Publicado em

COMO EVITAR O GOLPE DE TAXAÇÃO DE COMPRAS INTERNACIONAIS POR E-MAIL

Um novo golpe virtual está atingindo consumidores que realizam compras internacionais, especialmente importações da China. A abordagem começa com um e-mail falso, que parece ser enviado pelos Correios, informando que uma remessa foi taxada. O destinatário é então direcionado para um site que simula o visual dos Correios, onde são solicitados dados pessoais, como o CPF.

No site, uma imagem gerada por inteligência artificial exibe uma caixa de encomenda, com o nome completo e o CPF da vítima, acompanhada de uma solicitação de pagamento de uma taxa para liberar a suposta mercadoria retida na Receita Federal. No entanto, essa imagem não contém informações reais, como o endereço de entrega.

Os Correios esclarecem que não enviam e-mails sobre encomendas nem são responsáveis pela taxação de produtos importados, um processo que é de competência exclusiva da Receita Federal. Somente após o pagamento dos impostos devidos, a mercadoria pode ser liberada para entrega pelos Correios. A Polícia Civil relatou que esse golpe tem adotado novas abordagens, incluindo o uso de inteligência artificial para criar documentos falsificados que enganam os usuários.

O acesso a dados pessoais, muitas vezes provenientes de vazamentos em bancos, facilita a atuação dos criminosos. Para evitar cair nesse tipo de golpe, os consumidores devem verificar o status de suas encomendas diretamente pelo aplicativo oficial dos Correios. Através do menu “Minhas Importações”, é possível acompanhar o processo de taxação e realizar o pagamento devido, caso necessário, utilizando apenas o código de rastreamento da encomenda, sem a necessidade de fornecer o CPF ou outras informações pessoais.

Publicado em

COMO O CLIQUE EM ‘ACEITO OS TERMOS’ PODE COMPROMETER SEUS DADOS

O clique no botão “Aceito os termos” se tornou uma ação rotineira na vida digital de muitos usuários. Plataformas de redes sociais, aplicativos e sites frequentemente solicitam esse tipo de consentimento sem que os usuários se preocupem em ler os termos e condições que aceitam. Esse comportamento está se tornando cada vez mais comum, principalmente entre os jovens. Embora as plataformas ofereçam contratos digitais, muitos não têm plena consciência do que estão autorizando, o que pode gerar consequências negativas, especialmente no que diz respeito à privacidade de dados.

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor em 2020, exige que o consentimento do usuário seja claro, informado e inequívoco. O que significa que os usuários devem entender exatamente que dados estão sendo coletados, qual será a finalidade do uso e com quem as informações serão compartilhadas. No entanto, na prática, esse padrão de consentimento ainda não é amplamente seguido. A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) tem identificado casos em que a aceitação é feita sem a devida transparência, o que caracteriza um consentimento viciado e coloca as empresas em risco de responsabilidade legal.

A maioria dos termos de uso e políticas de privacidade permite que as empresas coletem uma ampla gama de dados. Esses dados podem incluir informações sobre a localização do usuário, hábitos de navegação, interações em redes sociais, e até conteúdos compartilhados, como fotos, vídeos e áudios. Além disso, aplicativos modernos, especialmente aqueles que integram sistemas de inteligência artificial, costumam incluir cláusulas que permitem o uso de conteúdo publicado para treinar algoritmos, uma prática que muitas vezes não é devidamente destacada no meio de contratos extensos.

Com a introdução da inteligência artificial em diversas plataformas, o uso de dados dos usuários para treinar sistemas de IA se tornou uma prática cada vez mais comum. Em muitos casos, os contratos exigem o aceite de forma automática para que o usuário tenha acesso ao serviço. No entanto, ao aceitar essas condições, o usuário muitas vezes não percebe que está permitindo o uso de suas informações pessoais para finalidades que vão além da interação básica com o serviço.

A LGPD garante aos titulares de dados uma série de direitos, como saber quais informações estão sendo coletadas, corrigir dados errados, limitar o uso de suas informações ou até mesmo pedir a exclusão dos registros. Contudo, para que o usuário possa exercer esses direitos, ele precisa primeiro compreender o que está realmente aceitando ao clicar no botão de consentimento. Muitos especialistas orientam os usuários a procurarem versões resumidas dos termos de uso e políticas de privacidade, revisar as permissões de acesso nos dispositivos e evitar fazer login em sites e aplicativos de terceiros por meio de redes sociais.

Além disso, a revogação do consentimento, quando possível, é uma recomendação importante, principalmente quando a finalidade do uso dos dados muda ao longo do tempo. Embora algumas plataformas já ofereçam ferramentas de privacidade mais acessíveis, o desconhecimento sobre os direitos garantidos pela LGPD ainda é elevado, o que dificulta a plena conscientização dos usuários.

Diante disso, é essencial que os usuários sejam mais críticos e informados sobre os termos e condições aos quais estão aderindo. As empresas, por sua vez, devem garantir que seus contratos digitais sejam claros, acessíveis e verdadeiramente informativos, evitando cláusulas abusivas e o uso inadequado de dados. O consentimento do usuário não deve ser um simples procedimento burocrático, mas um processo transparente e consciente que respeite os direitos dos titulares de dados.

Publicado em

SEGURANÇA DIGITAL COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO EM 2025

A transformação digital segue redefinindo os modelos de negócios e impulsionando a automação de processos, o que traz consigo um desafio estratégico para as empresas: a proteção de seus ativos digitais. Neste ano de 2025, a cibersegurança assume papel ainda mais relevante, impulsionada pela maior dependência de dados e pela ampliação de ambientes digitais complexos e distribuídos.

Dados divulgados por institutos internacionais indicam que os investimentos globais em segurança digital devem alcançar 212 bilhões de dólares, um aumento expressivo de 15,1% no comparativo anual. Entre os fatores que motivam esse avanço, destaca-se o uso de inteligência artificial generativa, que deve estar presente em aproximadamente 17% dos ciberataques realizados neste ano. A mesma tecnologia, amplamente adotada por empresas para otimizar operações, vem sendo explorada por agentes mal-intencionados para acelerar a identificação de vulnerabilidades e escalar ataques.

O mercado já percebe os impactos dessa transformação. Levantamentos mostram que 80% dos responsáveis pela segurança de bancos ao redor do mundo admitem enfrentar dificuldades para acompanhar o ritmo com que os cibercriminosos se utilizam de recursos baseados em inteligência artificial. A automação de ataques, portanto, não é mais uma possibilidade distante, mas uma realidade que desafia modelos tradicionais de defesa.

Diante desse panorama, modelos de segurança como o Zero Trust se consolidam como referência. A premissa é simples, embora tecnicamente robusta: não confiar automaticamente em nenhum usuário, dispositivo ou fluxo de dados, independentemente de sua localização. Essa abordagem vem se mostrando eficiente para proteger ambientes híbridos, operações em nuvem e colaboradores em regime remoto.

Além de investimentos tecnológicos, ganha força a percepção de que a proteção digital não pode ser tratada como uma ação isolada ou limitada a projetos específicos. A construção de uma cultura organizacional voltada à segurança, com treinamentos contínuos e processos bem definidos, torna-se fator determinante para mitigar riscos e fortalecer a resiliência empresarial.

Outro ponto de atenção está na cadeia de suprimentos. Fornecedores e parceiros comerciais passaram a ser alvos estratégicos, tornando-se porta de entrada para ameaças direcionadas a grandes organizações. Isso exige que empresas revisem contratos, adotem critérios rigorosos na gestão de terceiros e integrem políticas de segurança desde a base das operações.

O ambiente digital, especialmente os canais de atendimento, também se tornou vetor prioritário de proteção. A massiva circulação de dados entre empresas e consumidores exige não apenas a blindagem das infraestruturas críticas, mas também a adoção de práticas que garantam segurança e fluidez nas experiências omnichannel.

No Brasil, o setor acompanha essa movimentação global. Projeções indicam que o mercado nacional de cibersegurança deve alcançar 3,68 bilhões de dólares em 2025, superando os 3,3 bilhões registrados no ano anterior. Pequenas e médias empresas estão no centro desse debate, uma vez que boa parte delas ainda não conta com políticas robustas de segurança da informação, tornando-se alvos preferenciais de ataques.

O fortalecimento da cultura de segurança, aliado ao acesso a soluções adequadas à maturidade digital de cada organização, tem se mostrado essencial. A proteção de dados não é apenas uma exigência legal ou uma necessidade técnica, mas também um diferencial competitivo capaz de gerar valor, aumentar a confiança dos clientes e garantir a sustentabilidade dos negócios em ambientes cada vez mais digitais.

Publicado em

TECNOLOGIA E COMPLIANCE: COMO A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL REDUZ RISCOS E CUSTOS NAS EMPRESAS

Empresas têm investido cada vez mais em tecnologia para aprimorar seus mecanismos de controle e prevenção a operações financeiras suspeitas. O uso de inteligência artificial deixou de ser uma simples automação de tarefas e passou a desempenhar um papel estratégico na identificação de transações atípicas, contribuindo diretamente para a redução de riscos regulatórios e financeiros.

Estudos indicam que companhias que não possuem programas de compliance robustos acabam desembolsando até três vezes mais do que aquelas que implementam sistemas de controle eficientes. A pesquisa do Ponemon Institute LLC revela que o custo médio com conformidade gira em torno de 222 dólares por colaborador, enquanto os prejuízos decorrentes da não conformidade podem alcançar 820 dólares por funcionário.

No Brasil, os desafios são ainda mais expressivos. A complexidade da legislação tributária, aliada ao aumento da sofisticação das práticas ilícitas no ambiente corporativo, exige que as organizações adotem ferramentas mais inteligentes e dinâmicas. Além de atender às exigências legais, as soluções tecnológicas disponíveis no mercado são capazes de atuar de forma proativa na identificação de riscos, fortalecendo a governança e a integridade dos processos.

Atualmente, softwares que utilizam inteligência artificial e machine learning processam grandes volumes de dados, detectam movimentações suspeitas, como transações fracionadas ou incompatíveis com o perfil econômico do cliente e criam trilhas auditáveis, essenciais tanto para auditorias quanto para processos de investigação. Essas ferramentas também realizam cruzamentos automáticos com listas restritivas e de sanções, promovendo uma triagem mais eficiente dos alertas gerados.

O impacto é significativo: ao reduzir a quantidade de falsos positivos e priorizar os alertas realmente relevantes, as tecnologias permitem que os profissionais de compliance direcionem seus esforços para análises mais complexas, que exigem interpretação apurada e conhecimento técnico especializado. Nessas situações, o discernimento humano continua sendo indispensável.

Os benefícios se estendem ainda à área fiscal. Soluções digitais apoiam a análise da legislação brasileira, fazem cruzamentos de informações provenientes de diversas bases e auxiliam na identificação de inconsistências que, se não tratadas a tempo, podem se transformar em passivos fiscais relevantes. Com a entrada em vigor da Reforma Tributária e a coexistência de dois regimes fiscais durante o período de transição, o desafio da conformidade se intensifica, tornando indispensável a adoção de sistemas capazes de acompanhar simultaneamente as regras vigentes e as que estão sendo implementadas.

A adoção de um programa de compliance fiscal estruturado não apenas assegura a conformidade, como também oferece segurança jurídica, otimiza custos operacionais e fortalece a reputação da empresa no mercado. Para entender como implementar essas soluções e proteger sua empresa de riscos legais e financeiros, entre em contato com um de nossos especialistas.

Publicado em

LGPD EM 2025: QUANDO A PROTEÇÃO DE DADOS SE TORNA PARTE DA ROTINA DOS NEGÓCIOS

Chegamos a um momento em que a proteção de dados deixou de ser um tema restrito ao departamento jurídico ou à área de tecnologia. Em 2025, a LGPD começa a ocupar um espaço mais orgânico nas rotinas das empresas, sendo percebida não apenas como uma obrigação legal, mas como um valor que fortalece a relação entre empresas e pessoas.

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) já atua de forma mais firme e estruturada, trazendo um olhar atento para setores que lidam diretamente com dados sensíveis, como a área da saúde, os serviços financeiros e o mercado de tecnologia. Não se trata mais de ter documentos formais apenas para cumprir um protocolo; o que se espera agora é a demonstração prática de que a proteção dos dados faz parte das escolhas diárias da empresa.

Investir em segurança da informação, realizar análises sobre o impacto do uso de dados e criar uma cultura de responsabilidade interna são medidas que passaram a ser vistas como naturais, especialmente por aquelas empresas que compreendem a privacidade como um elemento essencial para manter a confiança de seus clientes e parceiros.

Por outro lado, a tecnologia avança a passos largos, e com ela surgem novos desafios. A inteligência artificial, por exemplo, já faz parte de muitas soluções que utilizamos no dia a dia, mas seu uso exige cuidado. Os algoritmos precisam ser mais transparentes, e as empresas, mais dispostas a explicar como as decisões automatizadas podem afetar a vida das pessoas. Esse é um tema que a própria ANPD tem buscado regulamentar, o que mostra uma preocupação legítima com a proteção dos direitos dos cidadãos.

As pequenas e médias empresas ainda enfrentam algumas dificuldades para atender às exigências da lei, e é natural que seja assim. Muitas vezes, faltam recursos ou orientação técnica adequada. No entanto, esse movimento de adequação tende a ganhar força com o apoio de soluções mais simples e acessíveis, desenvolvidas justamente para ajudar esse público a se adaptar sem comprometer o orçamento.

Além disso, novas formas de interação digital — como o metaverso, os dispositivos conectados à internet e o uso crescente de criptomoedas — trazem questões importantes sobre privacidade. Esses temas estão ganhando espaço nas conversas de quem pensa o futuro dos negócios. Cada vez mais, será necessário incluir a proteção de dados desde o início dos projetos, de forma que a preocupação com a privacidade acompanhe o desenvolvimento de novos produtos e serviços.

O mais interessante de tudo isso é perceber que os próprios consumidores estão mais atentos e informados. Hoje, as pessoas sabem o valor que seus dados têm e exigem que esse valor seja respeitado. As empresas que souberem conduzir essa relação com transparência e honestidade terão mais chances de criar vínculos duradouros e de fortalecer sua imagem no mercado.

Por fim, é importante lembrar que a proteção de dados é uma forma de demonstrar respeito pelas pessoas. E, nesse sentido, o Brasil tem a chance de se destacar internacionalmente, harmonizando suas regras com as melhores práticas já adotadas em outros países e atraindo investimentos que reconheçam esse compromisso.

A forma como cada empresa escolhe lidar com a privacidade será, um reflexo da sua visão de futuro e da sua responsabilidade social. E, diante de tudo isso, cabe uma reflexão simples, mas necessária: estamos, de fato, preparados para lidar com esse novo momento com a seriedade que ele exige?

Publicado em

COMO A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL ESTÁ TRANSFORMANDO A GESTÃO DE LITÍGIOS

No contexto jurídico contemporâneo, a tecnologia tem desempenhado um papel transformador, especialmente por meio das legaltechs. Essas empresas utilizam recursos tecnológicos para aprimorar e otimizar processos legais, oferecendo soluções que vão desde a automação de documentos até a análise preditiva de litígios. O objetivo central é aumentar a eficiência e reduzir os custos operacionais de departamentos jurídicos e escritórios de advocacia.

Entre as legaltechs brasileiras, destaca-se uma empresa especializada no desenvolvimento de soluções baseadas em inteligência artificial para a gestão de litígios empresariais. Fundada em outubro de 2024, a empresa oferece serviços como terceirização de processos jurídicos (BPO Jurídico) e plataformas de IA para monitoramento de riscos e previsão de litígios. Essas soluções promovem maior eficiência e redução de custos operacionais para as empresas atendidas.

A empresa surgiu a partir de uma plataforma que conectava pessoas a advogados online. Com base na experiência adquirida, os fundadores perceberam a necessidade de atuar na prevenção de litígios, auxiliando empresas a evitarem processos desnecessários. Assim, a empresa foi criada com uma abordagem mais estratégica para a gestão de conflitos empresariais.

Atuando em todo o território nacional, a empresa atende departamentos jurídicos e de experiência do cliente (CX) de diversas organizações. Sua plataforma de IA utiliza algoritmos para analisar conversas, históricos de atendimentos e dados externos, prevendo com precisão a probabilidade de ações judiciais e seus possíveis impactos. A forma de contratação segue o modelo SaaS (Software as a Service), com planos empresariais personalizados de acordo com as necessidades dos clientes.

A aplicação de inteligência artificial no setor jurídico, como exemplificado por essa empresa, reflete uma tendência de modernização e busca por soluções mais eficazes na gestão de litígios. Ao integrar tecnologia e conhecimento jurídico, legaltechs como essa contribuem para a evolução do mercado jurídico, oferecendo ferramentas que permitem uma atuação mais estratégica e preventiva.

Publicado em

O DIREITO EM TRANSFORMAÇÃO: INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS E TENDÊNCIAS JURÍDICAS PARA 2025

O setor jurídico encontra-se em constante transformação, refletindo alterações no comportamento da sociedade, nas regulações legais e na incorporação de novas tecnologias. Tais mudanças exigem que advogados, escritórios e instituições judiciais se reestruturem, não apenas para acompanhar as inovações, mas para continuarem oferecendo respostas eficazes às demandas da sociedade.

Com o avanço da digitalização e o fortalecimento de tecnologias como a Inteligência Artificial, o Direito passa a operar de forma mais ágil, estratégica e conectada. A seguir, destacamos os principais movimentos que vêm impactando a prática jurídica em 2025, contribuindo para um exercício mais eficiente e orientado à realidade atual.

1. Big Data aplicado ao Direito
O uso de grandes volumes de dados, estruturados ou não, tornou-se uma ferramenta estratégica para a atuação jurídica. Softwares especializados permitem a análise de decisões judiciais, identificação de padrões, detecção de inconsistências, automação de contratos e cruzamento de dados para prevenir litígios ou reforçar estratégias processuais. A capacidade de transformar dados em informação qualificada torna o Big Data um aliado indispensável na atuação jurídica moderna.

2. Jurimetria como instrumento de previsibilidade
A jurimetria consiste na utilização de métodos estatísticos para analisar decisões judiciais e formular previsões fundamentadas. Esse recurso permite ao advogado uma melhor gestão de riscos processuais, avaliação de probabilidades e suporte mais técnico às teses defendidas, aproximando o Direito das práticas quantitativas adotadas em outras áreas do conhecimento.

3. Inteligência Artificial no cotidiano jurídico
Ferramentas baseadas em IA já são utilizadas para automatizar a revisão de documentos, prever desdobramentos processuais e indicar estratégias jurídicas com base em precedentes. Além disso, o uso de assistentes virtuais, sistemas de mediação e arbitragem automatizados e mecanismos de análise de risco jurídico vêm sendo incorporados à rotina de escritórios e departamentos jurídicos.

4. Expansão da digitalização processual
A digitalização de processos tornou-se padrão no Judiciário brasileiro e está em constante aprimoramento. Documentos físicos cedem espaço a plataformas eletrônicas, viabilizando um fluxo de trabalho mais célere, organizado e acessível. Profissionais que ainda resistem a essa transição devem compreender que a informatização dos trâmites jurídicos é, hoje, um requisito básico de atuação.

5. Consolidação da LGPD como eixo estruturante
A Lei Geral de Proteção de Dados já integra o núcleo das preocupações jurídicas de empresas e instituições públicas. Mais do que um marco regulatório, a LGPD exige reestruturações nos fluxos de tratamento de dados, o que demanda do profissional do Direito conhecimento técnico e visão prática para orientar e adequar operações ao que a legislação impõe.

6. Compliance Digital em alta
A estruturação de programas de integridade adaptados ao ambiente digital se tornou indispensável. Questões envolvendo cibersegurança, uso de inteligência artificial e proteção de dados exigem políticas claras, atualizadas e auditáveis. O advogado que atua com empresas deve estar apto a elaborar, revisar e implementar essas diretrizes.

7. Investigação defensiva como ferramenta estratégica
Com a proposta legislativa que visa incorporar a investigação defensiva ao Estatuto da Advocacia, o advogado passa a ter respaldo normativo mais robusto para conduzir diligências e coleta de provas de forma independente. Essa medida fortalece a atuação proativa da defesa, com foco na preservação de elementos probatórios antes da instauração formal de processos.

8. Direito Ambiental e cláusulas sustentáveis
Com a intensificação das preocupações ambientais e os impactos do aquecimento global sendo cada vez mais documentados, o Direito Ambiental passa a integrar negociações comerciais, contratos empresariais e operações societárias. Cláusulas voltadas à responsabilidade ambiental e à governança sustentável (ESG) tornam-se frequentes, especialmente em setores que lidam diretamente com recursos naturais ou cadeias produtivas complexas.

9. Plataformas de Resolução Online de Conflitos (ODR)
Em um país com volume expressivo de processos judiciais, as plataformas de resolução online ganham espaço como alternativas viáveis para solucionar litígios de menor complexidade, como conflitos de consumo e cobranças. Tais mecanismos oferecem economia de tempo, recursos e contribuem para a desjudicialização de questões que podem ser resolvidas de forma consensual.

10. Ferramentas de coleta probatória como a Verifact
A exigência de integridade e autenticidade nas provas digitais faz com que soluções como a Verifact se tornem cada vez mais utilizadas. Ao permitir o registro de conteúdos online com conformidade técnica e validade jurídica, a plataforma se apresenta como substituta viável à ata notarial, com aplicação prática em litígios cíveis, penais, trabalhistas e administrativos.

11. Legal Design e a clareza na comunicação jurídica
O Legal Design propõe uma abordagem centrada na experiência do usuário para tornar os documentos jurídicos mais compreensíveis. Isso implica repensar a forma de apresentação de termos, cláusulas e comunicações jurídicas, buscando formatos mais visuais, objetivos e acessíveis, sem perda de rigor técnico.

Publicado em

SUA EMPRESA USA CHATGPT? QUEM RESPONDE PELOS ERROS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL?

A inteligência artificial deixou de ser assunto de laboratório e já faz parte do dia a dia de muitas empresas. Ferramentas como o ChatGPT estão sendo usadas para agilizar processos, responder clientes, auxiliar na redação de documentos e até para tomar decisões internas. Mas o que nem todos percebem é que, junto com os benefícios, vêm também riscos — inclusive jurídicos.

Quando uma empresa adota o uso da IA em suas rotinas, ela continua responsável pelo que é feito com os dados e pelas consequências dos atos praticados com o apoio dessa tecnologia. Se um funcionário usa o ChatGPT para gerar um contrato, por exemplo, e esse documento traz erros que prejudicam a outra parte, a empresa pode ser responsabilizada. A IA não serve de escudo.

Outro ponto delicado envolve o uso de informações sigilosas. Inserir dados sensíveis de clientes, contratos, processos internos ou qualquer outro conteúdo estratégico em um sistema de IA pode comprometer a segurança da informação. Ainda que o sistema diga que não armazena, isso não isenta a empresa do dever de proteger esses dados.

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) também entra em cena. O uso de IA precisa respeitar os princípios da finalidade, necessidade e segurança, entre outros. Se a IA está sendo utilizada para tratar dados pessoais, a empresa deve ser transparente com o titular, manter registros e garantir que não haja vazamentos ou acessos indevidos.

Além disso, se o conteúdo gerado pela IA for ofensivo, discriminatório ou causar prejuízo a terceiros, isso pode resultar em responsabilidade civil e até penal, dependendo do caso. Não importa se foi “a máquina que escreveu”. Quem utiliza a tecnologia deve estar preparado para responder pelos efeitos dela.

Em empresas sérias, a tecnologia deve ser uma aliada — mas sempre dentro de limites bem definidos. Isso passa por criar políticas internas de uso, treinar colaboradores, supervisionar o que é feito com essas ferramentas e, principalmente, contar com apoio jurídico na hora de definir o que pode e o que não pode ser feito com inteligência artificial.

Porque, no fim das contas, o que está em jogo é a reputação, o bolso e, muitas vezes, a confiança do cliente. E isso, como sabemos, não se reconstrói com facilidade.

Publicado em

USO DE IMAGENS POR INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL EM REDES SOCIAIS CORPORATIVAS

A popularização das ferramentas de inteligência artificial trouxe inúmeras possibilidades para o marketing digital, incluindo a personalização de conteúdo e a automação de processos. No entanto, ao lado dessas vantagens, surgem riscos concretos que não podem ser ignorados, especialmente no que se refere ao uso de imagens de pessoas em campanhas e publicações institucionais.

Uma das práticas mais sensíveis é o uso de rostos reais sem autorização. Seja de colaboradores, consumidores ou influenciadores, a reprodução da imagem sem consentimento pode gerar responsabilidade civil e comprometer a reputação da empresa. Não basta estar disponível na internet. A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) trata a imagem como dado pessoal sensível, exigindo uma base legal específica para seu tratamento, geralmente o consentimento expresso.

O uso de ferramentas que geram ou manipulam rostos com aparência realista, como os chamados deepfakes, representa uma camada adicional de risco. Embora possam ser utilizadas para criar conteúdos criativos e envolventes, essas tecnologias também podem ser empregadas de forma antiética, inclusive na composição de vídeos ou fotos que simulam falas ou comportamentos de pessoas reais. Quando isso ocorre sem autorização, o problema deixa de ser apenas ético e passa a ter implicações jurídicas sérias.

Empresas que adotam a inteligência artificial como aliada na comunicação institucional devem estabelecer critérios claros para o uso de imagens. Isso envolve desde políticas internas até treinamentos de equipes de marketing e comunicação. Também é recomendável a revisão dos contratos com agências terceirizadas, garantindo cláusulas específicas sobre responsabilidade no uso de conteúdo gerado por IA.

A construção da confiança com o público passa, hoje, pelo respeito à identidade visual e à integridade da imagem das pessoas. Utilizar a inteligência artificial com responsabilidade não é apenas uma questão de conformidade legal, mas de respeito à dignidade humana.

A tecnologia avança, mas os princípios continuam os mesmos: transparência, ética e respeito. É por esses caminhos que as empresas devem conduzir suas estratégias digitais.

Publicado em

COMO A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PODE AJUDAR OU PREJUDICAR SUA EMPRESA

A Inteligência Artificial está cada vez mais presente no mundo corporativo, otimizando tarefas, reduzindo custos e ampliando a eficiência dos negócios. No setor jurídico, ela se tornou uma ferramenta poderosa para escritórios de advocacia e departamentos jurídicos, auxiliando na análise de contratos, na organização de documentos e até na previsão de riscos em processos. No entanto, como qualquer inovação tecnológica, seu uso pode trazer desafios que exigem atenção, especialmente no que diz respeito à conformidade legal e proteção de dados.

Os benefícios do uso da IA no jurídico

Empresas que integram IA aos seus processos internos conseguem ganhos expressivos de produtividade. Sistemas automatizados analisam grandes volumes de dados em segundos, identificam padrões em processos judiciais e até sugerem argumentos jurídicos baseados em jurisprudência consolidada. Além disso, a automação de documentos reduz erros humanos e garante mais segurança na elaboração de contratos e pareceres.

Outro benefício é a otimização da gestão de riscos. Softwares inteligentes podem prever a probabilidade de êxito em ações judiciais, permitindo que empresas tomem decisões estratégicas com base em dados concretos. A IA também facilita o cumprimento de normas regulatórias, gerando relatórios automáticos e auxiliando na governança corporativa.

Os riscos jurídicos e a responsabilidade sobre a IA

Apesar de todos esses avanços, o uso inadequado da IA pode gerar problemas jurídicos consideráveis. Empresas que utilizam algoritmos sem transparência correm o risco de decisões enviesadas, o que pode resultar em litígios trabalhistas, ações de consumo ou até violações da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

A delegação de funções sensíveis à IA, sem supervisão humana, pode levar a erros que prejudicam clientes e parceiros comerciais. Se um sistema automatizado rejeita um contrato ou nega um benefício indevidamente, a responsabilidade recai sobre a empresa, que pode enfrentar sanções legais e danos à reputação.

Além disso, a coleta e o tratamento de dados por ferramentas de IA precisam seguir rigorosamente a legislação vigente. O vazamento ou uso indevido de informações pessoais pode acarretar multas elevadas e comprometer a credibilidade da empresa no mercado.

Equilíbrio entre inovação e segurança jurídica

O segredo para aproveitar a IA sem cair em armadilhas jurídicas está na implementação responsável. Empresas devem adotar políticas de governança digital, garantindo que os sistemas utilizados sejam auditáveis, transparentes e supervisionados por especialistas.

A combinação entre tecnologia e expertise humana é o caminho mais seguro para transformar a IA em uma aliada estratégica, sem que sua empresa corra riscos desnecessários. Afinal, inovação sem controle pode custar caro, tanto no bolso quanto na reputação.

Publicado em

NOVAS REGRAS PARA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: COMO A REGULAMENTAÇÃO AFETA O USO EMPRESARIAL?

Nos últimos anos, a rápida evolução da Inteligência Artificial (IA) tem impulsionado a transformação digital em diversos setores, trazendo inovação, eficiência e novos modelos de negócios. Entretanto, o uso dessa tecnologia também levanta preocupações sobre privacidade, segurança de dados, discriminação algorítmica e responsabilidade jurídica, o que tem motivado a criação de regulamentações específicas em diversas partes do mundo.

As novas diretrizes sobre IA, como o Regulamento Europeu de Inteligência Artificial (AI Act) e iniciativas regulatórias em outras jurisdições, buscam estabelecer parâmetros claros para o desenvolvimento e a utilização ética dessas tecnologias. O objetivo não é limitar a inovação, mas garantir que os sistemas de IA sejam transparentes, seguros e respeitem os direitos fundamentais.

Dentre os principais pontos dessas regulamentações, destacam-se:

  1. Classificação de Riscos: Os sistemas de IA passam a ser categorizados conforme o grau de risco que apresentam à sociedade. Aplicações de “alto risco”, como aquelas utilizadas em decisões de crédito, recrutamento e sistemas de vigilância, estarão sujeitas a controles mais rigorosos.
  2. Transparência e Responsabilidade: Empresas que utilizam IA precisarão adotar práticas que garantam maior transparência na operação dos algoritmos, informando claramente quando o usuário está interagindo com uma máquina e como os dados estão sendo utilizados.
  3. Proteção de Dados e Privacidade: As novas regulamentações reforçam a importância de conformidade com legislações de proteção de dados, como a LGPD no Brasil e o GDPR na Europa, especialmente no que diz respeito à coleta, armazenamento e tratamento de informações pessoais.
  4. Supervisão e Auditoria: O monitoramento contínuo dos sistemas de IA se torna obrigatório em determinados setores, com exigências de auditorias regulares para evitar vieses indevidos e garantir a segurança e a confiabilidade das soluções.

Para as empresas, adaptar-se a essas exigências implica revisar processos internos, investir em treinamento de equipes e, muitas vezes, reestruturar soluções tecnológicas. O alinhamento com as novas normas não apenas mitiga riscos legais, mas também fortalece a confiança do público e dos parceiros comerciais no uso responsável da IA.

Dessa forma, a regulamentação da Inteligência Artificial representa uma etapa natural no processo de amadurecimento dessa tecnologia. Empresas que adotarem práticas transparentes e éticas não apenas atenderão aos requisitos legais, mas também estarão mais preparadas para explorar as oportunidades que a IA oferece de maneira sustentável e responsável.

Publicado em

IA E TRABALHO: COMO A TECNOLOGIA PODE POTENCIALIZAR SUAS HABILIDADES

A revolução tecnológica sempre desperta reflexões sobre como o mercado de trabalho será impactado. Com os avanços recentes da inteligência artificial generativa, essa discussão ganha novos contornos. O que antes parecia um futuro distante agora se mostra presente nas mais diversas áreas, desde a educação e a saúde até o setor corporativo. A cada inovação, o desafio não é apenas adaptar-se, mas compreender de que forma essas ferramentas podem potencializar a capacidade humana.

As organizações estão incorporando a IA de maneira acelerada, e a tendência é que essa adoção cresça exponencialmente nos próximos anos. O impacto econômico é expressivo, e sua influência se reflete diretamente na produtividade e na criação de novas funções no mercado de trabalho.

A Transformação do Profissional: De Operador a Pensador Estratégico

Diferente da visão alarmista que frequentemente acompanha as novas tecnologias, a IA não elimina postos de trabalho de forma abrupta. Em vez disso, ressignifica atividades, deslocando o foco do operacional para o estratégico. O pensamento analítico, a criatividade e a tomada de decisões passam a ser ainda mais valorizados. Enquanto as tarefas repetitivas e de menor valor agregado podem ser automatizadas, a inteligência humana se concentra na inovação e no raciocínio crítico.

Novas carreiras surgem nesse cenário, algumas delas sequer imaginadas há duas décadas. Funções relacionadas à análise de dados, engenharia de IA, automação e ética tecnológica são cada vez mais demandadas. O profissional do futuro não será apenas um usuário de IA, mas um estrategista que a integra às necessidades do seu setor, garantindo que os algoritmos sejam utilizados de maneira eficiente e responsável.

A Inteligência Artificial Como Copiloto

A incorporação da IA nos processos empresariais exige um novo modelo de pensamento. Não se trata apenas de saber utilizá-la, mas de compreender como ela influencia consumidores, mercados e processos internos. O profissional que se destaca é aquele capaz de formular boas perguntas, interpretar as respostas da IA com senso crítico e extrair insights valiosos para o negócio.

Entretanto, é preciso cautela. O avanço da tecnologia não significa infalibilidade. Modelos de IA podem apresentar falhas e gerar informações imprecisas. Isso reforça a importância do fator humano, que continua essencial para validar, supervisionar e corrigir os dados gerados.

O Equilíbrio Entre Tecnologia e Capital Humano

A implementação da IA no ambiente corporativo não deve ser encarada como uma substituição da força de trabalho, mas como um mecanismo de aprimoramento. O crescimento da produtividade e a otimização de processos não resultam apenas em ganho financeiro para as empresas, mas também em maior satisfação para os trabalhadores.

Com a eliminação de tarefas mecânicas, os profissionais podem direcionar seus esforços para atividades estratégicas e criativas, encontrando maior propósito em seu trabalho. Nesse contexto, programas de capacitação tornam-se essenciais para que a transição tecnológica ocorra de maneira equilibrada.

O aprimoramento contínuo e a atualização de competências são indispensáveis para acompanhar essa nova realidade. A qualificação profissional passa a ser um diferencial competitivo, permitindo que os indivíduos se tornem não apenas consumidores de tecnologia, mas agentes ativos na construção de um mercado de trabalho mais dinâmico, inovador e sustentável.

No fim das contas, a IA não substitui o ser humano. Ela potencializa o que temos de melhor: nossa capacidade de pensar, criar e transformar.