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COMO EVITAR GOLPES DURANTE O NATAL E O ANO-NOVO

O período de festas costuma trazer mais movimento às lojas físicas e virtuais, multiplicar pagamentos e estimular viagens e encontros. Esse aumento geral de atividades acaba abrindo espaço para golpes que se aproveitam da pressa, da distração e da confiança típica dessa época do ano. Golpistas utilizam desde sites falsos com descontos fora do comum até mensagens enganosas que simulam comunicações de bancos, varejistas e transportadoras.

Nos últimos meses, técnicas mais sofisticadas também passaram a incorporar recursos de inteligência artificial para produzir páginas mais convincentes, anúncios que parecem legítimos e perfis clonados com alto grau de verossimilhança. Por isso, a atenção deve ser redobrada ao receber links inesperados, ofertas muito abaixo do valor de mercado ou pedidos urgentes de pagamento.

Pessoas idosas costumam representar um grupo especialmente vulnerável. Muitas vezes, clicam em links suspeitos ou realizam compras sem a devida verificação, e ainda enfrentam receio de denunciar quando percebem que foram enganadas. A orientação é clara: qualquer suspeita ou confirmação de golpe deve ser informada às autoridades.

Entre os golpes mais frequentes no período de Natal estão as vendas online inexistentes, o phishing temático que imita alertas de compra ou entrega, boletos alterados, troca de cartão em lojas movimentadas e a entrega de falsos brindes mediante pagamento. Já no Ano-Novo, destacam-se os falsos alugueis de temporada, ingressos adulterados para festas, corridas de aplicativo concluídas fora das plataformas, pedidos falsos de dinheiro de familiares viajando e pacotes turísticos ofertados por valores que não condizem com a realidade.

Para evitar prejuízos, é indispensável desconfiar de ofertas urgentes, verificar a identidade de quem realiza o contato, conferir o beneficiário antes de pagar qualquer boleto e evitar transações fora de sites oficiais. No caso de aluguel de imóveis ou compra de ingressos, vale exigir provas de autenticidade, buscar avaliações reais e utilizar somente canais formais.

Empresas também enfrentam riscos. Suas marcas podem ser indevidamente utilizadas por criminosos para conferir aparência de legitimidade a fraudes, causando danos reputacionais e financeiros. Investir em segurança digital, treinar equipes e orientar clientes sobre práticas preventivas é uma medida necessária.

A checagem cuidadosa de cada etapa de compra ou contratação continua sendo a melhor proteção. Caso ocorra fraude, é fundamental registrar boletim de ocorrência e acionar imediatamente as instituições financeiras envolvidas. A prevenção começa com atenção constante e decisões prudentes.

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VAZAMENTO DE DADOS EXPÕE FRAGILIDADE EM SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE

Uma grave exposição de informações pessoais e financeiras atingiu usuários de um sistema de gestão voltado para clínicas e consultórios médicos, desenvolvido por uma empresa sediada no Recife. Estima-se que registros de cerca de meio milhão de brasileiros já estejam circulando em grupos de cibercriminosos.

O incidente envolve dados altamente sensíveis, como nome completo, CPF, endereço, telefone, informações de convênios médicos, histórico de consultas, exames, prescrições e até conversas realizadas dentro da própria plataforma. Além disso, registros financeiros como taxas de cartão, datas de transações e valores também ficaram acessíveis.

Segundo denúncia encaminhada a um veículo especializado em tecnologia, a vulnerabilidade explorada estaria ligada a uma API exposta, que permitiria o acesso irrestrito a painéis de gerenciamento do sistema. Mesmo após tentativas de contato, a empresa responsável não se pronunciou nem apresentou medidas públicas de contenção.

Dimensão do impacto

Mais de 500 mil perfis de pacientes com dados pessoais e médicos.
Aproximadamente 13 mil registros financeiros associados a transações.
Informações provenientes de cadastros em mais de 5 mil municípios.

Implicações legais

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabelece que companhias são obrigadas a comunicar incidentes de segurança envolvendo dados pessoais à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e aos titulares afetados. O descumprimento pode resultar em sanções que incluem advertências, publicização do incidente e multas que chegam a 2% do faturamento da empresa, limitadas a R$ 50 milhões.

Orientações aos titulares afetados

Para quem já utilizou o sistema, especialistas recomendam atenção redobrada:

  1. Acompanhe seu CPF: utilize ferramentas oficiais, como o Registrato (Banco Central), para monitorar movimentações suspeitas.
  2. Fique atento a golpes direcionados: mensagens falsas podem simular instituições conhecidas. Desconfie de contatos urgentes e links recebidos por e-mail ou aplicativos de mensagem.
  3. Refaça senhas: adote senhas longas, únicas e altere-as periodicamente.
  4. Habilite autenticação em dois fatores, preferencialmente via aplicativo e não por SMS.
  5. Mantenha dispositivos atualizados e utilize antivírus confiáveis.

Caminhos possíveis

Incidentes dessa natureza demonstram como falhas em sistemas de gestão impactam não apenas empresas, mas também milhares de cidadãos que confiam seus dados pessoais a esses serviços. A resposta adequada depende de duas frentes: a responsabilização da organização que expôs os dados e a adoção de medidas preventivas pelos titulares, que precisam reforçar sua proteção digital diante da possibilidade de fraudes.

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GOLPES VIRTUAIS COM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: O QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA SE PROTEGER

Inteligência Artificial e Cibercrimes: um desafio da vida digital

A incorporação da inteligência artificial nas fraudes digitais representa um ponto de inflexão na forma como o crime virtual se manifesta. Se antes os golpes eram marcados por sinais evidentes de amadorismo, hoje eles assumem contornos sofisticados, explorando recursos tecnológicos capazes de imitar com perfeição vozes, imagens e até interações em tempo real. Essa transformação exige um olhar mais crítico sobre a rotina digital e maior preparo para reconhecer armadilhas.

Como os criminosos exploram a tecnologia

As técnicas utilizadas evoluíram de simples mensagens mal escritas para montagens que simulam com impressionante realismo pessoas conhecidas, figuras públicas ou empresas confiáveis. A inteligência artificial amplia a capacidade de manipulação, oferecendo aos fraudadores ferramentas que geram conteúdos convincentes, capazes de induzir decisões precipitadas.

Alguns sinais ainda permitem detectar a fraude. Pedidos de ajuda ou transferências com urgência exagerada, tom de voz artificialmente carregado de emoção, imagens com movimentos faciais desalinhados e mensagens que fogem do padrão de comportamento da pessoa retratada são indícios que devem despertar desconfiança.

Principais modalidades de golpes potencializados por IA

  • Clonagem de voz em pedidos de ajuda: criminosos utilizam áudios disponíveis na internet para recriar falas de familiares ou amigos, simulando emergências para induzir transferências financeiras.
  • Vídeos falsos com celebridades ou executivos: conteúdos em que personagens conhecidos oferecem investimentos ou produtos. A produção é tão convincente que pode ser confundida com comunicação oficial.
  • Links fraudulentos (phishing): mensagens que imitam alertas de segurança ou promoções, direcionando para páginas que reproduzem fielmente sites oficiais. Nelas, dados pessoais e financeiros são coletados para uso indevido.

Estratégias de proteção

A defesa contra esses golpes começa na desconfiança saudável. Confirmar pedidos por outro canal de comunicação é prática indispensável. Também é recomendável reduzir a exposição desnecessária de voz e imagem em ambientes digitais, já que esse material pode ser reutilizado em simulações. Outras medidas incluem a ativação da verificação em duas etapas nos aplicativos, o cuidado ao clicar em links recebidos por mensagens e a atenção redobrada à circulação de informações pessoais em redes sociais.

A vida digital contemporânea requer vigilância constante. A inteligência artificial trouxe avanços significativos para a sociedade, mas também ampliou o alcance das fraudes virtuais. Conhecer as técnicas utilizadas, reconhecer sinais de manipulação e adotar boas práticas de segurança são passos indispensáveis para reduzir riscos.

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GOLPES VIRTUAIS COM PHISHING E O PAPEL DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O phishing consolidou-se como o golpe digital mais frequente no Brasil. Nos últimos doze meses, foram mais de 550 milhões de ataques identificados apenas no país, o que representa em média 1,5 milhão por dia. Esses números ajudam a dimensionar a escala do problema: praticamente três tentativas de fraude para cada habitante.

Como o golpe funciona

Os links maliciosos circulam por e-mail, SMS, WhatsApp e outras redes sociais. A fraude ocorre de duas formas principais:

  1. O clique no link instala um programa que invade o celular ou computador, com acesso a dados sensíveis.
  2. O próprio usuário, acreditando tratar-se de um procedimento legítimo, insere suas informações pessoais diretamente no site falso.

Um episódio que chamou atenção envolveu o desvio de valores significativos de sistemas do governo federal após o vazamento de credenciais de funcionários, obtidas justamente por meio de phishing.

O avanço da Inteligência Artificial

A disseminação de golpes foi potencializada pelo uso de inteligência artificial e automação robótica (RPA). Hoje, criminosos conseguem disparar milhões de mensagens em apenas algumas horas. O processo é industrializado: robôs geram, personalizam e enviam links falsos em escala, com capacidade de atingir milhares de usuários por minuto.

Essa automação também explica o crescimento de 85% nos ataques em relação ao ano anterior. Além da velocidade, a IA tem tornado as mensagens mais convincentes, dificultando a identificação por parte das vítimas.

Vulnerabilidades e alvos preferenciais

Os governos e as empresas de grande porte estão entre os principais alvos, mas a indústria e o mercado financeiro concentram a maior parte das tentativas. Ainda que o setor bancário brasileiro invista mais em segurança digital do que outros países, continua sob constante ameaça.

Outro ponto de atenção é o uso inadequado de ferramentas de IA por funcionários de empresas. Muitas vezes, dados corporativos são inseridos em plataformas públicas para geração de relatórios ou textos, sem que se perceba o risco de exposição.

Como se proteger

A proteção contra esse tipo de fraude exige medidas técnicas e comportamentais:

  • Desconfiar de links suspeitos: nunca clicar em mensagens inesperadas que pedem atualização de cadastro ou confirmação de dados.
  • Instalar sistemas de segurança: antivírus e soluções de proteção em dispositivos bloqueiam boa parte das tentativas.
  • Manter atualizações em dia: tanto do sistema operacional quanto dos aplicativos.
  • Não salvar senhas no navegador: reduz a chance de vazamento imediato em caso de comprometimento.

Impactos mais frequentes

As consequências para vítimas de phishing variam, mas envolvem:

  • prejuízos financeiros,
  • bloqueio de contas,
  • roubo de identidade,
  • perda de dados pessoais e profissionais,
  • vazamento de credenciais de serviços digitais.

A combinação de desatenção do usuário e sofisticação tecnológica dos criminosos cria um ambiente fértil para ataques. A prevenção depende tanto de investimentos em segurança quanto da construção de uma cultura digital mais consciente.

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USO INDEVIDO DE INFORMAÇÕES PESSOAIS E PRÁTICAS DE PREVENÇÃO NA INTERNET

O uso indevido de dados pessoais e os riscos digitais

O roubo e a exposição de informações pessoais na internet continuam sendo um dos principais vetores para golpes. Dados recentes de pesquisa da Serasa Experian mostram que, em 2024, 16,3% dos entrevistados tiveram documentos extraviados ou roubados, enquanto 19% admitiram já ter fornecido seus dados a terceiros. Esse compartilhamento ocorreu, sobretudo, em compras online, abertura de contas bancárias e pedidos de empréstimo.

As informações mais visadas incluem dados de identificação (nome, CPF, RG e data de nascimento), contatos (telefone, e-mail e endereço), além de credenciais financeiras, como cartões de crédito e contas bancárias. Senhas de e-mails, redes sociais e aplicativos também são alvo recorrente. Com esses elementos, fraudadores conseguem criar perfis falsos, solicitar financiamentos, abrir empresas, aplicar golpes digitais e movimentar valores em nome das vítimas.

Principais práticas fraudulentas

Entre os crimes mais praticados com dados clonados ou obtidos de forma ilícita, destacam-se:

  • Golpe do PIX: mensagens e e-mails falsos pedindo transferências urgentes.
  • Falso parente ou amigo: perfis falsos em aplicativos de mensagens, simulando conhecidos em situação emergencial.
  • Boleto fraudado: alteração de dados de cobrança para desviar pagamentos.
  • Portabilidade de número (SIM Swap): transferência indevida da linha telefônica para outro chip, permitindo acesso a aplicativos bancários e redes sociais.

Como os dados são obtidos

As técnicas mais usadas para acessar informações pessoais variam em sofisticação, mas têm em comum a exploração de descuidos cotidianos:

  • Phishing e Spear-Phishing: mensagens que imitam instituições conhecidas e induzem a vítima a inserir dados em sites falsos.
  • Vazamentos de bases de dados: ataques a empresas que armazenam informações de clientes, muitas vezes revendidas na dark web.
  • Malwares e spywares: softwares instalados em dispositivos que coletam senhas e dados financeiros sem que o usuário perceba.
  • Redes Wi-Fi públicas: pontos de acesso gratuitos onde criminosos podem interceptar o tráfego de dados.
  • Engenharia social: manipulação psicológica para convencer a vítima a entregar espontaneamente suas informações.

Medidas de prevenção

A proteção de dados exige práticas de segurança consistentes no dia a dia. Entre as medidas recomendadas estão:

  • Senhas fortes e exclusivas: utilizar combinações complexas e não repetir senhas em diferentes serviços, recorrendo a gerenciadores de senhas.
  • Autenticação em duas etapas (2FA): ativar sempre que possível para dificultar acessos indevidos.
  • Atenção a links e anexos: evitar clicar em mensagens ou e-mails de origem duvidosa.
  • Atualizações constantes: manter sistemas operacionais e aplicativos sempre corrigidos.
  • Cautela com redes públicas: priorizar dados móveis ou o uso de VPN.
  • Monitoramento contínuo: acompanhar movimentações vinculadas ao CPF e utilizar serviços que alertam sobre possíveis usos indevidos.

Esse conjunto de práticas não elimina totalmente os riscos, mas reduz significativamente as chances de exposição e permite reação rápida diante de uma tentativa de fraude.

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PERFIS FALSOS E TECNOLOGIA AVANÇADA ELEVAM RISCO DE FRAUDES ONLINE

Os golpes digitais que exploram a identidade de grandes instituições estão ficando cada vez mais elaborados. Já não se limitam a mensagens de texto ou e-mails suspeitos: hoje, circulam também vídeos bem produzidos, perfis falsos em redes sociais e conteúdos forjados com Inteligência Artificial. Essa combinação aumenta a capacidade de convencimento e dificulta a identificação da fraude pelo usuário comum.

Vídeos que imitam comunicados oficiais, postagens com aparência profissional e contas falsas que se passam por representantes legítimos são algumas das ferramentas utilizadas para transmitir confiança. O objetivo é simples: induzir a vítima a acessar links fraudulentos e fornecer informações pessoais ou efetuar pagamentos indevidos.

A utilização de Inteligência Artificial amplia ainda mais o alcance desses golpes, permitindo criar mensagens personalizadas, adaptadas ao perfil de cada alvo. Plataformas como Instagram e Facebook têm sido palco frequente dessas práticas, exigindo cautela redobrada de quem navega por ali.

Seguir as instruções dessas mensagens enganosas pode trazer consequências sérias. Além de levar ao pagamento de taxas inexistentes, há o risco de que dados pessoais e bancários sejam capturados por sites falsos, desenvolvidos justamente para reproduzir a aparência de páginas oficiais. A semelhança é tamanha que, muitas vezes, apenas um olhar mais atento consegue revelar a fraude.

O recado é claro: é indispensável desconfiar de qualquer mensagem que peça regularização de encomendas não solicitadas ou que redirecione para páginas externas. A melhor defesa é manter a prudência, checar os canais oficiais e jamais fornecer informações sensíveis sem confirmar a legitimidade da comunicação.

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GOLPE DO CPF FALSO: CRIMINOSOS USAM NOTIFICAÇÕES FALSAS PARA ENGANAR CONTRIBUINTES E ROUBAR DADOS

Nos últimos dias, criminosos virtuais passaram a explorar a confiança da população em órgãos públicos para aplicar golpes envolvendo o Cadastro de Pessoa Física. O método é simples: mensagens eletrônicas, cuidadosamente montadas para parecer oficiais, informam que o CPF do destinatário estaria “suspenso” ou “irregular”. Para reforçar o tom de urgência, os golpistas ameaçam com bloqueio de contas, perda de passaporte e problemas fiscais, exigindo o pagamento imediato de um valor próximo de R$ 124,60.

Além da intimidação, esses e-mails levam o cidadão a sites falsos que imitam páginas governamentais, mas utilizam domínios estranhos, como “.mom”, em vez do legítimo “.gov.br”. Outro artifício usado é o envio de anexos com supostos boletos ou comprovantes, que na verdade escondem arquivos maliciosos capazes de roubar informações pessoais e bancárias.

Como evitar armadilhas

O primeiro passo para não se tornar vítima é desconfiar de mensagens que trazem tom alarmista ou exigem prazos curtos. Vale sempre checar o endereço do site antes de clicar em qualquer link e, em hipótese alguma, abrir anexos suspeitos. Informações sobre pendências ou débitos devem ser buscadas diretamente nos canais oficiais, como o Portal e-CAC.

Medidas imediatas para quem caiu no golpe

Quem já realizou pagamento ou forneceu dados deve agir sem demora: procurar o banco para bloquear operações, registrar ocorrência policial e informar o ocorrido à Receita Federal. Nessas situações, a rapidez pode reduzir significativamente os prejuízos.

Esse tipo de fraude mostra que a engenharia social continua sendo a principal ferramenta dos criminosos digitais. A melhor defesa ainda é a vigilância constante do usuário, aliada ao hábito de confirmar sempre as informações em fontes oficiais.

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CINCO GOLPES VIRTUAIS QUE MAIS ATINGEM OS BRASILEIROS E COMO EVITÁ-LOS

A internet se tornou parte indispensável da vida cotidiana. Compras, serviços, comunicação e até compromissos bancários podem ser resolvidos com alguns cliques. Essa praticidade, no entanto, abriu espaço para criminosos digitais que, aproveitando brechas de atenção dos usuários, buscam obter dinheiro ou informações pessoais por meio de armadilhas cada vez mais sofisticadas.

A seguir, apresento os cinco golpes mais recorrentes no ambiente virtual e oriento sobre como se proteger de cada um deles.

1. Golpe do falso parente

Nesse tipo de fraude, o criminoso entra em contato por telefone ou aplicativos de mensagem, fingindo ser um parente em apuros. O objetivo é sensibilizar a vítima e induzi-la a transferir valores para uma conta indicada pelo golpista.

Como se proteger: nunca realize transferências sem confirmar a identidade de quem pede ajuda. Uma chamada de vídeo costuma ser suficiente para desmascarar a fraude. Diante da suspeita, encerre o contato e comunique o ocorrido à polícia.

2. Phishing (mensagens fraudulentas)

Aqui, e-mails, SMS ou mensagens em redes sociais imitam comunicações oficiais de bancos, lojas ou órgãos públicos. O usuário é induzido a clicar em links ou fornecer dados pessoais, permitindo que os golpistas capturem informações sigilosas.

Como se proteger: desconfie de mensagens alarmistas ou urgentes. Nunca clique em links de origem duvidosa e digite manualmente o endereço de sites oficiais no navegador. Utilize antivírus atualizado com filtros de proteção contra phishing.

3. Falso Pix e “Pix premiado”

Muito comum em promoções falsas, o golpe exige um pagamento inicial via Pix para liberar um prêmio inexistente. Outra variação envolve o envio de comprovantes falsos de transferência em negociações de compra e venda.

Como se proteger: jamais pague para receber prêmios. Verifique se a promoção existe nos canais oficiais da empresa. Ao negociar, confirme no aplicativo bancário se o valor realmente foi creditado antes de liberar produtos ou serviços.

4. Sites de compras falsos

Páginas fraudulentas simulam lojas virtuais conhecidas ou oferecem produtos por preços irreais. O consumidor paga e não recebe nada ou recebe mercadorias diferentes das anunciadas. Há ainda páginas falsas de concursos e taxas públicas.

Como se proteger: desconfie de preços muito abaixo do mercado. Confira se o site utiliza conexão segura (HTTPS), pesquise o CNPJ e avaliações de consumidores. Prefira métodos de pagamento que ofereçam maior proteção, como cartões virtuais ou intermediadores confiáveis.

5. Boleto falso

Fraudadores criam páginas falsas para gerar boletos que direcionam o pagamento para contas de criminosos. O golpe é frequente em períodos de tributos como IPVA e IPTU, mas também pode envolver inscrições em concursos ou taxas de serviços.

Como se proteger: confira sempre se o site de emissão pertence ao órgão oficial. Digite o endereço diretamente na barra do navegador e evite links patrocinados ou recebidos por terceiros. Em caso de dúvida, valide a autenticidade junto ao banco ou à instituição responsável.

Atenção redobrada no ambiente digital

O crime virtual se expandiu de forma significativa após a pandemia, quando boa parte das interações e transações passou a ocorrer pela internet. Os fraudadores compreenderam que o espaço digital oferece maior alcance e retorno financeiro do que práticas ilícitas no ambiente físico.

Assim como ninguém atravessaria uma rua deserta à noite sem cautela, é preciso ter a mesma prudência no universo digital: evitar links suspeitos, sites sem credibilidade e contatos inesperados que tentam induzir decisões apressadas.

Como denunciar

Caso identifique ou seja vítima de golpe, procure imediatamente uma delegacia. É importante registrar a ocorrência para auxiliar nas investigações e impedir que outras pessoas sejam enganadas.

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SEGURANÇA DIGITAL NA ERA DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: FUNDAMENTOS, GOVERNANÇA E DISCIPLINA

A inteligência artificial tornou-se o motor central da produtividade contemporânea. Seu impacto, contudo, é ambivalente: enquanto fortalece defesas, amplia também a escala, a velocidade e a sofisticação dos ataques cibernéticos. O custo médio global de uma violação de dados em 2025 alcançou US$ 4,4 milhões, chegando a R$ 7,19 milhões no Brasil. Ainda mais revelador é o fato de que, apesar do avanço das tecnologias, o fator humano segue presente em cerca de 60% dos incidentes reportados.

Esse contexto não nos oferece alternativas, mas nos obriga a revisar práticas. O caminho não está em abandonar fundamentos já consolidados, mas em reforçá-los com governança aplicada à inteligência artificial e disciplina operacional sustentada por métricas claras. A tecnologia isolada não garante resiliência; esta nasce da combinação indissociável entre três elementos: fundamentos, governança e disciplina.

Fundamentos
Os ataques mais frequentes continuam explorando vulnerabilidades humanas e falhas de processo. A engenharia social, potencializada por modelos de IA capazes de produzir campanhas de phishing mais verossímeis, segue como porta de entrada recorrente. Nesse cenário, treinamentos contínuos e simulações práticas deixam de ser mera formalidade para se tornarem recursos indispensáveis. Paralelamente, a arquitetura Zero Trust estabelece-se como padrão obrigatório. Em um ambiente conectado e descentralizado, a identidade é o novo perímetro, e a autenticação multifator representa a barreira mínima aceitável.

Governança de IA
O uso descontrolado de ferramentas de inteligência artificial sem supervisão, fenômeno conhecido como Shadow AI, cria superfícies de ataque invisíveis. Modelos de linguagem de grande porte introduzem riscos inéditos, como manipulação por injeção de comandos e envenenamento de dados. Esses vetores só podem ser enfrentados por meio de gestão estruturada. Normas e frameworks internacionais, como a ISO/IEC 42001 e o NIST AI RMF, oferecem bases para estabelecer políticas, avaliar riscos de forma objetiva e garantir processos auditáveis.

Disciplina operacional
A eficácia da segurança não se mede pela ausência de incidentes, mas pela capacidade de resposta. Indicadores como Tempo Médio para Detecção (MTTD) e Tempo Médio para Resposta (MTTR) devem ser a bússola de qualquer operação de segurança. Organizações que combinam automação com supervisão humana apresentam desempenho significativamente superior na redução desses tempos. A disciplina se traduz em playbooks testados, restaurações de backup verificadas e simulações que envolvem não apenas a equipe técnica, mas também áreas de negócio, jurídicas e de comunicação.

Plano de ação em 90 dias
Esse tripé pode ser convertido em prática com um modelo simples de implementação em três etapas. Nos primeiros 30 dias, a prioridade é estruturar bases sólidas, como a publicação de políticas de uso de IA e a adoção universal da autenticação multifator. Nos 60 dias seguintes, o foco passa para a execução: simulações de phishing e automações de resposta em processos de baixo risco. Ao final de 90 dias, a maturidade aumenta com a incorporação de perfis de risco baseados em frameworks reconhecidos e testes completos de restauração.

A segurança digital deixou de ser um desafio apenas técnico. Trata-se de gestão, cultura e disciplina diária. As ferramentas estão disponíveis, mas a resiliência dependerá sempre da escolha consciente de aplicar fundamentos sólidos, adotar governança estruturada e manter a disciplina operacional como prática permanente.

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PROCURA DE EMPREGO ONLINE: COMO SE PROTEGER DE ATAQUES DIGITAIS

O processo de busca por oportunidades profissionais tem migrado cada vez mais para o ambiente digital. Plataformas de recrutamento, redes sociais profissionais e ferramentas de comunicação online tornaram-se os principais meios de conexão entre candidatos e empresas. No entanto, esse avanço trouxe também novos pontos de vulnerabilidade que estão sendo amplamente explorados por cibercriminosos.

Entre julho de 2024 e junho de 2025, foram identificados milhões de ataques direcionados a plataformas de emprego e redes profissionais. Esses ataques variam desde tentativas de phishing até a disseminação de malware por meio de páginas falsas que simulam serviços legítimos. Apenas uma das redes mais utilizadas para networking profissional foi alvo de centenas de milhares de acessos a versões fraudulentas, criadas para enganar os utilizadores e coletar credenciais ou informações pessoais.

Como os ataques funcionam

As técnicas empregadas exploram principalmente o fator humano. Quem está em busca de trabalho tende a reagir de forma rápida a mensagens que prometem entrevistas imediatas ou propostas atrativas. Esse comportamento impulsivo é usado em ataques de engenharia social. Muitas vezes, as falsas ofertas de emprego vêm acompanhadas de anexos ou links que instalam programas maliciosos nos dispositivos. Outras simulações envolvem supostas atualizações de ferramentas de uso cotidiano, como softwares de videoconferência, com o objetivo de comprometer a segurança do sistema da vítima.

Medidas de proteção recomendadas

Para reduzir os riscos, algumas práticas devem ser incorporadas à rotina digital dos candidatos:

  • Verificação cuidadosa de remetentes e links antes de clicar em mensagens recebidas.
  • Confirmação da legitimidade das ofertas diretamente nos sites oficiais das empresas.
  • Não reutilizar senhas em diferentes plataformas e adotar gestores de passwords.
  • Ativar autenticação multifatorial, especialmente em contas de email e redes sociais.
  • Instalar softwares apenas de fontes oficiais e manter os dispositivos atualizados.
  • Reforçar a proteção com soluções de segurança confiáveis, além de utilizar conexões seguras, como VPN.

Educação digital como ferramenta de prevenção

Mais do que a tecnologia de proteção, a conscientização do utilizador é um elemento essencial. Iniciativas interativas têm sido desenvolvidas para simular situações do dia a dia digital e treinar os candidatos a identificar sinais de fraude. Esses exercícios lúdicos ajudam a criar um olhar mais crítico, fortalecendo a defesa contra ataques que exploram justamente a pressa e a expectativa típicas da procura por emprego.

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BANCOS, TECNOLOGIA E SEGURANÇA: COMO A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL ESTÁ REDEFININDO A PREVENÇÃO A GOLPES

O aumento das transações digitais trouxe consigo um desafio constante: a sofisticação das tentativas de fraude. De acordo com levantamento internacional sobre tendências de fraude multicanal, quase um terço dos consumidores ao redor do mundo perdeu dinheiro em golpes digitais no último ano. No Brasil, a pesquisa revelou que 40% dos entrevistados foram alvo de tentativas de fraude por e-mail, internet, telefone ou mensagens de texto em 2024, sendo que 10% efetivamente caíram nos golpes. A perda média relatada ultrapassou R$ 6 mil por vítima.

Os criminosos têm utilizado redes bem estruturadas, técnicas de engenharia social e até ferramentas automatizadas para contornar mecanismos tradicionais de segurança. Diante disso, especialistas apontam a Inteligência Artificial (IA) e o Aprendizado de Máquina (ML) como recursos estratégicos capazes de transformar a forma como instituições financeiras identificam e previnem fraudes em tempo real.

A principal vantagem dessas tecnologias está na adaptação contínua. Modelos baseados em IA não ficam restritos a parâmetros fixos; eles aprendem e se ajustam diariamente, antecipando-se a padrões de fraude que antes passavam despercebidos. Com isso, os bancos conseguem reagir de maneira mais ágil e, sobretudo, preventiva, fortalecendo a confiança de seus clientes e preservando a integridade de suas operações.

Contudo, não basta que apenas as instituições invistam em soluções tecnológicas. O usuário também precisa adotar práticas seguras para evitar golpes bancários. Entre as principais recomendações estão:

  • Evitar clicar em links suspeitos.
  • Desconfiar de mensagens alarmistas que criam senso de urgência.
  • Ativar alertas de transações em tempo real no banco.
  • Conferir cuidadosamente a origem de e-mails e mensagens antes de acessar links.
  • Confirmar dados do destinatário antes de transferências.
  • Utilizar autenticação em duas etapas.
  • Nunca compartilhar senhas ou informações sigilosas por telefone.

Estudos recentes indicam que as perdas globais relacionadas a fraudes podem ultrapassar US$ 6,8 bilhões até 2027. Além disso, regulamentos nacionais e internacionais impõem às instituições financeiras o fortalecimento contínuo de seus mecanismos de proteção.

A utilização de IA nesse contexto não se limita a detectar irregularidades. Ela permite examinar milhares de pontos de dados em tempo real, identificando padrões complexos de fraude antes que causem prejuízos significativos. O resultado é um sistema mais eficiente, menos invasivo e com maior capacidade de integração ao dia a dia das operações bancárias, oferecendo segurança sem comprometer a experiência do cliente.

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ENGENHARIA SOCIAL: COMO GOLPES DIGITAIS USAM A PSICOLOGIA PARA ENGANAR

Quando se fala em crimes digitais, é comum imaginar códigos, softwares maliciosos e invasões complexas. No entanto, há uma técnica que dispensa qualquer linha de programação e se apoia unicamente na interação humana: a engenharia social. Trata-se de um método de persuasão e manipulação psicológica usado para induzir pessoas a revelar informações confidenciais, executar ações prejudiciais ou permitir acesso a sistemas restritos.

O diferencial dessa prática é que ela atua diretamente sobre o comportamento humano, explorando confiança, medo, urgência e empatia. Ao invés de forçar tecnicamente uma invasão, o golpista direciona seus esforços para influenciar decisões, valendo-se de dados reais obtidos de forma ilícita ou por exposição pública nas redes sociais. É um ataque silencioso, mas altamente efetivo, justamente por utilizar informações que a vítima não imagina estarem comprometidas.

Entre as estratégias mais comuns estão anúncios falsos, links enganosos, mensagens persuasivas e até contatos presenciais. Técnicas como clickbait, campanhas falsas e anúncios patrocinados simulam comunicações legítimas para atrair a atenção e induzir respostas rápidas. A lógica é simples: é mais fácil convencer alguém a abrir a porta do que arrombá-la.

Dentro desse método, destacam-se algumas modalidades frequentes:

  • Phishing: envio de e-mails ou mensagens falsas que direcionam a vítima para páginas clonadas de bancos, órgãos públicos ou empresas conhecidas, explorando sentimentos como medo ou urgência.
  • Vishing: golpes aplicados por voz, geralmente com o criminoso se passando por funcionário de instituições financeiras para solicitar dados ou transferências.
  • Smishing: fraude por mensagens de texto (SMS), normalmente com links maliciosos ou instruções falsas.
  • Clonagem de WhatsApp: acesso à conta da vítima após obtenção do código de verificação, permitindo pedidos de transferência de valores para contatos próximos.
  • Falsa central de atendimento: ligação fraudulenta informando supostas irregularidades na conta da vítima, induzindo-a a fornecer senhas, tokens ou a transferir valores para contas de terceiros.

Do ponto de vista jurídico, a prática pode se enquadrar em diferentes tipos penais. O estelionato, previsto no artigo 171 do Código Penal, é o mais comum, caracterizado pela obtenção de vantagem ilícita mediante fraude. Também podem ser aplicados dispositivos que tratam da invasão de dispositivo informático (art. 154-A), falsidade ideológica ou documental, além de sanções previstas no Marco Civil da Internet e na Lei Geral de Proteção de Dados, quando há uso indevido de informações pessoais.

A prevenção exige atenção redobrada. Desconfiar de solicitações urgentes, verificar a autenticidade de links e contatos, confirmar informações diretamente pelos canais oficiais e adotar autenticação em dois fatores são medidas eficazes para reduzir riscos. Também é recomendável limitar a exposição de dados pessoais na internet e manter hábitos de navegação mais criteriosos.

No ambiente corporativo, a proteção vai além de ferramentas tecnológicas. É essencial promover treinamentos periódicos para que colaboradores reconheçam sinais de manipulação, realizem simulações de ataques para aumentar a capacidade de detecção e implementem protocolos claros de verificação de identidade. Limitar o acesso a dados sensíveis e estabelecer regras rígidas para comunicações externas são práticas que fortalecem a segurança e reduzem a margem de ação dos criminosos.

A engenharia social demonstra que, no campo da cibersegurança, o elo humano continua sendo um ponto de vulnerabilidade. Reconhecer isso e adotar uma postura preventiva é o primeiro passo para dificultar a ação de quem busca explorar falhas comportamentais antes mesmo de enfrentar barreiras técnicas.