 bilhões de tentativas de exploração de vulnerabilidades.

Esse quadro mostra ataques cada vez mais rápidos, direcionados e voltados à interrupção de serviços ou à extorsão.

Por que o Brasil é tão visado?

Dois fatores ajudam a explicar essa concentração:

  1. Alta rentabilidade — grandes corporações e setores estratégicos movimentam dados e valores expressivos.
  2. Baixa maturidade digital — mesmo com investimentos crescentes, o nível de preparação das organizações ainda está aquém da sofisticação dos ataques.

Essa combinação faz do país um alvo especialmente atrativo para criminosos.

Inteligência artificial como defesa

Uma das principais apostas do setor de cibersegurança é a integração de ferramentas baseadas em inteligência artificial (IA), que permitem reduzir o tempo de resposta a incidentes de meses para menos de uma hora. O desafio atual não é apenas detectar ataques, mas contê-los e neutralizá-los antes de causarem impacto nos sistemas.

Novas soluções apresentadas incluem:

  • Recursos de criptografia preparados para a era quântica, já incorporados a sistemas de segurança;
  • Plataformas para gestão de identidade, armazenamento seguro e comunicação protegida.

O horizonte da computação quântica

Há um movimento de grupos criminosos para armazenar dados roubados hoje, com a expectativa de decifrá-los quando a computação quântica se tornar prática. Isso exige que camadas de criptografia sejam repensadas desde já, de modo a proteger informações mesmo diante das tecnologias do futuro.

Formação de profissionais

A segurança digital não depende apenas de tecnologia, mas também de capacitação humana. Programas de treinamento gratuitos têm como meta formar até um milhão de profissionais no Brasil até 2028, com cursos e certificações em língua portuguesa para diferentes perfis.

O dado mais relevante é que o Brasil vive um período de alta exposição digital. A combinação entre economia atrativa, baixa maturidade em segurança e transformação tecnológica acelerada exige respostas rápidas, coordenadas e sustentáveis para reduzir riscos.

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GOVERNANÇA DIGITAL E PROTEÇÃO DE DADOS: COMO REDUZIR RISCOS NO TRATAMENTO DE INFORMAÇÕES PESSOAIS

As falhas na segurança da informação no Brasil revelam um problema recorrente: vazamentos de dados e uso indevido de informações pessoais, muitas vezes relacionados à forma como empresas estruturam e administram o acesso às suas bases. Um ponto sensível está na gestão de identidades digitais, frequentemente tratada de maneira simplista, com sistemas corporativos protegidos apenas por usuários e senhas fracas, e permissões excessivas concedidas a diferentes perfis.

Quando não há monitoramento contínuo, administradores e gerentes podem acessar dados sensíveis sem real necessidade, o que abre espaço para condutas inadequadas — incluindo o compartilhamento informal de informações em canais digitais. Confiar apenas na integridade pessoal não é suficiente: é indispensável estabelecer controles claros, garantir rastreabilidade e aplicar restrições de acesso alinhadas à função de cada profissional.

A adoção de padrões internacionais, como as certificações de segurança da informação, associada ao uso de criptografia robusta e auditorias periódicas baseadas em registros de acesso, é medida que fortalece a governança digital. O acompanhamento constante de logs e alertas permite identificar atividades suspeitas antes que resultem em perdas relevantes.

Com a vigência da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), empresas passaram a ter limites objetivos para o tratamento de informações pessoais, incluindo dados de maior sensibilidade, como credenciais, documentos e biometria. Ainda assim, ambientes corporativos mal geridos favorecem a exposição dessas informações, potencializando riscos como fraudes e abertura indevida de contas bancárias.

O problema não reside apenas na origem da tecnologia empregada, mas na capacidade de integrá-la e administrá-la com segurança. Ferramentas sofisticadas, sem uma política de governança eficaz, permanecem vulneráveis.

Na prática, muitas equipes técnicas ampliam permissões e centralizam o acesso a dados para agilizar o desenvolvimento de produtos e serviços. Embora essa abordagem possa facilitar processos internos, ela enfraquece a proteção das informações, tornando indispensável revisar e segmentar privilégios, para que cada profissional acesse apenas o que é estritamente necessário ao desempenho de suas funções.

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PROTEÇÃO DE DADOS NO BRASIL: COMO AS EMPRESAS DEVEM SE ADAPTAR À LGPD

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor com o objetivo de assegurar privacidade e segurança no tratamento de informações pessoais, tanto no meio físico quanto no ambiente digital. No contexto corporativo, empresas de todos os portes, independentemente do segmento de atuação, estão sujeitas à fiscalização da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) sempre que realizam operações envolvendo dados pessoais no Brasil ou ofereçam produtos e serviços a indivíduos localizados no país.

A legislação se aplica de forma ampla: não importa se se trata de uma grande corporação, uma microempresa ou até mesmo um profissional autônomo. Sempre que houver coleta, armazenamento, compartilhamento ou qualquer outra forma de utilização de dados pessoais, há a obrigação de cumprir as disposições da LGPD.

Entre as bases legais previstas, destacam-se o consentimento do titular, o cumprimento de obrigações legais ou regulatórias, a execução de políticas públicas, a realização de estudos por órgãos de pesquisa, a formalização ou execução de contratos, o exercício regular de direitos, a proteção da vida e da saúde, o legítimo interesse e a proteção do crédito.

A adequação à lei deve ser conduzida de maneira personalizada, considerando o porte, o ramo de atividade e a complexidade do tratamento de dados realizado pela organização. O processo geralmente envolve etapas como mapeamento e classificação dos dados tratados, revisão e elaboração de contratos e termos específicos, atualização de políticas de privacidade, treinamentos voltados a colaboradores e gestores, nomeação de encarregado pelo tratamento de dados (DPO), implementação de medidas técnicas de segurança da informação, criptografia, controles de acesso e definição de protocolos para resposta a incidentes. Trata-se de uma prática contínua, que exige monitoramento e revisões periódicas.

O descumprimento da LGPD pode gerar consequências administrativas e judiciais. Entre as sanções aplicáveis pela ANPD estão advertências, multas que podem alcançar até 2% do faturamento da empresa, e até a suspensão das atividades de tratamento de dados. Além disso, a não conformidade pode motivar ações judiciais individuais ou coletivas, movidas por titulares de dados, órgãos de defesa do consumidor e Ministério Público.

As principais demandas de adequação identificadas nas empresas incluem a atualização de contratos com cláusulas específicas de proteção de dados, a criação ou revisão de políticas de privacidade para websites e aplicativos, a definição de procedimentos internos para gestão de incidentes e a capacitação de equipes. Em especial, micro e pequenas empresas têm buscado soluções adaptadas à sua realidade financeira e operacional, de forma a cumprir a lei sem comprometer a continuidade de suas atividades.

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PROTEÇÃO DIGITAL NA SAÚDE: COMO GARANTIR A SEGURANÇA DOS DADOS DE PACIENTES

O setor de saúde vive um momento de transformação sem precedentes. Recursos como prontuários eletrônicos, inteligência artificial, interoperabilidade, dispositivos conectados e soluções em nuvem deixaram de ser tendência para se tornarem parte do dia a dia de hospitais e clínicas. Essa modernização, no entanto, trouxe consigo um desafio igualmente robusto: a proteção contra riscos cibernéticos.

Nos últimos anos, instituições de saúde têm sido alvo de ataques digitais com frequência superior à média global. No Brasil, a quantidade de investidas contra organizações do setor aumentou de forma expressiva, acompanhada por um salto nas tentativas de ransomware. Em pouco tempo, a área saiu de uma posição intermediária para figurar entre as mais visadas.

Não se trata de acaso. A saúde lida com dados extremamente sensíveis, opera com sistemas muitas vezes desatualizados e ainda carece de uma maturidade sólida em cibersegurança. Modernizar processos sem estruturar medidas de proteção adequadas é como construir um edifício de ponta sobre alicerces frágeis.

O paradoxo entre inovação e vulnerabilidade

A adoção de novas tecnologias trouxe avanços significativos para a experiência do paciente e para a eficiência administrativa. No entanto, a pressa em implementar soluções sem avaliar o impacto na segurança abriu brechas importantes. Entre os fatores que ampliam a vulnerabilidade, destacam-se a coexistência de sistemas legados, fornecedores não integrados, uso de inteligência artificial sem revisão de conformidade e ausência de uma política de segurança abrangente.

Outro equívoco recorrente é tratar a segurança como responsabilidade exclusiva do setor de TI. O cuidado com as informações dos pacientes deve ser visto como parte da própria assistência em saúde. Profissionais clínicos, administrativos, fornecedores e desenvolvedores precisam assumir corresponsabilidade nessa proteção.

Consequências do despreparo

Quando a segurança da informação é tratada de forma secundária, os impactos podem ser severos: interrupção de serviços, perda de dados, danos à reputação institucional e prejuízos financeiros. Muitos ataques ocorrem sem que a organização perceba que já estava vulnerável, resultado de falhas como ausência de um plano de resposta a incidentes testado, backups inseguros, concessão excessiva de permissões de acesso, monitoramento insuficiente e treinamentos esporádicos para prevenção de ataques de engenharia social.

Na área da saúde, proteger dados é preservar a continuidade do cuidado. Sistemas de prontuário eletrônico, por exemplo, precisam ir além da funcionalidade clínica, incorporando criptografia, autenticação multifator, controle de acesso baseado em perfil e registros de auditoria confiáveis.

Da norma à prática diária

As diretrizes para proteger informações já estão estabelecidas em legislações como a Lei Geral de Proteção de Dados. O desafio é transformar essas exigências em hábitos institucionais. Isso inclui:

  • Atualização periódica de sistemas e dispositivos médicos conectados
  • Implantação de autenticação multifator em sistemas administrativos e clínicos
  • Revisão regular das permissões de acesso, utilizando modelos baseados em função (RBAC)
  • Treinamentos frequentes e contextualizados sobre segurança da informação
  • Criptografia de dados tanto em trânsito quanto em repouso
  • Auditoria contínua dos acessos e testes de intrusão
  • Contratos claros com fornecedores, definindo responsabilidades sobre privacidade e segurança
  • Planos de resposta a incidentes com papéis e procedimentos bem definidos

Tais medidas, embora demandem planejamento e investimento, representam o patamar mínimo para operar de forma segura no setor. Negligenciá-las não significa apenas assumir riscos técnicos, mas também comprometer a confiança e a segurança do paciente.

Um pacto entre tecnologia e proteção

A transformação digital e a segurança da informação precisam evoluir lado a lado. A saúde não se resume a consultas, exames e tratamentos — ela também envolve a preservação dos dados que sustentam cada etapa do cuidado. Proteger essas informações é, na prática, proteger vidas.

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TRANSPARÊNCIA E CAPACITAÇÃO: PILARES PARA REDUZIR RISCOS CIBERNÉTICOS NO SETOR DE SAÚDE

No setor de saúde, a segurança da informação enfrenta um desafio singular: proteger dados extremamente sensíveis em um ambiente que exige agilidade operacional e, muitas vezes, convive com sistemas legados. Essa combinação cria condições favoráveis para que criminosos digitais direcionem ataques a hospitais, laboratórios, farmácias e demais organizações da área.

Ainda que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) tenha impulsionado investimentos relevantes em tecnologia, é evidente que apenas recursos tecnológicos não bastam. Grande parte dos incidentes de segurança decorre de falhas humanas ou comportamentos inseguros. A engenharia social e o phishing seguem como vetores predominantes, explorando a falta de atenção ou de preparo dos usuários.

Uma estratégia eficaz de proteção exige integração de dados e processos. Centralizar informações provenientes de canais distintos — como plataformas digitais, sistemas de atendimento e pontos físicos — reduz a superfície de ataque e facilita a gestão de riscos. Quanto mais fragmentada for a base de dados, maior a probabilidade de falhas e brechas de segurança.

Entre as medidas que demonstram bons resultados, destacam-se:

  • Aplicação consistente de criptografia em dados sensíveis e realização periódica de testes de intrusão para identificar vulnerabilidades.
  • Disponibilização de portais de transparência, permitindo que titulares consultem, atualizem ou solicitem a exclusão de seus dados pessoais.
  • Atuação preventiva de comitês especializados em segurança para avaliar riscos antes da implementação de novos projetos ou campanhas.
  • Simulações práticas de incidentes para treinar equipes, aperfeiçoando tanto a resposta técnica quanto a comunicação com usuários e clientes.

A forma como a organização reage a um incidente influencia diretamente a preservação da confiança. Posturas transparentes, com comunicação objetiva e tempestiva, transmitem comprometimento e fortalecem a credibilidade institucional.

No contexto da saúde, a segurança da informação deixou de ser tratada como formalidade e passou a integrar a estratégia central das empresas. A questão não é mais se um ataque ocorrerá, mas quando. Estar preparado para esse momento é o que definirá a capacidade de continuidade das operações sem comprometer a integridade de pacientes e dados.

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COMO PROTEGER OS DADOS NA ÁREA DA SAÚDE EM TEMPOS DE DIGITALIZAÇÃO

A digitalização dos serviços de saúde avançou de forma significativa nos últimos anos, sobretudo após a pandemia de Covid-19. Hospitais, clínicas e operadoras de planos passaram a adotar soluções tecnológicas que otimizam o atendimento, melhoram a gestão e ampliam a capacidade de armazenamento e análise de dados. Entretanto, esse avanço também expôs o setor a um volume maior de riscos cibernéticos, tornando indispensável uma abordagem estratégica e integrada de proteção de dados.

Estudos internacionais apontam que o setor de saúde está entre os mais visados por agentes maliciosos. Em 2023, houve um aumento expressivo nas tentativas de invasão digital a instituições da área, superando 60% de crescimento em comparação com o ano anterior. No Brasil, o impacto é igualmente relevante: dados indicam que o custo médio de um incidente de segurança em organizações de saúde ultrapassou os R$10 milhões em 2024, colocando o país entre os mais afetados globalmente.

Esse quadro demonstra que não se trata apenas de investir em ferramentas tecnológicas isoladas. A segurança da informação deve ser compreendida como um componente da qualidade assistencial e da continuidade operacional. Isso exige o envolvimento coordenado de pessoas, processos e políticas internas, que precisam estar alinhadas a práticas reconhecidas e atualizadas.

Capacitar as equipes constantemente, revisar fluxos operacionais e estabelecer políticas claras são medidas que fortalecem a resiliência institucional. Recursos como autenticação multifator, criptografia de dados em trânsito e em repouso, segmentação de redes e utilização de sistemas de detecção e resposta a incidentes são apenas parte de um conjunto mais amplo de estratégias necessárias.

Para apoiar esse processo, documentos técnicos consolidados oferecem orientações valiosas. A publicação norte-americana NIST Special Publication 800-66, Revision 2, por exemplo, fornece diretrizes para implementar controles eficazes voltados à proteção de informações de saúde eletrônicas. Já o NIST Cybersecurity Framework 2.0, lançado em 2024, organiza a abordagem de segurança em cinco funções: Identificar, Proteger, Detectar, Responder e Recuperar — permitindo que organizações desenvolvam políticas estruturadas para gestão de riscos cibernéticos.

A proposta de tornar obrigatórias práticas como autenticação multifator, criptografia de dados e segmentação de redes por órgãos internacionais reforça o movimento por um padrão mais rigoroso de proteção, especialmente em áreas que tratam dados sensíveis.

Nesse contexto, a combinação entre tecnologia, capacitação contínua e governança bem definida constitui um pilar essencial para preservar a confidencialidade, integridade e disponibilidade das informações. Instituições de saúde que adotam essa abordagem integrada estão mais preparadas para enfrentar incidentes, mitigar impactos e manter a confiança dos pacientes e parceiros institucionais. A segurança da informação, portanto, deve ser tratada como parte da estratégia organizacional, e não apenas como uma exigência técnica.

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7 DICAS ESSENCIAIS PARA GARANTIR A SEGURANÇA DOS SEUS DADOS AO VIAJAR PARA O EXTERIOR

Viajar para o exterior é uma experiência enriquecedora, mas também pode trazer riscos à segurança de nossos dados pessoais, especialmente quando se trata do uso de dispositivos móveis. Em países onde as regulamentações de proteção de dados não são tão rigorosas, a prudência se torna ainda mais importante. Para ajudar a proteger seus dados e informações, elaboramos algumas orientações que podem fazer uma diferença significativa durante a sua viagem internacional.

Primeiramente, realizar um backup do celular é uma das medidas mais importantes. Ao armazenar suas informações na nuvem antes de viajar, você garante que fotos, vídeos, contatos e outros dados essenciais possam ser recuperados em caso de perda ou dano do aparelho.

Outro ponto fundamental é ativar um rastreador, como o “Find My Device”. Ao habilitar essa função, é possível localizar seu celular em tempo real caso ele seja perdido ou roubado. A ativação do rastreador é uma ação simples, mas que pode proporcionar um nível extra de segurança.

A manutenção dos aplicativos e do sistema operacional do celular atualizados também é uma prática essencial. As atualizações frequentemente corrigem vulnerabilidades de segurança que podem ser exploradas por hackers. Antes de embarcar, certifique-se de que seus aplicativos estão na versão mais recente, minimizando os riscos de falhas de segurança.

Evitar redes Wi-Fi públicas é outra recomendação importante. Muitas dessas redes oferecem baixa segurança, o que pode facilitar a interceptação de dados por criminosos. Se for necessário utilizar uma rede pública, prefira aquelas que oferecem criptografia WPA2 ou WPA3, pois elas garantem maior proteção nas transmissões de dados.

Além disso, a ativação da autenticação de dois fatores em aplicativos e no dispositivo móvel é uma camada adicional de segurança que pode proteger suas contas. Isso é particularmente importante para serviços de mensagens e e-mail, pois, em caso de perda ou roubo do aparelho, as informações pessoais ficam mais protegidas.

Ao acessar websites durante a viagem, sempre verifique se o endereço começa com “https://” e se há o ícone de cadeado ao lado da URL. Esses elementos indicam que o site é seguro e criptografa os dados transmitidos, protegendo-o contra golpes e vazamentos de informações sensíveis.

Por fim, uma medida simples, mas muito eficaz, é manter as redes sociais privadas durante a viagem. Muitos golpistas monitoram as publicações em tempo real para aplicar fraudes, se aproveitando da localização das postagens para enganar familiares e amigos com solicitações falsas de ajuda financeira.

Adotar essas medidas preventivas pode significar a diferença entre uma viagem tranquila e um episódio de roubo de dados ou fraude. A segurança digital deve ser uma prioridade, especialmente quando estamos fora do nosso país, onde as leis de proteção de dados podem ser mais flexíveis.

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COMO PROTEGER OS DADOS DA SUA EMPRESA COM FUNCIONÁRIOS REMOTOS

A adoção do trabalho remoto proporcionou maior flexibilidade às organizações e aos seus colaboradores. No entanto, esse modelo também exige atenção redobrada quanto à segurança da informação. O ambiente doméstico, diferentemente do corporativo, pode carecer de mecanismos adequados de proteção digital, o que expõe a empresa a riscos relacionados ao acesso indevido, perda de dados e incidentes cibernéticos.

É fundamental que os colaboradores remotos façam uso de redes privadas virtuais (VPNs), que permitem uma conexão segura aos sistemas da empresa, mesmo a partir de redes externas. Da mesma forma, é importante que os dispositivos pessoais utilizados no desempenho das funções profissionais contem com ferramentas atualizadas de segurança, como antivírus, firewalls e autenticação em duas etapas.

Outro ponto fundamental é a conscientização. Investir em treinamentos regulares sobre boas práticas de segurança da informação contribui para que os colaboradores reconheçam e evitem condutas que possam comprometer os dados corporativos. A criptografia de arquivos e comunicações também é uma medida eficaz para preservar a confidencialidade e a integridade das informações sensíveis.

Proteger os dados da empresa em contextos de trabalho remoto demanda planejamento, tecnologia adequada e capacitação contínua da equipe. Essas medidas, quando aplicadas de forma integrada, favorecem a continuidade das atividades com segurança e responsabilidade.

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COMO GERENCIAR A SEGURANÇA CIBERNÉTICA DA SUA EMPRESA DE FORMA EFICIENTE

Gerenciar a segurança cibernética de uma empresa exige organização, planejamento e o uso adequado de tecnologias e boas práticas. Não se trata apenas de instalar um antivírus ou configurar um firewall, mas de adotar uma abordagem ampla para proteger dados e sistemas contra ameaças.

O primeiro passo é mapear os riscos. Isso envolve entender quais dados e sistemas são mais sensíveis e como poderiam ser explorados em um ataque. Empresas que lidam com informações financeiras, dados pessoais de clientes ou propriedade intelectual precisam de uma atenção especial.

Em seguida, a implementação de políticas de segurança é essencial. Definir regras claras sobre o uso de senhas, acessos a sistemas e compartilhamento de informações reduz as chances de falhas humanas. O treinamento dos colaboradores também é uma etapa importante, pois muitos ataques exploram distrações ou desconhecimento dos usuários.

O uso de tecnologias apropriadas complementa a gestão da segurança. Ferramentas como firewalls, antivírus e sistemas de detecção de intrusão ajudam a monitorar e bloquear atividades suspeitas. A adoção de autenticação multifator e criptografia fortalece a proteção de acessos e dados sensíveis.

Além da prevenção, é necessário ter um plano de resposta a incidentes. Nenhuma empresa está totalmente imune a ataques, e saber como agir rapidamente pode reduzir danos. Um bom plano inclui identificação de ameaças, contenção do problema e comunicação clara para os envolvidos.

A segurança cibernética não é um projeto com fim determinado, mas um processo contínuo. Atualizar sistemas, revisar políticas e acompanhar novas ameaças são ações que garantem a proteção dos ativos da empresa a longo prazo.

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A IMPORTÂNCIA DE BACKUPS SEGUROS PARA EVITAR PERDA DE INFORMAÇÕES SENSÍVEIS

Imagine perder anos de trabalho, registros importantes ou memórias valiosas em um piscar de olhos. É um pensamento assustador, mas não raro no mundo digital. Com o avanço das tecnologias, a quantidade de informações que armazenamos cresce exponencialmente, e, com isso, a responsabilidade de mantê-las seguras.

Fazer backups é como ter uma rede de segurança. Ele garante que, mesmo diante de imprevistos como ataques cibernéticos, falhas em equipamentos ou até mesmo erros humanos, suas informações estejam a salvo. No entanto, simplesmente ter uma cópia de segurança não é suficiente. Ela precisa ser protegida.

Os backups seguros vão além de simplesmente duplicar arquivos. Eles envolvem práticas como criptografia, armazenamento em locais confiáveis e, preferencialmente, a diversificação do ambiente de armazenamento – uma combinação de serviços na nuvem e dispositivos físicos. Isso reduz as chances de que um único incidente comprometa tudo.

Outro ponto fundamental é a frequência. É fácil cair na armadilha do “faço isso depois”, mas backups periódicos são indispensáveis. Afinal, de nada adianta ter uma cópia desatualizada que não reflita suas informações mais recentes.

Também não podemos ignorar os ataques ransomware, cada vez mais comuns. Esses crimes podem sequestrar seus dados e torná-los inacessíveis. Com backups seguros e bem planejados, você reduz o impacto de situações como essa, mantendo o controle sobre o que é seu.

Em um mundo onde um clique errado pode comprometer informações sensíveis, investir em backups seguros é mais do que uma precaução – é uma demonstração de respeito pelo seu trabalho, seus dados e sua tranquilidade. Afinal, como diz o ditado, “prevenir é melhor do que remediar”. E quando se trata de dados, essa prevenção pode ser a diferença entre uma noite tranquila e semanas de dor de cabeça.

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CANAIS DE COMUNICAÇÃO NA LGPD: COMO TORNAR O PROCESSO SIMPLES E EFICIENTE?

Com a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), as empresas brasileiras passaram a lidar com um dos aspectos mais desafiadores da legislação: a criação de canais de comunicação acessíveis e seguros para atender os titulares de dados. Esses canais são essenciais para que as organizações garantam o direito de acesso, retificação, exclusão e demais solicitações previstas na lei. Contudo, como tornar esse processo eficiente e ao mesmo tempo proteger as informações que estão em trânsito?

A necessidade de um canal acessível e seguro

A LGPD exige que as empresas disponibilizem meios de comunicação para que os titulares possam exercer seus direitos. Um canal eficiente não apenas evita penalidades e protege a empresa de litígios, mas também demonstra transparência e comprometimento com a privacidade dos dados.

  • Acessibilidade: O canal precisa ser de fácil acesso, tanto para pessoas com diferentes níveis de alfabetização digital quanto para aquelas com necessidades especiais. Isso inclui disponibilizar informações em linguagem simples e oferecer múltiplas formas de contato, como e-mail, formulários no site, chatbots e até mesmo atendimento presencial.
  • Segurança: É imprescindível garantir a proteção das informações transmitidas pelo canal. Isso inclui a utilização de conexões criptografadas, autenticação de usuários e mecanismos para evitar acessos não autorizados. A segurança do canal reflete diretamente na confiança que os titulares depositam na empresa.

Exemplos de sistemas para implementação

  1. Plataformas de gestão de solicitações (Data Subject Access Request – DSAR): Ferramentas como o OneTrust e TrustArc são exemplos de plataformas específicas para atender às exigências da LGPD. Elas centralizam as solicitações de titulares, automatizam processos e garantem o registro de todas as interações.
  2. Formulários Online Personalizados: Empresas podem usar ferramentas como Google Forms, Typeform ou soluções próprias em seus sites para criar formulários intuitivos. É importante que essas plataformas estejam integradas a sistemas que garantam o armazenamento seguro das informações coletadas.
  3. Chatbots Inteligentes: Soluções como o Twygo ou Zendesk Chat permitem a automação de respostas iniciais, reduzindo o tempo de espera e encaminhando solicitações complexas para atendentes humanos.
  4. E-mail Seguro com Certificação:
    Criar um endereço de e-mail exclusivo para questões de dados pessoais, como privacidade@empresa.com.br, e protegê-lo com ferramentas de certificação digital, como o SSL/TLS, para garantir a confidencialidade da comunicação.
  5. Portais de Privacidade para Autonomia do Titular: Desenvolver um portal dedicado no site da empresa onde o titular possa verificar os dados que possui com a empresa e até mesmo realizar solicitações diretamente, sem intermediários.

Boas práticas para otimizar o canal

  • Treinamento da Equipe: Quem opera o canal precisa estar preparado para orientar o titular, reconhecer solicitações legítimas e lidar com possíveis crises.
  • SLA (Service Level Agreement): Defina prazos claros para resposta e resolução das solicitações, alinhando expectativas com os titulares.
  • Feedback do Usuário: Periodicamente, colete opiniões sobre a eficiência do canal e busque melhorias contínuas.
  • Monitoramento Contínuo: Acompanhe o desempenho do canal, identifique gargalos no atendimento e adote correções rapidamente.

O resultado de um canal bem estruturado

Além de cumprir as obrigações legais, um canal eficiente promove uma imagem de confiança e seriedade. Ele também reduz retrabalho, evita penalidades e fortalece o relacionamento com clientes e parceiros.

Implementar um canal de comunicação acessível e seguro não é apenas uma exigência da LGPD, mas uma oportunidade para criar um diferencial competitivo em um mercado cada vez mais focado na proteção da privacidade e na experiência do usuário.