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USO INDEVIDO DE INFORMAÇÕES PESSOAIS E PRÁTICAS DE PREVENÇÃO NA INTERNET

O uso indevido de dados pessoais e os riscos digitais

O roubo e a exposição de informações pessoais na internet continuam sendo um dos principais vetores para golpes. Dados recentes de pesquisa da Serasa Experian mostram que, em 2024, 16,3% dos entrevistados tiveram documentos extraviados ou roubados, enquanto 19% admitiram já ter fornecido seus dados a terceiros. Esse compartilhamento ocorreu, sobretudo, em compras online, abertura de contas bancárias e pedidos de empréstimo.

As informações mais visadas incluem dados de identificação (nome, CPF, RG e data de nascimento), contatos (telefone, e-mail e endereço), além de credenciais financeiras, como cartões de crédito e contas bancárias. Senhas de e-mails, redes sociais e aplicativos também são alvo recorrente. Com esses elementos, fraudadores conseguem criar perfis falsos, solicitar financiamentos, abrir empresas, aplicar golpes digitais e movimentar valores em nome das vítimas.

Principais práticas fraudulentas

Entre os crimes mais praticados com dados clonados ou obtidos de forma ilícita, destacam-se:

  • Golpe do PIX: mensagens e e-mails falsos pedindo transferências urgentes.
  • Falso parente ou amigo: perfis falsos em aplicativos de mensagens, simulando conhecidos em situação emergencial.
  • Boleto fraudado: alteração de dados de cobrança para desviar pagamentos.
  • Portabilidade de número (SIM Swap): transferência indevida da linha telefônica para outro chip, permitindo acesso a aplicativos bancários e redes sociais.

Como os dados são obtidos

As técnicas mais usadas para acessar informações pessoais variam em sofisticação, mas têm em comum a exploração de descuidos cotidianos:

  • Phishing e Spear-Phishing: mensagens que imitam instituições conhecidas e induzem a vítima a inserir dados em sites falsos.
  • Vazamentos de bases de dados: ataques a empresas que armazenam informações de clientes, muitas vezes revendidas na dark web.
  • Malwares e spywares: softwares instalados em dispositivos que coletam senhas e dados financeiros sem que o usuário perceba.
  • Redes Wi-Fi públicas: pontos de acesso gratuitos onde criminosos podem interceptar o tráfego de dados.
  • Engenharia social: manipulação psicológica para convencer a vítima a entregar espontaneamente suas informações.

Medidas de prevenção

A proteção de dados exige práticas de segurança consistentes no dia a dia. Entre as medidas recomendadas estão:

  • Senhas fortes e exclusivas: utilizar combinações complexas e não repetir senhas em diferentes serviços, recorrendo a gerenciadores de senhas.
  • Autenticação em duas etapas (2FA): ativar sempre que possível para dificultar acessos indevidos.
  • Atenção a links e anexos: evitar clicar em mensagens ou e-mails de origem duvidosa.
  • Atualizações constantes: manter sistemas operacionais e aplicativos sempre corrigidos.
  • Cautela com redes públicas: priorizar dados móveis ou o uso de VPN.
  • Monitoramento contínuo: acompanhar movimentações vinculadas ao CPF e utilizar serviços que alertam sobre possíveis usos indevidos.

Esse conjunto de práticas não elimina totalmente os riscos, mas reduz significativamente as chances de exposição e permite reação rápida diante de uma tentativa de fraude.

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CINCO GOLPES VIRTUAIS QUE MAIS ATINGEM OS BRASILEIROS E COMO EVITÁ-LOS

A internet se tornou parte indispensável da vida cotidiana. Compras, serviços, comunicação e até compromissos bancários podem ser resolvidos com alguns cliques. Essa praticidade, no entanto, abriu espaço para criminosos digitais que, aproveitando brechas de atenção dos usuários, buscam obter dinheiro ou informações pessoais por meio de armadilhas cada vez mais sofisticadas.

A seguir, apresento os cinco golpes mais recorrentes no ambiente virtual e oriento sobre como se proteger de cada um deles.

1. Golpe do falso parente

Nesse tipo de fraude, o criminoso entra em contato por telefone ou aplicativos de mensagem, fingindo ser um parente em apuros. O objetivo é sensibilizar a vítima e induzi-la a transferir valores para uma conta indicada pelo golpista.

Como se proteger: nunca realize transferências sem confirmar a identidade de quem pede ajuda. Uma chamada de vídeo costuma ser suficiente para desmascarar a fraude. Diante da suspeita, encerre o contato e comunique o ocorrido à polícia.

2. Phishing (mensagens fraudulentas)

Aqui, e-mails, SMS ou mensagens em redes sociais imitam comunicações oficiais de bancos, lojas ou órgãos públicos. O usuário é induzido a clicar em links ou fornecer dados pessoais, permitindo que os golpistas capturem informações sigilosas.

Como se proteger: desconfie de mensagens alarmistas ou urgentes. Nunca clique em links de origem duvidosa e digite manualmente o endereço de sites oficiais no navegador. Utilize antivírus atualizado com filtros de proteção contra phishing.

3. Falso Pix e “Pix premiado”

Muito comum em promoções falsas, o golpe exige um pagamento inicial via Pix para liberar um prêmio inexistente. Outra variação envolve o envio de comprovantes falsos de transferência em negociações de compra e venda.

Como se proteger: jamais pague para receber prêmios. Verifique se a promoção existe nos canais oficiais da empresa. Ao negociar, confirme no aplicativo bancário se o valor realmente foi creditado antes de liberar produtos ou serviços.

4. Sites de compras falsos

Páginas fraudulentas simulam lojas virtuais conhecidas ou oferecem produtos por preços irreais. O consumidor paga e não recebe nada ou recebe mercadorias diferentes das anunciadas. Há ainda páginas falsas de concursos e taxas públicas.

Como se proteger: desconfie de preços muito abaixo do mercado. Confira se o site utiliza conexão segura (HTTPS), pesquise o CNPJ e avaliações de consumidores. Prefira métodos de pagamento que ofereçam maior proteção, como cartões virtuais ou intermediadores confiáveis.

5. Boleto falso

Fraudadores criam páginas falsas para gerar boletos que direcionam o pagamento para contas de criminosos. O golpe é frequente em períodos de tributos como IPVA e IPTU, mas também pode envolver inscrições em concursos ou taxas de serviços.

Como se proteger: confira sempre se o site de emissão pertence ao órgão oficial. Digite o endereço diretamente na barra do navegador e evite links patrocinados ou recebidos por terceiros. Em caso de dúvida, valide a autenticidade junto ao banco ou à instituição responsável.

Atenção redobrada no ambiente digital

O crime virtual se expandiu de forma significativa após a pandemia, quando boa parte das interações e transações passou a ocorrer pela internet. Os fraudadores compreenderam que o espaço digital oferece maior alcance e retorno financeiro do que práticas ilícitas no ambiente físico.

Assim como ninguém atravessaria uma rua deserta à noite sem cautela, é preciso ter a mesma prudência no universo digital: evitar links suspeitos, sites sem credibilidade e contatos inesperados que tentam induzir decisões apressadas.

Como denunciar

Caso identifique ou seja vítima de golpe, procure imediatamente uma delegacia. É importante registrar a ocorrência para auxiliar nas investigações e impedir que outras pessoas sejam enganadas.

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FRAUDES VIRTUAIS E A VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR DIGITAL

Os golpes virtuais deixaram de ser exceção e passaram a integrar a rotina de milhões de brasileiros. Levantamentos recentes mostram que, nos últimos doze meses, aproximadamente um terço da população foi vítima de prejuízos financeiros decorrentes dessas práticas ilícitas, o que corresponde a mais de cinquenta milhões de pessoas.

As pesquisas de comportamento digital indicam um interesse cada vez maior por informações ligadas a fraudes em sites e boletos falsos. Esse movimento não é recente: desde 2004 já se observava crescimento nas buscas, com uma inflexão expressiva a partir de 2014. Apenas nos dois últimos anos, a procura por esclarecimentos sobre esse tipo de crime aumentou em torno de 60% em comparação ao período anterior.

Um levantamento sobre os golpes mais consultados em buscadores digitais revela o tamanho da preocupação. O chamado “golpe do Pix” aparece no topo da lista, seguido por fraudes no WhatsApp, falsas comunicações do INSS, falsos contatos de advogados e mensagens atribuídas aos Correios. A variedade de modalidades reforça a sofisticação dos criminosos e a dificuldade de prevenção por parte da sociedade.

Entre os diferentes tipos de fraude, os relacionados ao Pix e aos boletos falsos estão entre os que geraram maiores perdas financeiras. Estatísticas apontam que a probabilidade de a população sofrer esse tipo de golpe é várias vezes superior à de outros crimes digitais, evidenciando um ponto de vulnerabilidade grave no sistema de pagamentos e na relação de confiança estabelecida no ambiente virtual.

A constatação de que um em cada três brasileiros já perdeu recursos financeiros por meio dessas práticas demonstra não apenas a disseminação dos golpes, mas também a urgência de ampliar a conscientização, investir em segurança tecnológica e fortalecer a educação digital como forma de proteção coletiva.

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GOLPE DO “MORANGO DO AMOR” USA PROMOÇÕES FALSAS PARA ENGANAR CONSUMIDORES NA INTERNET

Com a recente popularização do chamado “morango do amor” nas redes sociais, não demorou para que golpistas encontrassem uma nova oportunidade para enganar consumidores desatentos. A sobremesa viralizou, especialmente entre jovens, e passou a ser comercializada por confeitarias artesanais com forte apelo visual e valor agregado. No entanto, criminosos digitais passaram a utilizar páginas falsas e perfis clonados para simular a venda do doce e aplicar fraudes financeiras.

Sites fraudulentos estão se passando por lojas legítimas e oferecendo preços significativamente abaixo dos praticados no mercado. Em geral, são divulgadas ofertas como três unidades por R$ 19,90 ou kits com até doze unidades por R$ 49,90, acompanhadas de promessas de frete grátis e promoções por tempo limitado. Para tornar a fraude mais convincente, essas páginas utilizam imagens reais de sobremesas, retiradas de perfis autênticos, e apresentam avaliações falsas de supostos clientes satisfeitos.

O golpe costuma seguir um padrão: após escolher o produto, o consumidor é redirecionado a um ambiente de pagamento que simula uma interface segura, geralmente com um QR Code para transferência via Pix. O nome do recebedor, muitas vezes identificado como “Transação Segura”, visa transmitir confiança. Após o pagamento, no entanto, a página permanece em carregamento contínuo e a encomenda nunca chega. A vítima, então, descobre que foi enganada sem possibilidade imediata de reembolso.

Para evitar esse tipo de fraude, é importante adotar práticas simples de verificação. Antes de realizar uma compra, busque o site oficial da confeitaria ou perfil verificado nas redes sociais. Preste atenção a pequenas variações nos nomes de usuários e desconfie de anúncios que prometem preços muito abaixo do mercado. Avaliações suspeitas, repetitivas ou feitas por perfis com pouca atividade também devem acender o sinal de alerta.

Outra recomendação é verificar a reputação da loja em plataformas independentes, como o Reclame Aqui, bem como observar se há canais de atendimento acessíveis, telefone fixo, endereço físico e horário de funcionamento. Em pagamentos via Pix, confira atentamente o nome do destinatário e o banco antes de concluir a transação. E jamais forneça senhas ou dados pessoais em conversas com desconhecidos ou por meio de links recebidos fora dos canais oficiais.

Embora a aparência profissional das páginas falsas possa confundir, um olhar mais atento às informações disponíveis pode evitar prejuízos. Atenção e prudência continuam sendo os melhores aliados na proteção contra golpes virtuais.

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FALSO INVESTIMENTO: COMO ATUAM OS GOLPISTAS E O QUE VOCÊ PODE FAZER PARA SE PROTEGER

O acesso a investimentos se tornou mais acessível e popular nos últimos anos. Com apenas alguns cliques no aplicativo do banco, já é possível aplicar recursos e acompanhar os primeiros rendimentos. No entanto, essa facilidade também abriu caminho para novos tipos de fraude. Entre eles, o golpe do falso investimento tem feito vítimas em diversas regiões do país.

O esquema funciona com a apresentação de uma suposta oportunidade de investimento, normalmente associada a lucros rápidos e garantidos. As abordagens são feitas por redes sociais, aplicativos de mensagens e até sites que simulam páginas oficiais de bancos ou corretoras. Os criminosos, muitas vezes, se passam por especialistas em finanças e criam um ambiente de aparente profissionalismo para conquistar a confiança da vítima.

As falsas promessas envolvem ganhos muito acima da média do mercado. Para convencer o investidor, os golpistas apresentam plataformas online que simulam investimentos em ativos como criptomoedas ou fundos exclusivos. A vítima visualiza os valores depositados crescendo rapidamente, o que a incentiva a realizar aportes cada vez maiores. No entanto, quando tenta resgatar o dinheiro, descobre que a plataforma é fictícia e o valor não está disponível.

Uma tática comum é o uso de pressão psicológica. Os golpistas costumam impor prazos curtos para a decisão, dizendo que a oferta é limitada ou que os lucros só estarão disponíveis por tempo restrito. Esse tipo de abordagem visa impedir que a vítima reflita ou busque informações confiáveis.

Para evitar cair nesse tipo de fraude, é fundamental adotar algumas medidas básicas de verificação. Antes de realizar qualquer transferência para uma plataforma, verifique se há registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Empresas legalmente constituídas no setor de investimentos são obrigadas a seguir regras e fornecer informações transparentes sobre os produtos ofertados.

Outra dica é desconfiar de propostas muito vagas ou com retorno financeiro extremamente elevado em curto prazo. Mensagens excessivamente otimistas, especialmente em grupos de mensagens com pessoas elogiando os lucros obtidos, podem fazer parte da encenação para reforçar a credibilidade do golpe.

Alguns sinais devem servir de alerta imediato, como a exigência de transferências via Pix para pessoas físicas ou o pedido de pagamento antecipado com a promessa de retorno garantido. Plataformas que permitem resgates iniciais com altos lucros também merecem atenção, pois podem ser usadas apenas para alimentar a ilusão de que os valores estão seguros.

Se você foi vítima desse tipo de fraude, o primeiro passo é reunir todas as provas possíveis: prints de mensagens, comprovantes de pagamento, e-mails, perfis usados na abordagem e registros de chamadas. Com esse material, procure a delegacia mais próxima ou utilize o serviço de delegacia virtual do seu estado.

O ideal é também contar com o apoio de um advogado especializado em crimes financeiros. A atuação jurídica pode ajudar tanto na orientação para preservar seus direitos quanto na adoção de medidas para tentar o bloqueio de valores e responsabilização dos envolvidos.

Investir com segurança exige não apenas conhecimento sobre o mercado, mas atenção redobrada às promessas fáceis.

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GOLPE DURANTE O ENEM 2024 CAUSA GRANDE PREJUÍZO FINANCEIRO E EXCLUI CANDIDATOS

Durante o período de inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024, um esquema fraudulento causou prejuízos expressivos a milhares de estudantes em todo o país. Uma investigação da Polícia Federal revelou que páginas falsas foram criadas na internet, simulando o portal oficial do Inep, com o objetivo de enganar candidatos e induzi-los ao pagamento indevido da taxa de inscrição.

A fraude consistiu na criação de sites com aparência idêntica à do canal oficial do Governo Federal, o que levou mais de 35 mil pessoas a realizarem transferências via Pix para contas vinculadas a uma empresa que não possuía qualquer autorização para intermediar inscrições. Estima-se que o valor desviado tenha ultrapassado os R$ 3 milhões.

A apuração resultou no cumprimento de mandados de busca e apreensão em Praia Grande, no estado de São Paulo. Bens pertencentes aos suspeitos foram bloqueados judicialmente, com o intuito de garantir futura reparação aos prejuízos causados. Também foram recolhidos documentos, equipamentos eletrônicos e registros considerados relevantes para aprofundar as investigações. Um dos indivíduos apontados como líder da estrutura criminosa já possuía antecedentes por crimes semelhantes.

O impacto para os estudantes atingidos vai além do prejuízo financeiro. Aqueles que efetuaram o pagamento por meio dos canais falsos não tiveram sua inscrição efetivada, ficando impedidos de participar do exame. Como consequência, perderam a oportunidade de concorrer a vagas em programas educacionais como o Sisu, o Prouni e o Fies, o que compromete diretamente seus planos acadêmicos.

As autoridades responsáveis alertam para a importância de se utilizar, exclusivamente, os canais oficiais de comunicação e inscrição, reconhecíveis por sua extensão “gov.br”. A recomendação é que qualquer dúvida sobre prazos, taxas ou etapas do exame seja esclarecida diretamente com os órgãos competentes.

Este episódio revela o grau de sofisticação com que grupos criminosos têm atuado no ambiente digital e reforça a urgência de medidas de prevenção, fiscalização e educação digital para proteger a população, especialmente os jovens, em processos que envolvem dados sensíveis e decisões com efeitos duradouros. A Polícia Federal continua empenhada na identificação de demais envolvidos e na recuperação dos valores indevidamente apropriados.

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GOLPE DO “SUPORTE BANCÁRIO FALSO” SE TORNA O NOVO MÉTODO PARA DESVIAR VALORES VIA PIX NO BRASIL

Desde 2024, uma nova estratégia de fraude digital tem ganhado espaço no Brasil e já foi registrada mais de 10 mil vezes. O método consiste em ligações telefônicas em que criminosos se passam por atendentes de centrais bancárias, alegando falhas ou irregularidades na conta da vítima para induzi-la à instalação de um aplicativo legítimo de acesso remoto.

A técnica deriva de antigas práticas de engenharia social, que agora utilizam ferramentas reconhecidas e disponíveis nas lojas oficiais de aplicativos. Diferente das fraudes anteriores baseadas em malwares automatizados, essa abordagem foca no convencimento direto da vítima por meio de interações telefônicas personalizadas.

O processo começa com uma ligação, supostamente do banco, informando sobre problemas no app bancário ou indícios de uso indevido da conta. A vítima, preocupada, é levada a instalar um programa que permite o controle remoto do celular. Na sequência, os golpistas pedem que ela abra o aplicativo bancário, sob o pretexto de corrigir a falha informada. Uma vez que a vítima está logada, o acesso remoto permite que o criminoso realize transferências PIX em segundos, sem que a vítima perceba de imediato.

Na etapa final, solicita-se que a pessoa insira sua senha ou confirme uma suposta atualização do sistema, momento em que o desvio dos valores é efetivado. Quando o golpe é percebido, o valor já foi transferido e, normalmente, é difícil de ser recuperado.

Essas ações têm substituído outra forma de fraude que envolvia o redirecionamento automático de transferências via PIX. A mudança está diretamente relacionada à interrupção da distribuição de um software malicioso específico, que automatizava essas transações fraudulentas. Desde a segunda metade de 2024, os registros dessa modalidade diminuíram de forma expressiva.

A adaptação dos golpistas evidencia como essas práticas se renovam com rapidez e se aproveitam da confiança das vítimas. Embora o golpe anterior envolvesse a instalação de malwares, a nova abordagem se baseia em aplicativos legítimos, o que torna a fraude mais difícil de ser identificada no primeiro momento.

Para minimizar os riscos, recomenda-se atenção redobrada a qualquer contato telefônico não solicitado de instituições financeiras. Bancos não solicitam instalação de aplicativos nem pedem dados sensíveis por telefone. Caso receba uma ligação suspeita, a melhor atitude é encerrar a chamada e buscar contato diretamente pelos canais oficiais da instituição.

Adotar práticas de segurança digital, como o uso de senhas fortes, ativação de autenticação em dois fatores e instalação de soluções confiáveis de proteção contra ameaças digitais, é uma medida prudente para manter a integridade das informações pessoais e bancárias.

A rápida substituição de métodos fraudulentos reforça a necessidade de constante atualização sobre os riscos digitais. A informação, aliada a práticas conscientes de uso da tecnologia, continua sendo uma das formas mais eficazes de evitar prejuízos.

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“GOLPE DO PIX ERRADO”: O QUE FAZER E COMO TENTAR RECUPERAR OS VALORES PERDIDOS

Ao perceber que foi vítima do chamado “golpe do Pix errado”, é fundamental agir com rapidez e estratégia. A primeira providência deve ser entrar em contato imediato com a instituição financeira responsável pela conta utilizada na transferência. A comunicação ágil pode permitir o registro da fraude e o acionamento do Mecanismo Especial de Devolução (MED), recurso do Banco Central destinado justamente a lidar com situações de transações indevidas ou fraudulentas.

Paralelamente à notificação ao banco, deve-se registrar um boletim de ocorrência junto à autoridade policial competente. Nesse momento, é importante reunir todas as evidências disponíveis: capturas de tela de conversas, comprovantes da transferência, nomes de usuários ou perfis envolvidos e o conteúdo trocado com o suposto beneficiário. Esses elementos servirão como base para a contestação formal da transação junto à instituição financeira.

A possibilidade de recuperar os valores dependerá de uma série de fatores, especialmente do tempo decorrido entre a transferência e o bloqueio solicitado. Isso porque, em muitos casos, os fraudadores agem de forma rápida para movimentar os valores recebidos, dificultando o rastreamento e a recuperação. No entanto, se o dinheiro ainda estiver na conta de destino, existe uma chance concreta de reaver os recursos transferidos.

É importante destacar que esse tipo de golpe tem se sofisticado. O modus operandi normalmente envolve o envio de uma transferência para a conta da vítima, seguido por um contato solicitando a devolução, sob a alegação de um engano. Ao mesmo tempo, o golpista já acionou o MED junto à própria instituição financeira, tentando reaver o valor inicialmente enviado. Quando a vítima, acreditando agir de forma correta, realiza a devolução manual, acaba enviando recursos próprios, e o valor sai duas vezes de sua conta.

Essa prática se enquadra como crime de estelionato, previsto no Código Penal brasileiro. A conduta fraudulenta consiste em induzir a vítima ao erro mediante ardil, com o objetivo de obter vantagem ilícita. Quando esse tipo de crime é cometido por meio eletrônico, como nas transações via Pix, a legislação prevê aumento da pena, que pode variar entre um e cinco anos de reclusão, com acréscimo de até um terço em caso de fraude digital.

A orientação, portanto, é sempre desconfiar de pedidos de devolução de valores, sobretudo quando feitos fora dos canais oficiais. Antes de qualquer movimentação, consulte sua instituição financeira e registre formalmente a ocorrência. A atuação rápida e bem fundamentada pode fazer toda a diferença para interromper o ciclo da fraude e tentar resgatar os recursos desviados.

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GOLPE DE FALSAS DOAÇÕES NAS REDES SOCIAIS DESVIA VALORES DESTINADOS A CAUSAS LEGÍTIMAS

Um novo tipo de fraude digital tem chamado a atenção de quem atua na proteção de dados e segurança da informação. Por meio das redes sociais, golpistas estão divulgando sites falsos de doações que simulam campanhas reais com riqueza de detalhes. O objetivo não é obter dados bancários ou senhas, mas sim captar diretamente valores de pessoas que desejam contribuir com causas humanitárias.

A tática começa com a criação de perfis falsos ou o uso de contas comprometidas em plataformas como Facebook, Instagram e Threads. Os criminosos inicialmente compartilham conteúdos legítimos para parecerem confiáveis, aproximando-se de comunidades locais e ganhando engajamento. Após estabelecer essa presença, passam a divulgar links que levam a páginas falsas de arrecadação.

Esses sites reproduzem fielmente campanhas existentes, com imagens, descrições, vídeos e comentários fictícios de doadores. Também inserem efeitos visuais que simulam novas contribuições em tempo real, criando um ambiente que transmite autenticidade. Quando a vítima decide doar, ela é encaminhada para uma página de pagamento com código QR ou chave PIX. Em seguida, uma mensagem de agradecimento aparece, confirmando falsamente que a doação foi direcionada à causa correta.

Na prática, os valores são desviados para contas controladas pelos próprios fraudadores. A pessoa que fez a doação, acreditando ter ajudado, raramente percebe o golpe. Ao mesmo tempo, a campanha original, geralmente voltada a quem realmente precisa de apoio, não recebe qualquer valor.

Esse tipo de fraude é difícil de detectar porque não depende de invasões técnicas nem de roubo de credenciais. Ela se sustenta na empatia, na confiança do usuário e na aparência legítima dos conteúdos. A combinação entre engenharia social e clonagem de campanhas conhecidas tem ampliado o alcance dessas ações.

Diversas tentativas foram identificadas e bloqueadas recentemente no Brasil. O monitoramento contínuo dessas fraudes é essencial, mas tão importante quanto isso é a conscientização. Antes de contribuir com uma campanha, é recomendável verificar a autenticidade do link, o nome do beneficiário e a plataforma de arrecadação. A prudência não anula a solidariedade, apenas assegura que ela alcance seu destino.

O ambiente digital traz possibilidades extraordinárias de mobilização, mas exige atenção redobrada. A melhor resposta ainda é a informação qualificada, compartilhada com clareza, e a adoção de práticas de verificação por todos que participam de campanhas de doação online.

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GOLPE DO PIX AGENDADO: COMO IDENTIFICAR FRAUDES E PROTEGER SUAS TRANSAÇÕES

O sistema de pagamento instantâneo PIX, lançado pelo Banco Central do Brasil, revolucionou a forma como as transações financeiras são realizadas no país, oferecendo praticidade e rapidez em transferências. Com mais de 136 milhões de usuários, o PIX rapidamente se consolidou como uma das principais ferramentas para pagamentos e recebimentos no Brasil. No entanto, o aumento de sua popularidade também trouxe novas preocupações com segurança, como o surgimento do golpe do PIX agendado.

Como funciona o golpe do PIX agendado?

O golpe do PIX agendado é uma fraude recente que tem enganado usuários desatentos. Nessa prática, o criminoso agenda uma transferência para uma data futura, mas faz com que a vítima acredite que o valor foi transferido instantaneamente. Para isso, o golpista apresenta um comprovante de agendamento falso, induzindo a vítima a liberar produtos ou serviços antes de verificar o recebimento do dinheiro.

Esse golpe é bem-sucedido porque muitos usuários confiam excessivamente na tecnologia e, por pressa, acabam não conferindo os detalhes do comprovante. A falha em observar a data e o horário do agendamento pode resultar em prejuízos consideráveis.

Dicas de segurança para evitar o golpe

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alerta que, para se proteger contra esse tipo de golpe, é crucial adotar algumas práticas de segurança. Primeiramente, nunca libere produtos ou serviços antes de verificar se o valor foi efetivamente creditado na sua conta. Além disso, é importante não ceder à pressão de compradores que exigem a liberação imediata da mercadoria, uma tática comum em fraudes.

Verifique atentamente os detalhes do comprovante de pagamento, especialmente a data e a hora. Outra medida de segurança eficaz é a ativação da autenticação em duas etapas, que adiciona uma camada extra de proteção às suas contas e operações financeiras.

Outras práticas de segurança com o PIX

Além de se prevenir contra o golpe do PIX agendado, é fundamental adotar boas práticas para proteger suas transações. Evite compartilhar informações pessoais, como senhas ou códigos de segurança, com terceiros. Manter seus aplicativos bancários sempre atualizados é outra recomendação importante, pois as atualizações costumam corrigir vulnerabilidades de segurança.

A autenticação em duas etapas deve ser aplicada não apenas ao PIX, mas a todas as suas operações financeiras. Com essa proteção adicional, mesmo que sua senha seja descoberta, o acesso indevido às suas contas será mais difícil.

A revolução financeira com o PIX

Desde sua criação, o PIX mudou radicalmente a forma como os brasileiros realizam transações financeiras. Entre março de 2021 e março de 2022, o número de usuários que fazem mais de 30 transferências mensais aumentou 809%. Ao mesmo tempo, o número de pessoas que recebem mais de 30 transações por mês cresceu 464%, refletindo o quão integrado o sistema está no dia a dia da população.

Com mais de 70% das transações bancárias no Brasil acontecendo de forma online e o uso de aplicativos bancários crescendo 72%, fica claro que o PIX se tornou uma ferramenta indispensável. Sua operação 24 horas por dia, sete dias por semana, oferece flexibilidade e conveniência. Contudo, com essa facilidade também vem a responsabilidade de reforçar os cuidados com a segurança.

Utilizando a chave PIX com segurança

Uma das grandes facilidades do sistema é a utilização das chaves PIX, que permitem identificar o usuário de forma simplificada. Essas chaves podem ser associadas ao e-mail, CPF, número de celular ou até mesmo ser uma chave aleatória. Embora o uso do QR Code para pagamentos também traga praticidade, é fundamental adotar práticas seguras ao utilizar o sistema, a fim de minimizar os riscos de fraudes.

Seguindo essas orientações de segurança, é possível continuar a aproveitar a praticidade do PIX sem comprometer a proteção das suas finanças.

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COMO CRIMINOSOS ESTÃO USANDO A BIA DO BRADESCO PARA ENGANAR CLIENTES

A ascensão das fraudes digitais tem alcançado patamares preocupantes, atingindo não apenas bancos digitais, mas também grandes instituições financeiras, como o Bradesco. Recentemente, criminosos têm explorado a inteligência artificial (IA) para aplicar golpes sofisticados, utilizando a assistente virtual Bia, desenvolvida pelo banco.

A Bia foi criada para facilitar o atendimento ao cliente, oferecendo serviços como consultas de saldo, realização de transações e esclarecimento de dúvidas. No entanto, essa ferramenta tem sido usada por golpistas para enganar os clientes do banco. Se você é cliente do Bradesco, é importante entender o que é o golpe da Bia e como evitar cair nessa armadilha.

O golpe ocorre da seguinte maneira: os criminosos entram em contato com as vítimas, informando sobre uma suposta transação suspeita em suas contas. Eles alegam que, para bloqueá-la, é necessário que a vítima ligue para um determinado número ou digite uma sequência específica no teclado do celular, fornecendo, em seguida, dados pessoais.

Relatos de clientes no X (anteriormente conhecido como Twitter) revelam que os golpistas solicitam que a vítima confirme o não reconhecimento de um PIX de alto valor, utilizando para isso a voz da própria Bia. Essa estratégia utiliza tecnologia avançada, já que a voz na ligação não é de um atendente humano, mas sim da IA do Bradesco, o que aumenta a credibilidade do golpe para quem não está ciente.

Esse tipo de fraude se aproveita de uma novidade anunciada pelo Bradesco em agosto de 2023, onde foi informado que a Bia passaria a contatar clientes para confirmar envios de PIX retidos para análise de segurança. Contudo, o verdadeiro contato da Bia ocorre exclusivamente através do WhatsApp, e não por ligações telefônicas, que é o método utilizado pelos golpistas.

Para se proteger do golpe da Bia, é fundamental estar atento às práticas de segurança do Bradesco. O banco não solicita senhas, posições da chave de segurança, atualizações de sistema ou o download de aplicativos de acesso remoto. Caso receba uma ligação em que a voz seja semelhante à da Bia, a recomendação é desligar imediatamente e reportar o incidente ao canal de denúncias do banco, pelo email evidencia@bradesco.com.br.

Com a sofisticação crescente das fraudes, é essencial que os clientes estejam sempre informados e vigilantes, utilizando os canais oficiais para esclarecer qualquer dúvida e evitando compartilhar informações pessoais sem antes verificar a veracidade do contato.

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JUSTIÇA CONDENA OPERADORAS POR PORTABILIDADE INDEVIDA E INVASÃO DE CONTA NO INSTAGRAM

Uma influenciadora digital, com quase 400 mil seguidores, que depende da internet e do celular para seu trabalho, foi surpreendida ao descobrir que sua linha telefônica havia sido transferida para outra operadora sem seu consentimento. A situação gerou um período de desconexão que afetou diretamente seu trabalho e resultou na invasão de sua conta do Instagram por hackers, que utilizaram o perfil para aplicar golpes financeiros.

A falha na prestação dos serviços pelas rés facilitou a ação dos criminosos, que tiveram acesso à conta da influenciadora. Em sua sentença, foi destacado que ambas as empresas não observaram as cautelas necessárias durante a transferência da linha telefônica, o que permitiu a fraude.

Contexto e Desenvolvimento do Caso

A influenciadora havia contratado os serviços de uma operadora para garantir uma boa conexão de internet e telefonia. Em 16 de junho de 2023, ela percebeu que sua linha telefônica parou de funcionar. Ao contatar a operadora, foi informada de que sua linha havia sido transferida para outra empresa, sem qualquer solicitação de sua parte.

Durante o período em que ficou sem acesso à sua linha, hackers invadiram sua conta do Instagram e aplicaram o golpe do PIX, enganando seus seguidores. O prejuízo não se limitou à perda temporária de acesso ao seu principal canal de trabalho, mas também incluiu danos à sua reputação, uma vez que seguidores lesados acionaram-na judicialmente.

A sentença ressaltou que a portabilidade indevida foi a causa principal que permitiu a invasão da conta da influenciadora. Mesmo que a segurança do aplicativo do Instagram pudesse ter falhas, o problema central foi a transferência não autorizada da linha telefônica, vinculada aos dispositivos de segurança do perfil.

Decisão Judicial e Implicações

O magistrado condenou ambas as operadoras ao pagamento solidário de R$ 6.000,00 por danos materiais e R$ 20.000,00 por danos morais, considerando a importância da linha telefônica para o exercício profissional da autora e o sofrimento causado pela falha dos serviços prestados. O valor dos danos morais também visa ter um efeito pedagógico, incentivando as empresas a agirem com mais cuidado no futuro.

Além da indenização, as empresas foram condenadas a arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 15% do valor atualizado da condenação.

Esta decisão reforça a responsabilidade das empresas de telecomunicação em proteger os dados dos consumidores e assegurar que processos de portabilidade sejam realizados apenas com o consentimento expresso do titular da linha.