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FRAUDES VIRTUAIS E COMPORTAMENTOS DE RISCO: COMO A PREVENÇÃO PODE EVITAR PREJUÍZOS

Vivemos em uma era marcada pela digitalização de serviços, pela praticidade dos aplicativos e pela instantaneidade das comunicações. No entanto, à medida que a tecnologia avança, também se multiplicam os riscos associados ao uso desprevenido de dispositivos e plataformas digitais. O Brasil tem enfrentado uma verdadeira avalanche de fraudes virtuais, afetando pessoas de diferentes idades, perfis e níveis de instrução.

Levantamentos recentes apontam que uma parcela expressiva da população brasileira já foi alvo de tentativas de golpe por meios digitais, como e-mails, mensagens de texto, redes sociais e ligações telefônicas. Dentre os golpes mais recorrentes, alguns se destacam pela capacidade de enganar com aparência de legitimidade. É o caso da falsa central de atendimento, onde a vítima acredita estar em contato com o próprio banco, fornecendo informações sensíveis de forma espontânea.

Outro golpe, ainda pouco conhecido, é o chamado “da mão fantasma”. Nele, o criminoso convence a vítima a instalar aplicativos de controle remoto, assumindo o comando do aparelho celular e acessando diretamente contas bancárias e dados pessoais. O risco se agrava quando o acesso ocorre de forma silenciosa, sem que a vítima perceba imediatamente o controle externo sobre seu dispositivo.

É preciso compreender que comportamentos rotineiros, como clicar em links recebidos por mensagens, instalar aplicativos fora das lojas oficiais ou divulgar dados pessoais em redes sociais, podem representar brechas importantes na proteção individual. A falsa sensação de domínio sobre o ambiente digital costuma ser um dos principais fatores que tornam as pessoas vulneráveis. Segurança, nesse contexto, é mais uma questão de postura do que de conhecimento técnico.

Outro erro frequente ocorre após o golpe: a hesitação. Muitas vítimas demoram a reagir, acreditando que podem resolver o problema sozinhas ou sentindo-se envergonhadas. O tempo, contudo, é determinante. O ideal é que a vítima entre em contato com a instituição financeira o quanto antes e registre um boletim de ocorrência, preferencialmente com o máximo de informações possíveis sobre o incidente.

As medidas de prevenção seguem sendo o recurso mais eficaz para evitar prejuízos. Adoção de autenticação em dois fatores, vigilância redobrada com contatos não solicitados e rigor absoluto quanto ao fornecimento de senhas e códigos de verificação são passos essenciais para o uso seguro da tecnologia.

Vivemos um tempo em que a confiança no ambiente digital exige, paradoxalmente, vigilância constante. A tecnologia permanece uma aliada valiosa, mas o seu uso consciente é o que determina se ela será uma ferramenta de conveniência ou uma via de acesso para oportunistas.

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GOLPES VIRTUAIS EM AMBIENTES DIGITAIS: COMO IDENTIFICAR RISCOS E PROTEGER SEUS DADOS

O avanço da conectividade digital trouxe inúmeros benefícios, mas também abriu espaço para práticas ilícitas que exploram a confiança e a falta de informação dos usuários. A sofisticação dos golpes virtuais tornou-se um desafio constante para quem utiliza celulares, redes sociais e plataformas de compras online. As perdas não são apenas financeiras: muitas vezes envolvem vazamento de dados pessoais e comprometimento de relações pessoais e profissionais.

Entre os golpes mais recorrentes, destaca-se a clonagem de aplicativos de mensagens, em que criminosos assumem identidades alheias para solicitar transferências de valores. Também proliferam perfis falsos em redes sociais, que imitam lojas conhecidas e atraem consumidores com ofertas inexistentes. Sites de compras aparentemente legítimos, mas sem qualquer respaldo jurídico, também figuram entre os meios mais usados para enganar consumidores. Outro método comum é o falso suporte bancário: a vítima acredita estar falando com um atendente oficial, quando, na verdade, está entregando informações sensíveis a um golpista. Além disso, links maliciosos enviados por e-mail ou mensagens de texto continuam sendo uma porta de entrada para roubo de dados.

O ponto de partida para se proteger não está apenas em “desconfiar de tudo”, mas em adotar hábitos consistentes de prevenção. É necessário adotar uma postura ativa diante do uso da tecnologia, especialmente em relação ao controle da própria identidade digital.

Medidas eficazes para proteção:

  1. Configure autenticação em dois fatores sempre que possível. Este recurso adiciona uma camada extra de segurança, exigindo mais do que apenas a senha para acesso às suas contas.
  2. Evite realizar cadastros em sites e promoções de procedência duvidosa. Quanto mais lugares armazenam seus dados, maior o risco de exposição indevida. Uma base de dados, quando comprometida, pode ser utilizada por criminosos em ataques de engenharia social bastante convincentes.
  3. Desconfie de pressa e urgência em mensagens. Golpistas costumam criar um ambiente emocional que pressiona a vítima a tomar decisões rápidas. Mensagens com apelos dramáticos ou solicitações financeiras imediatas devem ser ignoradas ou, no mínimo, verificadas por outro canal de contato.
  4. Utilize gerenciadores de senhas. Em vez de repetir senhas fracas, essas ferramentas geram e armazenam códigos complexos com segurança, dificultando o acesso indevido às suas contas.
  5. Monitore frequentemente suas contas bancárias e redes sociais. Atividades incomuns podem ser os primeiros sinais de que suas informações foram comprometidas.
  6. Evite salvar senhas e dados de cartão em navegadores ou aplicativos desconhecidos. Ainda que prático, esse hábito facilita a ação de programas maliciosos instalados sem o seu conhecimento.

Caso ocorra uma fraude, é fundamental reunir imediatamente todos os registros da comunicação com o golpista, comprovantes de transferência e prints de conversas. Dirija-se à delegacia mais próxima ou registre o boletim de ocorrência online. Essas informações são valiosas tanto para a investigação quanto para eventual responsabilização dos envolvidos.

Proteger-se exige atenção constante, mas é perfeitamente possível navegar no ambiente digital com segurança, desde que se adote uma postura preventiva e consciente. Segurança online não é apenas sobre tecnologia, mas sobre comportamento.

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ALERTA SOBRE GOLPE QUE UTILIZA SUPOSTA DOAÇÃO DE HERANÇA PARA ENGANAR VÍTIMAS NAS REDES SOCIAIS

Tem circulado pelas redes sociais uma tentativa de fraude que tem enganado usuários por meio de uma história elaborada, estruturada para gerar empatia e confiança. Trata-se de mensagens enviadas por perfis desconhecidos, geralmente apresentando uma narrativa comovente, que envolve uma mulher de idade avançada, supostamente residente em Portugal, alegando estar em estágio terminal de uma doença grave.

Segundo o relato, essa pessoa teria tido uma vida marcada por dificuldades emocionais — teria perdido o marido, com quem administrava um negócio de importação, e não teria deixado herdeiros. A mensagem é escrita com cuidado, apelando à compaixão do destinatário. O ponto central da comunicação é a intenção da remetente de doar sua herança a alguém honesto e digno de confiança.

Após despertar a atenção da vítima, a mensagem solicita que o destinatário entre em contato com um terceiro — apresentado como contador ou tabelião — que ficaria responsável por formalizar os trâmites da suposta doação. A comunicação passa, então, a ocorrer via WhatsApp, com o objetivo de dar aparência de legitimidade ao contato.

No decorrer das conversas, esse suposto representante da remetente apresenta documentos falsificados para dar credibilidade à narrativa. Em seguida, exige o pagamento de taxas administrativas, alegando que são exigidas para liberar os valores oriundos do exterior. Também solicita documentos pessoais, como cópias de RG, CPF, comprovante de residência e, em alguns casos, dados bancários.

É neste momento que a fraude se concretiza: a vítima, acreditando na promessa da herança, realiza pagamentos e entrega dados sensíveis, que podem ser utilizados em práticas criminosas como abertura de contas fraudulentas, solicitação de empréstimos ou outros golpes relacionados à identidade civil.

Diante dessa abordagem, a recomendação é clara: mensagens com propostas financeiras que envolvam heranças, doações ou prêmios, sobretudo vindas de pessoas desconhecidas ou sem vínculo prévio, devem ser ignoradas e excluídas. Em nenhuma hipótese se deve enviar documentos pessoais ou realizar depósitos sem verificar cuidadosamente a autenticidade da solicitação.

Caso tenha fornecido informações ou valores em resposta a esse tipo de mensagem, recomenda-se procurar imediatamente a autoridade policial e registrar um boletim de ocorrência, além de comunicar a instituição bancária, se houver risco de movimentações indevidas. O cuidado com a segurança digital e a proteção de dados é responsabilidade de todos, e a atenção diante de promessas vantajosas é sempre o melhor caminho para evitar prejuízos.

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GOLPES DIGITAIS EM FALSAS ENTREGAS: COMO RECONHECER E SE PROTEGER DA FRAUDE QUE IMITA OS CORREIOS

Com o aumento das compras pela internet, sobretudo em sites internacionais, surgiu um fenômeno preocupante: a prática de golpes virtuais que exploram a expectativa do consumidor em relação à entrega de seus pedidos. Um dos mais recorrentes é o chamado “golpe da entrega”, que simula comunicações oficiais de empresas de logística — em especial aquelas que atuam nacionalmente — para induzir o destinatário a fornecer dados pessoais ou efetuar pagamentos indevidos.

As mensagens, geralmente enviadas por e-mail, SMS ou aplicativos como WhatsApp, informam sobre um suposto problema com a entrega de um pacote. Entre os pretextos mais comuns estão a retenção na alfândega, a necessidade de atualização de dados cadastrais ou a exigência do pagamento de taxas adicionais. Ao clicar no link fornecido, o consumidor é direcionado a uma página que imita, com aparência bastante convincente, um site institucional, solicitando informações como CPF, número do cartão de crédito ou até a realização de transferências via Pix ou boleto.

A engenharia da fraude se baseia na aparência legítima da mensagem. Logotipos, cores e linguagem semelhantes àquelas utilizadas por empresas reais são reproduzidos para dar veracidade à abordagem. A intenção é clara: fazer com que a vítima acredite estar tratando com um canal oficial e, assim, compartilhe dados sensíveis ou realize pagamentos indevidos.

Esses golpes têm se tornado mais elaborados, dificultando a identificação imediata por parte do usuário. No entanto, alguns sinais podem servir de alerta:

  • Endereços eletrônicos alterados: páginas com URLs que contêm erros sutis ou domínios incomuns, ainda que visualmente pareçam confiáveis.
  • Solicitações de pagamento inesperado: empresas legítimas não exigem pagamento por links enviados por mensagem.
  • Tom alarmista: mensagens que apelam para o senso de urgência e ameaçam perda da encomenda se nenhuma ação for tomada rapidamente.
  • Erros de ortografia ou formatação: apesar de parecerem profissionais, muitas dessas mensagens apresentam falhas na escrita.
  • Canais de contato incompatíveis com os oficiais: remetentes com números genéricos ou e-mails sem domínio institucional.

Para evitar prejuízos, é recomendável que o consumidor siga algumas práticas simples, mas eficazes:

  1. Use canais oficiais para acompanhar suas encomendas. Nunca clique em links enviados por terceiros. Acesse diretamente o site da empresa responsável pela entrega.
  2. Não compartilhe dados sensíveis. Informações pessoais e bancárias devem ser fornecidas apenas em ambientes seguros e verificados.
  3. Desconfie de cobranças inesperadas. Taxas de entrega ou de liberação alfandegária são, quando aplicáveis, informadas diretamente pelas transportadoras nos canais oficiais.
  4. Confirme o remetente. Verifique se o e-mail ou número de contato pertence efetivamente à empresa citada.
  5. Reporte mensagens suspeitas. Utilize as ferramentas de denúncia disponíveis nos aplicativos e plataformas de e-mail para alertar sobre possíveis fraudes.

Se, porventura, houver a percepção de que os dados foram comprometidos, o ideal é agir sem demora. Contatar a instituição financeira para bloqueio de cartões e contas, alterar senhas de acesso e registrar um boletim de ocorrência são medidas essenciais. Também é importante notificar órgãos de proteção ao consumidor e a própria transportadora mencionada na fraude.

A proteção contra golpes digitais exige vigilância constante e compromisso com boas práticas de segurança. Ao verificar informações diretamente com as fontes oficiais e desconfiar de abordagens fora do padrão, o consumidor reduz significativamente o risco de ser lesado. Além disso, compartilhar essas orientações com pessoas próximas contribui para a construção de um ambiente digital mais seguro e consciente.

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GOLPE DO “SUPORTE BANCÁRIO FALSO” SE TORNA O NOVO MÉTODO PARA DESVIAR VALORES VIA PIX NO BRASIL

Desde 2024, uma nova estratégia de fraude digital tem ganhado espaço no Brasil e já foi registrada mais de 10 mil vezes. O método consiste em ligações telefônicas em que criminosos se passam por atendentes de centrais bancárias, alegando falhas ou irregularidades na conta da vítima para induzi-la à instalação de um aplicativo legítimo de acesso remoto.

A técnica deriva de antigas práticas de engenharia social, que agora utilizam ferramentas reconhecidas e disponíveis nas lojas oficiais de aplicativos. Diferente das fraudes anteriores baseadas em malwares automatizados, essa abordagem foca no convencimento direto da vítima por meio de interações telefônicas personalizadas.

O processo começa com uma ligação, supostamente do banco, informando sobre problemas no app bancário ou indícios de uso indevido da conta. A vítima, preocupada, é levada a instalar um programa que permite o controle remoto do celular. Na sequência, os golpistas pedem que ela abra o aplicativo bancário, sob o pretexto de corrigir a falha informada. Uma vez que a vítima está logada, o acesso remoto permite que o criminoso realize transferências PIX em segundos, sem que a vítima perceba de imediato.

Na etapa final, solicita-se que a pessoa insira sua senha ou confirme uma suposta atualização do sistema, momento em que o desvio dos valores é efetivado. Quando o golpe é percebido, o valor já foi transferido e, normalmente, é difícil de ser recuperado.

Essas ações têm substituído outra forma de fraude que envolvia o redirecionamento automático de transferências via PIX. A mudança está diretamente relacionada à interrupção da distribuição de um software malicioso específico, que automatizava essas transações fraudulentas. Desde a segunda metade de 2024, os registros dessa modalidade diminuíram de forma expressiva.

A adaptação dos golpistas evidencia como essas práticas se renovam com rapidez e se aproveitam da confiança das vítimas. Embora o golpe anterior envolvesse a instalação de malwares, a nova abordagem se baseia em aplicativos legítimos, o que torna a fraude mais difícil de ser identificada no primeiro momento.

Para minimizar os riscos, recomenda-se atenção redobrada a qualquer contato telefônico não solicitado de instituições financeiras. Bancos não solicitam instalação de aplicativos nem pedem dados sensíveis por telefone. Caso receba uma ligação suspeita, a melhor atitude é encerrar a chamada e buscar contato diretamente pelos canais oficiais da instituição.

Adotar práticas de segurança digital, como o uso de senhas fortes, ativação de autenticação em dois fatores e instalação de soluções confiáveis de proteção contra ameaças digitais, é uma medida prudente para manter a integridade das informações pessoais e bancárias.

A rápida substituição de métodos fraudulentos reforça a necessidade de constante atualização sobre os riscos digitais. A informação, aliada a práticas conscientes de uso da tecnologia, continua sendo uma das formas mais eficazes de evitar prejuízos.

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DESAFIOS DO BRASIL DIANTE DOS CRIMES DIGITAIS E DA SEGURANÇA CIBERNÉTICA

O Brasil permanece entre os países mais atingidos por ameaças virtuais em escala global. Dados recentes revelam mais de 700 milhões de ataques cibernéticos ao longo de 2023, o equivalente a quase 1.400 por minuto. Uma dessas ofensivas resultou no vazamento de mais de 16 bilhões de senhas e credenciais de acesso, conforme levantamento internacional. Paralelamente, a realidade nas ruas também expõe outro risco: mais de 100 celulares são furtados ou roubados a cada hora no país, o que abre caminho para acessos indevidos a contas bancárias e outros serviços digitais.

A vulnerabilidade estrutural do Brasil diante dos crimes digitais envolve todas as esferas do poder público. A União, responsável pela condução de políticas de proteção de dados e defesa cibernética, ainda encontra dificuldades para estabelecer alianças robustas, tanto em âmbito nacional quanto internacional. Faltam ações articuladas e investimentos capazes de fortalecer a segurança das redes governamentais, militares, financeiras e de serviços essenciais.

No âmbito legislativo, a lentidão em atualizar a regulação do espaço digital compromete a resposta institucional. A legislação que rege a internet no Brasil, embora pioneira à época de sua aprovação, já se mostra desatualizada diante dos novos métodos de ataque e manipulação digital. Propostas para criminalizar práticas modernas como o uso malicioso de inteligência artificial – casos de deep fake e deep nude – ainda tramitam sem definição. A ausência de uma legislação consolidada sobre o Direito Digital afeta diretamente a atuação dos demais poderes.

O Judiciário, por sua vez, atua de forma reativa, e encontra barreiras na aplicação de normas antigas a crimes modernos. A jurisprudência relacionada a delitos virtuais ainda é limitada, o que dificulta o enfrentamento jurídico adequado a condutas que envolvem redes de cibercriminosos, fraudes internacionais e cooperação transnacional. Os tribunais, especialmente os superiores, têm enfrentado dificuldades para consolidar entendimentos uniformes em temas que envolvem tecnologias emergentes.

Essa defasagem institucional se reflete na posição do Brasil nos rankings mundiais de ataques digitais. A cada ano, o país figura entre os principais alvos da criminalidade eletrônica, uma posição que expõe a fragilidade de suas defesas virtuais.

Empresas privadas, órgãos públicos, instituições financeiras e operadoras de infraestrutura crítica são alvos preferenciais de grupos criminosos organizados que operam por meio da exploração de vulnerabilidades humanas e técnicas. Muitos ataques ocorrem através da engenharia social, uma estratégia que visa manipular o comportamento de colaboradores despreparados ou desatentos.

Os impactos são diversos: interrupções em sistemas, exclusão de dados, prejuízos financeiros e até mesmo o comprometimento de processos judiciais e administrativos. A perda de informações essenciais ou a adulteração de documentos eletrônicos pode gerar efeitos devastadores para a administração da justiça e para a confiança nas instituições.

Embora algumas iniciativas tenham sido adotadas, como a criação de comitês de segurança da informação no âmbito do Poder Judiciário, a resposta institucional ainda é insuficiente. A velocidade com que ocorrem os ataques exige uma resposta coordenada e imediata.

Há uma lacuna educacional relevante. A ausência de uma política pública de educação digital consistente impede que a população reconheça os riscos e saiba como se proteger. É necessário investir em programas permanentes de conscientização em escolas, empresas e repartições públicas. A proteção contra o crime cibernético começa pela informação e passa pela capacitação contínua dos profissionais que atuam em setores estratégicos.

É indispensável avançar em formação técnica, auditoria constante dos sistemas, testes de intrusão controlados e melhorias na arquitetura de segurança das redes. O país precisa fortalecer suas defesas institucionais para que não continue exposto e vulnerável a ofensivas que, além de prejudicarem a vida das pessoas, abalam a estrutura e a confiabilidade do Estado brasileiro.

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GOLPES FINANCEIROS NO BRASIL: ENTENDA OS RISCOS E ADOTE MEDIDAS DE PREVENÇÃO

A digitalização das relações pessoais e comerciais transformou positivamente muitas rotinas, mas também expôs cidadãos e empresas a riscos que exigem atenção redobrada. Em 2024, mais de um terço dos brasileiros foram vítimas ou alvos de tentativas de fraude, o que revela a necessidade de ampliar o debate sobre proteção de dados e comportamento digital seguro.

Golpe ou Fraude? Conceitos e consequências

Ainda que os termos golpe e fraude sejam muitas vezes tratados como equivalentes, há diferenças importantes entre eles. A fraude ocorre sem a participação direta da vítima, geralmente envolvendo uso indevido de dados pessoais obtidos de forma ilícita. Já o golpe é baseado na manipulação da vítima, que é levada a entregar informações ou a realizar ações que favorecem o criminoso.

Por trás desses crimes está a chamada engenharia social. Trata-se da habilidade de induzir comportamentos ou decisões por meio de artifícios emocionais, como urgência, medo, empatia ou confiança. Os fraudadores assumem identidades de bancos, repartições públicas, parentes e até colegas de trabalho, construindo narrativas convincentes para explorar fragilidades humanas.

Táticas mais usadas pelos golpistas

Diversas estratégias têm sido identificadas, e elas se adaptam rapidamente. Algumas das mais recorrentes incluem:

  • Perfis falsos no WhatsApp: Os golpistas utilizam foto e nome de uma pessoa conhecida para solicitar transferências financeiras. Ativar a verificação em duas etapas no aplicativo é medida recomendada.
  • Falsas centrais de atendimento: Chamadas telefônicas com falsos alertas de movimentações suspeitas, em que o interlocutor solicita dados sensíveis ou orienta a realizar transferências para supostas “contas seguras”.
  • Phishing: Mensagens por e-mail ou SMS com links maliciosos, que direcionam a páginas falsas ou instalam programas espiões.
  • Boletos alterados: Contas de consumo adulteradas com códigos de barras redirecionados para contas bancárias dos criminosos.
  • Ofertas de investimentos milagrosos: Promessas de altos lucros, principalmente com criptomoedas ou sistemas de marketing em rede, costumam ocultar fraudes financeiras sofisticadas.
  • Troca de cartão e motoboys falsos: Golpes presenciais em que o cartão é trocado sem que a vítima perceba, ou é recolhido por um suposto funcionário de banco.
  • Entregas falsas com coleta de biometria: Em datas comemorativas, pedidos de fotos ou pagamentos para receber um presente fictício são usados para obter imagem facial ou dados bancários.

Quem são as vítimas?

Há uma percepção equivocada de que idosos seriam os principais alvos. No entanto, levantamentos recentes mostram que jovens adultos, especialmente entre 16 e 29 anos, estão no grupo mais atingido. Isso está associado à maior exposição a interações digitais e ao engajamento com ofertas pouco verificadas, como vagas de emprego falsas ou promoções irreais.

Além disso, dados de 2025 indicam que o PIX vem sendo usado de forma recorrente em golpes com valores médios altos, enquanto o cartão de crédito ainda lidera em número de ocorrências.

O impacto da inteligência artificial nas fraudes

Ferramentas baseadas em inteligência artificial vêm sendo utilizadas tanto para o ataque quanto para a defesa. Do lado dos golpistas, há o uso de deepfakes e sistemas automatizados que simulam interações humanas. Já empresas do setor financeiro estão investindo em algoritmos que detectam padrões suspeitos e interrompem transações em tempo real.

Boas práticas de proteção

A defesa começa pela adoção de comportamentos preventivos. Algumas orientações incluem:

  1. Proteção de Informações Pessoais: Evitar o compartilhamento excessivo de dados e manter documentos seguros. Senhas e números bancários nunca devem ser informados por canais não verificados.
  2. Fortalecimento da Segurança Digital: Utilizar senhas seguras, autenticação em dois fatores e manter dispositivos protegidos por antivírus confiáveis.
  3. Verificação de Fontes: Conferir a origem de mensagens, verificar links e buscar informações diretamente nos canais oficiais antes de realizar qualquer ação.
  4. Monitoramento Contínuo: Acompanhar movimentações financeiras e manter atenção redobrada a qualquer notificação ou transação fora do padrão.
  5. Educação Constante: Atualizar-se sobre novas formas de ataque ajuda a identificar riscos com mais agilidade.

O que fazer em caso de golpe

A resposta imediata pode reduzir significativamente os danos. É recomendado:

  • Comunicar imediatamente o banco ou instituição financeira.
  • Registrar boletim de ocorrência, inclusive por meio de delegacias online.
  • Alertar órgãos de proteção ao crédito e revisar senhas de contas potencialmente expostas.

Responsabilidade compartilhada

A proteção contra fraudes não é responsabilidade apenas dos usuários. O setor público e as instituições privadas têm papel ativo na regulação, prevenção e orientação. Ferramentas para denúncia e verificação de ofertas estão sendo criadas para empoderar o consumidor digital.

Fortalecer a segurança no ambiente online exige esforço coletivo. A conscientização, a adoção de hábitos seguros e o uso responsável da tecnologia são os caminhos mais eficazes para mitigar riscos e proteger patrimônio e identidade digital.

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DICAS ESSENCIAIS PARA GARANTIR A SEGURANÇA DE SEUS DADOS PESSOAIS NA INTERNET

Com o avanço da tecnologia e a ampliação do uso de dispositivos conectados, a proteção dos dados pessoais tornou-se uma das principais preocupações na sociedade atual. Informações como senhas, fotos, vídeos e arquivos pessoais são frequentemente alvo de ataques virtuais, o que exige uma atenção especial de todos os usuários da internet. O ambiente digital está em constante mudança, e com isso surgem novos desafios para quem deseja preservar a privacidade e segurança de seus dados.

Os criminosos cibernéticos, atentos às oportunidades, utilizam métodos cada vez mais complexos para acessar informações privadas. Entre as ameaças mais comuns estão fraudes, instalação de softwares maliciosos, extorsão e até a venda de dados pessoais na dark web. Por isso, é fundamental entender os riscos e adotar práticas de prevenção para evitar prejuízos e inconvenientes.

Quais são os principais riscos para os dados pessoais?

O ambiente online apresenta diversos perigos, especialmente para aqueles que não adotam medidas de segurança adequadas. Entre os principais riscos estão o roubo de informações por meio de golpes como phishing, engenharia social e fraudes telefônicas. Esses golpes têm o objetivo de enganar as vítimas para que revelem dados sensíveis, como números de documentos, senhas bancárias e outras informações privadas.

Além disso, o uso de inteligência artificial pelos golpistas tem facilitado a criação de ataques mais realistas. A tecnologia permite, por exemplo, simular vozes, falsificar identidades e criar situações de urgência para pressionar as pessoas a fornecerem informações. Essa combinação de tecnologia avançada com manipulação psicológica torna mais difícil identificar tentativas de fraude.

Como golpes telefônicos podem comprometer a segurança dos dados?

Uma das táticas mais usadas pelos criminosos é o golpe por telefone. Eles ligam de números desconhecidos, tentando obter respostas afirmativas ou informações pessoais das vítimas. Perguntas simples, como “Você é fulano?” ou “Está em casa?”, podem ser usadas para gravar respostas que, mais tarde, serão utilizadas para autorizar transações fraudulentas ou comprometer a segurança financeira da pessoa.

Outra estratégia comum é criar situações de emergência, como alertas falsos de bloqueio de contas bancárias ou cobranças indevidas. Nessas ligações, os criminosos induzem a vítima ao medo e à urgência, visando fazer com que ela aja rapidamente, sem pensar nas consequências. Expressões como “É urgente” ou “Sua conta está comprometida” são sinais de que se trata de uma tentativa de fraude.

Quais atitudes ajudam a evitar fraudes e proteger dados pessoais?

Para reduzir os riscos de exposição das informações pessoais, é essencial adotar algumas práticas no dia a dia digital. Algumas recomendações são:

  • Não responder a perguntas de números desconhecidos, especialmente aquelas que exigem respostas afirmativas.
  • Evitar fornecer dados pessoais ou bancários por telefone sem antes confirmar a autenticidade da ligação.
  • Desconfiar de situações que envolvam urgência ou pressão psicológica durante chamadas.
  • Utilizar senhas fortes e únicas para cada serviço online.
  • Manter os softwares e aplicativos sempre atualizados, para evitar falhas de segurança.
  • Verificar a procedência de mensagens ou ligações antes de tomar qualquer atitude.

Além dessas práticas, é importante buscar informações em canais oficiais sempre que houver dúvidas sobre a veracidade de uma mensagem ou ligação recebida. Órgãos como o Procon e os sites oficiais dos bancos podem ser consultados para confirmar a autenticidade de qualquer contato.

A importância da conscientização para a segurança digital

A educação sobre segurança digital é essencial para prevenir fraudes e proteger os dados pessoais. Compreender as ameaças mais comuns e como os golpes funcionam ajuda os usuários a se prepararem para identificar situações suspeitas. A disseminação de informações confiáveis e atualizadas contribui para a adoção de hábitos mais seguros no ambiente online.

Em 2025, com o aumento no volume de dados circulando pela internet e a sofisticação das técnicas de cibercriminosos, é mais importante do que nunca manter-se informado e adotar boas práticas. Pequenas ações, como desconfiar de contatos inesperados e proteger senhas, podem fazer uma grande diferença na preservação da privacidade e segurança das informações pessoais.

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COMO A BIOMETRIA FACIAL PODE PROTEGER VOCÊ E COMO GOLPISTAS AINDA TENTAM BURLAR A TECNOLOGIA

O uso da biometria facial tem se consolidado como uma das formas mais confiáveis para autenticar a identidade das pessoas na internet. Esse tipo de tecnologia já demonstrou ser capaz de impedir fraudes bilionárias, inclusive no setor financeiro, oferecendo uma camada adicional de proteção que associa o acesso àquilo que é único em cada indivíduo: o próprio rosto.

Apesar dessa evolução, os crimes digitais continuam afetando milhares de pessoas diariamente. Isso se dá, em boa parte, pela habilidade dos criminosos em usar artifícios emocionais e técnicas de convencimento conhecidas como engenharia social — um conjunto de estratégias destinadas a manipular a vítima, levando-a a fornecer voluntariamente suas informações ou a realizar ações que facilitam o golpe.

Nos últimos anos, têm surgido casos em que a fraude vai além das telas. Há relatos de criminosos se passando por profissionais de empresas de serviço ou até por agentes públicos, vestindo uniformes falsos e portando crachás, para convencer a vítima a permitir uma foto do rosto. Essa imagem, uma vez capturada, pode ser usada para acessar contas bancárias, realizar transferências ou contratar serviços em nome da vítima.

É importante destacar que não há necessidade de se afastar das ferramentas digitais ou desenvolver medo da tecnologia. Pelo contrário: ela facilita a vida e, quando usada com cautela, é uma aliada poderosa. A melhor forma de se proteger é unir o uso consciente da tecnologia com algumas práticas simples no dia a dia.

Abaixo, listo algumas orientações úteis que recomendo a todos os que desejam navegar com mais segurança:

  1. Pergunte antes de informar
    Sempre que alguém solicitar seus dados, especialmente pessoalmente, por telefone ou pela internet, pare e avalie. É mesmo necessário fornecer aquela informação? Ela está sendo pedida por um canal oficial? Se houver qualquer dúvida, não prossiga.
  2. Não autorize fotos sem necessidade
    Um prestador de serviço legítimo não precisa registrar sua imagem para realizar uma instalação ou atendimento. Diante de uma solicitação desse tipo, negue educadamente e entre em contato com a empresa por canais oficiais.
  3. Biometria, só no seu dispositivo
    A biometria facial é uma ferramenta poderosa de autenticação — mas deve ser usada apenas em seu próprio celular, com aplicativos confiáveis. Evite permitir que terceiros capturem sua imagem para “validar” qualquer procedimento.
  4. Compartilhe com cautela nas redes sociais
    Não é preciso deixar de usar redes sociais, mas vale evitar publicar informações que revelem sua rotina com detalhes, localização exata ou padrões de comportamento. Um pouco de discrição pode fazer muita diferença.
  5. Cuidado com links e mensagens suspeitas
    Golpistas se valem de e-mails, mensagens de texto e aplicativos para enviar links maliciosos. O ideal é não clicar em mensagens inesperadas e jamais fornecer dados sensíveis em ligações ou formulários desconhecidos.

É sempre bom lembrar que, embora a tecnologia avance continuamente, os golpes não se apoiam apenas em falhas técnicas, eles exploram principalmente a confiança das pessoas. Manter-se informado e desconfiar de situações inusitadas continua sendo o melhor caminho para usar os recursos digitais com segurança e tranquilidade.

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NÚMERO DE INFECÇÕES POR MALWARES BANCÁRIOS NO BRASIL DOBRA EM UM ANO

Entre julho de 2023 e julho de 2024, o Brasil se destacou negativamente no campo da segurança digital, figurando como o país mais afetado por trojans bancários em toda a América Latina. Segundo dados de pesquisa recente, houve um salto de 87% nas infecções no país em apenas um ano. No período, foram mais de 1,6 milhão de ataques bloqueados, o que equivale a mais de 4.600 tentativas por dia.

O país, sozinho, representa metade das infecções registradas na região. Além disso, é responsável por boa parte do desenvolvimento desses códigos maliciosos. Das 18 famílias de trojans mais ativas, 13 tiveram origem identificada no Brasil, o que reforça a atuação local nesse tipo de atividade ilícita.

Entre as ameaças mais recorrentes, destaca-se o Trojan-Banker.Win32.Banbra, presente em 13,71% das tentativas de infecção. Esse malware é voltado ao roubo de dados bancários e costuma ser utilizado para capturar senhas, dados de cartões e redirecionar valores durante operações financeiras feitas pela internet. Seu funcionamento muitas vezes envolve a interceptação de tudo o que é digitado pelo usuário, sem que ele perceba.

A situação também é preocupante em outros países da América Latina. No mesmo intervalo, mais de 3,3 milhões de tentativas de infecção por trojans bancários foram detectadas na região, o que representa um aumento de 28% em relação ao período anterior. A média ultrapassa 9 mil ataques por dia.

No âmbito regional, o trojan Grandoreiro aparece como o mais disseminado, responsável por 16,83% das infecções. Esse tipo de malware foi registrado em pelo menos 150 mil incidentes globais entre janeiro e outubro de 2024. Somente no Brasil, houve 56 mil bloqueios desse trojan. México, Espanha, Argentina e Peru também aparecem entre os mais atingidos.

Mesmo após uma operação policial internacional em março de 2024, que resultou na prisão de cinco envolvidos com o Grandoreiro, novas versões da ameaça já foram identificadas. O grupo por trás da criação do malware atua desde 2016 e costuma disseminar o vírus por meio de mensagens enganosas e estratégias de manipulação psicológica, conhecidas como engenharia social. Uma vez instalado no dispositivo da vítima, o trojan coleta informações confidenciais, especialmente dados financeiros.

O Grandoreiro também tem sido distribuído sob o modelo de serviço, permitindo que outras pessoas adquiram o código para aplicar golpes semelhantes em diferentes países.

Esses dados demonstram que a proteção contra fraudes digitais exige atenção constante, tanto por parte dos usuários quanto das instituições financeiras. Medidas como a verificação de remetentes de e-mails, uso de autenticação em duas etapas e atualização frequente de sistemas seguem sendo indispensáveis para reduzir o risco de infecção por esse tipo de software malicioso.

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GOLPE USA NOME DO PROCON PARA ENGANAR E ROUBAR DADOS

Empresas e consumidores precisam redobrar a atenção diante de uma nova modalidade de fraude digital que vem utilizando indevidamente o nome de órgãos de defesa do consumidor. Circulam mensagens eletrônicas supostamente enviadas por um endereço com o nome “procon-85”, que simulam notificações extrajudiciais relacionadas a supostas reclamações registradas.

Esses e-mails têm como objetivo enganar o destinatário, induzindo-o a clicar em links maliciosos. A armadilha consiste em prometer acesso a dados de uma suposta reclamação; no entanto, ao clicar no link, a vítima acaba fornecendo, sem perceber, informações sensíveis como nome completo, CPF e outros dados pessoais. Essas informações são utilizadas por golpistas para obter acesso a contas bancárias, contratar serviços financeiros em nome de terceiros e realizar outros tipos de fraudes.

Um aspecto relevante que compromete a veracidade dessas mensagens é a ausência de informações obrigatórias que estariam presentes em uma notificação legítima. Os e-mails falsos geralmente não indicam o Procon responsável pela demanda, tampouco informam o nome do consumidor ou fornecedor envolvido, nem o número de protocolo ou processo administrativo correspondente.

Para garantir a segurança, é importante saber que os órgãos de defesa do consumidor vinculados a administrações públicas — como é o caso do Procon municipal — utilizam apenas canais institucionais para enviar comunicações oficiais. Essas mensagens partem exclusivamente de endereços de e-mail corporativos, geralmente vinculados ao domínio da prefeitura correspondente, e são devidamente identificadas.

Em caso de dúvida sobre a autenticidade de uma mensagem recebida, a recomendação é que consumidores e empresas evitem clicar em links suspeitos e entrem diretamente em contato com o Procon da sua localidade, preferencialmente por meio dos canais oficiais disponíveis nos sites institucionais.

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GOLPE DE FALSAS DOAÇÕES NAS REDES SOCIAIS DESVIA VALORES DESTINADOS A CAUSAS LEGÍTIMAS

Um novo tipo de fraude digital tem chamado a atenção de quem atua na proteção de dados e segurança da informação. Por meio das redes sociais, golpistas estão divulgando sites falsos de doações que simulam campanhas reais com riqueza de detalhes. O objetivo não é obter dados bancários ou senhas, mas sim captar diretamente valores de pessoas que desejam contribuir com causas humanitárias.

A tática começa com a criação de perfis falsos ou o uso de contas comprometidas em plataformas como Facebook, Instagram e Threads. Os criminosos inicialmente compartilham conteúdos legítimos para parecerem confiáveis, aproximando-se de comunidades locais e ganhando engajamento. Após estabelecer essa presença, passam a divulgar links que levam a páginas falsas de arrecadação.

Esses sites reproduzem fielmente campanhas existentes, com imagens, descrições, vídeos e comentários fictícios de doadores. Também inserem efeitos visuais que simulam novas contribuições em tempo real, criando um ambiente que transmite autenticidade. Quando a vítima decide doar, ela é encaminhada para uma página de pagamento com código QR ou chave PIX. Em seguida, uma mensagem de agradecimento aparece, confirmando falsamente que a doação foi direcionada à causa correta.

Na prática, os valores são desviados para contas controladas pelos próprios fraudadores. A pessoa que fez a doação, acreditando ter ajudado, raramente percebe o golpe. Ao mesmo tempo, a campanha original, geralmente voltada a quem realmente precisa de apoio, não recebe qualquer valor.

Esse tipo de fraude é difícil de detectar porque não depende de invasões técnicas nem de roubo de credenciais. Ela se sustenta na empatia, na confiança do usuário e na aparência legítima dos conteúdos. A combinação entre engenharia social e clonagem de campanhas conhecidas tem ampliado o alcance dessas ações.

Diversas tentativas foram identificadas e bloqueadas recentemente no Brasil. O monitoramento contínuo dessas fraudes é essencial, mas tão importante quanto isso é a conscientização. Antes de contribuir com uma campanha, é recomendável verificar a autenticidade do link, o nome do beneficiário e a plataforma de arrecadação. A prudência não anula a solidariedade, apenas assegura que ela alcance seu destino.

O ambiente digital traz possibilidades extraordinárias de mobilização, mas exige atenção redobrada. A melhor resposta ainda é a informação qualificada, compartilhada com clareza, e a adoção de práticas de verificação por todos que participam de campanhas de doação online.