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CIBERSEGURANÇA EM TRANSFORMAÇÃO: PRIORIDADES ESTRATÉGICAS PARA OS PRÓXIMOS ANOS

Nos próximos anos, a segurança digital será um dos eixos mais determinantes para a sustentabilidade das organizações. A integração da Inteligência Artificial em praticamente todas as áreas de atividade, somada à proliferação de dispositivos conectados e à sofisticação das ameaças, impõe novas formas de pensar a proteção de dados e sistemas.

Um estudo recente identifica oito áreas que devem orientar a estratégia de cibersegurança. Entre elas, destaca-se o fortalecimento do papel dos responsáveis pela segurança da informação, cuja função se torna cada vez mais complexa diante das exigências regulatórias, da responsabilidade pessoal envolvida e da necessidade de coordenar equipes multidisciplinares. Para que essa função seja efetiva, é essencial assegurar autonomia decisória e visão integrada dos riscos.

Outro ponto de destaque é a carência de profissionais especializados, que ainda representa um obstáculo relevante. A resposta passa por encarar os colaboradores como a primeira linha de defesa, o que exige programas contínuos de capacitação, além de incentivo à diversidade e inclusão, fatores que fortalecem a cultura organizacional de segurança.

A confiança nos sistemas de Inteligência Artificial também assume papel central. Isso inclui estabelecer mecanismos sólidos de governança, políticas claras de uso de dados e estratégias para mitigar riscos relacionados a ferramentas não autorizadas. A IA, por outro lado, oferece oportunidades valiosas para monitoramento em tempo real e automação de processos de proteção.

A gestão da identidade digital ganha relevância diante de falsificações sofisticadas, como os deepfakes. Torna-se indispensável avançar em métodos de autenticação robustos, com uso de biometria e integração de múltiplas camadas de verificação. Soma-se a isso a necessidade de consolidar plataformas de segurança, reforçar a proteção em ecossistemas de dispositivos inteligentes e adotar a resiliência como princípio desde a concepção de produtos e serviços.

O relatório ainda chama atenção para desafios adicionais, como a proteção de ambientes em nuvem, a preparação frente à computação quântica e o enfrentamento da desinformação. O ambiente regulatório, cada vez mais complexo e dinâmico, exige das organizações capacidade de adaptação ágil, conciliando o cumprimento das normas com a eficiência de suas defesas digitais.

Esse conjunto de prioridades evidencia que a segurança da informação deixou de ser apenas uma função técnica e passou a integrar a própria estratégia de negócios, influenciando diretamente a confiança de clientes, parceiros e da sociedade.

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SEGURANÇA CIBERNÉTICA INTEGRADA: COMO A INTEGRAÇÃO ELEVA A PROTEÇÃO CONTRA AMEAÇAS DIGITAIS

A intensificação dos ataques digitais tem colocado à prova os limites da proteção empresarial. Não se trata apenas de adquirir ferramentas de última geração, mas de construir um ecossistema de defesa coordenado, no qual tecnologia, processos e pessoas atuem de forma articulada. Essa visão ampla, apontada em relatórios internacionais, mostra-se indispensável para reduzir impactos e responder com agilidade a incidentes.

Empresas que adotam soluções isoladas, sem integração entre áreas, frequentemente sofrem com respostas lentas e ineficazes. O resultado é um ambiente mais vulnerável e fragmentado. Além disso, a carência global de profissionais especializados em cibersegurança – estimada em milhões – intensifica o desafio de consolidar estratégias conjuntas entre TI, operações e segurança da informação.

Outro ponto crítico é o fator humano. Relatórios recentes indicam que grande parte das violações de dados envolve falhas não intencionais, como atrasos na comunicação ou erros de procedimento. Nessas situações, cada minuto perdido favorece a permanência do invasor nos sistemas, ampliando prejuízos financeiros e afetando a reputação corporativa.

A integração de ferramentas e processos tem mostrado resultados consistentes. Plataformas que combinam monitoramento contínuo, análise em tempo real e respostas automatizadas reduzem significativamente o tempo de exposição a ameaças. Soluções como SIEM e EDR, quando aplicadas de forma coordenada, não apenas fortalecem a defesa, como também permitem melhor aproveitamento de recursos internos.

Estudos de grandes players do setor apontam que empresas com menor uso de inteligência artificial e automação em segurança enfrentam ciclos de incidentes mais longos e custos mais elevados. Isso demonstra que a integração tecnológica, aliada à análise preditiva, não é apenas uma questão de eficiência operacional, mas de sustentabilidade econômica.

Nesse contexto, muitas organizações têm estruturado equipes especializadas voltadas para a proteção digital de ponta a ponta. A proposta é reunir especialistas, metodologias e frameworks reconhecidos – como ISO 27001/27002, Zero Trust e MITRE ATT&CK – em um único núcleo de atuação. O objetivo é alinhar prevenção, detecção e resposta, com foco tanto na tecnologia quanto no elemento humano, por meio de treinamentos, simulações e conscientização contínua.

A segurança cibernética integrada passa, portanto, a ser um habilitador estratégico. Ao proteger ativos digitais de forma coordenada e inteligente, as empresas criam condições para inovar, expandir e conquistar novos mercados sem comprometer a confiabilidade de suas operações. A construção de um ecossistema de defesa adaptativo não é mais uma opção: é parte essencial da resiliência operacional e da proteção de dados na era digital.

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COMO TREINAR COLABORADORES PARA IDENTIFICAR E BLOQUEAR MALWARE

Há quem defenda que o ponto mais vulnerável na segurança cibernética de uma organização é o usuário. No entanto, pesquisas recentes demonstram que, quando bem orientadas, as pessoas podem atuar como barreira eficaz contra ameaças digitais.

Um estudo experimental analisou, em ambiente corporativo simulado, como usuários de diferentes níveis de conhecimento reagiam a solicitações para baixar softwares — alguns legítimos, outros maliciosos. No primeiro teste, sem qualquer auxílio adicional, a taxa média de identificação de arquivos maliciosos foi de 75%. Entre os menos experientes, o índice ficou em 68%, enquanto os mais habituados ao tema atingiram 81%.

Observou-se, contudo, que iniciantes, por vezes, classificavam programas legítimos como perigosos devido a erros de digitação ou falhas visuais na interface, ao mesmo tempo em que ignoravam ameaças reais quando o sistema apresentava comportamentos anômalos, como uso elevado do processador.

Na segunda fase, foi disponibilizada uma ferramenta de monitoramento aprimorada, acompanhada de orientações sobre sinais que poderiam indicar a presença de malware. O resultado foi expressivo: usuários iniciantes passaram a identificar corretamente 80% das ameaças, aproximando-se do desempenho dos mais experientes. A lição é clara — informação direcionada e estímulo ao pensamento crítico elevam significativamente a capacidade de detecção.

Para empresas, essa constatação reforça a necessidade de programas estruturados de conscientização. Um treinamento eficaz deve:

  • Explicar os tipos mais comuns de malware, como vírus, worms, trojans, ransomware e adware.
  • Ensinar a reconhecer ataques de phishing e engenharia social, com exemplos práticos de mensagens fraudulentas.
  • Apresentar sinais de alerta, como anexos e links suspeitos.
  • Reforçar boas práticas: atualização regular de softwares, uso de conexões seguras, hábitos de navegação responsáveis, senhas robustas e autenticação multifator.
  • Capacitar para identificar e-mails e sites potencialmente perigosos.
  • Orientar sobre os procedimentos a serem adotados diante da suspeita de infecção ou ataque.

Quanto mais conhecimento os colaboradores adquirirem sobre os métodos utilizados por cibercriminosos, menor será a probabilidade de que se tornem vítimas. Investir na formação contínua não apenas reduz riscos como também transforma o elo mais vulnerável em uma linha de defesa ativa.

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SEGURANÇA DIGITAL EMPRESARIAL: POR QUE A PREVENÇÃO AINDA É IGNORADA?

A segurança da informação ainda é tratada com descaso por parte significativa das empresas, que frequentemente deixam de incorporar práticas estruturadas de prevenção a vulnerabilidades. Embora os ataques cibernéticos estejam cada vez mais sofisticados e frequentes, a percepção equivocada de que não há risco iminente acaba por fomentar uma postura passiva diante de ameaças reais e recorrentes.

Dados recentes apontam que três em cada quatro organizações não mantêm um programa contínuo de gestão de vulnerabilidades. Essa omissão se reflete diretamente nos números alarmantes de tentativas de invasão: só no último ano, mais de 100 bilhões de ataques foram registrados no país. Ainda assim, a resposta empresarial continua marcada por improvisos e soluções pontuais, quando o que se exige é planejamento constante e ações articuladas.

Incidentes recentes envolvendo grandes companhias demonstram que a ausência de medidas preventivas não apenas compromete a integridade de dados, mas também acarreta danos financeiros expressivos e desgastes institucionais severos. A exposição de informações pessoais de milhões de usuários, multas de valores milionários e auditorias impostas por órgãos reguladores ilustram os efeitos de uma gestão falha ou inexistente.

No Brasil, casos de ataques por ransomware revelam um problema adicional: a baixa maturidade de muitas empresas no trato com a cibersegurança. Em vez de uma resposta estruturada e comunicada, opta-se, muitas vezes, pelo silêncio — uma estratégia que, longe de proteger a imagem da empresa, reforça a invisibilidade do problema. Sem transparência, o aprendizado coletivo se perde, e outras organizações permanecem despreparadas, acreditando estar protegidas apenas porque não foram ainda alvo de um ataque visível.

Segurança da informação não é responsabilidade exclusiva da área de tecnologia. Trata-se de uma engrenagem que exige sincronia entre ferramentas adequadas, processos bem definidos e pessoas capacitadas. Investir em softwares e firewalls é necessário, mas insuficiente, se os colaboradores não recebem formação adequada ou se não existem protocolos claros para prevenção e resposta.

Outro dado preocupante: quase metade das empresas sequer testa suas defesas periodicamente. E uma parcela significativa mantém brechas já identificadas sem qualquer correção. Essa desconexão entre conhecimento e ação revela um padrão de gestão que privilegia o conforto da inércia em detrimento da proteção efetiva.

A ilusão de segurança — alimentada pela ausência de eventos visíveis — é um fator determinante para a inação. Enquanto isso, as vulnerabilidades se acumulam, silenciosas, mas plenamente operacionais para agentes mal-intencionados. A resposta a essa ameaça não está apenas em reagir quando o problema se materializa, mas em adotar, de forma contínua, uma postura de vigilância, aprimoramento e prontidão.

Tratar a proteção digital como parte da estratégia organizacional não é apenas uma recomendação técnica. É uma exigência para qualquer entidade que deseja proteger seus dados, sua imagem e sua capacidade de operar com confiança e estabilidade.

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CINCO SINAIS DE QUE A SUA EMPRESA ESTÁ EXPOSTA A RISCOS DIGITAIS

Vazamentos de credenciais se tornaram ocorrências frequentes nos noticiários de segurança digital. Informações como o comprometimento de milhares de contas em grandes plataformas já não surpreendem os profissionais da área. Esses eventos reiteram a necessidade de que empresas adotem políticas consistentes de segurança da informação, voltadas à prevenção de riscos, resposta a incidentes e alinhamento com as exigências da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Ainda é comum a ideia equivocada de que proteção digital é um tema exclusivo de grandes corporações. No entanto, estatísticas apontam que pequenas empresas, escritórios de advocacia e prestadores de serviços também estão entre os alvos frequentes de ataques cibernéticos. É indispensável investir em práticas acessíveis e eficazes, como autenticação de múltiplos fatores, rotinas automatizadas de backup, capacitação contínua dos colaboradores e revisões periódicas dos processos internos. Mais do que um dever legal, a conformidade com a LGPD representa um novo padrão de relacionamento com clientes e parceiros, baseado na transparência e na responsabilidade.

Para avaliar se a organização está exposta a riscos, é possível seguir cinco passos iniciais:

  1. Controle de acesso aos dados: verifique se apenas pessoas autorizadas, com funções específicas, têm acesso a informações sensíveis. A ausência de critérios claros de permissão é um fator de vulnerabilidade.
  2. Políticas internas sobre o uso de dados: empresas que não possuem diretrizes formais para coleta, armazenamento e tratamento de dados estão mais sujeitas a falhas. Documentos institucionais, treinamentos regulares e fluxos bem definidos são indicadores positivos de maturidade.
  3. Backups atualizados e testados: é importante manter cópias de segurança periódicas e verificar se essas cópias são funcionais. A falta de testes reduz a efetividade da recuperação em caso de incidente.
  4. Treinamento da equipe sobre segurança digital: colaboradores desinformados representam um risco direto à integridade dos dados. Capacitações sobre engenharia social, senhas seguras e boas práticas digitais devem fazer parte da rotina.
  5. Responsável técnico pela governança em privacidade: a ausência de uma pessoa ou equipe encarregada de mapear riscos e responder a incidentes indica desorganização. Ter um encarregado ou comitê dedicado é essencial para assegurar a conformidade.

Ao identificar lacunas, o ideal é iniciar por medidas práticas de rápida implementação. Nomear um responsável interno pelo programa de proteção de dados, ainda que de forma inicial, é um passo estratégico. Em seguida, deve-se elaborar uma política objetiva e acessível sobre o uso de informações na empresa. A revisão de permissões e a ativação de autenticação em dois fatores são ações simples, com impacto significativo na redução de riscos.

Buscar orientação especializada e promover a educação contínua das equipes são elementos que fortalecem a cultura organizacional e favorecem o amadurecimento da governança em dados pessoais. A proteção da informação passou a ser requisito essencial para empresas que desejam manter sua reputação, sua operação e a confiança de seus públicos de interesse. Não se trata de uma formalidade, mas de um compromisso concreto com a integridade e a responsabilidade digital.

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O DESAFIO DA PROTEÇÃO DIGITAL NO BRASIL: O QUE OS ATAQUES CIBERNÉTICOS DIZEM SOBRE A NOSSA ESTRUTURA DE SEGURANÇA

Na última sexta-feira, 20 de junho de 2025, veio à tona a descoberta de um dos maiores vazamentos de credenciais da história da internet: mais de 16 bilhões de logins e senhas expostos, com 3,5 bilhões deles associados a usuários de língua portuguesa. O episódio, revelado por pesquisadores independentes, não se resume a números impressionantes — ele aponta diretamente para as limitações estruturais da segurança digital no país e levanta preocupações sobre nossa capacidade de resposta diante de ameaças dessa natureza.

O que mais chama atenção é o padrão técnico das informações vazadas: dados dispostos de forma organizada, no tradicional modelo URL-login-senha, que favorece ataques automatizados. Essas credenciais foram obtidas, em grande parte, por meio de métodos já conhecidos — como o uso de malwares e exploração de bases antigas — o que indica não só uma continuidade de práticas criminosas, mas também a sofisticação de ferramentas capazes de operar em múltiplas frentes simultaneamente.

Esse tipo de exposição não é uma novidade para o Brasil. Nosso país já ocupa posição de destaque negativo quando se trata de dados vazados, registrando mais de 7 bilhões de ocorrências. Ao mesmo tempo, os ataques cibernéticos têm se multiplicado rapidamente, com mais de 60 bilhões de tentativas detectadas somente no último ano. A combinação entre alta exposição e falta de barreiras eficazes cria um ambiente propício à ação de grupos mal-intencionados.

Parte relevante dessas ações é atribuída aos chamados infostealers — programas maliciosos voltados à captura silenciosa de dados sensíveis. Muitos deles têm origem em códigos de malware já conhecidos há mais de uma década, que passaram por mutações ao longo dos anos, ganhando novas funcionalidades. No Brasil, esse tipo de ataque responde por uma parcela expressiva dos incidentes registrados, afetando principalmente setores estratégicos como órgãos públicos, instituições financeiras e empresas de tecnologia.

Do ponto de vista jurídico, o país já possui arcabouço normativo relevante, com destaque para a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais. No entanto, a aplicação prática ainda enfrenta obstáculos. A limitação de valores para sanções administrativas, a baixa frequência de fiscalizações e o número reduzido de casos judicializados reduzem a efetividade das regras já estabelecidas. Mesmo decisões recentes que reconhecem a responsabilidade objetiva de empresas por vazamentos ainda precisam ser acompanhadas de medidas mais robustas de supervisão.

O impacto econômico dessas falhas de segurança também não pode ser ignorado. Relatórios recentes mostram que criminosos digitais movimentaram bilhões de dólares explorando vulnerabilidades em sistemas ao redor do mundo. No Brasil, a maturidade digital das empresas ainda é limitada: boa parte delas não possui equipes ou políticas específicas voltadas à proteção de dados. Isso amplia os riscos e abre espaço para prejuízos financeiros e institucionais.

Além disso, um estudo com abrangência nacional revelou que menos de um quarto das administrações públicas estaduais contam com profissionais capacitados para responder a incidentes de segurança em larga escala. Essa carência de preparo contribui para a propagação de ataques e dificulta respostas coordenadas que poderiam conter ou mitigar os danos.

Mais do que um evento isolado, o vazamento recentemente divulgado é reflexo de uma estrutura frágil, que exige revisão urgente. O Brasil tem a chance de transformar esse episódio em um ponto de virada — um momento para investir em proteção, ampliar a fiscalização e integrar esforços entre governo, empresas e sociedade. A legislação já avançou. A jurisprudência aponta caminhos promissores. Falta agora compromisso prático com a execução e a fiscalização de medidas que protejam a integridade digital dos brasileiros.

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SEGURANÇA DIGITAL COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO EM 2025

A transformação digital segue redefinindo os modelos de negócios e impulsionando a automação de processos, o que traz consigo um desafio estratégico para as empresas: a proteção de seus ativos digitais. Neste ano de 2025, a cibersegurança assume papel ainda mais relevante, impulsionada pela maior dependência de dados e pela ampliação de ambientes digitais complexos e distribuídos.

Dados divulgados por institutos internacionais indicam que os investimentos globais em segurança digital devem alcançar 212 bilhões de dólares, um aumento expressivo de 15,1% no comparativo anual. Entre os fatores que motivam esse avanço, destaca-se o uso de inteligência artificial generativa, que deve estar presente em aproximadamente 17% dos ciberataques realizados neste ano. A mesma tecnologia, amplamente adotada por empresas para otimizar operações, vem sendo explorada por agentes mal-intencionados para acelerar a identificação de vulnerabilidades e escalar ataques.

O mercado já percebe os impactos dessa transformação. Levantamentos mostram que 80% dos responsáveis pela segurança de bancos ao redor do mundo admitem enfrentar dificuldades para acompanhar o ritmo com que os cibercriminosos se utilizam de recursos baseados em inteligência artificial. A automação de ataques, portanto, não é mais uma possibilidade distante, mas uma realidade que desafia modelos tradicionais de defesa.

Diante desse panorama, modelos de segurança como o Zero Trust se consolidam como referência. A premissa é simples, embora tecnicamente robusta: não confiar automaticamente em nenhum usuário, dispositivo ou fluxo de dados, independentemente de sua localização. Essa abordagem vem se mostrando eficiente para proteger ambientes híbridos, operações em nuvem e colaboradores em regime remoto.

Além de investimentos tecnológicos, ganha força a percepção de que a proteção digital não pode ser tratada como uma ação isolada ou limitada a projetos específicos. A construção de uma cultura organizacional voltada à segurança, com treinamentos contínuos e processos bem definidos, torna-se fator determinante para mitigar riscos e fortalecer a resiliência empresarial.

Outro ponto de atenção está na cadeia de suprimentos. Fornecedores e parceiros comerciais passaram a ser alvos estratégicos, tornando-se porta de entrada para ameaças direcionadas a grandes organizações. Isso exige que empresas revisem contratos, adotem critérios rigorosos na gestão de terceiros e integrem políticas de segurança desde a base das operações.

O ambiente digital, especialmente os canais de atendimento, também se tornou vetor prioritário de proteção. A massiva circulação de dados entre empresas e consumidores exige não apenas a blindagem das infraestruturas críticas, mas também a adoção de práticas que garantam segurança e fluidez nas experiências omnichannel.

No Brasil, o setor acompanha essa movimentação global. Projeções indicam que o mercado nacional de cibersegurança deve alcançar 3,68 bilhões de dólares em 2025, superando os 3,3 bilhões registrados no ano anterior. Pequenas e médias empresas estão no centro desse debate, uma vez que boa parte delas ainda não conta com políticas robustas de segurança da informação, tornando-se alvos preferenciais de ataques.

O fortalecimento da cultura de segurança, aliado ao acesso a soluções adequadas à maturidade digital de cada organização, tem se mostrado essencial. A proteção de dados não é apenas uma exigência legal ou uma necessidade técnica, mas também um diferencial competitivo capaz de gerar valor, aumentar a confiança dos clientes e garantir a sustentabilidade dos negócios em ambientes cada vez mais digitais.

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RISCOS DIGITAIS, FRAUDES VIRTUAIS E A VULNERABILIDADE DAS EMPRESAS

No universo empresarial, a confiança é um dos pilares das relações comerciais. Contudo, essa confiança tem sido explorada por golpistas que utilizam meios digitais para enganar, extorquir e causar prejuízos financeiros e reputacionais às empresas. A ideia de que apenas pessoas físicas são alvos de fraudes virtuais já não se sustenta. Organizações de todos os portes estão igualmente vulneráveis, sobretudo quando seus canais de comunicação e documentos são utilizados indevidamente por terceiros mal-intencionados.

Um dos métodos mais recorrentes é a clonagem do WhatsApp Business. Nessa prática, criminosos conseguem acesso ao número da empresa, passando a se comunicar com clientes, fornecedores e parceiros como se fossem representantes legítimos. Os golpistas usam o histórico de conversas e informações públicas para ganhar credibilidade e aplicar fraudes, como a solicitação de pagamentos para contas indevidas ou envio de boletos falsificados. Muitas vezes, o interlocutor sequer desconfia de que está lidando com um fraudador.

Outro risco relevante é a chamada engenharia social. Trata-se do uso de técnicas de manipulação psicológica para obter dados sigilosos ou induzir colaboradores a executar ações contrárias à segurança da empresa. Pode começar com um simples telefonema ou e-mail que se passa por uma autoridade interna, como o setor financeiro ou a diretoria, solicitando transferências urgentes ou compartilhamento de senhas. A naturalidade e coerência da abordagem costumam enganar até profissionais experientes.

Além disso, têm sido registrados casos de contratos falsos supostamente firmados com a empresa. Fraudadores criam documentos com logotipo, assinatura digital e dados empresariais copiados de fontes públicas, apresentando-se como representantes legítimos da organização. Esses contratos são usados para firmar compromissos indevidos com terceiros, gerar pedidos fraudulentos ou até mesmo sustentar golpes contra consumidores e fornecedores.

O impacto desses ataques ultrapassa o prejuízo financeiro imediato. Há perda de credibilidade, desgaste com clientes, exposição jurídica e, em muitos casos, a necessidade de lidar com investigações ou disputas judiciais complexas. A reputação da empresa pode ser abalada por informações falsas que circularam em seu nome.

Para mitigar esses riscos, é necessário adotar medidas preventivas. Isso inclui o uso de autenticação em dois fatores nos aplicativos de comunicação, treinamento de colaboradores para reconhecer tentativas de fraude, monitoramento constante de menções à marca e criação de canais oficiais seguros e facilmente verificáveis. É igualmente importante que a empresa mantenha uma política clara de resposta a incidentes, com protocolos para comunicação rápida em casos de fraude confirmada.

A segurança digital não é apenas uma preocupação técnica. Ela deve fazer parte da cultura organizacional e envolver todos os setores da empresa. Afinal, no ambiente atual, preservar a integridade das informações e das relações é uma responsabilidade compartilhada — e uma medida essencial para proteger não apenas dados, mas a própria identidade da empresa.

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CIBERCRIMES: A IMPORTÂNCIA DA CULTURA DE SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES BRASILEIRAS

No Cyber Security Summit 2024, em São Paulo, foi revelado que o Brasil registrou um impressionante número de mais de 700 milhões de ataques cibernéticos no último ano, representando uma média de 1.379 ataques por minuto. Esse volume coloca o país em uma posição alarmante: segundo lugar no ranking mundial de cibercrimes.

Esse cenário ressalta uma crescente sofisticação das ameaças digitais, especialmente com o avanço de tecnologias como a inteligência artificial (IA). Cada vez mais complexos, esses ataques exigem que empresas e colaboradores adotem medidas de proteção adequadas para proteger suas informações.

Nesse contexto, a segurança cibernética surge como uma responsabilidade compartilhada, que vai além da implementação de tecnologias robustas. É crucial incorporar práticas de conscientização e capacitação entre os colaboradores, fortalecendo a cultura de segurança dentro das organizações. Embora as ferramentas tecnológicas sejam fundamentais para a proteção, uma abordagem que se concentre exclusivamente nelas pode falhar em garantir a resiliência total contra as ameaças.

Para combater o crescente número de ataques, a integração da segurança no dia a dia das empresas é essencial. Isso inclui processos e campanhas que sensibilizem os colaboradores, criando uma mentalidade preventiva e fortalecendo o entendimento sobre os objetivos dos invasores. Um treinamento psicológico voltado para a cibersegurança, por exemplo, ajuda a preparar os funcionários para reconhecer e evitar golpes, reduzindo a vulnerabilidade frente às técnicas de engenharia social.

Com a soma de tecnologia e conscientização, empresas podem desenvolver uma postura mais resistente aos ataques, integrando a segurança cibernética não apenas como uma ferramenta, mas como um valor essencial no ambiente corporativo.

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COMO A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL IMPACTA A SEGURANÇA DIGITAL E O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER

O Brasil está enfrentando um cenário desafiador quando se trata de segurança digital. Nos últimos doze meses, o país registrou mais de 700 milhões de tentativas de ataque cibernético, uma média de quase 1.400 ataques por minuto. Esse dado coloca o Brasil entre os países com mais invasões digitais no mundo.

Esse cenário se deve, em parte, aos avanços da inteligência artificial (IA), que têm tornado os ataques mais sofisticados e difíceis de combater. Por um lado, a IA permite novas tecnologias de proteção; por outro, é também utilizada por criminosos para realizar golpes mais convincentes. Um exemplo é o “vishing”, que explora a tecnologia de voz para se passar por uma pessoa conhecida e enganar a vítima para obter dados confidenciais. Este tipo de golpe é cada vez mais comum e representa hoje uma grande parte dos ataques cibernéticos.

Por isso, investir em tecnologia de defesa é fundamental, mas é igualmente importante capacitar as equipes e criar uma cultura de segurança. Quando todos os colaboradores têm conhecimento básico sobre os riscos digitais e adotam boas práticas de segurança, a organização se torna muito mais protegida. Muitas empresas bem-sucedidas em segurança têm unido tecnologia avançada com campanhas de conscientização para fortalecer a proteção.

O custo de um ataque cibernético é alto. Segundo um relatório recente, o Brasil tem um custo médio de R$ 6,75 milhões por violação de dados, e ataques de phishing — golpes que induzem a vítima a fornecer informações confidenciais — são os que mais oneram, podendo chegar a R$ 7,75 milhões em média. Esses custos vão além da perda de dados, incluindo prejuízos à reputação da empresa e à confiança dos clientes, além de possíveis questões legais.

A proteção contra ataques cibernéticos vai além da tecnologia. Criar um ambiente onde todos compreendam a importância da segurança digital é um diferencial que ajuda a reduzir os riscos e aumenta a capacidade de resposta frente a incidentes. A segurança é tanto sobre tecnologia quanto sobre a conscientização e o cuidado no dia a dia.

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COMO A CIBERSEGURANÇA ESTÁ TRANSFORMANDO O FUTURO DOS PLANOS DE SAÚDE

A transformação digital está presente em todos os setores, e a área da saúde é uma das mais afetadas por essa revolução tecnológica. No entanto, junto com os avanços vêm os desafios relacionados à cibersegurança, especialmente para as operadoras de saúde, que lidam com dados altamente sensíveis e atraem a atenção de cibercriminosos. De acordo com um relatório da Cybersecurity & Infrastructure Security Agency (CISA), 66% das organizações de saúde sofrem tentativas constantes de ataques cibernéticos, o que coloca o setor em uma posição de alerta.

Apesar das ameaças, a inovação tecnológica não deve ser vista como uma barreira, mas como uma oportunidade de evolução. A tecnologia, quando usada de forma estratégica, pode ajudar a resolver problemas estruturais do setor, como a prevenção de fraudes e a redução de desperdícios. O ponto chave está na implementação de uma abordagem sólida e inteligente de cibersegurança, que proteja os dados dos pacientes e garanta a continuidade dos serviços.

O primeiro passo para uma estratégia eficaz é investir na capacitação e treinamento dos colaboradores. As ameaças digitais evoluem constantemente, e é crucial que os profissionais estejam preparados para identificar sinais de possíveis ataques, como tentativas de phishing e infecções por malware. Além disso, é fundamental que sejam incentivados a seguir boas práticas no uso de dispositivos e no tratamento de dados. Essa conscientização não só diminui os riscos, mas também promove uma cultura organizacional de segurança.

Outro elemento essencial é a criação de políticas de segurança bem definidas. Cada colaborador deve seguir protocolos claros sobre o uso de dispositivos, o acesso a informações sensíveis e a resposta em caso de incidentes. Com isso, as operadoras podem mitigar os riscos e garantir que, caso um ataque aconteça, todos saibam exatamente o que fazer para conter e minimizar os impactos.

O uso de tecnologias avançadas é igualmente indispensável. Ferramentas como firewalls, sistemas de detecção de intrusões, antivírus e criptografia de dados são fundamentais para prevenir coações cibernéticas. Porém, essas soluções precisam ser constantemente atualizadas e ajustadas para acompanhar as novas ameaças. O monitoramento contínuo de redes e sistemas é outro ponto crucial, permitindo a identificação precoce de ações maliciosas e a resposta rápida antes que se tornem violações graves.

Além disso, mesmo com todas as medidas preventivas, nenhum sistema é completamente imune. Por isso, ter um plano de resposta a incidentes bem estruturado é indispensável. Esse plano deve prever uma comunicação clara – interna e externa – e incluir ações imediatas de contenção e recuperação. Operadoras de saúde que respondem rapidamente a um ataque conseguem não apenas mitigar os danos, mas também preservar a confiança de seus pacientes e parceiros.

A cibersegurança é um esforço coletivo. Além das medidas internas, é vital que as operadoras de saúde estabeleçam parcerias com especialistas em segurança digital e participem de fóruns de discussão sobre o tema. Estar atualizado sobre novas ameaças e soluções permite que o setor de saúde continue inovando com segurança, aproveitando os benefícios tecnológicos para melhorar a vida de pacientes e profissionais. Dessa forma, a saúde pode, de fato, se beneficiar da transformação digital, com impacto positivo em toda a sociedade.

Com as devidas diligências, a tecnologia não apenas protege, mas também eleva o patamar de serviços e cuidados no setor de saúde.

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ABORDAGENS INTEGRADAS PARA A CIBERSEGURANÇA EM ANÁLISES DE DADOS REAL-TIME

A importância da análise de dados em tempo real permeia diversos setores, da indústria petrolífera ao financeiro, exigindo uma abordagem meticulosa à segurança cibernética frente ao volume crescente de informações processadas continuamente. A salvaguarda de dados críticos nesse cenário dinâmico coloca em evidência desafios complexos, como a prevenção de invasões digitais, a proteção contra a captura ilegítima de dados, o bloqueio de acessos não consentidos e a mitigação de riscos oriundos de ameaças internas.

Uma estratégia eficaz para a defesa de dados sensíveis em análises instantâneas envolve a adoção de medidas de segurança abrangentes, entre as quais se destaca a configuração de Centros de Operações de Segurança (SOCs) especializados. Esses centros são essenciais para o monitoramento ininterrupto, a identificação de ameaças em tempo real e a rápida resposta a incidentes. A adesão a normativas de proteção de dados, como o GDPR na Europa e o LGPD no Brasil, é outro pilar fundamental para a segurança dos dados, garantindo conformidade e proteção.

No âmbito específico da indústria de petróleo e gás, a fusão entre os sistemas de Tecnologia da Informação (TI) e Operações de Tecnologia (OT) expande consideravelmente o espectro de vulnerabilidades, demandando medidas de segurança reforçadas. A criptografia de dados, o controle rigoroso de acessos e a supervisão de registros de atividade se tornam indispensáveis, assim como a segurança de dispositivos antigos e a observância das legislações específicas de cada jurisdição.

A cultura organizacional em torno da cibersegurança é determinante para a eficácia da proteção de dados durante a análise real-time. Programas de capacitação contínua que orientem os colaboradores sobre as práticas seguras, o reconhecimento de ameaças e os protocolos de ação em caso de incidentes são essenciais para forjar um ambiente de trabalho vigilante e preparado. A implementação de soluções tecnológicas de ponta, como a detecção de anomalias via inteligência artificial e sistemas de autenticação multifatoriais, amplia a robustez das defesas organizacionais contra investidas digitais.

A necessidade de acesso instantâneo aos dados, embora crucial para a tomada de decisão ágil e fundamentada, não pode sobrepor-se à segurança da informação. As empresas devem perseguir um equilíbrio entre as medidas de proteção e a eficiência no acesso e manuseio dos dados. Essa balança é alcançada por meio de uma política de segurança em camadas, avaliações de segurança periódicas e monitoramento constante, assegurando a integridade das estratégias de defesa cibernética.

A segurança cibernética na análise de dados em tempo real exige uma visão holística e antecipatória frente às ameaças digitais em constante evolução. Através da adoção de tecnologias inovadoras, fomento de uma cultura organizacional voltada à segurança e atualização contínua em relação a normas e padrões setoriais, as empresas podem salvaguardar seus ativos mais preciosos, fortalecendo a confiança dos seus clientes em um mundo cada vez mais digital e interligado.