Publicado em

A IMPORTÂNCIA DA LGPD PARA PEQUENAS EMPRESAS

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) não é apenas uma exigência legal: ela representa um pilar de sustentabilidade para empresas de qualquer porte. Nas pequenas organizações, a adequação ganha relevância especial, pois um eventual descumprimento pode resultar em multas de até 2% do faturamento, limitadas a R$ 50 milhões, além de sanções administrativas. Para negócios que operam com margens reduzidas, esse impacto pode comprometer a continuidade das atividades.

Mais do que evitar penalidades, alinhar-se à LGPD fortalece a confiança dos clientes. Consumidores cada vez mais atentos querem saber se seus dados estão seguros e utilizados de forma responsável. A empresa que demonstra esse compromisso conquista credibilidade e diferenciação no mercado.

Outro ponto fundamental é a organização interna. A implementação de políticas de privacidade e segurança permite processos mais claros, reduz falhas operacionais e diminui riscos de vazamentos e ataques cibernéticos. Nesse processo, a área de tecnologia assume papel estratégico, orientando gestores e colaboradores sobre armazenamento, compartilhamento e proteção de informações.

Apoio técnico para adequação

O processo de conformidade exige mais do que boas intenções: demanda suporte especializado em segurança da informação. Pequenas empresas se beneficiam de serviços como:

  • Políticas de segurança estruturadas: definição de procedimentos que orientam como dados devem ser coletados, tratados e armazenados.
  • Manutenção preventiva e corretiva: atualização constante de sistemas, servidores e estações de trabalho para reduzir vulnerabilidades.
  • Gestão de backups seguros: rotinas automatizadas com criptografia, garantindo integridade e disponibilidade das informações.
  • Proteções ativas (firewalls e antivírus): barreiras contra invasões e softwares maliciosos que podem expor dados sensíveis.
  • Treinamento de equipes: capacitação sobre práticas de privacidade, riscos e responsabilidades no tratamento de dados.

Boas práticas para colaboradores e clientes

A LGPD depende de engajamento interno e externo. No ambiente corporativo, colaboradores devem adotar medidas como: coletar apenas os dados necessários, obter consentimento claro, utilizar sistemas de forma segura, manter treinamento constante e preservar sigilo em todas as situações.

Já na relação com clientes, recomenda-se: disponibilizar políticas de privacidade transparentes, manter canais de atendimento ao titular, enviar comunicações apenas com autorização, armazenar dados de forma segura e agir com clareza em caso de incidentes, comunicando tanto os clientes afetados quanto a Autoridade Nacional de Proteção de Dados.

Cultura de privacidade como diferencial competitivo

Para pequenas empresas, a LGPD não deve ser vista como um obstáculo, mas como uma oportunidade de fortalecimento institucional. Inserir a proteção de dados na cultura organizacional representa respeito à privacidade, além de traduzir-se em vantagem competitiva.

Quando a gestão de informações é estruturada e segura, os benefícios vão além da conformidade legal: ampliam a confiança, reduzem riscos e posicionam a empresa como parceira responsável no mercado.

Publicado em

O PAPEL ESTRATÉGICO DA IA NA TRANSFORMAÇÃO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

O varejo brasileiro atravessa uma fase de transformação profunda. As tecnologias digitais, antes vistas como um diferencial competitivo, tornaram-se indispensáveis para manter a relevância e promover o desenvolvimento dos negócios. Entre essas inovações, a inteligência artificial (IA) desponta como uma aliada estratégica para ampliar a eficiência e a capacidade de inovação, especialmente no universo das micro e pequenas empresas.

Historicamente, o comércio demonstrou habilidade para se reinventar. A migração das ruas para os centros de compras, a consolidação do comércio eletrônico e a integração das operações físicas e digitais (omnichannel) são marcos dessa adaptação constante. Agora, o desafio é incorporar a IA ao cotidiano das empresas, não como promessa distante, mas como ferramenta prática para otimização e tomada de decisões mais assertivas.

Pesquisas recentes indicam que a maior parte dos empreendedores já conhece ou teve contato com soluções de IA, mas poucos a utilizam de forma efetiva em seus processos. O principal obstáculo identificado é a falta de conhecimento técnico para explorar o potencial dessa tecnologia. Esse dado reforça a necessidade de iniciativas voltadas não apenas à oferta de ferramentas, mas também à formação de competências.

Nesse contexto, surgem plataformas voltadas ao comércio e serviços que combinam atendimento especializado e recursos de automação. A proposta vai além da execução de tarefas repetitivas: envolve o aprimoramento da gestão, a análise preditiva do comportamento do consumidor, a identificação de novas oportunidades de mercado e o apoio ao desenvolvimento de produtos e serviços personalizados.

Outro diferencial relevante é a inclusão de módulos educacionais que capacitam o empresário a entender, aplicar e expandir o uso da IA. Cursos, treinamentos e conteúdos atualizados contribuem para que as empresas utilizem a tecnologia de forma estratégica, alinhada às demandas e particularidades do mercado brasileiro.

O debate legislativo sobre o uso ético e responsável da IA também merece atenção. É fundamental que a regulamentação ofereça segurança jurídica e diretrizes claras, sem impor entraves que impeçam a inovação e a adoção de soluções que beneficiem o setor produtivo.

O varejo que incorporar a inteligência artificial de maneira consistente não apenas aumentará sua eficiência, mas também assumirá papel de liderança na modernização do setor, fortalecendo sua competitividade e sua capacidade de enfrentar os desafios que se aproximam.

Publicado em

BOAS PRÁTICAS PARA USAR DADOS EM ESTRATÉGIAS COMERCIAIS

A prospecção é parte essencial da rotina de pequenas e médias empresas. Em busca de eficiência nesse processo, muitos empresários recorrem a ferramentas de segmentação para montar mailings personalizados. Mas o uso dessas listas exige atenção redobrada quanto à conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Entre os recursos disponíveis no mercado, há soluções que permitem filtrar potenciais clientes com base em critérios como localização, faixa etária, perfil socioeconômico e indicadores de risco de inadimplência. Essas tecnologias oferecem ao empreendedor a possibilidade de construir uma base mais alinhada com o perfil do seu público-alvo, otimizando tempo e recursos.

Entretanto, a utilização de dados pessoais para fins comerciais precisa respeitar os parâmetros legais. A LGPD define diretrizes claras sobre o que pode ou não ser feito com informações de pessoas físicas. Isso inclui, por exemplo, a vedação ao uso de dados coletados para uma finalidade (como o CPF informado na nota fiscal) em outras atividades que não foram previamente autorizadas pelo titular.

Para empresas que operam com base em dados, é essencial compreender os fundamentos da lei:

  • A necessidade de informar ao titular o motivo pelo qual seus dados estão sendo utilizados;
  • O respeito aos princípios de finalidade, necessidade e transparência;
  • A obrigação de oferecer mecanismos para que o titular possa exercer seus direitos, como acesso, correção ou exclusão de dados.

Quando se trata de dados de pessoas jurídicas, o tratamento tende a ser menos restritivo, mas isso não dispensa a adoção de boas práticas de governança. Saber diferenciar os limites entre as bases PF e PJ pode fazer a diferença entre uma campanha de sucesso e uma infração administrativa.

A estruturação de um mailing bem segmentado, com base em critérios objetivos e dados públicos ou anonimizados, pode ser uma excelente estratégia de marketing, desde que se observe o respeito à legislação vigente. Para as empresas que desejam investir nesse tipo de prospecção, é recomendável contar com fornecedores confiáveis, adotar políticas claras de uso de dados e manter registros de consentimento quando exigido.

A adequação à LGPD é um caminho para torná-la mais ética, transparente e sustentável.

Publicado em

STARTUPS NA MIRA DOS CIBERCRIMES: COMO EMPRESAS ENXUTAS PODEM SE BLINDAR JURIDICAMENTE E TECNICAMENTE

O Brasil está entre os países mais afetados por ataques cibernéticos no mundo. Entre agosto de 2023 e julho de 2024, foram mais de 700 milhões de tentativas de invasão, o que equivale a quase 1.400 ataques por minuto. Além da frequência assustadora, o impacto financeiro também chama atenção: o custo médio de uma violação de dados no país já ultrapassa R$ 6 milhões, segundo estudos especializados.

Apesar disso, muitas startups e pequenas empresas ainda tratam a segurança digital como uma preocupação secundária — uma escolha que pode custar caro. Investir na proteção de dados e no fortalecimento jurídico das operações é uma medida que pode significar a continuidade ou o fim de um negócio.

O engano da falsa sensação de anonimato

Pequenas estruturas não passam despercebidas pelos cibercriminosos. Pelo contrário: empresas em fase de crescimento são alvos frequentes por apresentarem menor maturidade técnica e jurídica. Com rotinas aceleradas e foco total na expansão, essas organizações acabam deixando brechas que facilitam invasões.

Além disso, muitas vezes integram redes de relacionamento com empresas maiores, funcionando como porta de entrada para ataques indiretos a parceiros e fornecedores de maior porte.

As armadilhas mais comuns

Empresas de menor porte estão especialmente expostas a golpes como:

  • Phishing, com envio de mensagens fraudulentas que induzem colaboradores a revelar senhas ou clicar em links perigosos;
  • Ransomware, um tipo de sequestro de dados com cobrança de resgate;
  • Invasão de servidores e vazamento de dados de clientes;
  • Ataques de negação de serviço (DDoS), que derrubam sites e sistemas;
  • Furto de propriedade intelectual, como códigos, algoritmos e ideias estratégicas.

Não bastasse isso, ainda há riscos internos, como fraudes praticadas por funcionários, espionagem empresarial e destruição da reputação digital por meio de avaliações falsas em plataformas de busca e redes sociais.

Impactos legais e comerciais

Uma empresa atingida por incidente de segurança pode ter que lidar com processos judiciais, sanções administrativas da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), e queda brusca na confiança de investidores e consumidores. A LGPD prevê multas de até R$ 50 milhões por infração, além da possibilidade de responsabilização civil e penal.

Boas práticas que funcionam

É possível adotar estratégias eficazes sem grandes investimentos. Abaixo, cinco práticas essenciais para estruturar uma base de proteção jurídica e digital:

  1. Formalize e aplique normas internas de segurança
    Estabeleça regras claras para o uso de sistemas, acesso a informações e comportamentos esperados desde o primeiro dia do colaborador. Um documento bem elaborado é útil apenas se for vivido no cotidiano da empresa.
  2. Utilize autenticação multifator (2FA)
    Essa medida simples impede que o acesso a sistemas seja feito apenas com senha, exigindo uma segunda confirmação e reduzindo drasticamente o risco de invasões.
  3. Faça backups regulares e seguros
    Armazene cópias dos dados em locais protegidos, de preferência fora do ambiente principal da empresa. Criptografia e acesso restrito são indispensáveis.
  4. Capacite o time de forma contínua
    A maioria das falhas decorre de erros humanos. Por isso, mantenha a equipe sempre atualizada quanto a práticas seguras, como a identificação de mensagens suspeitas e o uso de senhas fortes.
  5. Fiscalize contratos com parceiros de tecnologia
    Não adianta proteger a própria casa se o fornecedor deixar a porta aberta. É necessário revisar cláusulas, cobrar conformidade com a LGPD e exigir medidas de segurança compatíveis.

Pequenas empresas não precisam de grandes estruturas para se proteger. Precisam, sim, de organização, consciência jurídica e responsabilidade com os dados que tratam. Afinal, no mundo digital, negligência custa caro — e conhecimento continua sendo o melhor escudo.

Publicado em

VAZAMENTOS DE DADOS EXPÕEM FRAGILIDADE DAS EMPRESAS BRASILEIRAS FRENTE À LGPD

O Brasil ocupa atualmente a sétima posição entre os países com maior número de vazamentos de dados no mundo. Em 2024, o número de incidentes aumentou 24 vezes em relação ao ano anterior, de acordo com levantamento internacional. Além disso, registros de cookies de usuários brasileiros ultrapassam a marca dos 7 bilhões na dark web, evidenciando uma profunda exposição digital.

Embora a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) represente um avanço normativo importante, sua efetividade esbarra em limitações práticas. Muitas empresas, especialmente de pequeno e médio porte, ainda não compreendem a amplitude das exigências legais, tratando a segurança da informação como uma simples aquisição de software. Esse equívoco compromete a capacidade de resposta às obrigações previstas em lei, que incluem políticas internas, registro de operações, controle de acessos, planos de resposta a incidentes e gestão contínua de riscos.

A ausência de uma cultura digital consolidada, somada à falta de orientação prática sobre como implementar a LGPD, tem contribuído para esse quadro. A norma impõe deveres técnicos e administrativos, mas não oferece um guia operacional direto, o que gera insegurança jurídica e interpretações incompletas sobre como garantir a conformidade.

A violação de dados, mesmo quando causada por terceiros, não isenta a empresa de responsabilidade se ficar demonstrada a omissão quanto aos deveres mínimos de proteção. O artigo 46 da LGPD exige a adoção de medidas eficazes de segurança, e sua comprovação em eventual fiscalização ou ação judicial. Ferramentas como logs de auditoria, mecanismos de autenticação robustos, soluções de gestão da privacidade e canais internos de denúncia contribuem para esse processo, mas só são eficazes se inseridas em um programa estruturado de governança de dados.

Transformar a conformidade com a LGPD em uma prática rotineira, integrada à estratégia da empresa, não é apenas uma questão regulatória. É uma medida que fortalece a reputação, reduz vulnerabilidades e permite ao negócio operar com maior previsibilidade. Em tempos de exposição constante, investir em segurança da informação deixou de ser diferencial para tornar-se condição elementar de continuidade empresarial.

Publicado em

LGPD NA PRÁTICA: COMO PEQUENAS EMPRESAS PODEM SE ADAPTAR

Desde a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), muitas empresas têm buscado formas de se adequar às novas regras para evitar penalidades e, ao mesmo tempo, garantir a segurança das informações de clientes e colaboradores. Embora a lei afete empresas de todos os portes, pequenas empresas podem encontrar desafios específicos ao tentar cumprir suas exigências sem comprometer o funcionamento do negócio.

A boa notícia é que a adaptação à LGPD não exige investimentos exorbitantes ou mudanças bruscas na operação. Pequenas empresas podem seguir algumas diretrizes simples para atender à lei e proteger os dados que armazenam. O primeiro passo é identificar quais informações são coletadas, como são utilizadas e onde são armazenadas. Dados como nome, telefone, endereço e CPF são considerados pessoais e precisam ser tratados com segurança.

Além disso, é importante ter um canal claro para que clientes e fornecedores possam solicitar informações sobre o uso de seus dados ou pedir a exclusão deles, se for o caso. Criar um aviso de privacidade claro e acessível, seja no site da empresa ou em contratos e formulários, é uma maneira eficaz de demonstrar transparência e respeito à legislação.

A segurança da informação também precisa ser observada. Pequenos negócios podem adotar medidas simples, como senhas fortes, controle de acesso a documentos e backup regular dos dados. Caso a empresa trabalhe com terceiros para processar informações, é essencial garantir que esses parceiros também sigam boas práticas de proteção de dados.

Por fim, a conscientização dos funcionários faz toda a diferença. Treinar a equipe para lidar corretamente com dados pessoais ajuda a reduzir riscos e evita falhas que podem resultar em multas ou danos à reputação da empresa.

A adequação à LGPD não deve ser vista como um obstáculo, mas como uma oportunidade de fortalecer a relação com clientes e parceiros, demonstrando comprometimento com a privacidade e segurança das informações. Com medidas simples e planejamento, pequenas empresas podem cumprir a lei sem comprometer sua operação.

Publicado em

VOCÊ SABIA QUE A CIBERSEGURANÇA NÃO É SÓ PARA AS GRANDES EMPRESAS?

Quando falamos em cibersegurança, muitas pessoas imaginam grandes corporações, sistemas complexos e ataques milionários. No entanto, proteger dados e informações não é uma necessidade exclusiva de grandes empresas. Negócios de todos os portes, incluindo pequenos empreendedores e até mesmo profissionais autônomos, também precisam dar atenção a este tema.

A verdade é que os dados são um dos ativos mais importantes de qualquer organização, independentemente do tamanho. Informações sobre clientes, parceiros, fornecedores e até estratégias de mercado merecem ser protegidas, pois a perda ou o vazamento dessas informações pode causar desde prejuízos financeiros até danos à reputação.

Além disso, pequenas e médias empresas são frequentemente vistas como alvos fáceis por atacantes, justamente por acreditarem que “não vale a pena investir em proteção”. Por isso, práticas simples, como manter os softwares atualizados, usar senhas fortes e contar com ferramentas básicas de segurança, podem fazer uma grande diferença no dia a dia.

Investir em cibersegurança não precisa ser complicado ou caro. Começar com pequenas ações, como conscientizar sua equipe sobre a importância de boas práticas, já é um ótimo primeiro passo. Lembre-se: proteger suas informações significa também proteger os sonhos e os resultados que você tanto trabalha para alcançar.

E você, como está cuidando da segurança digital no seu negócio?

Publicado em

DESAFIOS E OPORTUNIDADES NA GESTÃO DE RISCOS DIGITAIS PARA EMPRESAS BRASILEIRAS

Diante do cenário revelado pela pesquisa “TIC Empresas 2021”, conduzida pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, uma realidade preocupante se desenha: apenas metade das empresas brasileiras parecem ter implementado uma política interna de cibersegurança, com uma presença mais expressiva nas médias e grandes corporações. Esse dado alarmante lança luz sobre diversas conclusões iniciais, todas elas instigantes e com implicações significativas para o panorama empresarial nacional.

Em primeiro lugar, a constatação de que a maioria das empresas brasileiras é de pequeno porte levanta uma questão importante: grande parte do tecido empresarial pode estar vulnerável à ausência de medidas adequadas de proteção digital. Isso sugere que o mercado nacional poderia se tornar alvo fácil para cibercriminosos em busca de dados valiosos.

Além disso, a falta de recursos econômicos em empresas de menor porte dificulta investimentos significativos em segurança digital, ampliando ainda mais sua vulnerabilidade em comparação com suas contrapartes de médio e grande porte. Esse desequilíbrio financeiro torna as pequenas empresas presas mais fáceis para golpes, invasões e vazamentos de dados, já que sua capacidade de defesa e resposta a incidentes é geralmente limitada.

Agravando essa situação, a relativa fragilidade das pequenas empresas em lidar com crises de segurança, como interrupções de serviços, sistemas fora do ar ou perda de dados, aliada à sua limitada capacidade de arcar com os custos de reparação, cria um ambiente propenso ao caos em termos de cibersegurança.

É inegável que o gerenciamento de riscos digitais emergiu como um dos desafios mais prementes para organizações de todos os portes. À medida que a digitalização dos negócios avança, os riscos associados à segurança dos dados aumentam, acarretando responsabilidades legais para todas as empresas, independentemente de sua dimensão.

A entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) ampliou ainda mais o escopo dos riscos relacionados à segurança da informação. Além dos impactos econômicos potenciais, como perda de produtividade e danos à reputação, as empresas agora enfrentam a possibilidade de penalidades administrativas e responsabilização judicial em caso de violações de dados.

Diante desse contexto desafiador, é crucial encontrar um equilíbrio entre a implementação de medidas de segurança robustas e a manutenção da viabilidade econômica das operações. É essencial evitar tanto o excesso de restrições que possam prejudicar a atividade empresarial quanto a falta de controles que exponham a empresa a riscos desnecessários.

Embora a LGPD imponha obrigações claras em relação à segurança digital, muitas empresas ainda não adotaram políticas básicas de proteção da informação. Isso reflete a necessidade urgente de promover a conscientização e a adoção de boas práticas de cibersegurança em todos os níveis do mercado.

A gestão eficaz de riscos digitais requer uma abordagem holística que considere tanto os riscos de segurança que podem impactar as operações e a reputação da empresa quanto os riscos de conformidade relacionados às obrigações legais. A implementação de políticas claras e processos robustos é fundamental para mitigar esses riscos e garantir a conformidade com as regulamentações vigentes.

Enfrentar os desafios da cibersegurança requer um compromisso conjunto das empresas, do governo e da sociedade como um todo. Somente através de uma abordagem colaborativa e proativa será possível proteger efetivamente os dados e garantir a segurança digital em um mundo cada vez mais conectado.

Publicado em

ALERTA DE SEGURANÇA: NOVO GOLPE DE PAGAMENTO POR APROXIMAÇÃO IDENTIFICADO NO BRASIL

Um novo método de fraude financeira originário do Brasil foi identificado, trazendo uma dimensão adicional ao cenário de cibercrime. Especialistas da Kaspersky identificaram um ataque que foca especificamente em pagamentos por aproximação, uma tecnologia cada vez mais comum no varejo. O grupo cibercriminoso responsável por esta nova abordagem é conhecido como Prilex.

Essa fraude se manifesta quando os criminosos interferem no processo de pagamento por aproximação, redirecionando os usuários para o método tradicional de inserção do cartão. Eles utilizam uma mensagem de erro falsa no terminal de pagamento para induzir essa mudança. Uma vez que o cartão é inserido, um malware previamente instalado no sistema do terminal captura os dados do cartão e os transmite diretamente para os criminosos.

O foco do Prilex são principalmente as pequenas e médias empresas, especialmente em lojas de shoppings e postos de gasolina, onde os sistemas de segurança podem ser menos sofisticados. Os criminosos se passam por representantes de empresas de serviços de pagamento para avaliar e explorar vulnerabilidades nos sistemas desses estabelecimentos.

Os terminais de pagamento com fio são particularmente vulneráveis a este tipo de ataque, pois o malware é instalado no computador associado ao terminal. A Kaspersky observou várias versões do malware, indicando um desenvolvimento e adaptação contínuos.

É importante notar que o ataque não consegue decifrar a criptografia de pagamentos por aproximação, que é segura por design. Os criminosos, portanto, se concentram em induzir a vítima a usar o método tradicional de inserção do cartão. O vírus também possui capacidade de filtrar os dados roubados, focando em cartões de alto valor.

Este incidente ressalta a importância da vigilância tanto por parte dos comerciantes quanto dos consumidores. É essencial estar atento a sinais de transações incomuns, como duplicações na fatura, e desconfiar de mensagens de erro em terminais de pagamento. A insistência no uso do pagamento por aproximação, quando possível, pode ser uma medida preventiva eficaz.

Este caso exemplifica a evolução constante das táticas de cibercrime e a necessidade de uma resposta proativa e robusta em termos de segurança cibernética para enfrentar essas ameaças em evolução.

Publicado em

CORA, A FINTECH PARA PMES, RESISTE A ATAQUE DE HACKERS E REFORÇA SEGURANÇA

A fintech Cora, uma instituição bancária digital especializada em atender pequenas e médias empresas, recentemente enfrentou um incidente de segurança. A empresa se tornou alvo de um ataque cibernético, no qual hackers conseguiram acessar as contas de 38 correntistas, resultando em um prejuízo total de R$ 600 mil.

De acordo com informações obtidas pelo Pipeline, um e-mail do CEO e fundador da Cora, Igor Senra, revelou detalhes do incidente. Senra classificou as ações dos hackers como um “ataque de força bruta”. No decorrer desse ataque, os invasores conseguiram efetuar logins em cerca de 100 contas, sendo que transações efetivas ocorreram em 38 delas. Vale destacar que esse número representa apenas 0,003% da base de clientes da fintech, a qual abrange aproximadamente 1 milhão de usuários.

Senra, no e-mail datado de 6 de outubro, assegurou que a Cora se comprometeria a reembolsar todos os clientes afetados, utilizando recursos próprios da fintech. No entanto, até o dia 14, um cliente da Cora relatou ao Pipeline que ainda não havia recebido o reembolso. A empresa posteriormente reafirmou, em 16 de outubro, que todos os clientes afetados haviam sido ressarcidos.

No comunicado, o CEO enfatizou que os dados dos clientes não foram comprometidos, o que foi um dos fatores determinantes para a avaliação da empresa, que considerou o incidente de segurança como tendo baixa relevância. Essa análise levou em conta a proporção de usuários afetados e a resolução dos problemas de segurança envolvendo o sistema de transferências financeiras Pix.

A Cora anunciou ainda que, após o incidente, tomou diversas medidas para reforçar seus controles internos, incluindo a implementação de etapas adicionais de validação e a inclusão de um novo parceiro fundamental no fluxo de autenticação.

A empresa enfatizou a importância de os usuários serem extremamente cautelosos ao compartilhar seus dados e ao realizar transações bancárias. Ela lembrou que o Banco Central recomenda que as senhas utilizadas em bancos e instituições financeiras sejam únicas e exclusivas para cada instituição.

Vale destacar que a Cora conta com acionistas renomados, como Kaszek Ventures, Tiger Global, Tencent, Greenoak, QED Investors e Ribbit Capital. No ano anterior, a fintech reportou um prejuízo de R$ 131,7 milhões.