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GOLPISTAS EXPLORAM MEDO DO METANOL E VENDEM FALSOS TESTES NA INTERNET

A preocupação com a contaminação de bebidas alcoólicas por metanol vem sendo explorada por golpistas que criam sites fraudulentos, prometendo kits capazes de detectar a substância. Esses produtos não possuem comprovação técnica ou autorização para comercialização, e têm servido apenas como meio para coleta indevida de dados pessoais e obtenção de vantagem financeira.

As páginas falsas, muitas vezes impulsionadas por anúncios pagos, direcionam o usuário a ambientes criados por criminosos, onde informações sensíveis como CPF e endereço são solicitadas sob o pretexto de segurança ou envio do suposto teste. Especialistas recomendam que, ao se deparar com esse tipo de conteúdo, o consumidor registre denúncia na plataforma consumidor.gov.br ou procure o Procon de sua região.

Até o momento, não há testes comerciais confiáveis e aprovados para uso doméstico na detecção de metanol em bebidas. As autoridades estão em contato com universidades e centros de pesquisa que desenvolvem soluções laboratoriais seguras, buscando caminhos para tornar o método acessível ao poder público e às instituições de fiscalização.

Segundo fontes técnicas do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, há iniciativas promissoras sendo avaliadas quanto à viabilidade científica e regulatória. O objetivo é garantir que qualquer produto destinado a essa finalidade ofereça resultados seguros, com base em evidências e sob supervisão adequada.

A orientação permanece a mesma: não adquirir produtos de procedência desconhecida e evitar fornecer dados pessoais em sites ou perfis que prometem testes rápidos de detecção de metanol. O combate à desinformação e às fraudes digitais é parte essencial da proteção do consumidor, e da própria segurança coletiva.

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PROTEÇÃO DE DADOS COMO ATIVO ESTRATÉGICO NO SETOR DE PLANOS DE SAÚDE

A transformação digital consolidou o setor de saúde como um dos mais visados por ataques cibernéticos. Operadoras de planos concentram dados altamente sensíveis de milhões de beneficiários — desde históricos clínicos e resultados de exames até informações financeiras e genéticas. Essa concentração de ativos digitais tornou-se um atrativo para grupos criminosos e, consequentemente, um desafio estratégico para as organizações.

Relatórios internacionais apontam que as violações no setor de saúde são as mais dispendiosas entre todas as áreas avaliadas, com valores médios superiores a sete milhões de dólares por incidente. Além do impacto financeiro, chama atenção o tempo necessário para identificar e conter um ataque: quase 280 dias, bem acima da média global.

Da obrigação regulatória ao fator de confiança

A entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) mudou a forma como as operadoras lidam com a segurança da informação. Antes, tratava-se de mera obrigação regulatória; hoje, tornou-se instrumento de confiança e diferencial competitivo. Instituições que demonstram transparência, aderência a normas e governança sólida em segurança conquistam credibilidade junto a clientes, fornecedores e parceiros de negócios.

Esse movimento levou operadoras a investir em protocolos de governança, soluções tecnológicas e práticas de transparência que reduzem riscos de incidentes, garantem conformidade legal e, sobretudo, preservam a confiança dos beneficiários.

Principais vetores de risco

Entre os riscos mais relevantes, destacam-se:

  • Ransomware: capaz de paralisar sistemas inteiros, desde agendas de consultas até prontuários eletrônicos. Além da criptografia de dados, há a ameaça de exposição pública de informações roubadas.
  • Vazamento de dados médicos e genômicos: altamente valorizados no mercado ilegal, expõem operadoras a sanções severas e à perda de reputação.
  • Phishing e engenharia social: exploram a fragilidade humana com mensagens falsas de reguladores, fornecedores ou clientes, abrindo espaço para invasões.
  • Ataques à cadeia de suprimentos: vulnerabilidades em prestadores ou fornecedores de software podem ser porta de entrada para acessar sistemas críticos.
  • Fraudes digitais: manipulação de autorizações de alto custo ou criação de beneficiários fictícios se intensificaram com a digitalização.

Preparação e resiliência

A questão não é mais se haverá um ataque, mas quando. Por isso, a resiliência operacional tornou-se prioridade. Planos de Continuidade de Negócios (PCN) e Planos de Resposta a Incidentes (PRI) são ferramentas indispensáveis, com simulações periódicas para validar a efetividade dos protocolos.

Medidas como back-ups segregados e testados, segmentação de redes, contratos prévios com empresas de resposta a incidentes e campanhas de conscientização de colaboradores já fazem parte do padrão de mercado. Na gestão de terceiros, surgem exigências contratuais de autenticação multifator, auditorias e due diligence de fornecedores.

Cultura de proteção de dados

O setor de saúde também avança na integração da cultura de segurança ao cuidado assistencial. A proteção de informações passou a ser tratada como extensão do compromisso com a vida e com a saúde. A LGPD impulsionou esse movimento ao exigir a nomeação de encarregados de dados, mapeamento de todo o ciclo de vida da informação e comunicação imediata às autoridades e titulares em caso de incidentes.

Além disso, programas de governança em proteção de dados instituíram padrões mínimos para todo o ecossistema, alinhando cooperativas e operadoras às normas internacionais, como ISO 27001 (Segurança da Informação) e ISO 27701 (Privacidade).

Segurança como diferencial competitivo

Mais do que atender a exigências legais, investir em cibersegurança é estratégia de mercado. Empresas que demonstram comprometimento público com a proteção da informação fortalecem sua reputação e se destacam em negociações B2B, especialmente diante da exigência de compliance e certificações internacionais.

A segurança bem estruturada também abre espaço para adoção de tecnologias emergentes, como telemedicina e inteligência artificial, sem comprometer a confiança do paciente. Proteger dados passou a significar não apenas mitigar riscos, mas sustentar inovação, reduzir custos de remediação e otimizar processos.

No setor de saúde, onde informação e assistência caminham lado a lado, a cibersegurança consolidou-se como ativo estratégico, traduzindo-se em confiança, resiliência e vantagem competitiva.

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LGPD EM EVOLUÇÃO: COMO TRANSFORMAR CONFORMIDADE EM VANTAGEM COMPETITIVA

O que esperar dos próximos capítulos da LGPD no Brasil

Quando entrou em vigor, a Lei Geral de Proteção de Dados foi vista com desconfiança. Muitos trataram o tema como mera formalidade: multiplicaram-se checklists, políticas padrão e projetos voltados apenas a evitar penalidades. Essa fase foi importante, mas limitada. Serviu como aprendizado inicial de que privacidade não se reduz a papelada — ela integra a estratégia de negócios.

Passados sete anos, a realidade brasileira é outra. O amadurecimento trouxe a percepção de que dados não são apenas registros administrativos. Representam ativos valiosos que podem gerar inovação e competitividade, mas também riscos severos quando mal administrados.

O dado como valor e como risco

Na economia digital, informações pessoais podem fortalecer reputações e impulsionar crescimento. Ao mesmo tempo, se tratadas de forma inadequada, convertem-se em passivos difíceis de controlar. O Brasil já está entre os países mais visados por ataques cibernéticos, e os números recentes de atividades maliciosas mostram que vazamentos e incidentes de segurança deixaram de ser exceções para se tornarem rotina.

Isso reforça a necessidade de aproximar privacidade e cibersegurança. Hoje não basta ter documentos formais. É preciso demonstrar resiliência: capacidade de resposta a incidentes, métricas de conformidade, processos de monitoramento e governança que se sustentem no dia a dia.

O despertar do mercado

Empresas e conselhos de administração passaram a exigir objetividade. Não interessa ouvir que a organização “está adequada”. As perguntas agora são concretas: qual o tempo médio de resposta a incidentes? Onde está registrada a base legal de cada tratamento? Qual o custo do risco associado a determinado projeto?

Nesse contexto, o papel do encarregado de dados ganha centralidade. Ele deixa de ser apenas intérprete da lei e assume funções de articulador cultural, de ponte entre jurídico, tecnologia e estratégia. Da mesma forma, terceiros e parceiros comerciais passam a ser monitorados como parte integrante do ecossistema corporativo.

Inteligência artificial: parceira ou risco adicional?

Ferramentas de inteligência artificial já fazem parte do cotidiano de muitas empresas. Mas ainda há incerteza sobre até onde é seguro compartilhar informações com essas tecnologias, especialmente diante da ausência de normas específicas no Brasil. Enquanto algumas organizações bloqueiam totalmente o uso, outras adotam políticas intermediárias ou liberam sem critérios claros.

Esse descompasso evidencia um desafio: não há como escalar inovação sem regras de transparência, supervisão humana e base legal consistente. O projeto de lei que busca regular a IA no Brasil promete trazer parâmetros semelhantes ao modelo europeu, colocando os riscos e a proteção da pessoa no centro das discussões.

A etapa da maturidade

A LGPD deixou de ser interpretada apenas como uma lista de restrições. Tornou-se um guia sobre como implementar processos de forma correta, transparente e sustentável. O investimento em privacidade e proteção de dados passou a ser visto como fundamento de confiança e não apenas como custo regulatório.

Em um ambiente global cada vez mais competitivo, a capacidade de proteger informações é também a capacidade de permanecer relevante no mercado. O desafio que se coloca às organizações brasileiras não é apenas cumprir a lei, mas transformar privacidade e segurança em diferenciais estratégicos.

A questão essencial agora é: sua empresa está pronta para disputar espaço em um mercado em que a confiança é o maior ativo?

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CIBERSEGURANÇA EM TRANSFORMAÇÃO: PRIORIDADES ESTRATÉGICAS PARA OS PRÓXIMOS ANOS

Nos próximos anos, a segurança digital será um dos eixos mais determinantes para a sustentabilidade das organizações. A integração da Inteligência Artificial em praticamente todas as áreas de atividade, somada à proliferação de dispositivos conectados e à sofisticação das ameaças, impõe novas formas de pensar a proteção de dados e sistemas.

Um estudo recente identifica oito áreas que devem orientar a estratégia de cibersegurança. Entre elas, destaca-se o fortalecimento do papel dos responsáveis pela segurança da informação, cuja função se torna cada vez mais complexa diante das exigências regulatórias, da responsabilidade pessoal envolvida e da necessidade de coordenar equipes multidisciplinares. Para que essa função seja efetiva, é essencial assegurar autonomia decisória e visão integrada dos riscos.

Outro ponto de destaque é a carência de profissionais especializados, que ainda representa um obstáculo relevante. A resposta passa por encarar os colaboradores como a primeira linha de defesa, o que exige programas contínuos de capacitação, além de incentivo à diversidade e inclusão, fatores que fortalecem a cultura organizacional de segurança.

A confiança nos sistemas de Inteligência Artificial também assume papel central. Isso inclui estabelecer mecanismos sólidos de governança, políticas claras de uso de dados e estratégias para mitigar riscos relacionados a ferramentas não autorizadas. A IA, por outro lado, oferece oportunidades valiosas para monitoramento em tempo real e automação de processos de proteção.

A gestão da identidade digital ganha relevância diante de falsificações sofisticadas, como os deepfakes. Torna-se indispensável avançar em métodos de autenticação robustos, com uso de biometria e integração de múltiplas camadas de verificação. Soma-se a isso a necessidade de consolidar plataformas de segurança, reforçar a proteção em ecossistemas de dispositivos inteligentes e adotar a resiliência como princípio desde a concepção de produtos e serviços.

O relatório ainda chama atenção para desafios adicionais, como a proteção de ambientes em nuvem, a preparação frente à computação quântica e o enfrentamento da desinformação. O ambiente regulatório, cada vez mais complexo e dinâmico, exige das organizações capacidade de adaptação ágil, conciliando o cumprimento das normas com a eficiência de suas defesas digitais.

Esse conjunto de prioridades evidencia que a segurança da informação deixou de ser apenas uma função técnica e passou a integrar a própria estratégia de negócios, influenciando diretamente a confiança de clientes, parceiros e da sociedade.

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ATAQUES DIGITAIS EM ALTA: POR QUE AS EMPRESAS BRASILEIRAS PRECISAM REVER SUA DEFESA CIBERNÉTICA

O Brasil registrou, em 2024, mais de 350 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos — um número que mostra o quanto as ofensivas digitais estão mais elaboradas e persistentes. Desde 2022, houve um salto de 180% nas investidas, segundo levantamento de uma das maiores empresas globais de telecomunicações. Em escala mundial, as perdas ligadas a crimes digitais já superam os US$ 10 trilhões, conforme estimativa de consultorias internacionais. O impacto vai além do financeiro: compromete operações, mina a reputação e abala a confiança de clientes e parceiros. A própria IBM aponta que o custo médio de uma violação ultrapassa os US$ 6 milhões.

As pequenas e médias empresas são as que mais sofrem. Relatório de 2025 do Fórum Econômico Mundial mostra que muitas já operam no limite da capacidade de proteção, e 71% dos especialistas apontam esse grupo como o mais vulnerável. Nesse contexto, algumas diretrizes podem fazer diferença:

1. Regras para dispositivos móveis e trabalho remoto

O uso intensivo de celulares e computadores pessoais para atividades corporativas aumenta os pontos de exposição. Para reduzir riscos, é fundamental criar normas específicas, adotar soluções de gerenciamento de dispositivos móveis (MDM) e manter softwares atualizados. Isso fecha brechas que podem ser exploradas por invasores.

2. Atualizações automáticas de sistemas

Muitos ataques exploram falhas já conhecidas em programas desatualizados. As correções lançadas pelos fabricantes são, muitas vezes, a primeira barreira de defesa. Automatizar esse processo garante proteção contínua e reduz a dependência de ações manuais.

3. Monitoramento contínuo da infraestrutura

Ter visibilidade em tempo real sobre aplicações, servidores e serviços em nuvem é indispensável para detectar comportamentos fora do padrão e reagir com rapidez. Plataformas de observabilidade não apenas ajudam na segurança, como também evitam desperdício de recursos e aumentam a confiabilidade operacional.

As empresas que compreendem a gravidade do risco digital percebem que segurança não é gasto, mas investimento. Incorporar práticas de monitoramento, automação e gestão de acessos é fortalecer a própria capacidade de crescimento sustentável. Afinal, em um ambiente de negócios cada vez mais conectado, proteger dados significa proteger o futuro.

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TOKENIZAÇÃO DE DADOS: UM NOVO PADRÃO PARA A PRIVACIDADE DIGITAL EM 2025

Na era digital, proteger informações pessoais tornou-se um dos maiores desafios para empresas e indivíduos. O aumento dos vazamentos, do uso indevido de informações e dos ataques cibernéticos evidencia a necessidade de soluções mais robustas para garantir privacidade, segurança e controle sobre dados sensíveis. Entre as tecnologias emergentes, a tokenização desponta como uma das mais promissoras, apoiada em fundamentos de criptografia e modelos inspirados no blockchain.

O que é a tokenização de dados

Trata-se de um processo que substitui informações confidenciais – como números de cartões, dados bancários, registros médicos ou identificadores pessoais – por tokens exclusivos, irreversíveis e destituídos de valor fora de um ambiente seguro. Esses tokens funcionam como representações digitais dos dados originais, permitindo que sejam processados, armazenados e compartilhados sem expor os conteúdos reais.

Diferente da criptografia convencional, que exige um procedimento de reversão para recuperar os dados originais, a tokenização impede a reconstrução das informações sem o acesso ao sistema responsável pela geração e gestão dos tokens. Essa característica fortalece o nível de proteção e reduz drasticamente o impacto de possíveis violações.

Como funciona

O processo de tokenização pode ser compreendido em quatro etapas principais:

  1. Identificação das informações sensíveis – seleção dos dados que demandam proteção, como CPF, contas bancárias ou registros médicos.
  2. Geração dos tokens – criação de representações únicas para cada dado, vinculadas ao original apenas em um sistema seguro.
  3. Armazenamento protegido – os dados reais permanecem em repositórios criptografados, enquanto os tokens circulam nos sistemas de uso.
  4. Processamento seguro – aplicações e plataformas utilizam os tokens em transações, análises ou integrações, sem jamais acessar diretamente os dados originais.

Principais benefícios

A adoção dessa tecnologia oferece vantagens práticas e regulatórias:

  • Redução de riscos em incidentes: tokens não têm utilidade fora do ambiente seguro, de modo que ataques que os exponham não comprometem os dados reais.
  • Aderência às normas de proteção de dados: legislações como a LGPD e o GDPR exigem mecanismos eficazes de segurança; a tokenização auxilia na conformidade.
  • Transparência e auditabilidade: permite rastrear o uso das informações de forma clara, atendendo tanto ao controle interno quanto às exigências regulatórias.
  • Segurança em transações digitais: no comércio eletrônico, no setor bancário e em fintechs, reduz a exposição de informações em pagamentos e transferências.
  • Integração com diferentes sistemas: possibilita que empresas operem de forma mais ágil, utilizando tokens em múltiplas plataformas sem comprometer dados reais.

Áreas de aplicação

A tokenização já tem uso consolidado em setores estratégicos:

  • Financeiro: proteção de números de cartão em bancos e operadoras de pagamento.
  • Saúde: compartilhamento de prontuários com pesquisadores e laboratórios sem exposição de dados pessoais.
  • Comércio eletrônico: prevenção de fraudes em marketplaces e lojas virtuais.
  • Ambiente corporativo: preservação de dados de colaboradores e parceiros, fortalecendo políticas de compliance.
  • Marketing e análise de dados: possibilidade de realizar estudos sem comprometer a privacidade dos clientes.

Comparação com métodos tradicionais

Enquanto a criptografia exige o acesso a chaves para descriptografar dados e, portanto, ainda expõe o risco de reversão, a tokenização elimina essa vulnerabilidade. Os tokens, por natureza, não podem ser revertidos sem o sistema de origem, o que confere um nível adicional de resiliência diante de ataques.

Desafios na implementação

Apesar das vantagens, alguns pontos exigem atenção:

  • Gestão da infraestrutura: o sistema responsável por armazenar dados originais precisa ser altamente seguro.
  • Integração tecnológica: plataformas legadas podem demandar adaptações complexas.
  • Custo inicial: o investimento em tecnologia e capacitação é significativo, embora os benefícios superem os gastos em médio prazo.
  • Cultura organizacional: colaboradores e gestores devem compreender o funcionamento para maximizar os resultados.

Perspectivas para 2025

A evolução da tokenização aponta para movimentos claros:

  • integração com blockchain e contratos inteligentes, ampliando a rastreabilidade e a confiança;
  • expansão em setores regulados, especialmente saúde, financeiro e administração pública;
  • uso de tokenização dinâmica, com atualização em tempo real;
  • oferta de serviços baseados em privacidade como diferencial competitivo.

Considerações finais

A tokenização redefine os padrões de segurança digital, trazendo um modelo em que o valor não está nos dados expostos, mas na sua representação segura. Em 2025, organizações que incorporarem essa tecnologia estarão em posição privilegiada: mais preparadas para prevenir incidentes, mais alinhadas à legislação e mais confiáveis aos olhos de clientes e parceiros.

Mais do que uma ferramenta técnica, a tokenização sinaliza uma transformação na forma como compreendemos e praticamos a privacidade digital – um novo paradigma que tende a consolidar-se como referência global.

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CINCO GOLPES VIRTUAIS QUE MAIS ATINGEM OS BRASILEIROS E COMO EVITÁ-LOS

A internet se tornou parte indispensável da vida cotidiana. Compras, serviços, comunicação e até compromissos bancários podem ser resolvidos com alguns cliques. Essa praticidade, no entanto, abriu espaço para criminosos digitais que, aproveitando brechas de atenção dos usuários, buscam obter dinheiro ou informações pessoais por meio de armadilhas cada vez mais sofisticadas.

A seguir, apresento os cinco golpes mais recorrentes no ambiente virtual e oriento sobre como se proteger de cada um deles.

1. Golpe do falso parente

Nesse tipo de fraude, o criminoso entra em contato por telefone ou aplicativos de mensagem, fingindo ser um parente em apuros. O objetivo é sensibilizar a vítima e induzi-la a transferir valores para uma conta indicada pelo golpista.

Como se proteger: nunca realize transferências sem confirmar a identidade de quem pede ajuda. Uma chamada de vídeo costuma ser suficiente para desmascarar a fraude. Diante da suspeita, encerre o contato e comunique o ocorrido à polícia.

2. Phishing (mensagens fraudulentas)

Aqui, e-mails, SMS ou mensagens em redes sociais imitam comunicações oficiais de bancos, lojas ou órgãos públicos. O usuário é induzido a clicar em links ou fornecer dados pessoais, permitindo que os golpistas capturem informações sigilosas.

Como se proteger: desconfie de mensagens alarmistas ou urgentes. Nunca clique em links de origem duvidosa e digite manualmente o endereço de sites oficiais no navegador. Utilize antivírus atualizado com filtros de proteção contra phishing.

3. Falso Pix e “Pix premiado”

Muito comum em promoções falsas, o golpe exige um pagamento inicial via Pix para liberar um prêmio inexistente. Outra variação envolve o envio de comprovantes falsos de transferência em negociações de compra e venda.

Como se proteger: jamais pague para receber prêmios. Verifique se a promoção existe nos canais oficiais da empresa. Ao negociar, confirme no aplicativo bancário se o valor realmente foi creditado antes de liberar produtos ou serviços.

4. Sites de compras falsos

Páginas fraudulentas simulam lojas virtuais conhecidas ou oferecem produtos por preços irreais. O consumidor paga e não recebe nada ou recebe mercadorias diferentes das anunciadas. Há ainda páginas falsas de concursos e taxas públicas.

Como se proteger: desconfie de preços muito abaixo do mercado. Confira se o site utiliza conexão segura (HTTPS), pesquise o CNPJ e avaliações de consumidores. Prefira métodos de pagamento que ofereçam maior proteção, como cartões virtuais ou intermediadores confiáveis.

5. Boleto falso

Fraudadores criam páginas falsas para gerar boletos que direcionam o pagamento para contas de criminosos. O golpe é frequente em períodos de tributos como IPVA e IPTU, mas também pode envolver inscrições em concursos ou taxas de serviços.

Como se proteger: confira sempre se o site de emissão pertence ao órgão oficial. Digite o endereço diretamente na barra do navegador e evite links patrocinados ou recebidos por terceiros. Em caso de dúvida, valide a autenticidade junto ao banco ou à instituição responsável.

Atenção redobrada no ambiente digital

O crime virtual se expandiu de forma significativa após a pandemia, quando boa parte das interações e transações passou a ocorrer pela internet. Os fraudadores compreenderam que o espaço digital oferece maior alcance e retorno financeiro do que práticas ilícitas no ambiente físico.

Assim como ninguém atravessaria uma rua deserta à noite sem cautela, é preciso ter a mesma prudência no universo digital: evitar links suspeitos, sites sem credibilidade e contatos inesperados que tentam induzir decisões apressadas.

Como denunciar

Caso identifique ou seja vítima de golpe, procure imediatamente uma delegacia. É importante registrar a ocorrência para auxiliar nas investigações e impedir que outras pessoas sejam enganadas.

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PROCURA DE EMPREGO ONLINE: COMO SE PROTEGER DE ATAQUES DIGITAIS

O processo de busca por oportunidades profissionais tem migrado cada vez mais para o ambiente digital. Plataformas de recrutamento, redes sociais profissionais e ferramentas de comunicação online tornaram-se os principais meios de conexão entre candidatos e empresas. No entanto, esse avanço trouxe também novos pontos de vulnerabilidade que estão sendo amplamente explorados por cibercriminosos.

Entre julho de 2024 e junho de 2025, foram identificados milhões de ataques direcionados a plataformas de emprego e redes profissionais. Esses ataques variam desde tentativas de phishing até a disseminação de malware por meio de páginas falsas que simulam serviços legítimos. Apenas uma das redes mais utilizadas para networking profissional foi alvo de centenas de milhares de acessos a versões fraudulentas, criadas para enganar os utilizadores e coletar credenciais ou informações pessoais.

Como os ataques funcionam

As técnicas empregadas exploram principalmente o fator humano. Quem está em busca de trabalho tende a reagir de forma rápida a mensagens que prometem entrevistas imediatas ou propostas atrativas. Esse comportamento impulsivo é usado em ataques de engenharia social. Muitas vezes, as falsas ofertas de emprego vêm acompanhadas de anexos ou links que instalam programas maliciosos nos dispositivos. Outras simulações envolvem supostas atualizações de ferramentas de uso cotidiano, como softwares de videoconferência, com o objetivo de comprometer a segurança do sistema da vítima.

Medidas de proteção recomendadas

Para reduzir os riscos, algumas práticas devem ser incorporadas à rotina digital dos candidatos:

  • Verificação cuidadosa de remetentes e links antes de clicar em mensagens recebidas.
  • Confirmação da legitimidade das ofertas diretamente nos sites oficiais das empresas.
  • Não reutilizar senhas em diferentes plataformas e adotar gestores de passwords.
  • Ativar autenticação multifatorial, especialmente em contas de email e redes sociais.
  • Instalar softwares apenas de fontes oficiais e manter os dispositivos atualizados.
  • Reforçar a proteção com soluções de segurança confiáveis, além de utilizar conexões seguras, como VPN.

Educação digital como ferramenta de prevenção

Mais do que a tecnologia de proteção, a conscientização do utilizador é um elemento essencial. Iniciativas interativas têm sido desenvolvidas para simular situações do dia a dia digital e treinar os candidatos a identificar sinais de fraude. Esses exercícios lúdicos ajudam a criar um olhar mais crítico, fortalecendo a defesa contra ataques que exploram justamente a pressa e a expectativa típicas da procura por emprego.

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BRASIL CONCENTRA 84% DOS CIBERATAQUES DA AMÉRICA LATINA EM 2025

Nos primeiros seis meses de 2025, o Brasil registrou 315 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, o equivalente a 84% de todas as ocorrências na América Latina. Esse volume já se aproxima do total registrado em todo o ano anterior, o que revela uma escalada significativa da atividade criminosa no ambiente digital brasileiro.

Entre os países da região, apenas México, Colômbia e Chile aparecem na sequência, mas com índices muito inferiores.

O perfil dos ataques

A análise das cadeias de ataque demonstra que a maior parte das ofensivas ocorre nas fases finais da operação criminosa, com 309 bilhões de tentativas de negação de serviço (DDoS) e 28 mil incidentes de ransomware já identificados. Além disso, destacam-se:

  • 41,9 milhões de atividades de distribuição de malware;
  • 52 milhões de ações ligadas a botnets;
  • 1 bilhão de ataques de força bruta;
  • 2,4 bilhões de tentativas de exploração de vulnerabilidades.

Esse quadro mostra ataques cada vez mais rápidos, direcionados e voltados à interrupção de serviços ou à extorsão.

Por que o Brasil é tão visado?

Dois fatores ajudam a explicar essa concentração:

  1. Alta rentabilidade — grandes corporações e setores estratégicos movimentam dados e valores expressivos.
  2. Baixa maturidade digital — mesmo com investimentos crescentes, o nível de preparação das organizações ainda está aquém da sofisticação dos ataques.

Essa combinação faz do país um alvo especialmente atrativo para criminosos.

Inteligência artificial como defesa

Uma das principais apostas do setor de cibersegurança é a integração de ferramentas baseadas em inteligência artificial (IA), que permitem reduzir o tempo de resposta a incidentes de meses para menos de uma hora. O desafio atual não é apenas detectar ataques, mas contê-los e neutralizá-los antes de causarem impacto nos sistemas.

Novas soluções apresentadas incluem:

  • Recursos de criptografia preparados para a era quântica, já incorporados a sistemas de segurança;
  • Plataformas para gestão de identidade, armazenamento seguro e comunicação protegida.

O horizonte da computação quântica

Há um movimento de grupos criminosos para armazenar dados roubados hoje, com a expectativa de decifrá-los quando a computação quântica se tornar prática. Isso exige que camadas de criptografia sejam repensadas desde já, de modo a proteger informações mesmo diante das tecnologias do futuro.

Formação de profissionais

A segurança digital não depende apenas de tecnologia, mas também de capacitação humana. Programas de treinamento gratuitos têm como meta formar até um milhão de profissionais no Brasil até 2028, com cursos e certificações em língua portuguesa para diferentes perfis.

O dado mais relevante é que o Brasil vive um período de alta exposição digital. A combinação entre economia atrativa, baixa maturidade em segurança e transformação tecnológica acelerada exige respostas rápidas, coordenadas e sustentáveis para reduzir riscos.

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GOLPES VIRTUAIS E A VENDA DE PRODUTOS FALSIFICADOS: COMO CONSUMIDORES PODEM SE PROTEGER

O mercado editorial e de itens de lazer tem sido alvo de fraudes digitais que exploram a popularidade de produtos originais. Diversos relatos apontam para a criação de sites falsos que imitam a identidade visual de marcas conhecidas, oferecendo livros e acessórios inexistentes. O resultado é a perda financeira dos consumidores e a exposição indevida de dados pessoais.

No Brasil, a publicação oficial desses livros é de responsabilidade de uma grande editora, que mantém apenas um site autorizado. Além da plataforma oficial, exemplares e materiais licenciados também são distribuídos em livrarias e papelarias reconhecidas. Especialistas reforçam que a compra deve ocorrer exclusivamente em locais de confiança.

Ação contra fraudes

A editora afirma que adota medidas permanentes de monitoramento e, em parceria com entidades de defesa dos direitos autorais, identifica e retira do mercado edições irregulares. Em casos de reincidência, são tomadas providências legais, já que as cópias não autorizadas configuram reproduções ilegais.

Um dos golpes relatados envolve a promessa de kits de acessórios para colorir. O consumidor, ao realizar o pagamento, recebe inclusive nota fiscal aparentemente autêntica, mas nunca tem o produto entregue. Além disso, durante a transação, dados pessoais como endereço, telefone e e-mail são coletados e utilizados de forma fraudulenta.

O uso indevido de dados empresariais

Em alguns casos, criminosos chegam a utilizar CNPJs de empresas legítimas para conferir credibilidade às fraudes. Empresas que tiveram seus dados usados de forma indevida informam não ter qualquer vínculo com tais práticas e reforçam que o contato com clientes deve ser feito exclusivamente pelos canais oficiais.

Também há registros de mensagens falsas atribuídas a transportadoras, solicitando taxas adicionais para liberar supostas encomendas. Esses artifícios se aproveitam da ansiedade dos consumidores para forjar confiança e obter mais dados.

Estratégias de propagação dos golpes

Os fraudadores utilizam anúncios pagos em plataformas de busca e redes sociais, que impulsionam sites falsos. Embora haja mecanismos de fiscalização, muitos conteúdos fraudulentos conseguem circular por determinado período antes de serem retirados.

Outro recurso empregado é o redirecionamento de usuários a partir de aplicativos de comércio eletrônico ou redes sociais, especialmente quando a compra é direcionada para fora do ambiente oficial das plataformas.

Orientações de segurança digital

Para reduzir os riscos, especialistas recomendam:

  • Desconfiar de preços muito abaixo do mercado, sobretudo em produtos em alta procura.
  • Evitar clicar em links recebidos por mensagens ou anúncios patrocinados.
  • Conferir se as redes sociais da loja são antigas e apresentam interações reais.
  • Desconsiderar nomes genéricos no Pix, pois empresas legítimas utilizam identificação compatível com a marca.
  • Verificar se o site ou perfil de vendas possui canais de atendimento ativos e transparentes.
  • Não confiar exclusivamente em comentários positivos, que podem ser forjados.
  • Ativar autenticação em duas etapas e manter antivírus atualizado nos dispositivos.

Recomendações adicionais

A editora orienta que todas as edições oficiais possuam selo de autenticidade na capa e que as compras sejam realizadas apenas em canais reconhecidos, físicos ou virtuais. Além disso, reforça que variações de nome que não mencionem claramente sua participação devem ser vistas com cautela.

A proteção do consumidor exige atenção redobrada, especialmente em períodos em que determinados produtos ganham visibilidade. O cuidado com a procedência da compra e a verificação dos canais oficiais continuam sendo as formas mais eficazes de evitar prejuízos e exposição indevida de dados.

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BANCOS, TECNOLOGIA E SEGURANÇA: COMO A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL ESTÁ REDEFININDO A PREVENÇÃO A GOLPES

O aumento das transações digitais trouxe consigo um desafio constante: a sofisticação das tentativas de fraude. De acordo com levantamento internacional sobre tendências de fraude multicanal, quase um terço dos consumidores ao redor do mundo perdeu dinheiro em golpes digitais no último ano. No Brasil, a pesquisa revelou que 40% dos entrevistados foram alvo de tentativas de fraude por e-mail, internet, telefone ou mensagens de texto em 2024, sendo que 10% efetivamente caíram nos golpes. A perda média relatada ultrapassou R$ 6 mil por vítima.

Os criminosos têm utilizado redes bem estruturadas, técnicas de engenharia social e até ferramentas automatizadas para contornar mecanismos tradicionais de segurança. Diante disso, especialistas apontam a Inteligência Artificial (IA) e o Aprendizado de Máquina (ML) como recursos estratégicos capazes de transformar a forma como instituições financeiras identificam e previnem fraudes em tempo real.

A principal vantagem dessas tecnologias está na adaptação contínua. Modelos baseados em IA não ficam restritos a parâmetros fixos; eles aprendem e se ajustam diariamente, antecipando-se a padrões de fraude que antes passavam despercebidos. Com isso, os bancos conseguem reagir de maneira mais ágil e, sobretudo, preventiva, fortalecendo a confiança de seus clientes e preservando a integridade de suas operações.

Contudo, não basta que apenas as instituições invistam em soluções tecnológicas. O usuário também precisa adotar práticas seguras para evitar golpes bancários. Entre as principais recomendações estão:

  • Evitar clicar em links suspeitos.
  • Desconfiar de mensagens alarmistas que criam senso de urgência.
  • Ativar alertas de transações em tempo real no banco.
  • Conferir cuidadosamente a origem de e-mails e mensagens antes de acessar links.
  • Confirmar dados do destinatário antes de transferências.
  • Utilizar autenticação em duas etapas.
  • Nunca compartilhar senhas ou informações sigilosas por telefone.

Estudos recentes indicam que as perdas globais relacionadas a fraudes podem ultrapassar US$ 6,8 bilhões até 2027. Além disso, regulamentos nacionais e internacionais impõem às instituições financeiras o fortalecimento contínuo de seus mecanismos de proteção.

A utilização de IA nesse contexto não se limita a detectar irregularidades. Ela permite examinar milhares de pontos de dados em tempo real, identificando padrões complexos de fraude antes que causem prejuízos significativos. O resultado é um sistema mais eficiente, menos invasivo e com maior capacidade de integração ao dia a dia das operações bancárias, oferecendo segurança sem comprometer a experiência do cliente.

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COMO PROTEGER E RECUPERAR SEU ACESSO EM CASO DE ATAQUES VIRTUAIS

A identificação de movimentações incomuns em contas digitais exige ação imediata. O primeiro passo é tentar reaver o acesso diretamente na própria plataforma, formalizar um boletim de ocorrência e, se necessário, buscar apoio jurídico sem demora.

Os ataques podem ocorrer de diferentes maneiras: desde o furto de dispositivos e a quebra de senhas até técnicas de engenharia social, em que o infrator induz a vítima a compartilhar informações sensíveis. Em muitos casos, o autor já dispõe de um conjunto de dados pessoais antes mesmo de estabelecer contato, o que aumenta a efetividade da abordagem.

Para reduzir riscos, recomenda-se adotar boas práticas de proteção: criar senhas robustas, habilitar bloqueio por biometria, ativar autenticação multifator e manter sistemas operacionais e soluções de segurança sempre atualizados. É igualmente importante verificar a legitimidade de remetentes de e-mails e desconfiar de mensagens com tom de urgência ou conteúdo incomum, evitando cliques em links suspeitos e o compartilhamento de códigos de acesso.

No campo jurídico, existem medidas que permitem buscar a recuperação de contas, solicitar informações técnicas como endereços de IP e dados de geolocalização ou, quando não for possível restabelecer o acesso, pleitear indenização por prejuízos materiais e morais. A agilidade na adoção dessas providências aumenta as chances de preservar e reunir elementos relevantes para responsabilizar os autores.