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GOLPES VIRTUAIS COM PHISHING E O PAPEL DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

O phishing consolidou-se como o golpe digital mais frequente no Brasil. Nos últimos doze meses, foram mais de 550 milhões de ataques identificados apenas no país, o que representa em média 1,5 milhão por dia. Esses números ajudam a dimensionar a escala do problema: praticamente três tentativas de fraude para cada habitante.

Como o golpe funciona

Os links maliciosos circulam por e-mail, SMS, WhatsApp e outras redes sociais. A fraude ocorre de duas formas principais:

  1. O clique no link instala um programa que invade o celular ou computador, com acesso a dados sensíveis.
  2. O próprio usuário, acreditando tratar-se de um procedimento legítimo, insere suas informações pessoais diretamente no site falso.

Um episódio que chamou atenção envolveu o desvio de valores significativos de sistemas do governo federal após o vazamento de credenciais de funcionários, obtidas justamente por meio de phishing.

O avanço da Inteligência Artificial

A disseminação de golpes foi potencializada pelo uso de inteligência artificial e automação robótica (RPA). Hoje, criminosos conseguem disparar milhões de mensagens em apenas algumas horas. O processo é industrializado: robôs geram, personalizam e enviam links falsos em escala, com capacidade de atingir milhares de usuários por minuto.

Essa automação também explica o crescimento de 85% nos ataques em relação ao ano anterior. Além da velocidade, a IA tem tornado as mensagens mais convincentes, dificultando a identificação por parte das vítimas.

Vulnerabilidades e alvos preferenciais

Os governos e as empresas de grande porte estão entre os principais alvos, mas a indústria e o mercado financeiro concentram a maior parte das tentativas. Ainda que o setor bancário brasileiro invista mais em segurança digital do que outros países, continua sob constante ameaça.

Outro ponto de atenção é o uso inadequado de ferramentas de IA por funcionários de empresas. Muitas vezes, dados corporativos são inseridos em plataformas públicas para geração de relatórios ou textos, sem que se perceba o risco de exposição.

Como se proteger

A proteção contra esse tipo de fraude exige medidas técnicas e comportamentais:

  • Desconfiar de links suspeitos: nunca clicar em mensagens inesperadas que pedem atualização de cadastro ou confirmação de dados.
  • Instalar sistemas de segurança: antivírus e soluções de proteção em dispositivos bloqueiam boa parte das tentativas.
  • Manter atualizações em dia: tanto do sistema operacional quanto dos aplicativos.
  • Não salvar senhas no navegador: reduz a chance de vazamento imediato em caso de comprometimento.

Impactos mais frequentes

As consequências para vítimas de phishing variam, mas envolvem:

  • prejuízos financeiros,
  • bloqueio de contas,
  • roubo de identidade,
  • perda de dados pessoais e profissionais,
  • vazamento de credenciais de serviços digitais.

A combinação de desatenção do usuário e sofisticação tecnológica dos criminosos cria um ambiente fértil para ataques. A prevenção depende tanto de investimentos em segurança quanto da construção de uma cultura digital mais consciente.

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PIX SOB ATAQUE: O QUE MUDA COM AS MEDIDAS DO BANCO CENTRAL CONTRA ATAQUES CIBERNÉTICOS

Desde junho, instituições financeiras e empresas de tecnologia ligadas ao sistema de pagamentos vêm registrando incidentes de segurança que atingem principalmente o Pix e, em menor escala, operações via TED. Esses episódios expuseram fragilidades exploradas por organizações criminosas, levando o Banco Central a adotar, de forma imediata, novas regras para conter abusos e reduzir vulnerabilidades.

Medidas regulatórias imediatas

O pacote anunciado estabelece um limite de R$ 15 mil para determinadas transações via Pix e TED, reforça a necessidade de autorização prévia para prestadores de serviços de tecnologia e fixa prazo de 30 dias para encerramento das atividades de quem tiver o pedido de autorização negado. Também prevê um período de quatro meses para adequação a novas exigências de governança, além da possibilidade de dispensar temporariamente o limite de valores para instituições que comprovem práticas sólidas de controle interno.

Outro ponto destacado foi a exigência de capital mínimo de R$ 15 milhões para prestadores de tecnologia que atuam no sistema financeiro. A medida busca elevar a responsabilidade dos parceiros que, muitas vezes, não possuem o mesmo padrão de governança das instituições reguladas diretamente pelo Banco Central.

Linha do tempo dos incidentes recentes

Nos últimos meses, os ataques ganharam novas formas. Houve desde sobrecarga por consultas massivas a QR Codes até desfalques expressivos com retirada direta de valores de clientes. Episódios envolvendo instituições tradicionais e fintechs de menor porte mostraram que a ameaça deixou de ser apenas tentativa de interrupção para alcançar subtrações financeiras efetivas.

O fator humano como vulnerabilidade

Embora a tecnologia seja o alvo aparente, boa parte das invasões decorre de falhas humanas. O uso de credenciais obtidas por meio de engenharia social e casos de conluio interno revelam que programas de conscientização são tão relevantes quanto firewalls ou criptografia. Transformar colaboradores em barreiras de proteção exige mais do que regras: é necessário criar cultura organizacional de segurança.

Popularidade do Pix e os riscos associados

O volume bilionário de transações torna o Pix o alvo mais rentável para criminosos digitais. A solução em si não é insegura, mas sua escala exige que a governança acompanhe a velocidade de uso. Se houver comprometimento de estruturas críticas, as consequências podem ultrapassar as transferências financeiras e atingir identidades digitais, biometria e até serviços públicos integrados à plataforma.

Inovação e segurança em equilíbrio

A transformação digital acelerou a oferta de serviços financeiros, mas nem sempre foi acompanhada de investimentos proporcionais em proteção. A inteligência artificial tende a ampliar tanto o potencial ofensivo quanto a capacidade defensiva das instituições. Reguladores, empresas e sociedade precisam trabalhar em conjunto para que a inovação não abra portas ao crime digital.

As medidas do Banco Central buscam endurecer as regras sem paralisar a inovação. A proteção efetiva, no entanto, depende menos de limites de valor ou capital mínimo e mais da maturidade de processos, da governança e da consciência dos profissionais envolvidos. A confiança no sistema de pagamentos exige respostas técnicas e organizacionais que se renovem na mesma velocidade das ameaças.

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FRAUDES VIRTUAIS EM ALTA E O PAPEL DO SEGURO NA PROTEÇÃO DE DADOS

Nos últimos anos, os crimes virtuais se consolidaram como a principal forma de ataque contra a população brasileira, ultrapassando os delitos patrimoniais tradicionais. Pesquisas recentes mostram que um terço dos brasileiros sofreu golpes pela internet, o que representa dezenas de milhões de pessoas afetadas em apenas doze meses. Paralelamente, fraudes por meio de mensagens, ligações e contatos digitais suspeitos atingiram mais de um terço da população adulta, confirmando a centralidade do celular como instrumento do cotidiano e, ao mesmo tempo, alvo prioritário do crime organizado.

Esse movimento tem impacto direto no mercado segurador. A proteção já não pode se limitar ao aparelho físico: é necessário cobrir também os efeitos do uso criminoso das informações armazenadas e das transações realizadas a partir do dispositivo. As seguradoras começam a responder com apólices que incluem desde transferências bancárias não autorizadas até o roubo de dados pessoais, incorporando elementos de cibersegurança ao tradicional seguro de bens.

A resposta institucional e legislativa

Enquanto as seguradoras ampliam seu portfólio, o poder público também busca se adaptar. Nos últimos anos, registrou-se queda acentuada nos roubos a instituições financeiras físicas, em contraste com a alta constante dos estelionatos virtuais. Em resposta, o Congresso Nacional intensificou debates e criou estruturas permanentes para tratar da defesa cibernética. Estão em análise dezenas de projetos voltados à criminalidade digital, entre eles propostas que incluem a tipificação da extorsão digital e o aumento de penas em ataques contra serviços essenciais, como saúde e segurança pública.

Paralelamente, polícias civis vêm inaugurando departamentos especializados em crimes digitais. O exemplo mais recente é a criação de uma unidade dedicada exclusivamente a investigar invasões de sistemas, roubo de dados e golpes online. A medida sinaliza que tais crimes passaram a ser tratados com a mesma gravidade que delitos tradicionalmente considerados de maior impacto social.

Seguro cibernético em expansão

O avanço da criminalidade digital reflete-se no crescimento acelerado do seguro cibernético. De acordo com dados da confederação nacional do setor, a arrecadação desse produto multiplicou-se quase nove vezes em cinco anos. A procura é especialmente forte em grandes centros, mas cresce de forma expressiva em estados historicamente fora do eixo da inovação financeira, demonstrando que a preocupação já é nacional.

Relatórios internacionais indicam que o Brasil enfrenta custos médios superiores a sete milhões de reais por incidente de violação de dados, com impactos ainda maiores nos segmentos de saúde, financeiro e de serviços. Esse quadro pressiona empresas a buscarem soluções não apenas preventivas, mas também de mitigação financeira e reputacional.

Tecnologia como aliada

O futuro do seguro digital passa pela integração com ferramentas tecnológicas. Já se vislumbra a inclusão de recursos como bloqueio remoto de aparelhos, monitoramento transacional em tempo real e parcerias com empresas de cibersegurança. A lógica é simples: proteger o patrimônio físico deixou de ser suficiente, pois o valor hoje está também nos dados e no acesso aos serviços digitais.

Um novo paradigma para o setor

A migração da criminalidade para o ambiente digital impõe ao setor de seguros a necessidade de reinventar-se. O produto de sucesso será aquele capaz de equilibrar a cobertura patrimonial com a proteção contra fraudes eletrônicas e violações de dados. Para isso, inovação em análise preditiva, sinistros mais ágeis e seguros modulares aparecem como caminhos viáveis.

O que está em jogo não é apenas a preservação de bens, mas a confiança do consumidor em um mundo no qual o celular se tornou extensão da própria identidade. Garantir essa proteção representa o próximo passo no amadurecimento do mercado segurador brasileiro.

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ATAQUES DIGITAIS EM ALTA: POR QUE AS EMPRESAS BRASILEIRAS PRECISAM REVER SUA DEFESA CIBERNÉTICA

O Brasil registrou, em 2024, mais de 350 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos — um número que mostra o quanto as ofensivas digitais estão mais elaboradas e persistentes. Desde 2022, houve um salto de 180% nas investidas, segundo levantamento de uma das maiores empresas globais de telecomunicações. Em escala mundial, as perdas ligadas a crimes digitais já superam os US$ 10 trilhões, conforme estimativa de consultorias internacionais. O impacto vai além do financeiro: compromete operações, mina a reputação e abala a confiança de clientes e parceiros. A própria IBM aponta que o custo médio de uma violação ultrapassa os US$ 6 milhões.

As pequenas e médias empresas são as que mais sofrem. Relatório de 2025 do Fórum Econômico Mundial mostra que muitas já operam no limite da capacidade de proteção, e 71% dos especialistas apontam esse grupo como o mais vulnerável. Nesse contexto, algumas diretrizes podem fazer diferença:

1. Regras para dispositivos móveis e trabalho remoto

O uso intensivo de celulares e computadores pessoais para atividades corporativas aumenta os pontos de exposição. Para reduzir riscos, é fundamental criar normas específicas, adotar soluções de gerenciamento de dispositivos móveis (MDM) e manter softwares atualizados. Isso fecha brechas que podem ser exploradas por invasores.

2. Atualizações automáticas de sistemas

Muitos ataques exploram falhas já conhecidas em programas desatualizados. As correções lançadas pelos fabricantes são, muitas vezes, a primeira barreira de defesa. Automatizar esse processo garante proteção contínua e reduz a dependência de ações manuais.

3. Monitoramento contínuo da infraestrutura

Ter visibilidade em tempo real sobre aplicações, servidores e serviços em nuvem é indispensável para detectar comportamentos fora do padrão e reagir com rapidez. Plataformas de observabilidade não apenas ajudam na segurança, como também evitam desperdício de recursos e aumentam a confiabilidade operacional.

As empresas que compreendem a gravidade do risco digital percebem que segurança não é gasto, mas investimento. Incorporar práticas de monitoramento, automação e gestão de acessos é fortalecer a própria capacidade de crescimento sustentável. Afinal, em um ambiente de negócios cada vez mais conectado, proteger dados significa proteger o futuro.

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BRASIL CONCENTRA 84% DOS CIBERATAQUES DA AMÉRICA LATINA EM 2025

Nos primeiros seis meses de 2025, o Brasil registrou 315 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, o equivalente a 84% de todas as ocorrências na América Latina. Esse volume já se aproxima do total registrado em todo o ano anterior, o que revela uma escalada significativa da atividade criminosa no ambiente digital brasileiro.

Entre os países da região, apenas México, Colômbia e Chile aparecem na sequência, mas com índices muito inferiores.

O perfil dos ataques

A análise das cadeias de ataque demonstra que a maior parte das ofensivas ocorre nas fases finais da operação criminosa, com 309 bilhões de tentativas de negação de serviço (DDoS) e 28 mil incidentes de ransomware já identificados. Além disso, destacam-se:

  • 41,9 milhões de atividades de distribuição de malware;
  • 52 milhões de ações ligadas a botnets;
  • 1 bilhão de ataques de força bruta;
  • 2,4 bilhões de tentativas de exploração de vulnerabilidades.

Esse quadro mostra ataques cada vez mais rápidos, direcionados e voltados à interrupção de serviços ou à extorsão.

Por que o Brasil é tão visado?

Dois fatores ajudam a explicar essa concentração:

  1. Alta rentabilidade — grandes corporações e setores estratégicos movimentam dados e valores expressivos.
  2. Baixa maturidade digital — mesmo com investimentos crescentes, o nível de preparação das organizações ainda está aquém da sofisticação dos ataques.

Essa combinação faz do país um alvo especialmente atrativo para criminosos.

Inteligência artificial como defesa

Uma das principais apostas do setor de cibersegurança é a integração de ferramentas baseadas em inteligência artificial (IA), que permitem reduzir o tempo de resposta a incidentes de meses para menos de uma hora. O desafio atual não é apenas detectar ataques, mas contê-los e neutralizá-los antes de causarem impacto nos sistemas.

Novas soluções apresentadas incluem:

  • Recursos de criptografia preparados para a era quântica, já incorporados a sistemas de segurança;
  • Plataformas para gestão de identidade, armazenamento seguro e comunicação protegida.

O horizonte da computação quântica

Há um movimento de grupos criminosos para armazenar dados roubados hoje, com a expectativa de decifrá-los quando a computação quântica se tornar prática. Isso exige que camadas de criptografia sejam repensadas desde já, de modo a proteger informações mesmo diante das tecnologias do futuro.

Formação de profissionais

A segurança digital não depende apenas de tecnologia, mas também de capacitação humana. Programas de treinamento gratuitos têm como meta formar até um milhão de profissionais no Brasil até 2028, com cursos e certificações em língua portuguesa para diferentes perfis.

O dado mais relevante é que o Brasil vive um período de alta exposição digital. A combinação entre economia atrativa, baixa maturidade em segurança e transformação tecnológica acelerada exige respostas rápidas, coordenadas e sustentáveis para reduzir riscos.

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CIBERCRIMINOSOS USAM APPS AUTORIZADORES DA MICROSOFT PARA INVADIR AMBIENTES EMPRESARIAIS

Uma nova técnica de ataque digital tem chamado a atenção de especialistas em segurança da informação por sua capacidade de contornar camadas tradicionais de proteção em ambientes corporativos. O método envolve a exploração do protocolo OAuth 2.0, amplamente utilizado em sistemas Microsoft, para obtenção não autorizada de acesso a contas empresariais, inclusive aquelas protegidas por autenticação multifator.

A estratégia utiliza aplicativos aparentemente legítimos que operam com o protocolo OAuth, recurso amplamente empregado para permitir o acesso seguro a APIs e dados sem a necessidade de compartilhamento direto de senhas. Essa tecnologia, embora promova praticidade e segurança em seu uso regular, vem sendo instrumentalizada por cibercriminosos para induzir vítimas a autorizar permissões maliciosas.

O fluxo do ataque é engenhoso: usuários recebem e-mails com aparência profissional, que simulam interações comerciais corriqueiras, como propostas de orçamento ou envio de documentos. Ao clicar no link contido na mensagem, a vítima é redirecionada para uma página controlada pelos invasores, que solicita permissões para um aplicativo OAuth fraudulento. Mesmo que o usuário negue o acesso, o ataque continua por meio da exibição de um CAPTCHA e de uma página de verificação em duas etapas semelhante à da Microsoft, desenhada para capturar dados de autenticação.

O objetivo final é coletar tokens de acesso e cookies de sessão, permitindo aos criminosos invadir contas corporativas com alto grau de sucesso. Uma ferramenta amplamente utilizada nesses ataques é um serviço de phishing estruturado (Phishing-as-a-Service), que automatiza o roubo de informações com técnicas de interceptação sofisticadas.

Dados recentes revelam que milhares de contas distribuídas em centenas de ambientes Microsoft 365 foram alvo dessa técnica, com uma taxa preocupante de efetividade. A principal motivação dos invasores é o controle de identidades digitais, fator que tende a ganhar ainda mais relevância como vetor primário de comprometimento de sistemas empresariais.

Como medida preventiva, especialistas recomendam revisar com frequência os aplicativos autorizados em contas corporativas, implementar sistemas de monitoramento que identifiquem acessos anômalos, reforçar filtros de e-mail para bloquear campanhas maliciosas e investir em programas de capacitação contínua para usuários. Adicionalmente, a utilização de chaves de autenticação baseadas no padrão FIDO é apontada como alternativa mais robusta ao uso exclusivo do MFA tradicional.

A sofisticação das ameaças demanda uma resposta igualmente estratégica. A proteção das identidades digitais, o controle dos aplicativos conectados aos ambientes corporativos e a atenção aos sinais de engenharia social continuam sendo elementos fundamentais na gestão de riscos cibernéticos.

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PERSPECTIVAS E DESAFIOS DA CIBERSEGURANÇA NO BRASIL: ENTRE A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E A NECESSIDADE DE COORDENAÇÃO NACIONAL

A transformação digital permeia hoje todas as dimensões da vida em sociedade. A consolidação do uso de tecnologias da informação e comunicação como base para interações pessoais, econômicas e institucionais não apenas moldou novos modos de viver, mas também tornou visível a urgência da proteção desse ambiente. Se a digitalização tornou-se um vetor de desenvolvimento, a segurança desse meio se impõe como requisito fundamental para sua continuidade.

A confiança nas tecnologias depende diretamente da sua segurança. Sistemas instáveis, sujeitos a invasões, fraudes e paralisações, comprometem desde o acesso a serviços públicos até o funcionamento de infraestruturas essenciais, o que torna indispensável o fortalecimento das políticas de cibersegurança. Ao longo das duas últimas décadas, diversas iniciativas foram estruturadas para responder a esse desafio, incluindo estratégias nacionais, políticas públicas e mecanismos de coordenação interinstitucional.

Dentre os avanços mais relevantes, destacam-se a formulação da política nacional de cibersegurança e a criação de um comitê responsável por sua implementação. Esse comitê é composto por representantes do poder público, da sociedade civil organizada, da academia e do setor privado, o que demonstra a tentativa de consolidar uma abordagem multissetorial para o tema. A partir de sua instalação, grupos técnicos passaram a atuar em diferentes frentes, como a revisão de estratégias, a proposição de estruturas institucionais e a atuação internacional do país.

Há, contudo, um ponto de inflexão importante. Embora o arcabouço normativo tenha evoluído, a ausência de um marco legal aprovado pelo Parlamento e de uma entidade com autoridade legal para coordenar e executar as políticas públicas limita a eficácia das ações. A fragmentação entre diferentes órgãos e esferas da administração dificulta a articulação e a execução de medidas integradas. A proteção de ativos digitais não pode mais depender apenas de estratégias esparsas ou respostas reativas.

A proposta de criação de uma entidade própria para tratar da governança da cibersegurança no Brasil encontra eco em diferentes setores. Modelos de autarquia especializada ou agência reguladora têm sido debatidos com maior intensidade, com base na compreensão de que a proteção do espaço digital exige competências específicas, capacidade técnica e autonomia decisória. As diferentes propostas formuladas já foram encaminhadas para avaliação e, à medida que se avança nesse debate, aumenta-se também a responsabilidade dos Poderes Executivo e Legislativo em estruturar essa política de forma duradoura.

Um país com a dimensão do Brasil e sua complexidade federativa não pode depender apenas de medidas infralegais para enfrentar riscos cibernéticos. A resiliência digital precisa ser tratada como uma política de Estado, com articulação entre os entes federativos, mecanismos permanentes de governança e instrumentos legais que promovam direitos, obrigações e parâmetros técnicos claros.

A realidade internacional reforça a urgência do tema. Casos recentes em outros países mostraram o impacto econômico profundo de ataques cibernéticos. Estima-se que as perdas globais causadas por incidentes digitais ultrapassam trilhões de dólares por ano, e alguns governos já apontaram perdas bilionárias associadas à falta de prevenção e resposta eficiente. A ausência de uma estrutura nacional de cibersegurança pode representar não apenas risco operacional, mas também ameaça à estabilidade econômica e à confiança da população.

No âmbito legislativo, a criação de uma frente parlamentar dedicada à cibersegurança e à defesa digital demonstra que há espaço para avanços institucionais. Essa convergência de esforços entre o Poder Executivo e o Parlamento abre uma oportunidade rara para consolidar um modelo funcional, estável e adaptado à realidade brasileira. A experiência recente demonstra que ações fragmentadas e reativas não têm sido suficientes. É necessário, portanto, um novo patamar de atuação.

A construção de uma política nacional de cibersegurança eficiente requer, além de coordenação institucional, investimentos contínuos em capacitação, educação digital e conscientização pública. A criação de materiais educativos, guias técnicos para setores estratégicos e centros de compartilhamento de informações são passos relevantes nesse caminho, mas ainda dependem de uma estrutura normativa sólida que sustente essas iniciativas a longo prazo.

Tratar a cibersegurança como um componente essencial da vida moderna é mais do que uma escolha política. É uma necessidade jurídica, econômica e social. O momento atual exige coragem institucional e compromisso intersetorial para transformar diretrizes em estruturas permanentes, com base legal robusta e gestão eficiente. O Brasil tem a oportunidade de avançar nesse campo, desenvolvendo uma política própria, voltada à sua realidade e capaz de proteger seu ecossistema digital de forma abrangente e eficaz.

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STARTUPS NA MIRA DOS CIBERCRIMES: COMO EMPRESAS ENXUTAS PODEM SE BLINDAR JURIDICAMENTE E TECNICAMENTE

O Brasil está entre os países mais afetados por ataques cibernéticos no mundo. Entre agosto de 2023 e julho de 2024, foram mais de 700 milhões de tentativas de invasão, o que equivale a quase 1.400 ataques por minuto. Além da frequência assustadora, o impacto financeiro também chama atenção: o custo médio de uma violação de dados no país já ultrapassa R$ 6 milhões, segundo estudos especializados.

Apesar disso, muitas startups e pequenas empresas ainda tratam a segurança digital como uma preocupação secundária — uma escolha que pode custar caro. Investir na proteção de dados e no fortalecimento jurídico das operações é uma medida que pode significar a continuidade ou o fim de um negócio.

O engano da falsa sensação de anonimato

Pequenas estruturas não passam despercebidas pelos cibercriminosos. Pelo contrário: empresas em fase de crescimento são alvos frequentes por apresentarem menor maturidade técnica e jurídica. Com rotinas aceleradas e foco total na expansão, essas organizações acabam deixando brechas que facilitam invasões.

Além disso, muitas vezes integram redes de relacionamento com empresas maiores, funcionando como porta de entrada para ataques indiretos a parceiros e fornecedores de maior porte.

As armadilhas mais comuns

Empresas de menor porte estão especialmente expostas a golpes como:

  • Phishing, com envio de mensagens fraudulentas que induzem colaboradores a revelar senhas ou clicar em links perigosos;
  • Ransomware, um tipo de sequestro de dados com cobrança de resgate;
  • Invasão de servidores e vazamento de dados de clientes;
  • Ataques de negação de serviço (DDoS), que derrubam sites e sistemas;
  • Furto de propriedade intelectual, como códigos, algoritmos e ideias estratégicas.

Não bastasse isso, ainda há riscos internos, como fraudes praticadas por funcionários, espionagem empresarial e destruição da reputação digital por meio de avaliações falsas em plataformas de busca e redes sociais.

Impactos legais e comerciais

Uma empresa atingida por incidente de segurança pode ter que lidar com processos judiciais, sanções administrativas da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), e queda brusca na confiança de investidores e consumidores. A LGPD prevê multas de até R$ 50 milhões por infração, além da possibilidade de responsabilização civil e penal.

Boas práticas que funcionam

É possível adotar estratégias eficazes sem grandes investimentos. Abaixo, cinco práticas essenciais para estruturar uma base de proteção jurídica e digital:

  1. Formalize e aplique normas internas de segurança
    Estabeleça regras claras para o uso de sistemas, acesso a informações e comportamentos esperados desde o primeiro dia do colaborador. Um documento bem elaborado é útil apenas se for vivido no cotidiano da empresa.
  2. Utilize autenticação multifator (2FA)
    Essa medida simples impede que o acesso a sistemas seja feito apenas com senha, exigindo uma segunda confirmação e reduzindo drasticamente o risco de invasões.
  3. Faça backups regulares e seguros
    Armazene cópias dos dados em locais protegidos, de preferência fora do ambiente principal da empresa. Criptografia e acesso restrito são indispensáveis.
  4. Capacite o time de forma contínua
    A maioria das falhas decorre de erros humanos. Por isso, mantenha a equipe sempre atualizada quanto a práticas seguras, como a identificação de mensagens suspeitas e o uso de senhas fortes.
  5. Fiscalize contratos com parceiros de tecnologia
    Não adianta proteger a própria casa se o fornecedor deixar a porta aberta. É necessário revisar cláusulas, cobrar conformidade com a LGPD e exigir medidas de segurança compatíveis.

Pequenas empresas não precisam de grandes estruturas para se proteger. Precisam, sim, de organização, consciência jurídica e responsabilidade com os dados que tratam. Afinal, no mundo digital, negligência custa caro — e conhecimento continua sendo o melhor escudo.

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SEGURANÇA DIGITAL EMPRESARIAL: POR QUE A PREVENÇÃO AINDA É IGNORADA?

A segurança da informação ainda é tratada com descaso por parte significativa das empresas, que frequentemente deixam de incorporar práticas estruturadas de prevenção a vulnerabilidades. Embora os ataques cibernéticos estejam cada vez mais sofisticados e frequentes, a percepção equivocada de que não há risco iminente acaba por fomentar uma postura passiva diante de ameaças reais e recorrentes.

Dados recentes apontam que três em cada quatro organizações não mantêm um programa contínuo de gestão de vulnerabilidades. Essa omissão se reflete diretamente nos números alarmantes de tentativas de invasão: só no último ano, mais de 100 bilhões de ataques foram registrados no país. Ainda assim, a resposta empresarial continua marcada por improvisos e soluções pontuais, quando o que se exige é planejamento constante e ações articuladas.

Incidentes recentes envolvendo grandes companhias demonstram que a ausência de medidas preventivas não apenas compromete a integridade de dados, mas também acarreta danos financeiros expressivos e desgastes institucionais severos. A exposição de informações pessoais de milhões de usuários, multas de valores milionários e auditorias impostas por órgãos reguladores ilustram os efeitos de uma gestão falha ou inexistente.

No Brasil, casos de ataques por ransomware revelam um problema adicional: a baixa maturidade de muitas empresas no trato com a cibersegurança. Em vez de uma resposta estruturada e comunicada, opta-se, muitas vezes, pelo silêncio — uma estratégia que, longe de proteger a imagem da empresa, reforça a invisibilidade do problema. Sem transparência, o aprendizado coletivo se perde, e outras organizações permanecem despreparadas, acreditando estar protegidas apenas porque não foram ainda alvo de um ataque visível.

Segurança da informação não é responsabilidade exclusiva da área de tecnologia. Trata-se de uma engrenagem que exige sincronia entre ferramentas adequadas, processos bem definidos e pessoas capacitadas. Investir em softwares e firewalls é necessário, mas insuficiente, se os colaboradores não recebem formação adequada ou se não existem protocolos claros para prevenção e resposta.

Outro dado preocupante: quase metade das empresas sequer testa suas defesas periodicamente. E uma parcela significativa mantém brechas já identificadas sem qualquer correção. Essa desconexão entre conhecimento e ação revela um padrão de gestão que privilegia o conforto da inércia em detrimento da proteção efetiva.

A ilusão de segurança — alimentada pela ausência de eventos visíveis — é um fator determinante para a inação. Enquanto isso, as vulnerabilidades se acumulam, silenciosas, mas plenamente operacionais para agentes mal-intencionados. A resposta a essa ameaça não está apenas em reagir quando o problema se materializa, mas em adotar, de forma contínua, uma postura de vigilância, aprimoramento e prontidão.

Tratar a proteção digital como parte da estratégia organizacional não é apenas uma recomendação técnica. É uma exigência para qualquer entidade que deseja proteger seus dados, sua imagem e sua capacidade de operar com confiança e estabilidade.

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EMPRESAS ENFRENTAM ALTA NOS ATAQUES CIBERNÉTICOS NO SEGUNDO TRIMESTRE DE 2025

O segundo trimestre de 2025 registrou um aumento expressivo nos ataques cibernéticos a empresas em diversas regiões do mundo, com destaque para o crescimento de 21% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em relação a 2023, a elevação foi de 58%, refletindo uma intensificação das atividades maliciosas no ambiente digital.

O setor de educação e pesquisa continua sendo o mais visado, com uma média de 4.388 ataques semanais por organização, seguido pelos setores de administração pública (2.632 ataques semanais) e telecomunicações (2.612 ataques semanais). Esses segmentos têm sido alvos frequentes devido ao volume de dados sensíveis que armazenam e, muitas vezes, à fragilidade de seus sistemas de proteção.

Entre os continentes, a África lidera em volume médio de ataques por semana (3.365), seguida pela região da Ásia-Pacífico (2.874) e pela América Latina (2.803). Ainda que a Europa tenha registrado uma média inferior (1.669), foi o continente que apresentou a maior variação percentual no período, com um salto de 22% na comparação anual.

No contexto nacional, observou-se um acréscimo de 19% nas ofensivas digitais em relação ao segundo trimestre de 2024. Embora abaixo da média global, o número de tentativas de ataque contra empresas locais chegou a 2.155 por semana, superando a média observada em países europeus. Apenas duas nações da Europa apresentaram números mais elevados: Itália e República Checa.

A área de educação e pesquisa também figura como a mais impactada internamente, com uma média de 5.478 ataques semanais, muito acima da média global. O setor de saúde vem logo atrás, com 3.962 incidentes por semana, enquanto o setor público e de defesa contabiliza 2.106 ataques semanais.

Além disso, foi registrado um total de 1.600 incidentes envolvendo ransomware no mundo entre abril e junho deste ano. As regiões com maior concentração desses casos foram América do Norte e Europa, o que reforça a necessidade de revisão contínua das práticas de segurança digital em empresas e instituições.

Esses dados revelam a urgência de investimento constante em soluções de cibersegurança, políticas de prevenção robustas e capacitação de equipes técnicas para mitigar riscos e proteger a integridade de informações estratégicas.

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COMO O USO IRRESPONSÁVEL DA INTERNET AMEAÇA DIREITOS E RELAÇÕES

Vivemos uma era em que a conectividade digital deixou de ser apenas uma ferramenta e passou a ocupar o centro das relações humanas, econômicas e institucionais. A tecnologia, com seu poder de encantamento e eficiência, alterou a forma como vivemos, nos relacionamos e tomamos decisões. Mas é preciso reconhecer que, por trás das promessas de progresso, também se esconde um processo de corrosão ética e social que avança de modo silencioso, porém implacável.

Há uma transformação em curso que atinge não apenas os meios, mas os próprios fins das interações humanas. O comportamento virtual, guiado por algoritmos opacos, molda a personalidade coletiva e redefine valores. O culto à influência, à velocidade, ao lucro e à performance passou a ditar regras nas instituições e nas relações pessoais, empurrando para as margens aqueles que ainda zelam por princípios como lealdade, reserva, respeito e cooperação.

Enquanto isso, o ambiente digital se converte, progressivamente, em território fértil para práticas abusivas e violações de direitos. As estruturas que deveriam proteger o indivíduo tornam-se frágeis diante da sofisticação das ações maliciosas: fraudes, extorsões, espionagem, manipulação de dados, disseminação de desinformação. Não se trata mais de ficção distópica. É uma realidade com efeitos concretos, que compromete desde a integridade de sistemas de saúde até a sobrevivência de pequenos empreendedores.

O espaço virtual, inicialmente idealizado como campo aberto de liberdade e inovação, tornou-se também campo minado, onde a lógica da dominação muitas vezes se impõe à lógica do respeito. Episódios envolvendo ataques cibernéticos em instituições públicas e privadas evidenciam não apenas a fragilidade dos sistemas de defesa, mas a ausência de uma cultura sólida de responsabilidade digital. A sociedade tem sido lenta em estabelecer limites, e os custos dessa inércia estão sendo pagos com vidas, reputações e economias inteiras.

As consequências não se restringem aos prejuízos financeiros. A deterioração da confiança nas relações digitais afeta diretamente a qualidade da convivência social. Em um ambiente onde tudo pode ser forjado ou capturado indevidamente, até o pacato cidadão se vê vulnerável. E esse temor, ao invés de incentivar a cautela coletiva, tem muitas vezes sido explorado por atores que lucram com o medo, a desinformação e a instabilidade.

É necessário, portanto, um gesto de sobriedade e responsabilidade. Mais do que seguir louvando os benefícios tecnológicos, que são inegáveis, impõe-se a tarefa de refletir sobre os limites. A tecnologia não é neutra. Ela reflete escolhas humanas e precisa ser regulada com base em princípios éticos e jurídicos sólidos, que protejam a dignidade e a autonomia do indivíduo.

Ignorar esse debate significa correr o risco de assistir à erosão silenciosa das garantias mais básicas da convivência civilizada. Ainda há tempo de preservar o valor emancipador das inovações, desde que haja coragem para reconhecer os excessos e firmeza para corrigi-los. Afinal, nenhum avanço técnico justifica o abandono do senso de humanidade.

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CIBERSEGURANÇA EMPRESARIAL: POR QUE TREINAR SUA EQUIPE É UMA MEDIDA ESTRATÉGICA E INDISPENSÁVEL

A digitalização das rotinas empresariais, embora represente ganhos expressivos em agilidade e competitividade, também impõe desafios relevantes no campo da proteção de dados. Cada novo sistema, plataforma ou ferramenta conectada amplia a superfície de exposição a riscos cibernéticos. Diante disso, a segurança da informação deve ser compreendida como elemento estruturante da gestão organizacional.

Entre os muitos fatores que compõem a estrutura de defesa de uma empresa, um dos mais sensíveis é o comportamento humano. As equipes internas, especialmente aquelas que lidam com informações sensíveis e canais digitais, figuram como pontos vulneráveis quando não devidamente orientadas. O erro humano, ainda hoje, figura entre as principais causas de incidentes de segurança digital.

Relatórios especializados têm apontado que grande parte dos ataques bem-sucedidos foram facilitados por falhas operacionais, como o clique em links fraudulentos, a abertura de anexos contaminados por malwares ou o fornecimento de credenciais em páginas falsas. Esses dados, por si só, evidenciam o impacto que a falta de preparo técnico e comportamental pode gerar.

Além disso, há um número expressivo de empresas brasileiras que sofreram prejuízos decorrentes de fraudes com boletos falsos. Esses ataques, muitas vezes bem elaborados, resultam não apenas em perdas financeiras, mas também em danos reputacionais que afetam a relação da empresa com seus parceiros e clientes.

Mesmo com o uso de sistemas avançados de proteção, como firewalls e softwares de monitoramento, a eficácia das barreiras tecnológicas está diretamente relacionada à conduta dos usuários. Uma equipe consciente e bem treinada funciona como camada adicional de segurança, capaz de identificar tentativas de golpe e adotar medidas corretas diante de situações suspeitas.

Nesse contexto, torna-se altamente recomendável adotar ações estruturadas voltadas à educação digital dentro da organização. Algumas medidas que podem ser implementadas incluem:

1. Capacitação periódica: É importante manter uma rotina de treinamentos que abordem temas como fraudes eletrônicas, engenharia social, proteção de senhas e segurança em ambientes digitais. A atualização dos conteúdos deve acompanhar as mudanças nas táticas utilizadas por cibercriminosos.

2. Simulações e testes práticos: Exercícios como campanhas de phishing simulado permitem identificar vulnerabilidades reais no comportamento dos colaboradores. Os resultados dessas ações ajudam a direcionar novas capacitações com base em situações vivenciadas.

3. Recursos informativos acessíveis: Cartilhas, vídeos curtos, fluxogramas e murais informativos são instrumentos valiosos para reforçar boas práticas no cotidiano da equipe. O conteúdo deve ser simples, direto e orientado à prevenção.

4. Valorização da conduta segura: Estimular a troca de informações, o relato imediato de situações suspeitas e o diálogo aberto sobre cibersegurança contribui para a construção de um ambiente mais vigilante e colaborativo.

A segurança digital, portanto, vai além da tecnologia. Ela depende da conscientização de cada pessoa envolvida nas rotinas corporativas. O investimento em capacitação não deve ser tratado como despesa, mas como política de proteção de patrimônio, confiança institucional e continuidade dos negócios.

Empresas que escolhem atuar de forma preventiva e educativa em relação à proteção digital colhem os frutos de uma estrutura mais sólida e preparada para os desafios do ambiente empresarial moderno. É a postura de quem compreende que a verdadeira proteção não está apenas nos sistemas, mas, sobretudo, nas atitudes.