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COMO PROTEGER E RECUPERAR SEU ACESSO EM CASO DE ATAQUES VIRTUAIS

A identificação de movimentações incomuns em contas digitais exige ação imediata. O primeiro passo é tentar reaver o acesso diretamente na própria plataforma, formalizar um boletim de ocorrência e, se necessário, buscar apoio jurídico sem demora.

Os ataques podem ocorrer de diferentes maneiras: desde o furto de dispositivos e a quebra de senhas até técnicas de engenharia social, em que o infrator induz a vítima a compartilhar informações sensíveis. Em muitos casos, o autor já dispõe de um conjunto de dados pessoais antes mesmo de estabelecer contato, o que aumenta a efetividade da abordagem.

Para reduzir riscos, recomenda-se adotar boas práticas de proteção: criar senhas robustas, habilitar bloqueio por biometria, ativar autenticação multifator e manter sistemas operacionais e soluções de segurança sempre atualizados. É igualmente importante verificar a legitimidade de remetentes de e-mails e desconfiar de mensagens com tom de urgência ou conteúdo incomum, evitando cliques em links suspeitos e o compartilhamento de códigos de acesso.

No campo jurídico, existem medidas que permitem buscar a recuperação de contas, solicitar informações técnicas como endereços de IP e dados de geolocalização ou, quando não for possível restabelecer o acesso, pleitear indenização por prejuízos materiais e morais. A agilidade na adoção dessas providências aumenta as chances de preservar e reunir elementos relevantes para responsabilizar os autores.

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A TRANSFORMAÇÃO DAS FRAUDES E O IMPACTO DAS NOVAS LEIS SOBRE O SETOR EMPRESARIAL

Nos últimos anos, as fraudes migraram gradualmente do meio físico para o ambiente digital, exigindo que empresas, órgãos públicos e cidadãos adotem novas estratégias de proteção.

Dados recentes indicam que, entre 2022 e 2023, os golpes cometidos pela internet aumentaram mais de 13%, enquanto crimes como roubos a bancos e instituições financeiras tiveram queda expressiva, próxima de 30%. Ao mesmo tempo, o país registrou, apenas em 2022, mais de 103 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos. Para 2024, estima-se que as perdas decorrentes de violações de dados ultrapassem R$ 2 trilhões, refletindo o nível de organização e sofisticação desses delitos.

Nesse contexto, iniciativas legislativas vêm sendo estruturadas para modernizar a resposta penal. Entre as propostas em análise, destacam-se alterações no Código Penal para incluir a extorsão digital, com aumento de pena quando houver paralisação de serviços essenciais; a tipificação do sequestro de dados, com agravamento da pena quando houver invasão de dispositivos para captura de informações pessoais; e a majoração de sanções quando o delito for cometido contra autoridades, utilizando recursos de inteligência artificial ou partindo de servidores estrangeiros.

Essas mudanças ampliam a possibilidade de responsabilização criminal das pessoas jurídicas, que poderão ser investigadas e processadas quando, direta ou indiretamente, contribuírem para a prática das infrações. As penalidades previstas incluem desde multas proporcionais ao faturamento até restrições contratuais com o poder público e perda de benefícios fiscais.

O impacto prático é evidente: falhas na preservação de registros digitais ou vulnerabilidades em sistemas corporativos podem enquadrar a empresa em condutas tipificadas como crime, especialmente se houver omissão diante de ataques como o ransomware. Nesses casos, a ausência de reação imediata e eficaz pode levar à imputação de coautoria ou participação.

Diante desse quadro, torna-se indispensável que organizações adotem medidas técnicas e jurídicas integradas, incluindo planos de resposta a incidentes, gestão de riscos e programas de compliance digital. Mais do que proteger a reputação, trata-se de assegurar a continuidade das operações e evitar repercussões penais e econômicas severas.

O alinhamento entre o setor produtivo, especialistas em segurança da informação e assessoria jurídica é hoje um elemento estratégico para que as empresas consigam atender às novas exigências legais e demonstrar, de forma documentada, que atuam de maneira diligente para prevenir, detectar e reagir a ameaças virtuais.

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O PAPEL ESTRATÉGICO DA IA NA TRANSFORMAÇÃO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

O varejo brasileiro atravessa uma fase de transformação profunda. As tecnologias digitais, antes vistas como um diferencial competitivo, tornaram-se indispensáveis para manter a relevância e promover o desenvolvimento dos negócios. Entre essas inovações, a inteligência artificial (IA) desponta como uma aliada estratégica para ampliar a eficiência e a capacidade de inovação, especialmente no universo das micro e pequenas empresas.

Historicamente, o comércio demonstrou habilidade para se reinventar. A migração das ruas para os centros de compras, a consolidação do comércio eletrônico e a integração das operações físicas e digitais (omnichannel) são marcos dessa adaptação constante. Agora, o desafio é incorporar a IA ao cotidiano das empresas, não como promessa distante, mas como ferramenta prática para otimização e tomada de decisões mais assertivas.

Pesquisas recentes indicam que a maior parte dos empreendedores já conhece ou teve contato com soluções de IA, mas poucos a utilizam de forma efetiva em seus processos. O principal obstáculo identificado é a falta de conhecimento técnico para explorar o potencial dessa tecnologia. Esse dado reforça a necessidade de iniciativas voltadas não apenas à oferta de ferramentas, mas também à formação de competências.

Nesse contexto, surgem plataformas voltadas ao comércio e serviços que combinam atendimento especializado e recursos de automação. A proposta vai além da execução de tarefas repetitivas: envolve o aprimoramento da gestão, a análise preditiva do comportamento do consumidor, a identificação de novas oportunidades de mercado e o apoio ao desenvolvimento de produtos e serviços personalizados.

Outro diferencial relevante é a inclusão de módulos educacionais que capacitam o empresário a entender, aplicar e expandir o uso da IA. Cursos, treinamentos e conteúdos atualizados contribuem para que as empresas utilizem a tecnologia de forma estratégica, alinhada às demandas e particularidades do mercado brasileiro.

O debate legislativo sobre o uso ético e responsável da IA também merece atenção. É fundamental que a regulamentação ofereça segurança jurídica e diretrizes claras, sem impor entraves que impeçam a inovação e a adoção de soluções que beneficiem o setor produtivo.

O varejo que incorporar a inteligência artificial de maneira consistente não apenas aumentará sua eficiência, mas também assumirá papel de liderança na modernização do setor, fortalecendo sua competitividade e sua capacidade de enfrentar os desafios que se aproximam.