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COMO TREINAR COLABORADORES PARA IDENTIFICAR E BLOQUEAR MALWARE

Há quem defenda que o ponto mais vulnerável na segurança cibernética de uma organização é o usuário. No entanto, pesquisas recentes demonstram que, quando bem orientadas, as pessoas podem atuar como barreira eficaz contra ameaças digitais.

Um estudo experimental analisou, em ambiente corporativo simulado, como usuários de diferentes níveis de conhecimento reagiam a solicitações para baixar softwares — alguns legítimos, outros maliciosos. No primeiro teste, sem qualquer auxílio adicional, a taxa média de identificação de arquivos maliciosos foi de 75%. Entre os menos experientes, o índice ficou em 68%, enquanto os mais habituados ao tema atingiram 81%.

Observou-se, contudo, que iniciantes, por vezes, classificavam programas legítimos como perigosos devido a erros de digitação ou falhas visuais na interface, ao mesmo tempo em que ignoravam ameaças reais quando o sistema apresentava comportamentos anômalos, como uso elevado do processador.

Na segunda fase, foi disponibilizada uma ferramenta de monitoramento aprimorada, acompanhada de orientações sobre sinais que poderiam indicar a presença de malware. O resultado foi expressivo: usuários iniciantes passaram a identificar corretamente 80% das ameaças, aproximando-se do desempenho dos mais experientes. A lição é clara — informação direcionada e estímulo ao pensamento crítico elevam significativamente a capacidade de detecção.

Para empresas, essa constatação reforça a necessidade de programas estruturados de conscientização. Um treinamento eficaz deve:

  • Explicar os tipos mais comuns de malware, como vírus, worms, trojans, ransomware e adware.
  • Ensinar a reconhecer ataques de phishing e engenharia social, com exemplos práticos de mensagens fraudulentas.
  • Apresentar sinais de alerta, como anexos e links suspeitos.
  • Reforçar boas práticas: atualização regular de softwares, uso de conexões seguras, hábitos de navegação responsáveis, senhas robustas e autenticação multifator.
  • Capacitar para identificar e-mails e sites potencialmente perigosos.
  • Orientar sobre os procedimentos a serem adotados diante da suspeita de infecção ou ataque.

Quanto mais conhecimento os colaboradores adquirirem sobre os métodos utilizados por cibercriminosos, menor será a probabilidade de que se tornem vítimas. Investir na formação contínua não apenas reduz riscos como também transforma o elo mais vulnerável em uma linha de defesa ativa.

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TRANSPARÊNCIA E CAPACITAÇÃO: PILARES PARA REDUZIR RISCOS CIBERNÉTICOS NO SETOR DE SAÚDE

No setor de saúde, a segurança da informação enfrenta um desafio singular: proteger dados extremamente sensíveis em um ambiente que exige agilidade operacional e, muitas vezes, convive com sistemas legados. Essa combinação cria condições favoráveis para que criminosos digitais direcionem ataques a hospitais, laboratórios, farmácias e demais organizações da área.

Ainda que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) tenha impulsionado investimentos relevantes em tecnologia, é evidente que apenas recursos tecnológicos não bastam. Grande parte dos incidentes de segurança decorre de falhas humanas ou comportamentos inseguros. A engenharia social e o phishing seguem como vetores predominantes, explorando a falta de atenção ou de preparo dos usuários.

Uma estratégia eficaz de proteção exige integração de dados e processos. Centralizar informações provenientes de canais distintos — como plataformas digitais, sistemas de atendimento e pontos físicos — reduz a superfície de ataque e facilita a gestão de riscos. Quanto mais fragmentada for a base de dados, maior a probabilidade de falhas e brechas de segurança.

Entre as medidas que demonstram bons resultados, destacam-se:

  • Aplicação consistente de criptografia em dados sensíveis e realização periódica de testes de intrusão para identificar vulnerabilidades.
  • Disponibilização de portais de transparência, permitindo que titulares consultem, atualizem ou solicitem a exclusão de seus dados pessoais.
  • Atuação preventiva de comitês especializados em segurança para avaliar riscos antes da implementação de novos projetos ou campanhas.
  • Simulações práticas de incidentes para treinar equipes, aperfeiçoando tanto a resposta técnica quanto a comunicação com usuários e clientes.

A forma como a organização reage a um incidente influencia diretamente a preservação da confiança. Posturas transparentes, com comunicação objetiva e tempestiva, transmitem comprometimento e fortalecem a credibilidade institucional.

No contexto da saúde, a segurança da informação deixou de ser tratada como formalidade e passou a integrar a estratégia central das empresas. A questão não é mais se um ataque ocorrerá, mas quando. Estar preparado para esse momento é o que definirá a capacidade de continuidade das operações sem comprometer a integridade de pacientes e dados.

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CIBERCRIMINOSOS USAM APPS AUTORIZADORES DA MICROSOFT PARA INVADIR AMBIENTES EMPRESARIAIS

Uma nova técnica de ataque digital tem chamado a atenção de especialistas em segurança da informação por sua capacidade de contornar camadas tradicionais de proteção em ambientes corporativos. O método envolve a exploração do protocolo OAuth 2.0, amplamente utilizado em sistemas Microsoft, para obtenção não autorizada de acesso a contas empresariais, inclusive aquelas protegidas por autenticação multifator.

A estratégia utiliza aplicativos aparentemente legítimos que operam com o protocolo OAuth, recurso amplamente empregado para permitir o acesso seguro a APIs e dados sem a necessidade de compartilhamento direto de senhas. Essa tecnologia, embora promova praticidade e segurança em seu uso regular, vem sendo instrumentalizada por cibercriminosos para induzir vítimas a autorizar permissões maliciosas.

O fluxo do ataque é engenhoso: usuários recebem e-mails com aparência profissional, que simulam interações comerciais corriqueiras, como propostas de orçamento ou envio de documentos. Ao clicar no link contido na mensagem, a vítima é redirecionada para uma página controlada pelos invasores, que solicita permissões para um aplicativo OAuth fraudulento. Mesmo que o usuário negue o acesso, o ataque continua por meio da exibição de um CAPTCHA e de uma página de verificação em duas etapas semelhante à da Microsoft, desenhada para capturar dados de autenticação.

O objetivo final é coletar tokens de acesso e cookies de sessão, permitindo aos criminosos invadir contas corporativas com alto grau de sucesso. Uma ferramenta amplamente utilizada nesses ataques é um serviço de phishing estruturado (Phishing-as-a-Service), que automatiza o roubo de informações com técnicas de interceptação sofisticadas.

Dados recentes revelam que milhares de contas distribuídas em centenas de ambientes Microsoft 365 foram alvo dessa técnica, com uma taxa preocupante de efetividade. A principal motivação dos invasores é o controle de identidades digitais, fator que tende a ganhar ainda mais relevância como vetor primário de comprometimento de sistemas empresariais.

Como medida preventiva, especialistas recomendam revisar com frequência os aplicativos autorizados em contas corporativas, implementar sistemas de monitoramento que identifiquem acessos anômalos, reforçar filtros de e-mail para bloquear campanhas maliciosas e investir em programas de capacitação contínua para usuários. Adicionalmente, a utilização de chaves de autenticação baseadas no padrão FIDO é apontada como alternativa mais robusta ao uso exclusivo do MFA tradicional.

A sofisticação das ameaças demanda uma resposta igualmente estratégica. A proteção das identidades digitais, o controle dos aplicativos conectados aos ambientes corporativos e a atenção aos sinais de engenharia social continuam sendo elementos fundamentais na gestão de riscos cibernéticos.

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O AVANÇO DOS CRIMES CIBERNÉTICOS E O PAPEL DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NAS NOVAS FRAUDES VIRTUAIS

Os delitos virtuais têm ganhado novas formas e escalas nos últimos anos, acompanhando o ritmo da digitalização da vida cotidiana e da consolidação do comércio eletrônico como parte essencial da economia. Dados recentes do setor de segurança digital apontam para um aumento expressivo nas tentativas de golpes, sobretudo aqueles baseados em phishing, que consistem em enganar o usuário com mensagens fraudulentas para obter dados pessoais e financeiros. Em 2024, somente esse tipo de fraude já ultrapassou os cinco milhões de registros, representando um aumento de 45% em relação ao ano anterior.

No setor de varejo, os impactos também se intensificaram. Os ataques, quando bem-sucedidos, geraram perdas financeiras significativas, com média de milhões de dólares por incidente, revelando uma preocupação não apenas com os consumidores, mas também com as estruturas empresariais de proteção da informação.

Um aspecto que merece especial atenção é o uso da inteligência artificial por parte de grupos criminosos. A tecnologia, que tem sido amplamente incorporada por empresas e usuários para ganho de produtividade, também passou a ser explorada em golpes cada vez mais sofisticados. Atualmente, circulam fraudes que simulam vozes e vídeos de pessoas reais, ampliando o poder de convencimento das tentativas de extorsão e violação de dados. Essa técnica, conhecida como vishing, representa um novo patamar na manipulação da confiança alheia.

Diante desse quadro, torna-se necessário reforçar práticas de autoproteção. A primeira delas é manter atenção redobrada à autenticidade das mensagens recebidas por e-mail, SMS ou aplicativos de comunicação. Endereços com erros, nomes suspeitos ou redações genéricas devem ser tratados com desconfiança.

A segunda orientação é evitar clicar diretamente em links recebidos por mensagens. Sempre que possível, recomenda-se digitar o endereço da instituição no navegador e acessar o site por vias próprias, o que dificulta o redirecionamento para páginas falsas.

Outro ponto essencial é manter dispositivos atualizados. Atualizações de software não servem apenas para melhoria de performance, mas frequentemente trazem correções de segurança para falhas conhecidas.

A autenticação de dois fatores (2FA) também representa uma camada adicional importante de proteção. Mesmo que uma senha seja comprometida, esse mecanismo reduz significativamente a chance de acesso indevido.

Por fim, é recomendável manter uma postura crítica diante de ofertas chamativas. Descontos, brindes ou premiações que exigem dados bancários ou cliques urgentes devem ser cuidadosamente avaliados. Em qualquer dúvida, o mais prudente é interromper a ação e procurar diretamente a instituição envolvida, por canais oficiais.

O ambiente digital exige não apenas conectividade, mas também vigilância. A proteção dos dados e da identidade passa, cada vez mais, por escolhas conscientes no uso da tecnologia.

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CUIDADO COM SITES FALSOS: SAIBA COMO EVITAR GOLPES AO COMPRAR PELA INTERNET

Com o aumento expressivo das compras realizadas pela internet, também se intensificaram os relatos de fraudes envolvendo sites falsos. É cada vez mais comum que consumidores façam pagamentos por produtos anunciados online e simplesmente não recebam o que foi prometido. Dados de uma pesquisa recente revelam que cerca de um terço dos brasileiros já foi vítima ou alvo de tentativa de golpe. Entre os que possuem maior escolaridade e renda, os índices sobem ainda mais, superando os 40%.

Os golpes são orquestrados com sofisticação. Os estelionatários criam páginas que imitam com precisão lojas conhecidas do varejo digital, utilizando nomes semelhantes e domínios quase idênticos aos originais, muitas vezes com alterações discretas como a troca de uma letra ou a inserção de símbolos. Os sites apresentam visual profissional e promoções chamativas, o que facilita a ilusão de segurança e conveniência. O consumidor, por sua vez, só percebe o engano após a ausência da entrega ou ao tentar entrar em contato com canais de atendimento que não existem.

A atuação policial e os órgãos de proteção ao consumidor têm intensificado os alertas, principalmente em estados com maior índice de tentativas de fraude. Apenas em 2024, foi identificado que mais de 1% de todas as transações realizadas no país foram, na verdade, tentativas de golpe. Algumas unidades da federação se destacam negativamente nesse contexto, figurando entre as mais afetadas.

Para reduzir os riscos, é fundamental adotar práticas seguras na hora de comprar. Antes de fechar qualquer pedido, recomenda-se verificar a existência do certificado de segurança (o ícone de cadeado na barra do navegador), consultar o CNPJ da empresa, buscar avaliações em sites independentes e desconfiar de ofertas com preços muito abaixo do valor praticado no mercado. Links recebidos por aplicativos de mensagem ou redes sociais devem ser tratados com cautela, já que frequentemente são usados como porta de entrada para fraudes. Medidas adicionais, como a ativação da autenticação em duas etapas e o cuidado em não fornecer dados pessoais ou bancários fora de ambientes seguros, também são indispensáveis.

Caso o consumidor perceba que foi enganado, a orientação é registrar imediatamente um boletim de ocorrência, comunicar o banco ou administradora do cartão utilizado na transação e buscar apoio jurídico especializado. A atuação técnica adequada pode ser determinante para viabilizar a reparação dos danos sofridos. O direito à proteção é garantido por lei, e o acesso a canais legítimos de reparação contribui para o fortalecimento da confiança nas relações digitais.

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STARTUPS NA MIRA DOS CIBERCRIMES: COMO EMPRESAS ENXUTAS PODEM SE BLINDAR JURIDICAMENTE E TECNICAMENTE

O Brasil está entre os países mais afetados por ataques cibernéticos no mundo. Entre agosto de 2023 e julho de 2024, foram mais de 700 milhões de tentativas de invasão, o que equivale a quase 1.400 ataques por minuto. Além da frequência assustadora, o impacto financeiro também chama atenção: o custo médio de uma violação de dados no país já ultrapassa R$ 6 milhões, segundo estudos especializados.

Apesar disso, muitas startups e pequenas empresas ainda tratam a segurança digital como uma preocupação secundária — uma escolha que pode custar caro. Investir na proteção de dados e no fortalecimento jurídico das operações é uma medida que pode significar a continuidade ou o fim de um negócio.

O engano da falsa sensação de anonimato

Pequenas estruturas não passam despercebidas pelos cibercriminosos. Pelo contrário: empresas em fase de crescimento são alvos frequentes por apresentarem menor maturidade técnica e jurídica. Com rotinas aceleradas e foco total na expansão, essas organizações acabam deixando brechas que facilitam invasões.

Além disso, muitas vezes integram redes de relacionamento com empresas maiores, funcionando como porta de entrada para ataques indiretos a parceiros e fornecedores de maior porte.

As armadilhas mais comuns

Empresas de menor porte estão especialmente expostas a golpes como:

  • Phishing, com envio de mensagens fraudulentas que induzem colaboradores a revelar senhas ou clicar em links perigosos;
  • Ransomware, um tipo de sequestro de dados com cobrança de resgate;
  • Invasão de servidores e vazamento de dados de clientes;
  • Ataques de negação de serviço (DDoS), que derrubam sites e sistemas;
  • Furto de propriedade intelectual, como códigos, algoritmos e ideias estratégicas.

Não bastasse isso, ainda há riscos internos, como fraudes praticadas por funcionários, espionagem empresarial e destruição da reputação digital por meio de avaliações falsas em plataformas de busca e redes sociais.

Impactos legais e comerciais

Uma empresa atingida por incidente de segurança pode ter que lidar com processos judiciais, sanções administrativas da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), e queda brusca na confiança de investidores e consumidores. A LGPD prevê multas de até R$ 50 milhões por infração, além da possibilidade de responsabilização civil e penal.

Boas práticas que funcionam

É possível adotar estratégias eficazes sem grandes investimentos. Abaixo, cinco práticas essenciais para estruturar uma base de proteção jurídica e digital:

  1. Formalize e aplique normas internas de segurança
    Estabeleça regras claras para o uso de sistemas, acesso a informações e comportamentos esperados desde o primeiro dia do colaborador. Um documento bem elaborado é útil apenas se for vivido no cotidiano da empresa.
  2. Utilize autenticação multifator (2FA)
    Essa medida simples impede que o acesso a sistemas seja feito apenas com senha, exigindo uma segunda confirmação e reduzindo drasticamente o risco de invasões.
  3. Faça backups regulares e seguros
    Armazene cópias dos dados em locais protegidos, de preferência fora do ambiente principal da empresa. Criptografia e acesso restrito são indispensáveis.
  4. Capacite o time de forma contínua
    A maioria das falhas decorre de erros humanos. Por isso, mantenha a equipe sempre atualizada quanto a práticas seguras, como a identificação de mensagens suspeitas e o uso de senhas fortes.
  5. Fiscalize contratos com parceiros de tecnologia
    Não adianta proteger a própria casa se o fornecedor deixar a porta aberta. É necessário revisar cláusulas, cobrar conformidade com a LGPD e exigir medidas de segurança compatíveis.

Pequenas empresas não precisam de grandes estruturas para se proteger. Precisam, sim, de organização, consciência jurídica e responsabilidade com os dados que tratam. Afinal, no mundo digital, negligência custa caro — e conhecimento continua sendo o melhor escudo.

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SEGURANÇA DIGITAL: ENTENDA COMO FUNCIONA O ATAQUE POR WI-FI CONHECIDO COMO “GÊMEO MALVADO”

Entre os diversos métodos utilizados por criminosos digitais, um dos mais sorrateiros e eficazes é o ataque conhecido como Evil Twin, que em tradução livre significa “gêmeo malvado”. Trata-se da criação de uma rede de Wi-Fi falsa, deliberadamente configurada para se parecer com uma rede legítima, com o objetivo de capturar dados de usuários desatentos que se conectam a ela.

Essas redes falsas são, em geral, montadas em locais com grande circulação de pessoas e onde há redes públicas disponíveis, como aeroportos, cafés, hotéis ou centros comerciais. O golpista configura uma rede com o mesmo nome — ou com uma variação quase imperceptível — do ponto de acesso legítimo. Muitas vezes, o nome exibido no dispositivo do usuário parece confiável, o que favorece a armadilha.

Ao se conectar, o usuário pode ser direcionado a uma página de login clonada, semelhante às que são usadas em redes públicas para liberar o acesso à internet. Essa página fraudulenta serve como porta de entrada para a coleta de informações, como dados de autenticação, e-mails, senhas ou números de cartões de crédito. Em alguns casos, o simples tráfego de dados na rede já permite ao atacante monitorar o que está sendo acessado e, com isso, extrair dados sensíveis.

Além do roubo de credenciais, há o risco de instalação silenciosa de softwares maliciosos, comprometendo o funcionamento do dispositivo e abrindo portas para outras formas de invasão. Nem sempre o usuário percebe imediatamente que foi alvo de um golpe. Os sinais surgem mais tarde, com acessos indevidos em contas bancárias, movimentações financeiras suspeitas ou tentativas de login em redes sociais e e-mails.

A proteção contra esse tipo de ataque começa pela atenção. É recomendável verificar o nome exato da rede antes de se conectar, especialmente em ambientes onde há muitas opções disponíveis. Também é aconselhável desabilitar a opção de conexão automática a redes Wi-Fi, impedindo que o dispositivo se conecte inadvertidamente a um ponto de acesso fraudulento.

Evitar acessar contas bancárias ou realizar pagamentos enquanto estiver em uma rede pública é uma prática prudente. Ferramentas de segurança, como uma VPN confiável, aumentam a proteção ao criptografar o tráfego de dados. Sites com protocolo HTTPS também oferecem uma camada adicional de segurança, além da autenticação em dois fatores, que dificulta o acesso não autorizado às contas mesmo quando as credenciais são comprometidas.

Em tempos em que a conectividade se tornou essencial, entender os mecanismos de fraude digital é parte da responsabilidade de quem utiliza a tecnologia. O cuidado com a segurança deve acompanhar a conveniência do acesso à internet. Afinal, nem toda rede com nome conhecido é, de fato, confiável.

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NOVA ONDA DE ATAQUES DIGITAIS UTILIZA PLATAFORMAS POPULARES PARA DISSEMINAR MALWARE E COMPROMETER DADOS SENSÍVEIS

Uma recente análise técnica revelou uma movimentação relevante no comportamento de ameaças cibernéticas, destacando o uso estratégico de plataformas legítimas para disseminação de códigos maliciosos. O AsyncRAT, trojan de acesso remoto amplamente utilizado por cibercriminosos, obteve expressiva ascensão em junho ao se posicionar como uma das três ameaças mais ativas em escala global. A principal via de propagação identificada foi o uso indevido de convites do Discord, plataforma reconhecida por sua ampla adoção entre usuários comuns e ambientes corporativos.

O AsyncRAT possibilita o controle remoto de máquinas infectadas e viabiliza a exfiltração de dados, além de permitir ações como captura de tela, encerramento de processos e instalação de complementos maliciosos. O uso de um ambiente aparentemente confiável para propagar essa ameaça contribui para o seu alto índice de disseminação.

No topo da lista global de malwares permanece o FakeUpdates, software nocivo vinculado a campanhas persistentes que exploram atualizações falsas para inserir cargas secundárias nos sistemas-alvo. Essa técnica, conhecida por downloads automáticos ocultos, impacta organizações em diferentes setores e regiões. Seu emprego recorrente demonstra a eficácia da engenharia social aliada a mecanismos técnicos refinados.

Paralelamente, o ecossistema de ransomware continua apresentando alto nível de especialização. Um dos grupos mais ativos do momento opera sob o modelo ransomware-as-a-service (RaaS), com foco em setores estratégicos como saúde e educação. Os vetores iniciais geralmente envolvem mensagens fraudulentas (phishing), direcionadas à infiltração silenciosa em redes corporativas e à posterior criptografia de dados.

Frente a esse contexto, a recomendação técnica é a adoção de camadas de defesa que combinem visibilidade, resposta em tempo real e atualização contínua dos sistemas de proteção. A atualização recente do índice de ameaças revela não apenas as famílias de malware mais prevalentes, mas também as técnicas de ataque mais sofisticadas do ano.

No recorte nacional, observa-se uma aderência significativa ao padrão global. O FakeUpdates manteve a liderança entre os códigos maliciosos identificados, afetando quase 7% das organizações no Brasil. Em seguida, o Androxgh0st — malware baseado em Python que visa sistemas que utilizam o framework PHP Laravel — figura com incidência próxima a 6%. Esse código explora arquivos de ambiente expostos para capturar credenciais sensíveis e, posteriormente, aciona uma botnet voltada à mineração de criptoativos e outras atividades clandestinas em nuvem.

O AsyncRAT, por sua vez, completa o pódio das ameaças mais incidentes, consolidando-se como uma ferramenta versátil e de alta periculosidade operacional. Seu uso reforça a necessidade de conscientização sobre os riscos associados a links de origem aparentemente legítima, sobretudo em ambientes corporativos onde a confiabilidade de determinadas plataformas é presumida.

O estudo atual reforça a importância de estratégias estruturadas de defesa cibernética, alinhadas com inteligência de ameaças e práticas avançadas de gestão de riscos digitais.

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MALWARES EVOLUEM E REFORÇAM A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA DIGITAL CORPORATIVA EM 2025

Os dados mais recentes sobre ameaças cibernéticas globais indicam uma movimentação relevante no comportamento de softwares maliciosos. Uma das novidades é a ascensão do AsyncRAT, trojan de acesso remoto (RAT), que passou a ocupar a terceira posição entre os malwares mais ativos em junho. Sua disseminação ocorre por meio de links de convite da plataforma Discord, os quais são utilizados como vetores para entrega de cargas maliciosas. A principal função do AsyncRAT é permitir o controle remoto de máquinas comprometidas, com possibilidade de exfiltração de dados e execução de comandos variados.

Outro ponto de atenção permanece sendo o FakeUpdates, classificado como o malware com maior incidência global. Com distribuição feita principalmente por meio de downloads invisíveis (drive-by downloads), essa ameaça se caracteriza por entregar cargas adicionais após se infiltrar nos sistemas, ampliando o impacto do ataque. Sua presença é significativa tanto em nível mundial quanto nacional: afeta 4% das organizações globalmente e quase 7% no Brasil, de acordo com os levantamentos do mês.

No contexto nacional, destaca-se também a atuação do Androxgh0st. Trata-se de um malware desenvolvido em Python que busca explorar arquivos de configuração expostos, como os .env, para capturar credenciais utilizadas em aplicações que rodam sobre o framework Laravel. Esse agente malicioso também é associado à formação de botnets voltadas à exploração em nuvem e mineração de criptomoedas. Ele aparece em segundo lugar tanto no Brasil quanto na média global, impactando aproximadamente 6% das organizações.

Em paralelo à movimentação dessas famílias de malware, um grupo de ransomware tem chamado atenção: trata-se de uma organização que opera no modelo de serviço (ransomware-as-a-service), voltada a setores estratégicos como saúde e educação. As ofensivas partem, na maioria das vezes, de campanhas de phishing, com foco em comprometer redes corporativas e criptografar informações sensíveis para posterior extorsão.

Diante da sofisticação dos ataques, os especialistas recomendam que as organizações adotem soluções integradas de segurança, com capacidade de resposta em tempo real e mecanismos atualizados de proteção contra ameaças conhecidas e emergentes. A adoção de práticas preventivas e o monitoramento contínuo da infraestrutura digital são estratégias essenciais para reduzir riscos e manter a integridade dos dados. O levantamento mensal aponta a necessidade de manter vigilância constante sobre a evolução dessas ameaças, sobretudo diante da exploração de plataformas populares e serviços amplamente utilizados no ambiente corporativo.

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VOCÊ JÁ CONFERIU SE SUAS SENHAS ESTÃO SEGURAS? SAIBA COMO VERIFICAR SE HOUVE VAZAMENTO E O QUE FAZER PARA PROTEGER SUAS CONTAS

Com o avanço da digitalização, nossas rotinas dependem cada vez mais de contas online — de redes sociais a bancos e plataformas de trabalho. Nesse contexto, garantir a proteção dos dados pessoais é uma tarefa que exige atenção constante, especialmente diante das violações de segurança que frequentemente expõem milhões de credenciais.

É possível verificar, com facilidade e segurança, se o seu e-mail ou uma senha que você costuma usar já apareceu em algum vazamento de dados. Existem serviços online especializados que cruzam suas informações com bancos de dados comprometidos, alertando sobre possíveis exposições. Ferramentas como essas não exigem conhecimentos técnicos: basta inserir seu e-mail para saber se ele foi afetado por alguma falha de segurança já registrada publicamente.

Além disso, certos recursos permitem checar se uma senha específica foi descoberta em vazamentos anteriores. Isso é feito sem revelar sua senha para o sistema, utilizando técnicas de anonimização criptográfica. É uma forma eficiente de saber se aquele código que você ainda utiliza em múltiplas plataformas já circula entre listas de hackers — e isso, convenhamos, exige atenção imediata.

Outro aliado importante na proteção digital são os gerenciadores de senhas. Softwares como 1Password, Dashlane e outros oferecem não apenas armazenamento seguro, mas também sistemas de alerta que monitoram continuamente se alguma credencial cadastrada foi exposta. Navegadores como Google Chrome e Firefox também oferecem alertas básicos nesse sentido, sendo uma alternativa interessante para quem ainda não utiliza um serviço dedicado.

Caso identifique que alguma senha foi comprometida, o primeiro passo é alterá-la o quanto antes. E não apenas na conta diretamente afetada, mas em todas em que você usava a mesma senha. Reutilizar combinações entre plataformas diferentes é um hábito perigoso — e infelizmente comum.

Sempre que possível, também é recomendável ativar a autenticação em duas etapas. Esse recurso exige um segundo fator de verificação (geralmente um código temporário enviado ao seu celular), dificultando bastante o acesso indevido mesmo quando a senha já é conhecida por terceiros.

Por fim, mantenha atenção redobrada a mensagens suspeitas que possam tentar obter novos dados por meio de engano. E acompanhe com frequência o extrato de suas contas, especialmente se houver algum indício de exposição anterior.

Proteger-se digitalmente passa por informação, prevenção e hábito. Com o apoio das ferramentas corretas e atitudes simples, é possível manter suas contas mais seguras e reduzir os riscos associados a vazamentos de dados.

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VULNERABILIDADE NO GEMINI PERMITE ADULTERAÇÃO DE RESUMOS NO GMAIL E PODE FACILITAR ATAQUES DE PHISHING

Uma recente análise técnica identificou uma vulnerabilidade que pode comprometer a segurança de usuários do Google Workspace, especialmente aqueles que utilizam o recurso Gemini para resumos de e-mails no Gmail. A falha, que atinge diretamente o funcionamento dos resumos automatizados, permite a injeção de comandos maliciosos capazes de alterar o conteúdo apresentado pelo assistente de inteligência artificial, induzindo o usuário a acessar links fraudulentos.

A técnica se baseia na manipulação do recurso de resumo automático de mensagens não lidas. Ao explorar essa brecha, um atacante pode fazer com que o assistente gere resumos adulterados, contendo informações falsas. Nos testes realizados durante a análise, observou-se que o conteúdo gerado sugeria que a conta de e-mail da vítima estaria comprometida, induzindo a entrar em contato com números telefônicos maliciosos ou a acessar páginas falsas. Esse tipo de ataque tem como objetivo final o roubo de dados sensíveis, caracterizando uma forma sofisticada de phishing.

Embora a falha ainda não tenha sido explorada de forma massiva ou detectada em uso real, o risco associado à sua existência é relevante. O impacto é classificado como de médio potencial, pois permite a manipulação de informações apresentadas por sistemas automatizados confiáveis, podendo induzir o usuário ao erro sem que ele perceba qualquer irregularidade.

A empresa responsável pela plataforma já se manifestou, afirmando que adota mecanismos de proteção contra esse tipo de interferência e que está constantemente aprimorando seus modelos e sistemas defensivos. A identificação antecipada dessa vulnerabilidade contribui para o fortalecimento das medidas preventivas e correções estruturais necessárias.

Para os usuários, é recomendável adotar práticas básicas de cibersegurança, como verificar atentamente o endereço dos sites acessados, desconfiar de mensagens com tom alarmista ou solicitações incomuns, e manter o antivírus sempre atualizado, tanto em dispositivos móveis quanto em computadores pessoais. A adoção de uma postura preventiva é fundamental para evitar prejuízos decorrentes de fraudes digitais.

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COMÉRCIO ELETRÔNICO SOB ATAQUE: COMO A SEGURANÇA CIBERNÉTICA REDEFINE PRIORIDADES ESTRATÉGICAS

A transformação digital tem impulsionado a evolução do comércio eletrônico, mas também abriu espaço para o avanço de ameaças cibernéticas sofisticadas. Entre essas ameaças, o phishing se destaca como uma das principais preocupações do setor, afetando tanto consumidores quanto empresas. Estima-se que 13% de todas as campanhas de phishing realizadas no último ano tenham buscado se passar por marcas amplamente reconhecidas, como plataformas de marketplace e serviços de tecnologia. Essa prática não apenas compromete a experiência do usuário, mas impõe prejuízos financeiros expressivos, com estimativas de até cinco milhões de dólares por incidente de violação de dados.

O aperfeiçoamento das táticas utilizadas pelos cibercriminosos é notório. Houve um salto significativo na utilização de páginas falsas com certificação HTTPS, recurso antes associado à segurança, agora apropriado para fins ilícitos. Além disso, métodos como o uso de QR codes em materiais de divulgação foram incorporados às estratégias de fraude, replicando com fidelidade páginas legítimas e induzindo o consumidor a fornecer informações sensíveis, como dados bancários e credenciais de acesso.

Essas práticas afetam diretamente a confiança do consumidor nas relações digitais. Pesquisas indicam que mais da metade dos usuários se sente menos segura ao compartilhar informações com empresas que já foram alvo de vazamentos. Esse impacto é ainda mais sensível entre consumidores de faixas etárias mais conservadoras, que demonstram propensão maior a abandonar marcas após incidentes de segurança. Ainda assim, paradoxalmente, uma parcela significativa do público continua fornecendo dados pessoais mesmo diante de alertas de comprometimento, o que expõe as empresas a riscos adicionais de ordem reputacional e jurídica.

Diante desse contexto, empresas especializadas em segurança da informação têm desenvolvido respostas tecnológicas robustas, utilizando recursos de inteligência artificial capazes de detectar atividades suspeitas em tempo real. Ferramentas baseadas em aprendizado de máquina têm se mostrado eficazes especialmente contra fraudes envolvendo compromissos de e-mail corporativo e ataques direcionados à cadeia de suprimentos, áreas que concentram parte relevante dos prejuízos empresariais.

Outro ponto de atenção está na disseminação de sistemas de autenticação de múltiplos fatores. Embora essa medida já tenha demonstrado redução significativa nos índices de phishing, sua adoção por empresas de pequeno e médio porte ainda é limitada. A carência de estrutura e a falta de treinamento específico são entraves recorrentes. Nesse sentido, programas de capacitação para colaboradores, aliados ao monitoramento proativo de exposições de dados em redes ilícitas, vêm se consolidando como estratégias complementares de proteção.

A resposta regulatória também começa a tomar forma. Normas europeias já estabelecem prazos rigorosos para a comunicação de incidentes de phishing por parte de plataformas digitais. Iniciativas semelhantes têm sido debatidas em outros países, com propostas que envolvem investimentos públicos significativos em capacitação cibernética para empresas de menor porte.

Para investidores atentos à transformação digital e à necessidade de infraestrutura segura, este é um campo com possibilidades relevantes. Empresas consolidadas que oferecem soluções de detecção de ameaças e proteção contra phishing têm mantido crescimento constante, especialmente aquelas que atuam com foco no setor de comércio eletrônico e logística. Também há espaço para companhias menos conhecidas que oferecem soluções especializadas e que podem ganhar participação à medida que a conscientização sobre cibersegurança avança.

Diante de um ambiente digital onde as ameaças se tornam mais refinadas e a proteção dos dados é um elemento estratégico para a competitividade, torna-se cada vez mais necessário que empresas de todos os portes adotem uma postura ativa frente aos riscos cibernéticos. A consolidação da confiança digital, nesse contexto, depende não apenas da reação ao incidente, mas da estruturação de políticas preventivas, da educação dos usuários e da incorporação de tecnologias que aliem desempenho e proteção.