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APLICAÇÕES ESTRATÉGICAS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL EM EMPRESAS E SERVIÇOS PÚBLICOS

Inteligência artificial amplia aplicações no setor privado e avança para serviços públicos
A inteligência artificial (IA) vem sendo incorporada de forma estruturada por empresas de tecnologia, com objetivos que vão desde a automação de processos internos até a otimização da experiência do cliente. No mercado brasileiro, diferentes segmentos — como telecomunicações, soluções ópticas, infraestrutura de redes e consultoria tecnológica — já aplicam a tecnologia para antecipar problemas, reduzir custos operacionais e aumentar a produtividade.

Uso estratégico em telecomunicações
No setor de telecomunicações, a IA tem sido utilizada para agilizar fluxos internos e melhorar a gestão do atendimento ao cliente. Entre as aplicações destacam-se a detecção precoce de falhas, permitindo a solução antes mesmo de o usuário perceber, e o apoio a equipes técnicas em campo, com orientações automatizadas para manutenção de serviços de banda larga e infraestrutura. A antecipação de problemas técnicos evita múltiplos contatos com o SAC, reduz o tempo de resposta e melhora a satisfação dos usuários.

Manutenção preditiva em redes ópticas
Empresas fornecedoras de soluções ópticas investem em sistemas baseados em IA para monitorar redes de comunicação e atuar preventivamente na manutenção. Ferramentas como modelos de linguagem de grande porte (LLMs) agilizam consultas técnicas, enquanto modelos de ação (LAMs) possibilitam que o sistema sugira ou execute intervenções para evitar interrupções. A aplicação de agentes autônomos, capazes de tomar decisões com mínima interferência humana, aumenta a eficiência operacional e preserva a qualidade dos serviços prestados.

Automação avançada em infraestrutura de redes
No campo das telecomunicações corporativas, a IA está integrada a plataformas de suporte operacional e de negócios, otimizando processos, ampliando a automação de redes e oferecendo análises preditivas e prescritivas. As soluções já apontam para a preparação de redes para a transição do 5G para o 6G, mantendo a escalabilidade e a adaptação contínua dos sistemas.

Inteligência artificial aplicada a políticas públicas
Modelos de linguagem desenvolvidos no Brasil, com dados técnicos e culturais nacionais, têm potencial para apoiar a gestão pública. Entre as possíveis aplicações estão a análise de processos administrativos de órgãos previdenciários, o gerenciamento de programas sociais e a automação de cálculos complexos, como os necessários para pagamento de precatórios. Com capacidade de processar grandes volumes de dados em períodos muito inferiores aos necessários para análise humana, essa abordagem pode contribuir para a eficiência e a transparência na administração de recursos públicos.

Modernização tecnológica com IA
No campo da consultoria tecnológica, surgem plataformas multipropósito capazes de acelerar a modernização de sistemas legados. Essas ferramentas realizam análises semânticas, extraem regras de negócio, reorganizam códigos e preservam a lógica operacional original. Em casos práticos, processos que antes demandavam meses para serem executados foram reduzidos para poucas semanas, com ganhos significativos de produtividade e manutenção da integridade funcional das aplicações.

A expansão da inteligência artificial para diferentes áreas demonstra seu papel cada vez mais integrado às operações empresariais e seu potencial de uso em iniciativas de interesse público. O alinhamento entre inovação tecnológica e aplicação prática será determinante para que essas soluções contribuam de forma efetiva para a eficiência operacional e para a melhoria de serviços à população.

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ADVOCACIA E TECNOLOGIA: O QUE MUDA COM O USO RESPONSÁVEL DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

A transformação digital nos escritórios de advocacia deixou de ser uma escolha opcional para se tornar uma exigência competitiva. Isso se deve, em grande parte, às novas exigências dos clientes, que esperam respostas mais rápidas, análises mais profundas e soluções eficientes. Nesse novo ambiente jurídico mais dinâmico, a Inteligência Artificial tem desempenhado um papel comparável ao impacto que, no passado, tiveram inovações como a internet ou os telefones móveis.

A definição legal mais recente adotada na Europa descreve a IA como um sistema capaz de, a partir de objetivos definidos por humanos, produzir previsões, sugestões ou decisões que influenciam tanto ambientes digitais quanto reais, com base em lógica, conhecimento ou métodos de aprendizado. Essa definição ajuda a entender por que a IA passou a ser aplicada com mais intensidade nas rotinas jurídicas, especialmente após o ano de 2022.

Entre os usos mais relevantes estão a possibilidade de pesquisar jurisprudência utilizando linguagem natural, revisar contratos de forma automatizada, detectar cláusulas que representam risco e conduzir processos de due diligence com mais agilidade e precisão. Essas funcionalidades aumentam significativamente a capacidade de análise dos profissionais do Direito. No entanto, seus resultados ainda exigem uma revisão criteriosa feita por advogados, que permanecem responsáveis pelas decisões finais. A IA, por mais avançada que seja, serve como ferramenta de apoio, não como substituta.

Na área do combate a delitos financeiros, como a lavagem de dinheiro, essas tecnologias se mostram promissoras ao identificar padrões de comportamento atípicos ou movimentações fora do usual. Ainda assim, é necessário reconhecer que a IA não está isenta de falhas. Um exemplo são as chamadas respostas erradas com aparência de exatidão, o que pode gerar problemas sérios quando não há uma supervisão adequada.

Há também questões éticas que precisam ser enfrentadas. Sistemas automatizados podem repetir preconceitos históricos se forem treinados com dados enviesados. Além disso, existe um conflito entre a necessidade de transparência nos algoritmos e a preservação do sigilo profissional, que é pilar da advocacia. Outro ponto sensível é a desigualdade no acesso a essas tecnologias, o que pode favorecer escritórios mais estruturados e dificultar ainda mais o acesso à justiça por parte de quem já enfrenta barreiras.

Os desafios trazidos pela Inteligência Artificial ultrapassam os aspectos técnicos. O verdadeiro obstáculo está na adaptação das pessoas. Envolver profissionais tradicionalmente formados numa cultura jurídica mais clássica com novas ferramentas exige preparo, treinamento e mudança de mentalidade. E, acima de tudo, é essencial preservar a dimensão humana do exercício da advocacia, baseada no relacionamento, na escuta e na análise crítica.

A IA fará cada vez mais parte do dia a dia dos escritórios, como uma aliada na interpretação e aplicação das leis, mas sem jamais substituir o olhar atento e o julgamento ético de quem conhece o valor da justiça.

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COMO A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL ESTÁ TRANSFORMANDO A GESTÃO DE LITÍGIOS

No contexto jurídico contemporâneo, a tecnologia tem desempenhado um papel transformador, especialmente por meio das legaltechs. Essas empresas utilizam recursos tecnológicos para aprimorar e otimizar processos legais, oferecendo soluções que vão desde a automação de documentos até a análise preditiva de litígios. O objetivo central é aumentar a eficiência e reduzir os custos operacionais de departamentos jurídicos e escritórios de advocacia.

Entre as legaltechs brasileiras, destaca-se uma empresa especializada no desenvolvimento de soluções baseadas em inteligência artificial para a gestão de litígios empresariais. Fundada em outubro de 2024, a empresa oferece serviços como terceirização de processos jurídicos (BPO Jurídico) e plataformas de IA para monitoramento de riscos e previsão de litígios. Essas soluções promovem maior eficiência e redução de custos operacionais para as empresas atendidas.

A empresa surgiu a partir de uma plataforma que conectava pessoas a advogados online. Com base na experiência adquirida, os fundadores perceberam a necessidade de atuar na prevenção de litígios, auxiliando empresas a evitarem processos desnecessários. Assim, a empresa foi criada com uma abordagem mais estratégica para a gestão de conflitos empresariais.

Atuando em todo o território nacional, a empresa atende departamentos jurídicos e de experiência do cliente (CX) de diversas organizações. Sua plataforma de IA utiliza algoritmos para analisar conversas, históricos de atendimentos e dados externos, prevendo com precisão a probabilidade de ações judiciais e seus possíveis impactos. A forma de contratação segue o modelo SaaS (Software as a Service), com planos empresariais personalizados de acordo com as necessidades dos clientes.

A aplicação de inteligência artificial no setor jurídico, como exemplificado por essa empresa, reflete uma tendência de modernização e busca por soluções mais eficazes na gestão de litígios. Ao integrar tecnologia e conhecimento jurídico, legaltechs como essa contribuem para a evolução do mercado jurídico, oferecendo ferramentas que permitem uma atuação mais estratégica e preventiva.

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COMO A TECNOLOGIA ESTÁ REDEFININDO A GESTÃO DE COMPRAS

A evolução digital e a aplicação de inteligência artificial têm se estabelecido como pilares cruciais para o setor de procurement. Com a adoção de tecnologias avançadas, as organizações conseguem não apenas otimizar suas operações, mas também tomar decisões mais assertivas com base em dados robustos.

Ferramentas como análise preditiva e blockchain são agora essenciais, desvendando oportunidades ainda não exploradas e antecipando tendências que podem revolucionar o campo de compras. O processo de procurement, central para a eficiência organizacional, é crucial na gestão da aquisição de bens e serviços, abrangendo desde a seleção de fornecedores até a negociação de preços e controle de qualidade. Este processo não influencia apenas a aquisição de produtos, mas afeta diretamente a cadeia de valor, competitividade, rentabilidade e sustentabilidade de uma empresa.

Em face da pressão crescente por maior eficiência na cadeia de abastecimento, muitas empresas têm acelerado a transformação de seus departamentos de compras, adotando rapidamente soluções inovadoras para enfrentar desafios contemporâneos e se adaptar a um novo paradigma empresarial.

Algumas das principais tendências que estão moldando o futuro do procurement incluem:

  1. Total Digitalização e Inteligência Artificial: A implementação completa de tecnologias digitais e inteligência artificial não apenas melhora a eficiência operacional, mas também se estabelece como a espinha dorsal da modernização do procurement.
  2. Sustentabilidade no Coração das Decisões: A sustentabilidade se tornou um eixo central nas decisões de compras, refletindo uma abordagem mais consciente e responsável. Esse novo enfoque não só estabelece padrões elevados de responsabilidade corporativa como também posiciona o procurement como líder em práticas sustentáveis e éticas.
  3. Análise Preditiva e Blockchain: Estas tecnologias são agora fundamentais, oferecendo transparência e confiabilidade, além de insights valiosos que identificam oportunidades de mercado ainda não exploradas e prevendo tendências futuras.
  4. Colaboração Integrada: A necessidade de superar os silos operacionais e fomentar a colaboração através de parcerias estratégicas criou um ambiente propício à sinergia e inovação compartilhada, resultando em uma melhoria substancial na eficiência operacional.

Estas tendências não somente representam avanços tecnológicos significativos, mas também marcam uma resposta estratégica aos desafios atuais. O papel do Chief Procurement Officer (CPO) está sendo redefinido, transcendo o status quo para alcançar níveis de eficiência operacional anteriormente inimagináveis. O futuro do procurement promete transformações significativas, começando agora com esses desenvolvimentos inovadores.

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EMPRESAS FRENTE A DESAFIOS JUDICIAIS POR FRAUDES ELETRÔNICAS

Em um ambiente digital cada vez mais complexo, a importância da segurança online é enfatizada pelo Dia Internacional da Internet Segura, comemorado em 6 de fevereiro. Um estudo realizado pela Deep Legal, uma empresa especializada em inteligência de dados e gestão preditiva, destaca um dado preocupante: em 60% dos processos judiciais relacionados a fraudes eletrônicas, as empresas são responsabilizadas, ao menos em parte, por danos sofridos pelos clientes devido a esses golpes.

A análise, baseada em 10.000 casos judiciais brasileiros, aponta que o setor financeiro, de telecomunicações e de varejo são os mais afetados por reclamações de consumidores relacionadas a fraudes digitais. Utilizando técnicas de Legal Analytics, a Deep Legal conseguiu mapear as principais tendências e decisões judiciais, oferecendo uma perspectiva valiosa sobre a responsabilização das empresas nesses casos.

Apesar de os consumidores frequentemente compartilharem seus dados, as empresas têm a responsabilidade de informá-los sobre potenciais golpes envolvendo suas marcas. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor no Brasil, impõe penalidades severas às empresas que negligenciam a segurança dos dados dos clientes.

O aumento significativo dos casos de estelionato digital, que cresceram 65,1% em 2022 em comparação com o ano anterior, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, sublinha a necessidade urgente de medidas de proteção eficazes. As penalidades previstas pela LGPD incluem advertências, multas de até R$50 milhões, publicização da infração e, em casos mais graves, suspensão ou bloqueio das bases de dados.

A Deep Legal se apresenta como uma ferramenta inovadora para empresas e escritórios jurídicos, oferecendo soluções baseadas em inteligência artificial e gestão preditiva que transformam dados judiciais em insights estratégicos. O objetivo é auxiliar na gestão de volumes judiciais, permitindo uma tomada de decisão mais informada e estratégica, ao mesmo tempo em que se antecipa tendências e se minimiza riscos legais.