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GOLPES VIRTUAIS COM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: O QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA SE PROTEGER

Inteligência Artificial e Cibercrimes: um desafio da vida digital

A incorporação da inteligência artificial nas fraudes digitais representa um ponto de inflexão na forma como o crime virtual se manifesta. Se antes os golpes eram marcados por sinais evidentes de amadorismo, hoje eles assumem contornos sofisticados, explorando recursos tecnológicos capazes de imitar com perfeição vozes, imagens e até interações em tempo real. Essa transformação exige um olhar mais crítico sobre a rotina digital e maior preparo para reconhecer armadilhas.

Como os criminosos exploram a tecnologia

As técnicas utilizadas evoluíram de simples mensagens mal escritas para montagens que simulam com impressionante realismo pessoas conhecidas, figuras públicas ou empresas confiáveis. A inteligência artificial amplia a capacidade de manipulação, oferecendo aos fraudadores ferramentas que geram conteúdos convincentes, capazes de induzir decisões precipitadas.

Alguns sinais ainda permitem detectar a fraude. Pedidos de ajuda ou transferências com urgência exagerada, tom de voz artificialmente carregado de emoção, imagens com movimentos faciais desalinhados e mensagens que fogem do padrão de comportamento da pessoa retratada são indícios que devem despertar desconfiança.

Principais modalidades de golpes potencializados por IA

  • Clonagem de voz em pedidos de ajuda: criminosos utilizam áudios disponíveis na internet para recriar falas de familiares ou amigos, simulando emergências para induzir transferências financeiras.
  • Vídeos falsos com celebridades ou executivos: conteúdos em que personagens conhecidos oferecem investimentos ou produtos. A produção é tão convincente que pode ser confundida com comunicação oficial.
  • Links fraudulentos (phishing): mensagens que imitam alertas de segurança ou promoções, direcionando para páginas que reproduzem fielmente sites oficiais. Nelas, dados pessoais e financeiros são coletados para uso indevido.

Estratégias de proteção

A defesa contra esses golpes começa na desconfiança saudável. Confirmar pedidos por outro canal de comunicação é prática indispensável. Também é recomendável reduzir a exposição desnecessária de voz e imagem em ambientes digitais, já que esse material pode ser reutilizado em simulações. Outras medidas incluem a ativação da verificação em duas etapas nos aplicativos, o cuidado ao clicar em links recebidos por mensagens e a atenção redobrada à circulação de informações pessoais em redes sociais.

A vida digital contemporânea requer vigilância constante. A inteligência artificial trouxe avanços significativos para a sociedade, mas também ampliou o alcance das fraudes virtuais. Conhecer as técnicas utilizadas, reconhecer sinais de manipulação e adotar boas práticas de segurança são passos indispensáveis para reduzir riscos.

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O PAPEL DA LEI NA PROTEÇÃO DE DADOS E NO USO DAS REDES SOCIAIS

A regulamentação da mídia digital tornou-se um dos pontos mais delicados do debate público contemporâneo. A transformação promovida pelas redes sociais no convívio social, na política e na economia expôs a necessidade de atualizar o arcabouço jurídico brasileiro, especialmente diante do impacto das grandes plataformas.

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde 2020, representou um avanço significativo ao definir parâmetros para o tratamento de informações pessoais. Seus princípios centrais (finalidade, necessidade, transparência, segurança e prevenção) estabeleceram limites claros para empresas físicas e digitais. Ao mesmo tempo, asseguraram ao cidadão direitos como acesso, correção e exclusão de dados. Assim, companhias globais como Meta, TikTok e X passaram a ter a obrigação de explicar de forma acessível como utilizam informações de usuários e a responder por eventuais vazamentos.

Ainda que essencial, a LGPD não esgota os desafios das plataformas digitais. Questões como moderação de conteúdo, liberdade de expressão, transparência de algoritmos e publicidade direcionada permanecem em aberto. A legislação protege contra abusos no tratamento de dados, mas não regula de modo completo a atuação das redes sociais.

Entre os riscos sociais e jurídicos que emergem desse vácuo regulatório, destacam-se:

  • Privacidade e segurança: vazamentos e uso indevido de dados;
  • Desinformação: ausência de parâmetros que, se mal conduzidos, podem dar margem à censura ou perseguições;
  • Exploração econômica: microdirecionamento de publicidade, manipulação de comportamento e concentração de poder por parte das plataformas.

Diante disso, ganha força a ideia de um ecossistema normativo integrado, em que a LGPD se articule com o Marco Civil da Internet (2014), o Código de Defesa do Consumidor e propostas em discussão, como o PL 2630/2020 (Fake News), além dos debates sobre regulação de algoritmos e inteligência artificial.

Os pontos prioritários para uma futura regulação incluem:

  1. Transparência e moderação de conteúdo, com regras claras e garantias de defesa aos usuários;
  2. Proteção de dados pessoais, reforçando a responsabilização de redes sociais;
  3. Publicidade direcionada e algoritmos, limitando práticas de microdirecionamento político e restringindo o uso de dados sensíveis;
  4. Sanções proporcionais e relatórios periódicos, que ampliem a prestação de contas das plataformas;
  5. Educação digital e proteção de grupos vulneráveis, especialmente crianças, adolescentes e idosos.

Outro desafio relevante é o da competência jurídica. Embora as plataformas sejam globais, as leis têm alcance nacional. A LGPD, por exemplo, aplica-se a empresas estrangeiras que tratam dados de brasileiros, mas disputas sobre remoção de conteúdo ainda encontram resistência das big techs. Isso evidencia a necessidade de mecanismos mais eficazes para assegurar a aplicação do direito brasileiro.

Por fim, cabe observar que a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) cumpre papel essencial na fiscalização e orientação em matéria de privacidade. No entanto, a regulação de conteúdos precisa ser conduzida em conjunto com o Congresso Nacional e outros órgãos, sob pena de desequilíbrio entre proteção do usuário e preservação da liberdade de expressão. O desafio está em construir normas que garantam segurança jurídica sem restringir indevidamente o espaço democrático de participação e debate.

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USO INDEVIDO DE INFORMAÇÕES PESSOAIS E PRÁTICAS DE PREVENÇÃO NA INTERNET

O uso indevido de dados pessoais e os riscos digitais

O roubo e a exposição de informações pessoais na internet continuam sendo um dos principais vetores para golpes. Dados recentes de pesquisa da Serasa Experian mostram que, em 2024, 16,3% dos entrevistados tiveram documentos extraviados ou roubados, enquanto 19% admitiram já ter fornecido seus dados a terceiros. Esse compartilhamento ocorreu, sobretudo, em compras online, abertura de contas bancárias e pedidos de empréstimo.

As informações mais visadas incluem dados de identificação (nome, CPF, RG e data de nascimento), contatos (telefone, e-mail e endereço), além de credenciais financeiras, como cartões de crédito e contas bancárias. Senhas de e-mails, redes sociais e aplicativos também são alvo recorrente. Com esses elementos, fraudadores conseguem criar perfis falsos, solicitar financiamentos, abrir empresas, aplicar golpes digitais e movimentar valores em nome das vítimas.

Principais práticas fraudulentas

Entre os crimes mais praticados com dados clonados ou obtidos de forma ilícita, destacam-se:

  • Golpe do PIX: mensagens e e-mails falsos pedindo transferências urgentes.
  • Falso parente ou amigo: perfis falsos em aplicativos de mensagens, simulando conhecidos em situação emergencial.
  • Boleto fraudado: alteração de dados de cobrança para desviar pagamentos.
  • Portabilidade de número (SIM Swap): transferência indevida da linha telefônica para outro chip, permitindo acesso a aplicativos bancários e redes sociais.

Como os dados são obtidos

As técnicas mais usadas para acessar informações pessoais variam em sofisticação, mas têm em comum a exploração de descuidos cotidianos:

  • Phishing e Spear-Phishing: mensagens que imitam instituições conhecidas e induzem a vítima a inserir dados em sites falsos.
  • Vazamentos de bases de dados: ataques a empresas que armazenam informações de clientes, muitas vezes revendidas na dark web.
  • Malwares e spywares: softwares instalados em dispositivos que coletam senhas e dados financeiros sem que o usuário perceba.
  • Redes Wi-Fi públicas: pontos de acesso gratuitos onde criminosos podem interceptar o tráfego de dados.
  • Engenharia social: manipulação psicológica para convencer a vítima a entregar espontaneamente suas informações.

Medidas de prevenção

A proteção de dados exige práticas de segurança consistentes no dia a dia. Entre as medidas recomendadas estão:

  • Senhas fortes e exclusivas: utilizar combinações complexas e não repetir senhas em diferentes serviços, recorrendo a gerenciadores de senhas.
  • Autenticação em duas etapas (2FA): ativar sempre que possível para dificultar acessos indevidos.
  • Atenção a links e anexos: evitar clicar em mensagens ou e-mails de origem duvidosa.
  • Atualizações constantes: manter sistemas operacionais e aplicativos sempre corrigidos.
  • Cautela com redes públicas: priorizar dados móveis ou o uso de VPN.
  • Monitoramento contínuo: acompanhar movimentações vinculadas ao CPF e utilizar serviços que alertam sobre possíveis usos indevidos.

Esse conjunto de práticas não elimina totalmente os riscos, mas reduz significativamente as chances de exposição e permite reação rápida diante de uma tentativa de fraude.

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PERFIS FALSOS E TECNOLOGIA AVANÇADA ELEVAM RISCO DE FRAUDES ONLINE

Os golpes digitais que exploram a identidade de grandes instituições estão ficando cada vez mais elaborados. Já não se limitam a mensagens de texto ou e-mails suspeitos: hoje, circulam também vídeos bem produzidos, perfis falsos em redes sociais e conteúdos forjados com Inteligência Artificial. Essa combinação aumenta a capacidade de convencimento e dificulta a identificação da fraude pelo usuário comum.

Vídeos que imitam comunicados oficiais, postagens com aparência profissional e contas falsas que se passam por representantes legítimos são algumas das ferramentas utilizadas para transmitir confiança. O objetivo é simples: induzir a vítima a acessar links fraudulentos e fornecer informações pessoais ou efetuar pagamentos indevidos.

A utilização de Inteligência Artificial amplia ainda mais o alcance desses golpes, permitindo criar mensagens personalizadas, adaptadas ao perfil de cada alvo. Plataformas como Instagram e Facebook têm sido palco frequente dessas práticas, exigindo cautela redobrada de quem navega por ali.

Seguir as instruções dessas mensagens enganosas pode trazer consequências sérias. Além de levar ao pagamento de taxas inexistentes, há o risco de que dados pessoais e bancários sejam capturados por sites falsos, desenvolvidos justamente para reproduzir a aparência de páginas oficiais. A semelhança é tamanha que, muitas vezes, apenas um olhar mais atento consegue revelar a fraude.

O recado é claro: é indispensável desconfiar de qualquer mensagem que peça regularização de encomendas não solicitadas ou que redirecione para páginas externas. A melhor defesa é manter a prudência, checar os canais oficiais e jamais fornecer informações sensíveis sem confirmar a legitimidade da comunicação.

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CINCO GOLPES VIRTUAIS QUE MAIS ATINGEM OS BRASILEIROS E COMO EVITÁ-LOS

A internet se tornou parte indispensável da vida cotidiana. Compras, serviços, comunicação e até compromissos bancários podem ser resolvidos com alguns cliques. Essa praticidade, no entanto, abriu espaço para criminosos digitais que, aproveitando brechas de atenção dos usuários, buscam obter dinheiro ou informações pessoais por meio de armadilhas cada vez mais sofisticadas.

A seguir, apresento os cinco golpes mais recorrentes no ambiente virtual e oriento sobre como se proteger de cada um deles.

1. Golpe do falso parente

Nesse tipo de fraude, o criminoso entra em contato por telefone ou aplicativos de mensagem, fingindo ser um parente em apuros. O objetivo é sensibilizar a vítima e induzi-la a transferir valores para uma conta indicada pelo golpista.

Como se proteger: nunca realize transferências sem confirmar a identidade de quem pede ajuda. Uma chamada de vídeo costuma ser suficiente para desmascarar a fraude. Diante da suspeita, encerre o contato e comunique o ocorrido à polícia.

2. Phishing (mensagens fraudulentas)

Aqui, e-mails, SMS ou mensagens em redes sociais imitam comunicações oficiais de bancos, lojas ou órgãos públicos. O usuário é induzido a clicar em links ou fornecer dados pessoais, permitindo que os golpistas capturem informações sigilosas.

Como se proteger: desconfie de mensagens alarmistas ou urgentes. Nunca clique em links de origem duvidosa e digite manualmente o endereço de sites oficiais no navegador. Utilize antivírus atualizado com filtros de proteção contra phishing.

3. Falso Pix e “Pix premiado”

Muito comum em promoções falsas, o golpe exige um pagamento inicial via Pix para liberar um prêmio inexistente. Outra variação envolve o envio de comprovantes falsos de transferência em negociações de compra e venda.

Como se proteger: jamais pague para receber prêmios. Verifique se a promoção existe nos canais oficiais da empresa. Ao negociar, confirme no aplicativo bancário se o valor realmente foi creditado antes de liberar produtos ou serviços.

4. Sites de compras falsos

Páginas fraudulentas simulam lojas virtuais conhecidas ou oferecem produtos por preços irreais. O consumidor paga e não recebe nada ou recebe mercadorias diferentes das anunciadas. Há ainda páginas falsas de concursos e taxas públicas.

Como se proteger: desconfie de preços muito abaixo do mercado. Confira se o site utiliza conexão segura (HTTPS), pesquise o CNPJ e avaliações de consumidores. Prefira métodos de pagamento que ofereçam maior proteção, como cartões virtuais ou intermediadores confiáveis.

5. Boleto falso

Fraudadores criam páginas falsas para gerar boletos que direcionam o pagamento para contas de criminosos. O golpe é frequente em períodos de tributos como IPVA e IPTU, mas também pode envolver inscrições em concursos ou taxas de serviços.

Como se proteger: confira sempre se o site de emissão pertence ao órgão oficial. Digite o endereço diretamente na barra do navegador e evite links patrocinados ou recebidos por terceiros. Em caso de dúvida, valide a autenticidade junto ao banco ou à instituição responsável.

Atenção redobrada no ambiente digital

O crime virtual se expandiu de forma significativa após a pandemia, quando boa parte das interações e transações passou a ocorrer pela internet. Os fraudadores compreenderam que o espaço digital oferece maior alcance e retorno financeiro do que práticas ilícitas no ambiente físico.

Assim como ninguém atravessaria uma rua deserta à noite sem cautela, é preciso ter a mesma prudência no universo digital: evitar links suspeitos, sites sem credibilidade e contatos inesperados que tentam induzir decisões apressadas.

Como denunciar

Caso identifique ou seja vítima de golpe, procure imediatamente uma delegacia. É importante registrar a ocorrência para auxiliar nas investigações e impedir que outras pessoas sejam enganadas.

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SEGURANÇA DIGITAL: ENTENDA COMO FUNCIONA O ATAQUE POR WI-FI CONHECIDO COMO “GÊMEO MALVADO”

Entre os diversos métodos utilizados por criminosos digitais, um dos mais sorrateiros e eficazes é o ataque conhecido como Evil Twin, que em tradução livre significa “gêmeo malvado”. Trata-se da criação de uma rede de Wi-Fi falsa, deliberadamente configurada para se parecer com uma rede legítima, com o objetivo de capturar dados de usuários desatentos que se conectam a ela.

Essas redes falsas são, em geral, montadas em locais com grande circulação de pessoas e onde há redes públicas disponíveis, como aeroportos, cafés, hotéis ou centros comerciais. O golpista configura uma rede com o mesmo nome — ou com uma variação quase imperceptível — do ponto de acesso legítimo. Muitas vezes, o nome exibido no dispositivo do usuário parece confiável, o que favorece a armadilha.

Ao se conectar, o usuário pode ser direcionado a uma página de login clonada, semelhante às que são usadas em redes públicas para liberar o acesso à internet. Essa página fraudulenta serve como porta de entrada para a coleta de informações, como dados de autenticação, e-mails, senhas ou números de cartões de crédito. Em alguns casos, o simples tráfego de dados na rede já permite ao atacante monitorar o que está sendo acessado e, com isso, extrair dados sensíveis.

Além do roubo de credenciais, há o risco de instalação silenciosa de softwares maliciosos, comprometendo o funcionamento do dispositivo e abrindo portas para outras formas de invasão. Nem sempre o usuário percebe imediatamente que foi alvo de um golpe. Os sinais surgem mais tarde, com acessos indevidos em contas bancárias, movimentações financeiras suspeitas ou tentativas de login em redes sociais e e-mails.

A proteção contra esse tipo de ataque começa pela atenção. É recomendável verificar o nome exato da rede antes de se conectar, especialmente em ambientes onde há muitas opções disponíveis. Também é aconselhável desabilitar a opção de conexão automática a redes Wi-Fi, impedindo que o dispositivo se conecte inadvertidamente a um ponto de acesso fraudulento.

Evitar acessar contas bancárias ou realizar pagamentos enquanto estiver em uma rede pública é uma prática prudente. Ferramentas de segurança, como uma VPN confiável, aumentam a proteção ao criptografar o tráfego de dados. Sites com protocolo HTTPS também oferecem uma camada adicional de segurança, além da autenticação em dois fatores, que dificulta o acesso não autorizado às contas mesmo quando as credenciais são comprometidas.

Em tempos em que a conectividade se tornou essencial, entender os mecanismos de fraude digital é parte da responsabilidade de quem utiliza a tecnologia. O cuidado com a segurança deve acompanhar a conveniência do acesso à internet. Afinal, nem toda rede com nome conhecido é, de fato, confiável.

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VOCÊ JÁ CONFERIU SE SUAS SENHAS ESTÃO SEGURAS? SAIBA COMO VERIFICAR SE HOUVE VAZAMENTO E O QUE FAZER PARA PROTEGER SUAS CONTAS

Com o avanço da digitalização, nossas rotinas dependem cada vez mais de contas online — de redes sociais a bancos e plataformas de trabalho. Nesse contexto, garantir a proteção dos dados pessoais é uma tarefa que exige atenção constante, especialmente diante das violações de segurança que frequentemente expõem milhões de credenciais.

É possível verificar, com facilidade e segurança, se o seu e-mail ou uma senha que você costuma usar já apareceu em algum vazamento de dados. Existem serviços online especializados que cruzam suas informações com bancos de dados comprometidos, alertando sobre possíveis exposições. Ferramentas como essas não exigem conhecimentos técnicos: basta inserir seu e-mail para saber se ele foi afetado por alguma falha de segurança já registrada publicamente.

Além disso, certos recursos permitem checar se uma senha específica foi descoberta em vazamentos anteriores. Isso é feito sem revelar sua senha para o sistema, utilizando técnicas de anonimização criptográfica. É uma forma eficiente de saber se aquele código que você ainda utiliza em múltiplas plataformas já circula entre listas de hackers — e isso, convenhamos, exige atenção imediata.

Outro aliado importante na proteção digital são os gerenciadores de senhas. Softwares como 1Password, Dashlane e outros oferecem não apenas armazenamento seguro, mas também sistemas de alerta que monitoram continuamente se alguma credencial cadastrada foi exposta. Navegadores como Google Chrome e Firefox também oferecem alertas básicos nesse sentido, sendo uma alternativa interessante para quem ainda não utiliza um serviço dedicado.

Caso identifique que alguma senha foi comprometida, o primeiro passo é alterá-la o quanto antes. E não apenas na conta diretamente afetada, mas em todas em que você usava a mesma senha. Reutilizar combinações entre plataformas diferentes é um hábito perigoso — e infelizmente comum.

Sempre que possível, também é recomendável ativar a autenticação em duas etapas. Esse recurso exige um segundo fator de verificação (geralmente um código temporário enviado ao seu celular), dificultando bastante o acesso indevido mesmo quando a senha já é conhecida por terceiros.

Por fim, mantenha atenção redobrada a mensagens suspeitas que possam tentar obter novos dados por meio de engano. E acompanhe com frequência o extrato de suas contas, especialmente se houver algum indício de exposição anterior.

Proteger-se digitalmente passa por informação, prevenção e hábito. Com o apoio das ferramentas corretas e atitudes simples, é possível manter suas contas mais seguras e reduzir os riscos associados a vazamentos de dados.

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VULNERABILIDADE NO GEMINI PERMITE ADULTERAÇÃO DE RESUMOS NO GMAIL E PODE FACILITAR ATAQUES DE PHISHING

Uma recente análise técnica identificou uma vulnerabilidade que pode comprometer a segurança de usuários do Google Workspace, especialmente aqueles que utilizam o recurso Gemini para resumos de e-mails no Gmail. A falha, que atinge diretamente o funcionamento dos resumos automatizados, permite a injeção de comandos maliciosos capazes de alterar o conteúdo apresentado pelo assistente de inteligência artificial, induzindo o usuário a acessar links fraudulentos.

A técnica se baseia na manipulação do recurso de resumo automático de mensagens não lidas. Ao explorar essa brecha, um atacante pode fazer com que o assistente gere resumos adulterados, contendo informações falsas. Nos testes realizados durante a análise, observou-se que o conteúdo gerado sugeria que a conta de e-mail da vítima estaria comprometida, induzindo a entrar em contato com números telefônicos maliciosos ou a acessar páginas falsas. Esse tipo de ataque tem como objetivo final o roubo de dados sensíveis, caracterizando uma forma sofisticada de phishing.

Embora a falha ainda não tenha sido explorada de forma massiva ou detectada em uso real, o risco associado à sua existência é relevante. O impacto é classificado como de médio potencial, pois permite a manipulação de informações apresentadas por sistemas automatizados confiáveis, podendo induzir o usuário ao erro sem que ele perceba qualquer irregularidade.

A empresa responsável pela plataforma já se manifestou, afirmando que adota mecanismos de proteção contra esse tipo de interferência e que está constantemente aprimorando seus modelos e sistemas defensivos. A identificação antecipada dessa vulnerabilidade contribui para o fortalecimento das medidas preventivas e correções estruturais necessárias.

Para os usuários, é recomendável adotar práticas básicas de cibersegurança, como verificar atentamente o endereço dos sites acessados, desconfiar de mensagens com tom alarmista ou solicitações incomuns, e manter o antivírus sempre atualizado, tanto em dispositivos móveis quanto em computadores pessoais. A adoção de uma postura preventiva é fundamental para evitar prejuízos decorrentes de fraudes digitais.

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VÍRUS STILLER: O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O VAZAMENTO DE DADOS DE GRANDES PLATAFORMAS

Mais de 16 bilhões de dados foram expostos em um vazamento que envolveu informações de plataformas como Google, Meta e Apple. A origem desse vazamento está ligada a um vírus chamado Stiller.

Esse malware funciona de forma silenciosa. Ao ser instalado no dispositivo, ele coleta dados como cookies e credenciais de acesso. Se você costuma manter suas contas logadas no navegador, como e-mail e redes sociais, essas informações ficam vulneráveis. Quem tiver acesso aos arquivos roubados consegue simular um login como se fosse você.

O que torna o Stiller ainda mais perigoso é a forma como age. Ele não altera arquivos nem causa lentidão perceptível. Usa recursos normais do sistema operacional, o que faz com que passe despercebido por boa parte dos antivírus.

A infecção costuma ocorrer por meio de programas piratas ou aplicativos que não vêm das lojas oficiais. Nesses casos, a única forma segura de remover o vírus é formatar o sistema do dispositivo.

Mas existem atitudes que ajudam a proteger seus dados. A primeira é apagar todas as senhas salvas no navegador. Depois disso, troque as senhas de e-mail, redes sociais e outros serviços importantes. E, daqui para frente, evite deixar contas logadas e nunca salve senhas automaticamente.

É importante destacar que serviços bancários costumam ter mais barreiras de proteção. Mesmo que a conta fique aberta no navegador, ela expira em poucos minutos e exige nova autenticação.

A melhor forma de evitar riscos é repensar os hábitos digitais. Deixar de instalar programas fora das lojas oficiais já reduz bastante a exposição a esse tipo de ameaça.

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COMO A BIOMETRIA FACIAL PODE PROTEGER VOCÊ E COMO GOLPISTAS AINDA TENTAM BURLAR A TECNOLOGIA

O uso da biometria facial tem se consolidado como uma das formas mais confiáveis para autenticar a identidade das pessoas na internet. Esse tipo de tecnologia já demonstrou ser capaz de impedir fraudes bilionárias, inclusive no setor financeiro, oferecendo uma camada adicional de proteção que associa o acesso àquilo que é único em cada indivíduo: o próprio rosto.

Apesar dessa evolução, os crimes digitais continuam afetando milhares de pessoas diariamente. Isso se dá, em boa parte, pela habilidade dos criminosos em usar artifícios emocionais e técnicas de convencimento conhecidas como engenharia social — um conjunto de estratégias destinadas a manipular a vítima, levando-a a fornecer voluntariamente suas informações ou a realizar ações que facilitam o golpe.

Nos últimos anos, têm surgido casos em que a fraude vai além das telas. Há relatos de criminosos se passando por profissionais de empresas de serviço ou até por agentes públicos, vestindo uniformes falsos e portando crachás, para convencer a vítima a permitir uma foto do rosto. Essa imagem, uma vez capturada, pode ser usada para acessar contas bancárias, realizar transferências ou contratar serviços em nome da vítima.

É importante destacar que não há necessidade de se afastar das ferramentas digitais ou desenvolver medo da tecnologia. Pelo contrário: ela facilita a vida e, quando usada com cautela, é uma aliada poderosa. A melhor forma de se proteger é unir o uso consciente da tecnologia com algumas práticas simples no dia a dia.

Abaixo, listo algumas orientações úteis que recomendo a todos os que desejam navegar com mais segurança:

  1. Pergunte antes de informar
    Sempre que alguém solicitar seus dados, especialmente pessoalmente, por telefone ou pela internet, pare e avalie. É mesmo necessário fornecer aquela informação? Ela está sendo pedida por um canal oficial? Se houver qualquer dúvida, não prossiga.
  2. Não autorize fotos sem necessidade
    Um prestador de serviço legítimo não precisa registrar sua imagem para realizar uma instalação ou atendimento. Diante de uma solicitação desse tipo, negue educadamente e entre em contato com a empresa por canais oficiais.
  3. Biometria, só no seu dispositivo
    A biometria facial é uma ferramenta poderosa de autenticação — mas deve ser usada apenas em seu próprio celular, com aplicativos confiáveis. Evite permitir que terceiros capturem sua imagem para “validar” qualquer procedimento.
  4. Compartilhe com cautela nas redes sociais
    Não é preciso deixar de usar redes sociais, mas vale evitar publicar informações que revelem sua rotina com detalhes, localização exata ou padrões de comportamento. Um pouco de discrição pode fazer muita diferença.
  5. Cuidado com links e mensagens suspeitas
    Golpistas se valem de e-mails, mensagens de texto e aplicativos para enviar links maliciosos. O ideal é não clicar em mensagens inesperadas e jamais fornecer dados sensíveis em ligações ou formulários desconhecidos.

É sempre bom lembrar que, embora a tecnologia avance continuamente, os golpes não se apoiam apenas em falhas técnicas, eles exploram principalmente a confiança das pessoas. Manter-se informado e desconfiar de situações inusitadas continua sendo o melhor caminho para usar os recursos digitais com segurança e tranquilidade.

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COMO O CLIQUE EM ‘ACEITO OS TERMOS’ PODE COMPROMETER SEUS DADOS

O clique no botão “Aceito os termos” se tornou uma ação rotineira na vida digital de muitos usuários. Plataformas de redes sociais, aplicativos e sites frequentemente solicitam esse tipo de consentimento sem que os usuários se preocupem em ler os termos e condições que aceitam. Esse comportamento está se tornando cada vez mais comum, principalmente entre os jovens. Embora as plataformas ofereçam contratos digitais, muitos não têm plena consciência do que estão autorizando, o que pode gerar consequências negativas, especialmente no que diz respeito à privacidade de dados.

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor em 2020, exige que o consentimento do usuário seja claro, informado e inequívoco. O que significa que os usuários devem entender exatamente que dados estão sendo coletados, qual será a finalidade do uso e com quem as informações serão compartilhadas. No entanto, na prática, esse padrão de consentimento ainda não é amplamente seguido. A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) tem identificado casos em que a aceitação é feita sem a devida transparência, o que caracteriza um consentimento viciado e coloca as empresas em risco de responsabilidade legal.

A maioria dos termos de uso e políticas de privacidade permite que as empresas coletem uma ampla gama de dados. Esses dados podem incluir informações sobre a localização do usuário, hábitos de navegação, interações em redes sociais, e até conteúdos compartilhados, como fotos, vídeos e áudios. Além disso, aplicativos modernos, especialmente aqueles que integram sistemas de inteligência artificial, costumam incluir cláusulas que permitem o uso de conteúdo publicado para treinar algoritmos, uma prática que muitas vezes não é devidamente destacada no meio de contratos extensos.

Com a introdução da inteligência artificial em diversas plataformas, o uso de dados dos usuários para treinar sistemas de IA se tornou uma prática cada vez mais comum. Em muitos casos, os contratos exigem o aceite de forma automática para que o usuário tenha acesso ao serviço. No entanto, ao aceitar essas condições, o usuário muitas vezes não percebe que está permitindo o uso de suas informações pessoais para finalidades que vão além da interação básica com o serviço.

A LGPD garante aos titulares de dados uma série de direitos, como saber quais informações estão sendo coletadas, corrigir dados errados, limitar o uso de suas informações ou até mesmo pedir a exclusão dos registros. Contudo, para que o usuário possa exercer esses direitos, ele precisa primeiro compreender o que está realmente aceitando ao clicar no botão de consentimento. Muitos especialistas orientam os usuários a procurarem versões resumidas dos termos de uso e políticas de privacidade, revisar as permissões de acesso nos dispositivos e evitar fazer login em sites e aplicativos de terceiros por meio de redes sociais.

Além disso, a revogação do consentimento, quando possível, é uma recomendação importante, principalmente quando a finalidade do uso dos dados muda ao longo do tempo. Embora algumas plataformas já ofereçam ferramentas de privacidade mais acessíveis, o desconhecimento sobre os direitos garantidos pela LGPD ainda é elevado, o que dificulta a plena conscientização dos usuários.

Diante disso, é essencial que os usuários sejam mais críticos e informados sobre os termos e condições aos quais estão aderindo. As empresas, por sua vez, devem garantir que seus contratos digitais sejam claros, acessíveis e verdadeiramente informativos, evitando cláusulas abusivas e o uso inadequado de dados. O consentimento do usuário não deve ser um simples procedimento burocrático, mas um processo transparente e consciente que respeite os direitos dos titulares de dados.

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CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DO COMPARTILHAMENTO IMPENSADO NAS REDES SOCIAIS

Você já refletiu sobre o impacto das suas interações digitais? Aquilo que parece apenas uma mensagem rápida, uma imagem despretensiosa ou um print enviado no impulso pode gerar efeitos muito mais duradouros do que se imagina. A era digital ampliou as possibilidades de comunicação, mas também aumentou nossa responsabilidade sobre o que publicamos e compartilhamos.

Não é raro que pessoas enfrentem consequências jurídicas por atitudes aparentemente simples: um comentário ofensivo, a exposição indevida de dados ou a disseminação de conteúdos falsos. Mesmo sem intenção de causar dano, essas atitudes podem configurar ilícitos civis ou penais. A legislação brasileira já reconhece, por exemplo, o cyberbullying como uma forma de violência, e o uso indevido de informações pessoais pode ser enquadrado na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) ou mesmo no Código Penal.

O ambiente digital não é um espaço sem regras. Tudo o que circula por lá pode ser registrado, recuperado e usado como prova. Por isso, é prudente agir com consciência e ética. Verifique a veracidade do que compartilha, respeite a privacidade alheia e evite comentar ou divulgar conteúdos que você não publicaria se estivessem associados ao seu nome.

A liberdade que temos online vem acompanhada de deveres. Ter responsabilidade digital é, acima de tudo, uma forma de respeito com os outros e de proteção com você mesmo. Pensar antes de postar é um cuidado que evita aborrecimentos — e também processos.