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A PROTEÇÃO JURÍDICA DA PESSOA IDOSA DIANTE DE FRAUDES FINANCEIRAS

Diversas práticas fraudulentas têm sido direcionadas às pessoas idosas, acompanhando as mudanças sociais e a evolução tecnológica. Recursos como aplicativos de mensagens, ligações telefônicas e até o uso de inteligência artificial para falsificação de vozes e imagens são utilizados para enganar e dificultar a identificação das fraudes.

Entre as modalidades mais comuns estão os empréstimos consignados com cláusulas abusivas, em que valores são retidos indevidamente para seguros e tarifas não autorizadas, comprometendo a renda de aposentados. Outra prática recorrente é o estelionato emocional, no qual golpistas simulam vínculos afetivos para obter transferências financeiras. Também se destacam as falsas ligações de emergência, em que criminosos se passam por familiares em suposta situação de risco, e os contatos fraudulentos de instituições bancárias, que resultam na entrega de cartões ou fornecimento de dados pessoais.

Essas condutas demonstram como a vulnerabilidade da pessoa idosa, seja pela confiança, pela solidão ou pela falta de familiaridade com recursos digitais, torna-se alvo de exploração criminosa.

A proteção jurídica prevista em lei

A Constituição Federal, no artigo 230, determina que família, sociedade e Estado têm o dever de amparar a pessoa idosa, assegurando dignidade, bem-estar e proteção contra abusos, inclusive financeiros.

O Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003) reforça essa rede de proteção ao prever, entre outros pontos:

  • a garantia dos direitos fundamentais sem discriminação (art. 4º);
  • a punição a quem induz ou instiga o idoso a outorgar procuração em proveito próprio (art. 102);
  • a responsabilização criminal de quem se apropria ou desvia rendimentos, com pena de até quatro anos de reclusão (art. 104).

No âmbito do consumo, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) assegura instrumentos de defesa contra contratos bancários irregulares. O art. 39, IV, veda a imposição de serviços vinculados não autorizados, e o art. 6º, VIII, garante a inversão do ônus da prova em favor do consumidor idoso, reconhecendo sua condição de hipervulnerabilidade.

Repercussões penais

O Código Penal, em seu artigo 171, tipifica o estelionato, abrangendo fraudes patrimoniais como as mencionadas. A Lei nº 13.228/2015 ampliou a proteção ao prever aumento de pena quando o crime é praticado contra pessoa idosa, podendo chegar ao dobro.

Além do estelionato, outras tipificações podem incidir, como a apropriação indébita (art. 168 do CP) e as condutas descritas no Estatuto do Idoso. O sistema jurídico brasileiro, portanto, dispõe de mecanismos que buscam coibir tais práticas e responsabilizar seus autores.

Em 2024 foram registradas mais de 21 mil denúncias de violações contra idosos, com predominância de vítimas do sexo feminino. Os golpes não se restringem à perda financeira: representam uma violação da dignidade, da autonomia e da segurança de quem já construiu sua trajetória de vida.

A legislação oferece instrumentos relevantes de proteção, mas sua efetividade depende da conjugação de esforços. É necessária a atuação conjunta de famílias, sociedade, instituições financeiras e poder público na promoção da educação digital, na prevenção de fraudes e no incentivo à denúncia.

Proteger a pessoa idosa significa mais do que cumprir dispositivos legais: é um dever ético e social que reafirma valores de respeito, solidariedade e humanidade.

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O DESAFIO DAS FALSIFICAÇÕES DIGITAIS: IMPACTOS JURÍDICOS, SOCIAIS E PSICOLÓGICOS

A evolução da inteligência artificial abriu espaço para ferramentas capazes de criar imagens e vídeos extremamente realistas. Entre essas inovações, destacam-se as chamadas deepfakes, montagens digitais que simulam falas e ações nunca realizadas. A popularização desses recursos, antes restritos a especialistas, ampliou o alcance de usos criativos, mas também de riscos jurídicos, sociais e psicológicos.

Entre inovação e manipulação

O uso de softwares de IA generativa permite alterar registros originais e produzir conteúdos quase indistinguíveis da realidade. Essa tecnologia pode servir à arte e ao entretenimento, mas também se presta a golpes financeiros, ataques à reputação e manipulação política. A fronteira entre liberdade criativa e práticas nocivas é cada vez mais sutil.

No campo jurídico, já existem instrumentos para responsabilizar condutas ilícitas, como enquadramento em crimes de falsidade ideológica ou estelionato. Porém, a rapidez com que esses conteúdos circulam exige respostas complementares: desde medidas regulatórias adaptadas até a criação de protocolos eficazes para sua remoção. A discussão não se limita ao âmbito penal — envolve também questões autorais, democráticas e éticas.

Impactos emocionais e sociais

A propagação de um vídeo adulterado atinge diretamente a honra e a privacidade das pessoas envolvidas. Mesmo quando desmentida, a falsificação deixa marcas, pois muitos já terão acreditado em sua veracidade. As consequências psicológicas incluem ansiedade, vergonha, estresse e, em casos graves, transtornos como síndrome do pânico ou estresse pós-traumático.

Quando o material envolve conteúdo de cunho sexual, o dano tende a ser ainda mais profundo, gerando humilhação, isolamento e até riscos de chantagem e extorsão. Crianças e adolescentes são particularmente vulneráveis, exigindo apoio não apenas no âmbito familiar, mas também escolar, com práticas de acolhimento e conscientização.

O papel das plataformas digitais

As redes sociais e empresas de tecnologia estão no centro dessa discussão. Embora as deepfakes representem apenas mais uma faceta do uso ambíguo da inovação, é inegável que cabe às plataformas criar mecanismos de detecção e remoção rápida. A cooperação com autoridades, somada ao investimento em sistemas de rastreamento digital, é essencial para responsabilizar autores e mitigar danos.

A falta de controle adequado, além de comprometer indivíduos, ameaça a própria democracia, ao permitir a manipulação da opinião pública por meio de vídeos adulterados que influenciam decisões políticas e eleitorais.

Caminhos para o futuro

A tendência é que as falsificações digitais se tornem ainda mais sofisticadas, tornando difícil sua identificação até mesmo por especialistas. Diante disso, três frentes se mostram indispensáveis: educação midiática para formar cidadãos críticos, responsabilização legal para punir abusos e avanços tecnológicos capazes de identificar manipulações.

Mais do que restringir a inovação, o desafio está em preparar a sociedade para lidar com os riscos, aproveitando os benefícios legítimos da tecnologia. Assim como outros inventos da humanidade que serviram tanto ao progresso quanto ao abuso, as deepfakes exigem maturidade coletiva para que sejam incorporadas de forma ética e responsável.

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FRAUDES DIGITAIS, GOLPES JUDICIAIS E CRIMES DIVERSOS MOBILIZAM INVESTIGAÇÕES NO TRIÂNGULO MINEIRO

Diversos registros policiais recentes nos municípios de Uberaba e Uberlândia expõem um panorama preocupante de fraudes, estelionatos e crimes violentos. As ocorrências envolvem desde golpes sofisticados utilizando boletos falsos até crimes de violência física e patrimonial.

Em Uberaba, um contribuinte foi enganado ao tentar pagar o IPTU de um imóvel. A vítima acessou um site que simulava o portal oficial da Prefeitura, gerou um boleto de R$ 1.080,96 e efetuou o pagamento. Posteriormente, ao verificar que o débito persistia, foi orientado pelo banco a registrar uma ocorrência. A instituição bancária identificou que a numeração do boleto não correspondia ao sistema municipal. O caso foi classificado como estelionato.

Também em Uberaba, um aposentado foi abordado por golpistas que se apresentaram como advogados, alegando representar uma antiga ação judicial ligada à Companhia Habitacional do Vale do Rio Grande. Os criminosos afirmaram que ele teria direito a R$ 70 mil. A tentativa de fraude foi frustrada após o aposentado consultar uma profissional de confiança, que identificou a farsa.

Outro golpe investigado envolve um suposto processo judicial. Um técnico foi induzido a acreditar que receberia valores decorrentes de ação judicial. Após transferir R$ 30 mil, percebeu que os criminosos se passaram por advogado e promotor. A quantia foi enviada via Pix a uma conta de terceiros.

Casos de falsidade envolvendo serviços empresariais também foram registrados. Uma empresária contratou informalmente uma pessoa que se identificou como contadora para regularizar o CNPJ da empresa. Foram pagos mais de R$ 26 mil, somando transferências, dinheiro em espécie e a entrega de um celular parcelado. Nenhuma providência foi tomada pela suposta profissional, e a vítima descobriu o golpe ao procurar outro contador.

As fraudes online também atingiram o comércio eletrônico. Um mecânico que anunciava a venda de um veículo foi prejudicado após ter seu anúncio clonado. Os golpistas criaram uma versão com preço reduzido e conseguiram que um comprador, enganado, transferisse R$ 6 mil a um suposto vendedor.

Além dos crimes patrimoniais, há registros de violência física e sexual. A Polícia Militar atendeu uma denúncia de estupro em Uberaba, durante uma festa no Parque das Américas. A vítima, de 26 anos, afirmou que foi levada a um quarto sob falso pretexto, onde ocorreu a violência. O suspeito alegou consentimento, mas as investigações seguem para esclarecer os fatos.

Outro caso envolve uma atendente de 25 anos, que procurou a delegacia após ser agredida pelo ex-companheiro durante discussão relacionada ao filho. A vítima relatou ter sido trancada em casa por cerca de uma hora, além de sofrer agressões físicas e verbais. O registro foi feito com base na Lei Maria da Penha.

Situações de violência urbana também foram constatadas. Em Uberaba, um adolescente com deficiência foi perseguido por um homem armado. A vítima conseguiu se abrigar em uma escola próxima. A investigação aponta como suspeito um policial militar veterano.

Ainda na cidade, um furto em obra resultou no desaparecimento de ferramentas e de uma cadela de guarda da raça pit bull. Em outro ponto, um açougue foi alvo de furto de cabos de cobre, gerando prejuízo superior a R$ 10 mil. A ação comprometeu o fornecimento de energia e causou perdas de produtos. Imagens de um veículo com placas adulteradas auxiliaram na investigação.

Casos de tráfico também foram registrados. No bairro Residencial 2000, a PM abordou um suspeito e apreendeu entorpecentes, celulares e dinheiro em espécie. A ocorrência foi encaminhada à autoridade policial competente.

Em Uberlândia, foi concluída a identificação de um corpo encontrado em decomposição às margens da BR-050. A vítima estava desaparecida havia mais de dois meses. A Polícia Civil aguarda o laudo de necropsia para apurar as circunstâncias da morte, que poderá configurar homicídio.

Outros registros incluíram um erro de transferência via Pix, que envolveu a destinação equivocada de R$ 5 mil a uma chave desconhecida. O destinatário não devolveu o valor, e a conduta está sendo apurada como possível apropriação indébita, conforme previsão legal.

As autoridades locais reforçam orientações para evitar fraudes, especialmente em pagamentos online e contatos telefônicos ou por aplicativos. Desconfiança, verificação prévia de dados e consulta com profissionais de confiança são medidas indispensáveis para mitigar riscos. A Polícia Civil segue acompanhando os casos, com destaque para os crimes cibernéticos e de estelionato, que continuam exigindo atenção especializada.

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O PERFIL DAS VÍTIMAS DE GOLPES VIRTUAIS MUDOU E ISSO EXIGE UMA ATENÇÃO REDOBRADA

A fraude digital deixou de ter um público-alvo definido. Durante muito tempo, o discurso popular associava os golpes online, sobretudo os financeiros, à vulnerabilidade dos idosos. Contudo, os dados mostram uma realidade bem diferente. Pesquisas indicam que os jovens, entre 16 e 29 anos, hoje ocupam o topo da lista de vítimas, representando cerca de 27% dos casos. Isso contraria a percepção de que os mais novos, por dominarem a tecnologia, estariam mais protegidos.

Enquanto isso, pessoas com mais de 60 anos – muitas vezes apontadas como mais expostas – correspondem a 16% das ocorrências. Já a faixa entre 50 e 59 anos aparece com 14%. Esses números refletem, acima de tudo, um tipo de crime que não escolhe idade, mas sim oportunidade.

A lógica é simples e preocupante: golpistas tentam dezenas, centenas de abordagens. Se uma delas funcionar, já é suficiente para causar prejuízo a alguém. Como relatado por uma vítima ao ser induzida a fazer uma falsa atualização de aplicativo bancário, transferiu R$ 20 mil aos criminosos com apenas alguns cliques. E isso não é exceção.

No caso dos jovens, os golpes muitas vezes envolvem promessas de emprego fácil ou de ganhos financeiros rápidos pela internet. Já entre os mais velhos, são mais comuns os crimes típicos de estelionato, como falsas cobranças, fraudes bancárias ou sequestros virtuais.

O ponto de partida para se proteger é sempre o mesmo: informação. É preciso desconfiar de mensagens que gerem urgência ou pressão para agir rapidamente, especialmente se envolvem transferências ou atualizações de cadastro. O cuidado se estende até mesmo a mensagens que supostamente vêm de pessoas conhecidas. Os golpistas se passam por familiares e amigos usando perfis falsos, com fotos e nomes reais.

Evitar clicar em links recebidos por aplicativos de mensagem ou redes sociais, não compartilhar dados sensíveis e, sempre que possível, confirmar a origem de solicitações por outros meios são hábitos indispensáveis.

Do ponto de vista técnico, a adoção de boas práticas também ajuda. Usar senhas longas e difíceis de adivinhar, ativar a autenticação em dois fatores e manter os aplicativos e sistemas operacionais atualizados reduz as chances de invasão.

Se, mesmo assim, ocorrer o golpe, o caminho é formalizar imediatamente a denúncia. Registrar um boletim de ocorrência e informar o banco ou a operadora de cartão de crédito são medidas que podem limitar os danos e até possibilitar o bloqueio dos valores transferidos.

A proteção contra fraudes digitais não depende apenas de antivírus ou tecnologia. Ela começa no comportamento de cada pessoa diante das interações online. Informação, cautela e atitude são os pilares de uma navegação mais segura.

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GOLPE DO FALSO INTERMEDIÁRIO: ATENÇÃO REDOBRADA NAS VENDAS DE VEÍCULOS PELA INTERNET

A Defensoria Pública do Estado do Tocantins, por meio de seu núcleo voltado à proteção do consumidor, divulgou um alerta importante sobre um tipo de golpe que tem se repetido com frequência nas negociações de veículos pela internet. Trata-se de uma fraude que afeta tanto quem está vendendo quanto quem pretende comprar um automóvel, especialmente em transações feitas por aplicativos, redes sociais ou plataformas de anúncios.

O golpe se inicia quando o criminoso entra em contato com o verdadeiro anunciante do veículo, fingindo interesse na compra. Ele informa que está adquirindo o carro para outra pessoa — como um familiar ou funcionário — e pede fotos, vídeos e todos os dados do automóvel.

De posse dessas informações, o estelionatário cria um novo anúncio em seu próprio nome, geralmente com um preço bem mais baixo do que o de mercado, o que chama a atenção de potenciais compradores. Quando um interessado aparece, o golpista diz que está vendendo o veículo de uma terceira pessoa, que supostamente lhe deve dinheiro, e por isso estaria autorizado a fazer a negociação.

O encontro entre o comprador e o verdadeiro dono do carro é então marcado, mas o golpista orienta ambos a evitarem qualquer conversa sobre valores. O comprador, sem saber da fraude, transfere o pagamento diretamente para a conta do criminoso. Com o dinheiro em mãos, o golpista desaparece, deixando o comprador no prejuízo e o vendedor sem entender o que aconteceu, podendo inclusive ser envolvido em suspeitas de má-fé.

Sinais que merecem atenção

Algumas atitudes comuns desse tipo de estelionatário ajudam a identificar o golpe:

  • Recusa em realizar chamadas de vídeo ou voz;
  • Insistência em fechar o negócio rapidamente;
  • Preço muito abaixo da média de mercado;
  • Informações bancárias que não correspondem ao nome do vendedor;
  • Tentativa de impedir um encontro direto entre comprador e vendedor real.

Cuidados ao negociar

Para evitar esse tipo de transtorno, a orientação é sempre:

  • Falar diretamente com o dono do veículo;
  • Priorizar plataformas já conhecidas e com boa reputação;
  • Desconfiar de pressa para fechar o negócio ou pedidos de adiantamento de valor;
  • Confirmar os dados bancários antes de qualquer pagamento;
  • Formalizar o acordo com um contrato e verificar presencialmente o bem antes de qualquer transferência de dinheiro.

Em operações envolvendo valores altos, como a compra de um veículo, o cuidado com cada etapa da negociação pode evitar prejuízos sérios. Ficar atento e buscar confirmar a identidade das partes envolvidas ainda é a forma mais segura de realizar esse tipo de transação.

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GOLPISTA É PRESO POR FRAUDES ENVOLVENDO VENDAS DE PRODUTOS DOMÉSTICOS EM CEILÂNDIA

Um homem de 24 anos foi preso em Ceilândia, no Distrito Federal, sob a acusação de aplicar golpes contra idosos utilizando a venda de produtos domésticos como fachada. A prisão ocorreu durante a Operação Kitchen, conduzida pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que também cumpriu mandados de busca e apreensão, resultando na recuperação de máquinas de cartão supostamente usadas nos crimes.

O esquema consistia em atrair as vítimas, geralmente idosos, com a oferta de utensílios para o lar a preços extremamente baixos, sob a promessa de promoções imperdíveis. Ao realizar o pagamento com cartão, os valores cobrados eram fraudulentamente alterados, muito acima do combinado. Em um dos casos investigados, uma vítima teve um prejuízo de R$ 3,6 mil.

A investigação revelou que o suspeito já possuía histórico criminal por crimes graves e utilizava veículos alugados para dificultar sua identificação, além de planejar cuidadosamente as abordagens, escolhendo vítimas vulneráveis. Segundo as autoridades, o crime configura-se como estelionato, cuja pena pode chegar a cinco anos de prisão, dependendo da sentença.

A PCDF reforça o alerta à população, especialmente aos idosos, para que desconfiem de ofertas que aparentam ser vantajosas demais. É essencial não fornecer dados pessoais a desconhecidos e denunciar comportamentos suspeitos imediatamente às autoridades.

Este caso destaca a importância de uma maior conscientização sobre práticas de segurança e de vigilância no momento de realizar transações financeiras, especialmente quando o cenário envolve indivíduos oferecendo produtos ou serviços fora de estabelecimentos comerciais confiáveis.

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ESTELIONATO DIGITAL: MULHER PERDE QUASE R$ 10 MIL EM TRANSAÇÕES FRAUDULENTAS

Uma mulher de São José do Rio Preto (SP) foi vítima de um golpe de reconhecimento facial, que resultou na perda de quase R$ 10 mil no dia 23 de outubro de 2024. O caso, que vem gerando preocupação sobre a segurança digital, destaca a forma sofisticada com que golpistas estão explorando vulnerabilidades tecnológicas.

De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima relatou que, após anunciar a venda de cadeiras online, foi contatada por um suposto comprador. Durante as negociações, o indivíduo conseguiu persuadir a mulher a acessar seus aplicativos bancários e, por meio de uma chamada de vídeo, utilizou o reconhecimento facial para desbloquear a conta da vítima.

A manobra permitiu ao golpista realizar uma série de transferências que totalizaram R$ 9.820,37. Em busca de justiça, a vítima compareceu à Central de Flagrantes, apresentou os comprovantes das transações e registrou a ocorrência, que foi classificada como estelionato. O caso está agora sob investigação, trazendo à tona questões importantes sobre as precauções necessárias ao lidar com transações digitais e aplicativos bancários.

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SERVIDORA PÚBLICA É DETIDA POR USAR DADOS DE PAIS DE ALUNOS PARA EMPRÉSTIMOS

Uma servidora pública do município de Presidente Kennedy, situado no norte do Tocantins, foi detida sob a suspeita de envolvimento em um esquema de furto de dados pessoais de pais de alunos da creche onde trabalhava. A investigação apontou que a acusada, de 26 anos, utilizava essas informações para criar contas digitais e solicitar empréstimos, gerando um prejuízo superior a R$ 100 mil. Durante seu depoimento, ela admitiu à polícia que os valores obtidos eram destinados a apostas em jogos de cassino e roleta russa online.

O caso veio à tona quando uma das vítimas recebeu cobranças de um banco referente a um empréstimo de R$ 15 mil realizado em seu nome. A partir dessa denúncia, a Polícia Civil iniciou uma investigação que revelou a metodologia utilizada pela investigada. Aproveitando sua posição na unidade escolar, ela abordava os pais dos alunos sob a justificativa de que era necessária a atualização do cadastro escolar. Para isso, solicitava uma selfie e cópias de documentos pessoais, alegando que seriam utilizados na escola.

Confiando na servidora e acreditando na veracidade do procedimento, os pais acabavam fornecendo os dados. Com essas informações em mãos, a mulher abria contas bancárias virtuais e fazia pedidos de crédito em nome das vítimas, inclusive de alguns de seus colegas de trabalho.

A operação policial que culminou na prisão ocorreu na manhã de uma quinta-feira (10), como parte da operação batizada de Apate. A investigada foi conduzida à Unidade Penal Feminina, onde permanece à disposição da Justiça. Durante o interrogatório, a servidora revelou que suas dívidas com os jogos online eram tamanhas que havia perdido um carro e uma casa devido às apostas.

A Prefeitura de Presidente Kennedy foi procurada para comentar o ocorrido, mas até o momento da publicação deste artigo, não houve qualquer manifestação oficial. O nome da acusada foi mantido em sigilo, o que impossibilitou localizar a defesa para um posicionamento. A suspeita responde a mais de 20 acusações de estelionato, conforme o levantamento da polícia.

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EXECUTIVO DE MARÍLIA PERDE MAIS DE R$ 120 MIL EM GOLPE DE LEILÃO FALSO

Entre os inúmeros casos de estelionato registrados diariamente pela Polícia Civil de Marília, um episódio recente destacou-se pelo valor envolvido. Um executivo residente no Parque das Esmeraldas, na zona leste da cidade, sofreu um prejuízo de R$ 120,5 mil após se interessar por uma BMW/X1 Active anunciada em um site de leilões.

O homem, de 39 anos, acessou o site e foi atraído pela oferta do carro de luxo, que supostamente havia sido recuperado de financiamento. No entanto, o que ele não sabia era que o veículo tinha passado por um sinistro causado por enchente e acumulava multas que somavam R$ 20 mil. As informações completas sobre o estado do veículo só foram fornecidas ao comprador após a realização do pagamento via Pix.

Após a transação, o site de leilões comunicou ao executivo que, conforme o contrato, as multas pendentes seriam de responsabilidade do comprador. A partir desse ponto, o executivo tentou entrar em contato com o site para resolver a situação, mas não obteve mais respostas. Além disso, o anúncio do veículo foi rapidamente removido da plataforma.

Ao investigar mais a fundo, o executivo descobriu em sites de avaliação que o suposto leiloeiro já havia sido alvo de denúncias anteriores por outros internautas, relatando fraudes similares.

A Polícia Civil deu início às investigações, mas, como em outros casos de estelionato online, a identificação dos golpistas pode ser dificultada pela falta de informações concretas, mesmo com os dados bancários do beneficiário do Pix e as informações do site envolvidos na transação. O caso alerta para os riscos crescentes das transações online e a necessidade de maior cautela ao realizar compras em plataformas virtuais.

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RELATÓRIO ALERTA PARA AUMENTO DE GOLPES VIRTUAIS E SEUS IMPACTOS NO BRASIL

Um estudo da Serasa Experian, divulgado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), aponta que quatro em cada dez brasileiros já sofreram algum tipo de golpe. O relatório indica que homens com mais de 50 anos, pertencentes à classe B, são os principais alvos dos estelionatários, com um foco crescente nos crimes virtuais.

Perdas financeiras e tipos de golpes

Os dados revelam que 57% das vítimas enfrentaram perdas financeiras, com uma média de R$ 2.288 por incidente, valor equivalente a quase um mês e meio de trabalho de quem recebe salário mínimo. Entre os golpes mais comuns estão o uso indevido ou falsificação de cartões de crédito, seguidos pelo pagamento de boletos falsos e transações via PIX.

Em muitos casos, os criminosos utilizam técnicas de engenharia social, como clonar números de telefone ou invadir redes sociais, para se passar por amigos ou familiares das vítimas. Um exemplo típico envolve um vendedor que foi enganado por mensagens falsas enviadas por alguém se passando por seu irmão, resultando em transferências via PIX que totalizaram R$ 4,8 mil.

Precauções e orientações

A experiência dessas vítimas serve de alerta: desconfie sempre de promoções tentadoras na internet. Ofertas que parecem boas demais para ser verdade geralmente são armadilhas para capturar informações pessoais, como números de cartão de crédito, CPF e identidade.

Especialistas em Direito do Consumidor aconselham cuidados especiais com caixas eletrônicos e compras online. É recomendado verificar dispositivos suspeitos acoplados a caixas eletrônicos, preferir caixas localizados dentro de agências bancárias e utilizar cartões virtuais para reduzir o risco de fraude. Manter os dados de contato atualizados junto ao banco também é essencial para receber notificações e alertas de segurança.

Impacto emocional dos golpes

Além do prejuízo financeiro, cair em um golpe pode desencadear uma série de emoções negativas. Inicialmente, as vítimas podem sentir raiva, tristeza, vergonha, desamparo e culpa. Com o tempo, a ansiedade e o medo podem se intensificar. Esse estado constante de alerta pode consumir a energia das pessoas mais do que o necessário, agravando possíveis fobias e transtornos pré-existentes.

A orientação final para quem foi vítima de fraude é contestar as transações com a instituição financeira e, se necessário, acionar a Justiça. Contudo, recuperar o prejuízo não é uma tarefa simples e requer paciência e persistência.

Essas medidas de prevenção e as orientações psicológicas são fundamentais para ajudar os brasileiros a se protegerem e a lidarem com as consequências emocionais dos golpes financeiros.

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VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE COLATINA ADVERTE SOBRE NOVO GOLPE

Nas últimas duas semanas, Colatina tem sido alvo de um novo golpe, onde indivíduos se passam por funcionários da Vigilância Sanitária para enganar comerciantes locais. Pelo menos 13 estabelecimentos, incluindo supermercados, clínicas e padarias, já relataram tentativas de fraude ao buscar esclarecimentos na sede da Vigilância Sanitária.

Os golpistas estão enviando links falsos para o agendamento de visitas e boletos fraudulentos para os proprietários de estabelecimentos. A Vigilância Sanitária de Colatina enfatiza que não realiza agendamentos de visitas por meio de links e não envia boletos por e-mail ou outros canais eletrônicos. Todas as notificações, documentos ou multas são exclusivamente emitidos na sede da Vigilância Sanitária.

Para garantir a segurança, a população é orientada a ignorar quaisquer links ou boletos recebidos por meios eletrônicos que aleguem ser da Vigilância Sanitária. Em caso de dúvidas ou para obter mais informações, os cidadãos devem entrar em contato diretamente com a Vigilância Sanitária pelos telefones 3177-7067 e 3177-7131, ou pelo Disque Denúncia no número 99976-5920.

Se você recebeu qualquer comunicação suspeita, denuncie imediatamente para evitar ser vítima deste golpe. A Vigilância Sanitária está à disposição para auxiliar a população e garantir a integridade das suas operações.

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GOLPISTA ENVIA COMPROVANTES DE PAGAMENTO FALSOS E FINGE PRÓPRIO FALECIMENTO EM CAMARAGIBE

Um empresário de uma pizzaria em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, utilizou as redes sociais para denunciar um golpe sofrido por uma cliente que enviava comprovantes falsos de Pix e posteriormente alegou ter falecido. O caso, ocorrido em 2023, foi revelado pelo proprietário da Delicious Delivery, na última quinta-feira (23).

Segundo o empresário, a jovem de 20 anos realizou pelo menos cinco pedidos entre março e abril de 2023, totalizando um valor de R$ 814. Após cada pedido, a cliente enviava comprovantes de pagamento pelo Instagram, que mais tarde se comprovou serem falsos.

Ao identificar a fraude, ele confrontou a cliente, que alegou ter sofrido um acidente de moto e que precisaria passar por cirurgias na perna e na costela. Posteriormente, em outubro, a cliente enviou uma mensagem informando seu próprio falecimento, em uma tentativa de criar uma situação de comoção para evitar medidas legais.

Em um vídeo divulgado no Instagram, o empresário expôs as mensagens trocadas com a golpista. “Essa pessoa chegou a dizer que morreu, que sofreu um acidente e estava internada no Hospital Getúlio Vargas. Foi uma tentativa de chantagem emocional para que não levássemos o caso à polícia”, relatou o empresário.

Reconhecendo a gravidade da situação, registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Camaragibe por estelionato e fraude. Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco confirmou o registro do crime em 13 de maio, informando que as investigações estão em andamento para esclarecer os fatos.