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COMO PREVENIR GOLPES EM DISPOSITIVOS MÓVEIS E TRANSAÇÕES ONLINE

Nos últimos anos, a evolução da tecnologia digital no Brasil também veio acompanhada de um aumento significativo nos esquemas de fraudes pela internet, levando a uma maior preocupação com a segurança digital entre os usuários. Relatórios recentes apontam para um crescimento alarmante de 144% nas tentativas de fraude desde o início da pandemia, coincidindo com o aumento do uso de dispositivos móveis para transações financeiras. Em 2022, cerca de 79% dessas transações foram realizadas via celular, tornando os usuários potenciais alvos para criminosos que exploram a conveniência do mesmo dispositivo para aplicar golpes, especialmente por meio de aplicativos populares como o WhatsApp.

Um estudo revelou que ao menos 9% dos brasileiros já foram vítimas de fraudes digitais através de seus dispositivos móveis. Surpreendentemente, a pesquisa também indicou que tanto jovens quanto idosos estão igualmente vulneráveis a esses golpes, embora os prejuízos tendam a ser mais significativos entre os mais velhos. Em particular, pessoas acima dos 60 anos enfrentam prejuízos médios quase oito vezes maiores em golpes envolvendo o sistema de pagamento instantâneo Pix, em comparação com a faixa etária de 18 a 39 anos. Isso se deve, em grande parte, ao maior acúmulo de recursos financeiros por essa população mais velha ao longo da vida, tornando as consequências desses golpes particularmente devastadoras.

Criminosos frequentemente utilizam a urgência como um gatilho para pressionar suas vítimas a agir rapidamente, sem verificar a autenticidade das solicitações. Reconhecer e reagir a esses sinais de alerta é fundamental para a prevenção de fraudes.

Para combater esses riscos, é importante adotar medidas de segurança robustas. Proteger seus dados pessoais, usar senhas fortes e não compartilhá-las, além de ativar a autenticação em dois fatores e instalar softwares antivírus são passos essenciais. Além disso, é aconselhável realizar transações financeiras apenas através de redes Wi-Fi privadas e verificar cuidadosamente qualquer imagem ou informação compartilhada nas redes sociais.

Aqui estão algumas dicas específicas para evitar cair em golpes relacionados ao Pix e outras fraudes online:

  1. Utilize exclusivamente os aplicativos ou sites oficiais dos bancos para realizar transações.
  2. Jamais forneça sua senha ou informações de cartões de crédito quando solicitado em mensagens suspeitas.
  3. Evite redes de Wi-Fi públicas ao realizar transações financeiras.
  4. Verifique imediatamente a sua conta após receber um Pix para confirmar a transação.
  5. Ao lidar com QR Codes, confira sempre os dados da conta de destino.
  6. Desconfie de qualquer solicitação de dinheiro por mensagens, especialmente quando o pedido vem de um número desconhecido.

Se você cair em um golpe, a primeira ação deve ser contatar seu banco para solicitar a devolução dos valores e registrar um boletim de ocorrência na polícia. Isso não apenas ajuda na recuperação do dinheiro perdido, mas também apoia o processo de investigação e potencial captura dos criminosos.

Estar ciente dos riscos e adotar práticas de segurança rigorosas são os melhores caminhos para se proteger contra os crescentes golpes digitais no cenário atual.

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PIX NO BRASIL: CONVENIÊNCIA E AMEAÇA À SEGURANÇA FINANCEIRA

A crescente adesão do Pix como método de pagamento no Brasil trouxe consigo uma onda preocupante: o aumento dos golpes financeiros. Em 2022, um estudo conduzido pela empresa especializada em segurança financeira, Silverguard, revelou que cerca de 1,7 milhão de brasileiros foram vítimas de golpes relacionados ao Pix. Curiosamente, grande parte dessas vítimas opta pelo silêncio, deixando de reportar o ocorrido e, consequentemente, reduzindo suas chances de recuperar os valores perdidos.

Mais de 40% dos cidadãos nacionais reportaram tentativas de fraude via Pix, e o assustador é que quase uma em cada dez dessas pessoas acabou efetivamente sendo enganada. Em Minas Gerais, os números são ainda mais alarmantes: 30% dos mineiros já enfrentaram tentativas de golpe, e 7% confirmaram ter sido ludibriados.

Infelizmente, a inação é comum. A vasta maioria dos mineiros, assim como ocorre no restante do Brasil, não procura recuperar seu dinheiro. E ainda, quase 9 em cada 10 mineiros não se dão ao trabalho de registrar um boletim de ocorrência, levantando preocupações quanto à subnotificação e à dificuldade de mapear e combater esses crimes.

Plataformas sociais como WhatsApp e Instagram são os principais palcos dessas artimanhas. Em situações que envolvem quantias superiores a R$ 5.000, destacam-se os golpes da falsa central de atendimento, do impostor se passando por parente solicitando recursos e da falsa relação amorosa com intuito financeiro.

Contudo, há uma luz no fim do túnel. O Banco Central, percebendo essa tendência, instituiu no final de 2021 o Mecanismo Especial de Devolução do Pix (MED). Esse instrumento permite que, em determinadas circunstâncias, o dinheiro possa ser devolvido. O processo envolve reportar a fraude à instituição financeira em até 80 dias, fornecer à polícia os detalhes da transação e dialogar com o banco receptor do dinheiro. Entretanto, é fundamental agir rapidamente, visto que muitos golpistas se adiantam ao encerrar suas contas para dificultar o rastreio.

O MED, no entanto, não é uma varinha mágica. A maioria dos pedidos, infelizmente, é negada, principalmente quando os criminosos conseguem agir de forma ágil. Assim, a educação financeira e a informação se tornam ferramentas importantes. Como ressalta Marcia Netto, CEO da Silverguard, entender o processo e agir prontamente são passos essenciais para maximizar as chances de recuperar valores.

Ao passo que o Pix transforma o panorama financeiro brasileiro, torna-se indispensável que os usuários estejam atentos, informados e preparados para proteger seus recursos. Afinal, a segurança digital é tão vital quanto a financeira em nossos tempos modernos.