Publicado em

TOQUE FANTASMA: COMO FUNCIONA O GOLPE QUE MIRA PAGAMENTOS POR APROXIMAÇÃO

Nos últimos anos, a popularização dos pagamentos por aproximação trouxe praticidade, mas também abriu espaço para novas modalidades de fraude. Uma delas é o chamado toque fantasma, um golpe sofisticado que combina engenharia social com exploração da tecnologia NFC (Near Field Communication).

Nesse esquema, o criminoso convence a vítima a instalar um aplicativo aparentemente legítimo, enviado por SMS, e-mail ou mensagem instantânea. Após a instalação, o usuário é induzido a aproximar o cartão do celular, acreditando estar apenas validando informações. Na realidade, o app malicioso captura o token criptografado gerado pela transação NFC, que tem duração de segundos e deveria ser usado apenas uma vez. Com esse código em mãos, o golpista, utilizando outro dispositivo, executa pagamentos em tempo real como se fosse o titular.

Diferenças em relação a outros golpes

Embora guarde semelhanças com o chamado “mão fantasma”, as duas práticas têm alvos distintos. O “mão fantasma” mira diretamente o internet banking, por meio da instalação de trojans que permitem acesso remoto ao dispositivo da vítima. Já o toque fantasma foca no uso do cartão físico ou digital, explorando a tecnologia de aproximação sem que seja necessário, num primeiro momento, o roubo de senhas.

Há também uma variação que ocorre quando o cartão é roubado fisicamente. Nesse caso, o criminoso utiliza aplicativos preparados para extrair dados por NFC, conseguindo realizar compras dentro do limite autorizado para pagamentos sem senha.

Por que a fraude é possível?

A tecnologia NFC foi projetada para ser segura: cada operação gera um código único, de uso único e imediato. O que o golpe faz é sincronizar a captura e a utilização desse token em tempo real, antes que ele expire. Trata-se, portanto, menos de uma falha técnica e mais de uma exploração da boa-fé do usuário, induzido a colaborar com a fraude ao instalar o aplicativo e seguir as instruções do golpista.

Risco ampliado pelo fator psicológico

A engenharia social é a engrenagem principal desse golpe. Os fraudadores costumam telefonar se passando por representantes de instituições financeiras, já munidos de informações como nome completo ou CPF, o que torna a abordagem mais convincente. A sensação de urgência e a promessa de “validação de segurança” são gatilhos comuns usados para manipular a vítima.

Esse aspecto torna o problema ainda mais delicado: uma vez que o próprio usuário instalou o app e aproximou o cartão, o ressarcimento por parte das instituições financeiras nem sempre é garantido.

Como se proteger

Algumas medidas práticas podem reduzir o risco de ser vítima:

  • Nunca instale aplicativos enviados por links em mensagens; use apenas as lojas oficiais (Google Play ou Apple Store).
  • Desconfie de ligações que pedem validação de dados bancários; instituições financeiras não solicitam esse tipo de ação por telefone.
  • Bloqueie imediatamente cartões roubados ou extraviados e registre boletim de ocorrência.
  • Defina limites de valor para compras por aproximação, ajustados ao seu perfil de consumo.
  • Jamais informe senha ou PIN em aplicativos que não sejam os oficiais do banco.
  • Atenção a mensagens que geram pânico ou urgência – são sinais clássicos de manipulação.

O golpe do toque fantasma mostra que, mais do que vulnerabilidades técnicas, o elo mais explorado ainda é o comportamento humano. A prevenção depende, portanto, tanto do uso consciente das ferramentas digitais quanto da manutenção de uma postura crítica diante de abordagens suspeitas.

Publicado em

FRAUDES VIRTUAIS EM ALTA E O PAPEL DO SEGURO NA PROTEÇÃO DE DADOS

Nos últimos anos, os crimes virtuais se consolidaram como a principal forma de ataque contra a população brasileira, ultrapassando os delitos patrimoniais tradicionais. Pesquisas recentes mostram que um terço dos brasileiros sofreu golpes pela internet, o que representa dezenas de milhões de pessoas afetadas em apenas doze meses. Paralelamente, fraudes por meio de mensagens, ligações e contatos digitais suspeitos atingiram mais de um terço da população adulta, confirmando a centralidade do celular como instrumento do cotidiano e, ao mesmo tempo, alvo prioritário do crime organizado.

Esse movimento tem impacto direto no mercado segurador. A proteção já não pode se limitar ao aparelho físico: é necessário cobrir também os efeitos do uso criminoso das informações armazenadas e das transações realizadas a partir do dispositivo. As seguradoras começam a responder com apólices que incluem desde transferências bancárias não autorizadas até o roubo de dados pessoais, incorporando elementos de cibersegurança ao tradicional seguro de bens.

A resposta institucional e legislativa

Enquanto as seguradoras ampliam seu portfólio, o poder público também busca se adaptar. Nos últimos anos, registrou-se queda acentuada nos roubos a instituições financeiras físicas, em contraste com a alta constante dos estelionatos virtuais. Em resposta, o Congresso Nacional intensificou debates e criou estruturas permanentes para tratar da defesa cibernética. Estão em análise dezenas de projetos voltados à criminalidade digital, entre eles propostas que incluem a tipificação da extorsão digital e o aumento de penas em ataques contra serviços essenciais, como saúde e segurança pública.

Paralelamente, polícias civis vêm inaugurando departamentos especializados em crimes digitais. O exemplo mais recente é a criação de uma unidade dedicada exclusivamente a investigar invasões de sistemas, roubo de dados e golpes online. A medida sinaliza que tais crimes passaram a ser tratados com a mesma gravidade que delitos tradicionalmente considerados de maior impacto social.

Seguro cibernético em expansão

O avanço da criminalidade digital reflete-se no crescimento acelerado do seguro cibernético. De acordo com dados da confederação nacional do setor, a arrecadação desse produto multiplicou-se quase nove vezes em cinco anos. A procura é especialmente forte em grandes centros, mas cresce de forma expressiva em estados historicamente fora do eixo da inovação financeira, demonstrando que a preocupação já é nacional.

Relatórios internacionais indicam que o Brasil enfrenta custos médios superiores a sete milhões de reais por incidente de violação de dados, com impactos ainda maiores nos segmentos de saúde, financeiro e de serviços. Esse quadro pressiona empresas a buscarem soluções não apenas preventivas, mas também de mitigação financeira e reputacional.

Tecnologia como aliada

O futuro do seguro digital passa pela integração com ferramentas tecnológicas. Já se vislumbra a inclusão de recursos como bloqueio remoto de aparelhos, monitoramento transacional em tempo real e parcerias com empresas de cibersegurança. A lógica é simples: proteger o patrimônio físico deixou de ser suficiente, pois o valor hoje está também nos dados e no acesso aos serviços digitais.

Um novo paradigma para o setor

A migração da criminalidade para o ambiente digital impõe ao setor de seguros a necessidade de reinventar-se. O produto de sucesso será aquele capaz de equilibrar a cobertura patrimonial com a proteção contra fraudes eletrônicas e violações de dados. Para isso, inovação em análise preditiva, sinistros mais ágeis e seguros modulares aparecem como caminhos viáveis.

O que está em jogo não é apenas a preservação de bens, mas a confiança do consumidor em um mundo no qual o celular se tornou extensão da própria identidade. Garantir essa proteção representa o próximo passo no amadurecimento do mercado segurador brasileiro.

Publicado em

PIX TERÁ NOVAS REGRAS PARA AGILIZAR DEVOLUÇÃO EM CASOS DE FRAUDE

O sistema de pagamentos instantâneos passará a contar com ajustes importantes que buscam oferecer maior proteção aos usuários e rapidez na restituição de valores desviados em golpes. As mudanças concentram-se no Mecanismo Especial de Devolução (MED), ferramenta criada para viabilizar a recuperação de quantias transferidas indevidamente.

A partir de outubro, todos os aplicativos bancários deverão permitir que o cliente registre digitalmente a contestação de uma operação suspeita. Isso significa que a vítima não dependerá mais do atendimento telefônico ou presencial, podendo acionar o banco de forma imediata. A expectativa é que essa agilidade aumente as chances de bloqueio dos valores antes que sejam esvaziados das contas de destino.

Outro avanço está previsto para novembro: os bancos poderão rastrear recursos transferidos a partir da conta utilizada no golpe e buscar a devolução em outras contas vinculadas ao fraudador. Essa medida começará de forma facultativa, mas se tornará obrigatória no início de 2026.

Com esses aprimoramentos, estima-se que a devolução ocorra em até 11 dias após a contestação. Além disso, as informações relacionadas a operações suspeitas serão compartilhadas entre as instituições financeiras, fortalecendo a prevenção contra novas tentativas de fraude.

É importante destacar que o MED se aplica exclusivamente a situações de fraude comprovada ou falhas operacionais das instituições financeiras. Transferências equivocadas feitas por erro do usuário, bem como desavenças comerciais, não estão cobertas pelo mecanismo e devem ser resolvidas por outros meios.

Assim, o conjunto de medidas reforça a função do Pix como meio de pagamento seguro e confiável, ao mesmo tempo em que exige dos usuários atenção redobrada para diferenciar as hipóteses em que o recurso pode ser utilizado.

Publicado em

FRAUDES CORPORATIVAS: TECNOLOGIA COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA CONTRA FRAUDES EMPRESARIAIS

Fraudes empresariais deixaram de ser casos isolados para se tornarem um desafio estrutural. Mais da metade das organizações sofreu ao menos um episódio de fraude em um período de apenas doze meses. O dado revela a necessidade de investir em tecnologias capazes de reduzir vulnerabilidades e reforçar a confiança nas operações.

Nesse contexto, soluções de automação com inteligência artificial têm se mostrado decisivas. Plataformas estruturadas em workflows inteligentes eliminam tarefas repetitivas e suscetíveis a erro humano, consolidando todo o ciclo de apólices e sinistros em fluxos rastreáveis. O resultado é maior visibilidade, agilidade na identificação de anomalias e encaminhamento automático apenas dos casos críticos para análise manual.

A combinação de trilhas de auditoria, controles operacionais e checkpoints de conformidade garante não apenas a detecção em tempo real, mas também o cumprimento das exigências regulatórias de órgãos como Susep e ANS. Esse nível de governança digital assegura integridade dos processos, reduzindo brechas para fraudes internas, manipulações e conluios.

O uso de APIs e conectores amplia ainda mais o alcance investigativo, permitindo a integração com motores de aprendizado de máquina, processamento de linguagem natural e ferramentas de análise comportamental. Dessa forma, torna-se possível detectar desvios de perfil, inconformidades em coberturas e padrões suspeitos de atuação de segurados ou prestadores.

No setor de saúde suplementar, os benefícios são evidentes. Verificações automáticas de identidade e autenticidade documental via OCR, cruzadas com bases oficiais como ANS, Receita Federal e Bacen, asseguram a legitimidade das informações antes de autorizações ou reembolsos. Além disso, regras configuráveis permitem parametrizar políticas de compliance e critérios de subscrição, coibindo reembolsos duplicados ou solicitações inconsistentes.

A automação inteligente também garante eficiência: solicitações de reembolso passam por formulários dinâmicos que exigem apenas os documentos previstos em contrato ou norma regulatória. As notas fiscais são digitalizadas, comparadas ao histórico do beneficiário e avaliadas por agentes de IA, reduzindo tempo de resposta e fortalecendo a confiança de operadoras, prestadores e beneficiários.

Mais do que acelerar processos, o diferencial está na criação de um ambiente de transparência, rastreabilidade e previsibilidade. É a consolidação de uma cultura em que segurança, governança e integridade não são adereços, mas condições essenciais para a sustentabilidade das operações.

Publicado em

CINCO GOLPES VIRTUAIS QUE MAIS ATINGEM OS BRASILEIROS E COMO EVITÁ-LOS

A internet se tornou parte indispensável da vida cotidiana. Compras, serviços, comunicação e até compromissos bancários podem ser resolvidos com alguns cliques. Essa praticidade, no entanto, abriu espaço para criminosos digitais que, aproveitando brechas de atenção dos usuários, buscam obter dinheiro ou informações pessoais por meio de armadilhas cada vez mais sofisticadas.

A seguir, apresento os cinco golpes mais recorrentes no ambiente virtual e oriento sobre como se proteger de cada um deles.

1. Golpe do falso parente

Nesse tipo de fraude, o criminoso entra em contato por telefone ou aplicativos de mensagem, fingindo ser um parente em apuros. O objetivo é sensibilizar a vítima e induzi-la a transferir valores para uma conta indicada pelo golpista.

Como se proteger: nunca realize transferências sem confirmar a identidade de quem pede ajuda. Uma chamada de vídeo costuma ser suficiente para desmascarar a fraude. Diante da suspeita, encerre o contato e comunique o ocorrido à polícia.

2. Phishing (mensagens fraudulentas)

Aqui, e-mails, SMS ou mensagens em redes sociais imitam comunicações oficiais de bancos, lojas ou órgãos públicos. O usuário é induzido a clicar em links ou fornecer dados pessoais, permitindo que os golpistas capturem informações sigilosas.

Como se proteger: desconfie de mensagens alarmistas ou urgentes. Nunca clique em links de origem duvidosa e digite manualmente o endereço de sites oficiais no navegador. Utilize antivírus atualizado com filtros de proteção contra phishing.

3. Falso Pix e “Pix premiado”

Muito comum em promoções falsas, o golpe exige um pagamento inicial via Pix para liberar um prêmio inexistente. Outra variação envolve o envio de comprovantes falsos de transferência em negociações de compra e venda.

Como se proteger: jamais pague para receber prêmios. Verifique se a promoção existe nos canais oficiais da empresa. Ao negociar, confirme no aplicativo bancário se o valor realmente foi creditado antes de liberar produtos ou serviços.

4. Sites de compras falsos

Páginas fraudulentas simulam lojas virtuais conhecidas ou oferecem produtos por preços irreais. O consumidor paga e não recebe nada ou recebe mercadorias diferentes das anunciadas. Há ainda páginas falsas de concursos e taxas públicas.

Como se proteger: desconfie de preços muito abaixo do mercado. Confira se o site utiliza conexão segura (HTTPS), pesquise o CNPJ e avaliações de consumidores. Prefira métodos de pagamento que ofereçam maior proteção, como cartões virtuais ou intermediadores confiáveis.

5. Boleto falso

Fraudadores criam páginas falsas para gerar boletos que direcionam o pagamento para contas de criminosos. O golpe é frequente em períodos de tributos como IPVA e IPTU, mas também pode envolver inscrições em concursos ou taxas de serviços.

Como se proteger: confira sempre se o site de emissão pertence ao órgão oficial. Digite o endereço diretamente na barra do navegador e evite links patrocinados ou recebidos por terceiros. Em caso de dúvida, valide a autenticidade junto ao banco ou à instituição responsável.

Atenção redobrada no ambiente digital

O crime virtual se expandiu de forma significativa após a pandemia, quando boa parte das interações e transações passou a ocorrer pela internet. Os fraudadores compreenderam que o espaço digital oferece maior alcance e retorno financeiro do que práticas ilícitas no ambiente físico.

Assim como ninguém atravessaria uma rua deserta à noite sem cautela, é preciso ter a mesma prudência no universo digital: evitar links suspeitos, sites sem credibilidade e contatos inesperados que tentam induzir decisões apressadas.

Como denunciar

Caso identifique ou seja vítima de golpe, procure imediatamente uma delegacia. É importante registrar a ocorrência para auxiliar nas investigações e impedir que outras pessoas sejam enganadas.

Publicado em

GOLPES POR VOZ CLONADA: COMO IDENTIFICAR E SE PROTEGER

As chamadaAs chamadas telefônicas em que o usuário atende e não ouve nada do outro lado já não podem ser vistas apenas como um incômodo trivial. Para especialistas em segurança digital, esse comportamento pode ser a fase inicial de uma fraude sofisticada: a clonagem de voz com apoio de inteligência artificial.

O mecanismo funciona da seguinte forma: basta que a vítima pronuncie um simples “alô” para que softwares especializados captem características sonoras suficientes para reproduzir, com alto grau de fidelidade, a voz dessa pessoa. De posse desse material, criminosos conseguem simular conversas inteiras, apresentando-se como familiares, colegas de trabalho ou mesmo superiores hierárquicos, sempre em busca de vantagem ilícita.

Fraudes desse tipo já resultaram em transferências bancárias realizadas por parentes enganados, em pedidos falsos de ajuda emergencial e até em tentativas de acesso a ambientes corporativos que utilizam autenticação por voz. A combinação entre facilidade de acesso às ferramentas de IA e sua precisão crescente tem ampliado os riscos para cidadãos e empresas.

Boas práticas de prevenção
Para mitigar esse tipo de golpe, algumas medidas simples são recomendadas:

  • Desligar imediatamente chamadas silenciosas ou suspeitas.
  • Evitar repassar informações pessoais, bancárias ou corporativas por telefone.
  • Confirmar pedidos de auxílio por meios alternativos, como videochamadas ou contato direto.
  • Compartilhar essas orientações com familiares, colegas e colaboradores, fortalecendo a consciência coletiva sobre o risco.

A clonagem de voz não é uma ameaça distante; ela já faz parte da realidade digital contemporânea. A informação continua sendo o principal recurso de defesa: quanto maior o nível de conscientização, menores as chances de que indivíduos e organizações sejam manipulados por falsos áudios.

Publicado em

BIOMETRIA FACIAL PERDE ESPAÇO PARA VERIFICAÇÃO CADASTRAL NA PREVENÇÃO DE FRAUDES DIGITAIS

A biometria facial, frequentemente apontada como uma das formas mais avançadas de autenticação digital, tem demonstrado limitações diante da sofisticação dos golpes virtuais no Brasil. Levantamentos recentes indicam que, no primeiro semestre de 2025, esse método conseguiu bloquear apenas 41,9% das tentativas de fraude. O índice é inferior ao da verificação de inconsistências cadastrais, que apresentou 50,6% de eficácia e atualmente se destaca como o recurso mais efetivo na prevenção desses delitos.

Casos recentes mostram que, uma vez que dados biométricos e fotográficos são inseridos de forma fraudulenta em sistemas oficiais e aplicativos bancários, criminosos conseguem abrir contas e contratar empréstimos em nome de terceiros, explorando brechas nos processos de autenticação.

A fragilidade do sistema é potencializada pelo uso de técnicas como deepfakes, spoofing, engenharia social e manipulação em videoconferências. A ausência de padrões claros na coleta de biometria e a utilização isolada desse recurso contribuem para o risco. A autenticação multimodal — que combina reconhecimento facial, voz, impressão digital e tokens de segurança — surge como alternativa mais robusta.

Outro ponto relevante é que mecanismos de análise de inconsistências cadastrais permitem detectar irregularidades antes da etapa de autenticação biométrica, interrompendo tentativas de fraude de forma preventiva.

O fortalecimento da segurança digital exige uma combinação de medidas: capacitação dos usuários, integração de diferentes tecnologias de autenticação e sistemas capazes de cruzar informações de forma inteligente. Instituições que adotam recursos adicionais, como bloqueios automáticos diante de atividades suspeitas, validação por voz em contatos telefônicos e alertas imediatos ao usuário, tendem a reduzir significativamente o risco de ataques bem-sucedidos.

Publicado em

BOLETOS FALSOS E A IMPORTÂNCIA DA PROTEÇÃO DE DADOS NA PREVENÇÃO DE FRAUDES EMPRESARIAIS

Empresas de todos os setores vêm enfrentando desafios significativos relacionados à segurança financeira, especialmente diante da alta incidência de fraudes associadas a boletos falsos. Dados apontam que milhões de tentativas ocorrem anualmente, gerando impactos bilionários. Quando negligenciam a proteção da informação, as organizações não apenas se expõem a prejuízos diretos, como também comprometem sua credibilidade perante clientes, parceiros e o mercado.

Nesse contexto, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) deixa de ser apenas um instrumento regulatório para assumir papel estratégico na mitigação de riscos. A correta aplicação dos princípios da LGPD fortalece os controles internos e contribui para a criação de ambientes digitais mais confiáveis e resilientes.

A cadeia de segurança da informação tem como ponto mais sensível o fator humano. Colaboradores, consumidores e prestadores de serviço, quando mal orientados ou sem capacitação adequada, podem inadvertidamente abrir portas para golpes sofisticados. Treinamentos contínuos, políticas de segurança bem definidas e práticas de governança digital tornam-se, portanto, indispensáveis para prevenir incidentes relacionados ao uso indevido de dados.

Conformidade com a LGPD como diferencial empresarial

Além de atender a exigências legais, a conformidade com a legislação de proteção de dados proporciona benefícios reputacionais e operacionais. Empresas que demonstram responsabilidade com a privacidade das informações conquistam maior confiança do consumidor e reduzem a exposição a litígios judiciais. Transparência, consistência e rastreabilidade nos processos são aspectos valorizados por parceiros comerciais e pelo próprio mercado.

A prevenção de fraudes exige mais do que ferramentas tecnológicas. É necessário um compromisso organizacional com processos seguros, monitoramento contínuo e governança orientada pela proteção da informação. A adoção das diretrizes da LGPD deve ser compreendida como parte integrante da estratégia empresarial, sendo a segurança dos dados tão relevante quanto qualquer outro ativo de valor.

A cultura de proteção de dados não apenas fortalece o ecossistema digital da organização, como também projeta um posicionamento ético e responsável frente às transformações regulatórias e tecnológicas da sociedade atual.

Publicado em

FRAUDE COM RECONHECIMENTO FACIAL: COMO IDOSOS ESTÃO SENDO ENGANADOS NAS RUAS E EXPOSTOS A GOLPES FINANCEIROS

Tem se tornado cada vez mais comum a abordagem de pessoas idosas nas ruas por estranhos que, de maneira aparentemente amistosa, solicitam uma foto. O que parece um gesto inocente — um simples registro fotográfico — esconde uma intenção fraudulenta. A vítima, ao aceitar posar para a câmera, acaba fornecendo material valioso para criminosos que buscam burlar sistemas de reconhecimento facial usados em plataformas digitais e instituições financeiras.

Esse tipo de fraude se aproveita da boa-fé dos idosos. Os golpistas, muitas vezes em tom cordial, pedem que a pessoa fique séria e retire os óculos ou outros acessórios do rosto. Em seguida, insistem em tirar diversas fotos, alegando problemas técnicos. O pedido pode vir acompanhado de alguma justificativa, como a promessa de um benefício ou ajuda, o que aumenta a sensação de legitimidade da abordagem.

Além das fotos faciais, os criminosos solicitam, de maneira dissimulada, os documentos pessoais da vítima. Alegando a necessidade de comprovação de identidade para liberar algum tipo de benefício, fotografam RGs, CPFs ou cartões de benefício, completando assim o pacote de informações necessário para aplicar fraudes — geralmente empréstimos consignados em nome do idoso.

Esses dados são utilizados para acessar aplicativos e sistemas de autenticação biométrica, como o Meu INSS, contas bancárias e plataformas de serviços públicos. A exigência de expressão neutra e ausência de adornos nesses sistemas é exatamente o que os fraudadores reproduzem ao tirar as fotos. Com o rosto capturado sob as condições ideais e documentos em mãos, o acesso indevido se torna viável, permitindo contratações fraudulentas de crédito.

Para evitar esse tipo de golpe, é fundamental adotar algumas posturas preventivas:

  • Recuse pedidos de estranhos para tirar fotos, especialmente se houver insistência quanto à retirada de óculos, chapéus ou outros itens que cubram o rosto.
  • Caso aceite tirar uma foto, mantenha um sorriso. Isso dificulta o uso da imagem em sistemas que exigem neutralidade facial.
  • Evite permitir que o rosto seja fotografado de forma próxima e em sequência. Se for inevitável, priorize fotos em que o corpo inteiro ou a parte superior esteja visível.
  • Nunca entregue seus documentos pessoais para que terceiros os fotografem ou registrem imagens deles, independentemente da justificativa apresentada.
  • Desconfie de abordagens que oferecem brindes, cestas básicas ou qualquer vantagem em troca de fotos e dados pessoais.

A proteção contra esse tipo de golpe passa pelo fortalecimento da consciência digital e da prudência cotidiana. Especialmente no caso de pessoas idosas, o cuidado precisa ser redobrado. Familiares, cuidadores e instituições de apoio devem orientar sobre esses riscos e incentivar a adoção de medidas preventivas. A segurança, nesse contexto, começa com a informação e se mantém com a atenção aos detalhes.

Publicado em

FALSO INVESTIMENTO: COMO ATUAM OS GOLPISTAS E O QUE VOCÊ PODE FAZER PARA SE PROTEGER

O acesso a investimentos se tornou mais acessível e popular nos últimos anos. Com apenas alguns cliques no aplicativo do banco, já é possível aplicar recursos e acompanhar os primeiros rendimentos. No entanto, essa facilidade também abriu caminho para novos tipos de fraude. Entre eles, o golpe do falso investimento tem feito vítimas em diversas regiões do país.

O esquema funciona com a apresentação de uma suposta oportunidade de investimento, normalmente associada a lucros rápidos e garantidos. As abordagens são feitas por redes sociais, aplicativos de mensagens e até sites que simulam páginas oficiais de bancos ou corretoras. Os criminosos, muitas vezes, se passam por especialistas em finanças e criam um ambiente de aparente profissionalismo para conquistar a confiança da vítima.

As falsas promessas envolvem ganhos muito acima da média do mercado. Para convencer o investidor, os golpistas apresentam plataformas online que simulam investimentos em ativos como criptomoedas ou fundos exclusivos. A vítima visualiza os valores depositados crescendo rapidamente, o que a incentiva a realizar aportes cada vez maiores. No entanto, quando tenta resgatar o dinheiro, descobre que a plataforma é fictícia e o valor não está disponível.

Uma tática comum é o uso de pressão psicológica. Os golpistas costumam impor prazos curtos para a decisão, dizendo que a oferta é limitada ou que os lucros só estarão disponíveis por tempo restrito. Esse tipo de abordagem visa impedir que a vítima reflita ou busque informações confiáveis.

Para evitar cair nesse tipo de fraude, é fundamental adotar algumas medidas básicas de verificação. Antes de realizar qualquer transferência para uma plataforma, verifique se há registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Empresas legalmente constituídas no setor de investimentos são obrigadas a seguir regras e fornecer informações transparentes sobre os produtos ofertados.

Outra dica é desconfiar de propostas muito vagas ou com retorno financeiro extremamente elevado em curto prazo. Mensagens excessivamente otimistas, especialmente em grupos de mensagens com pessoas elogiando os lucros obtidos, podem fazer parte da encenação para reforçar a credibilidade do golpe.

Alguns sinais devem servir de alerta imediato, como a exigência de transferências via Pix para pessoas físicas ou o pedido de pagamento antecipado com a promessa de retorno garantido. Plataformas que permitem resgates iniciais com altos lucros também merecem atenção, pois podem ser usadas apenas para alimentar a ilusão de que os valores estão seguros.

Se você foi vítima desse tipo de fraude, o primeiro passo é reunir todas as provas possíveis: prints de mensagens, comprovantes de pagamento, e-mails, perfis usados na abordagem e registros de chamadas. Com esse material, procure a delegacia mais próxima ou utilize o serviço de delegacia virtual do seu estado.

O ideal é também contar com o apoio de um advogado especializado em crimes financeiros. A atuação jurídica pode ajudar tanto na orientação para preservar seus direitos quanto na adoção de medidas para tentar o bloqueio de valores e responsabilização dos envolvidos.

Investir com segurança exige não apenas conhecimento sobre o mercado, mas atenção redobrada às promessas fáceis.

Publicado em

POR QUE O DIREITO DIGITAL SE TORNOU INDISPENSÁVEL NA VIDA PROFISSIONAL E EMPRESARIAL

A tecnologia transformou profundamente a forma como nos comunicamos, consumimos e conduzimos negócios. Com isso, surgem novas demandas jurídicas que exigem do profissional do Direito uma compreensão técnica sobre o funcionamento do ambiente digital. Nesse contexto, o papel do advogado com especialização em Direito Digital torna-se cada vez mais necessário para lidar com as complexidades legais do mundo virtual.

A internet ampliou o alcance da informação, mas também criou espaços onde práticas ilícitas são facilmente disseminadas. Casos de ataques à reputação, fraudes eletrônicas, uso indevido de imagem, invasões de privacidade e vazamentos de dados se tornaram parte da realidade de empresas e indivíduos. Além disso, a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) trouxe uma nova camada de responsabilidade jurídica às atividades digitais, exigindo adequação de processos, políticas internas e contratos.

Atuação prática e preventiva

A atuação jurídica nesse campo envolve tanto a defesa em litígios quanto o trabalho consultivo e preventivo. É comum a judicialização de condutas como calúnia e difamação em redes sociais, golpes que envolvem engenharia social e clonagem de aplicativos, além de demandas que exigem a remoção urgente de conteúdos ofensivos ou falsos. Nessas situações, o domínio das regras jurídicas aliadas ao entendimento sobre o funcionamento das plataformas digitais permite respostas mais eficazes e ágeis.

O trabalho preventivo é igualmente relevante. Empresas que utilizam a internet para promover seus produtos ou serviços precisam assegurar a conformidade com a legislação vigente, especialmente no tratamento de dados pessoais, na estruturação de contratos eletrônicos e no uso de assinaturas digitais. Políticas de segurança da informação, termos de uso, e protocolos internos para gestão de incidentes também devem ser elaborados sob orientação jurídica especializada.

Patrimônio digital: a dimensão jurídica dos ativos online

A atuação no Direito Digital também abrange a proteção de bens intangíveis como domínios, perfis em redes sociais, contas de anúncios e canais digitais com audiência consolidada. Esses ativos, embora muitas vezes negligenciados sob o aspecto jurídico, representam valor estratégico para as organizações e precisam estar formalmente resguardados. Problemas recorrentes ocorrem quando funcionários criam ou administram perfis corporativos e, ao se desligarem, levam consigo o controle das contas ou seu conteúdo.

Prever, em contratos de trabalho e documentos internos, cláusulas sobre a titularidade desses canais é uma medida preventiva essencial. Isso inclui a formalização da cessão de direitos, delimitação de responsabilidades e procedimentos para transferência de acesso em caso de desligamento.

A importância do domínio técnico-jurídico

Um diferencial desse ramo de atuação está na capacidade do profissional de transitar com desenvoltura entre o Direito e as tecnologias envolvidas. Conhecer a lógica dos algoritmos, entender o funcionamento de ferramentas de análise digital, saber como preservar e apresentar provas eletrônicas – tudo isso impacta diretamente na eficiência da resposta jurídica.

Quando se trata de mitigar riscos, agir com rapidez e fundamentar corretamente uma medida judicial pode ser determinante para evitar danos à imagem, ao patrimônio e à confiança de clientes ou parceiros.

A assessoria especializada como estratégia de proteção

A assessoria jurídica digital passou a ser uma necessidade constante para quem atua ou mantém presença relevante no ambiente online. O trabalho do advogado especializado nesse campo não se limita a reações diante de crises, mas contribui para a construção de estratégias preventivas que preservam a segurança jurídica da operação.

Em tempos de conectividade plena, garantir a proteção da identidade digital, dos dados sensíveis e dos ativos de comunicação da empresa é uma tarefa que exige conhecimento jurídico profundo e alinhamento com a realidade técnica das plataformas digitais. Contar com um profissional que compreende essa interseção entre Direito e tecnologia não é apenas uma escolha prudente — é uma decisão estratégica para quem deseja atuar com solidez e segurança no mundo digital.

Publicado em

EMPRESAS ENFRENTAM ALTA NOS ATAQUES CIBERNÉTICOS NO SEGUNDO TRIMESTRE DE 2025

O segundo trimestre de 2025 registrou um aumento expressivo nos ataques cibernéticos a empresas em diversas regiões do mundo, com destaque para o crescimento de 21% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em relação a 2023, a elevação foi de 58%, refletindo uma intensificação das atividades maliciosas no ambiente digital.

O setor de educação e pesquisa continua sendo o mais visado, com uma média de 4.388 ataques semanais por organização, seguido pelos setores de administração pública (2.632 ataques semanais) e telecomunicações (2.612 ataques semanais). Esses segmentos têm sido alvos frequentes devido ao volume de dados sensíveis que armazenam e, muitas vezes, à fragilidade de seus sistemas de proteção.

Entre os continentes, a África lidera em volume médio de ataques por semana (3.365), seguida pela região da Ásia-Pacífico (2.874) e pela América Latina (2.803). Ainda que a Europa tenha registrado uma média inferior (1.669), foi o continente que apresentou a maior variação percentual no período, com um salto de 22% na comparação anual.

No contexto nacional, observou-se um acréscimo de 19% nas ofensivas digitais em relação ao segundo trimestre de 2024. Embora abaixo da média global, o número de tentativas de ataque contra empresas locais chegou a 2.155 por semana, superando a média observada em países europeus. Apenas duas nações da Europa apresentaram números mais elevados: Itália e República Checa.

A área de educação e pesquisa também figura como a mais impactada internamente, com uma média de 5.478 ataques semanais, muito acima da média global. O setor de saúde vem logo atrás, com 3.962 incidentes por semana, enquanto o setor público e de defesa contabiliza 2.106 ataques semanais.

Além disso, foi registrado um total de 1.600 incidentes envolvendo ransomware no mundo entre abril e junho deste ano. As regiões com maior concentração desses casos foram América do Norte e Europa, o que reforça a necessidade de revisão contínua das práticas de segurança digital em empresas e instituições.

Esses dados revelam a urgência de investimento constante em soluções de cibersegurança, políticas de prevenção robustas e capacitação de equipes técnicas para mitigar riscos e proteger a integridade de informações estratégicas.