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COMO A CLONAGEM DE APLICATIVOS DE MENSAGENS AMEAÇA AS EMPRESAS

O ambiente digital tem se consolidado como ferramenta indispensável na comunicação corporativa. No entanto, junto aos benefícios proporcionados pela tecnologia, surgem desafios que exigem atenção constante, especialmente no que diz respeito à segurança da informação. Entre as práticas ilícitas que vêm se destacando, está a clonagem de aplicativos de mensagens, como WhatsApp, utilizada por criminosos para aplicar golpes contra empresas e seus colaboradores.

O modus operandi desses indivíduos consiste, inicialmente, em obter indevidamente o controle de uma conta de aplicativo vinculada a um executivo, gerente ou até mesmo a setores estratégicos da empresa, como financeiro, compras ou recursos humanos. De posse da conta, passam a interagir com outros colaboradores, fornecedores ou parceiros, simulando diálogos rotineiros e legítimos.

O objetivo, quase sempre, é induzir a vítima ao erro. Solicitações de transferências bancárias, envio de dados sensíveis, informações comerciais sigilosas ou até credenciais de acesso são feitas de forma convincente, explorando a urgência, a autoridade e a confiança que naturalmente existem nas relações profissionais.

Esse tipo de fraude tem causado impactos expressivos, tanto financeiros quanto reputacionais. Empresas de diversos portes têm sido surpreendidas, muitas vezes porque ainda não estruturaram protocolos adequados para validar ordens, confirmar solicitações ou estabelecer canais seguros de comunicação.

O enfrentamento desse risco passa, necessariamente, pela conscientização dos colaboradores. É indispensável que todos estejam preparados para adotar procedimentos simples, porém eficazes, como a verificação por meio de chamadas telefônicas diretas, a confirmação com múltiplos responsáveis e a desconfiança diante de pedidos fora do padrão habitual.

Além disso, é responsabilidade das empresas investir em camadas adicionais de segurança, como autenticação em dois fatores, controle rigoroso de acessos e treinamentos periódicos em segurança da informação. Da mesma forma, contar com políticas internas claras sobre fluxos de aprovação financeira e gestão de informações confidenciais torna-se medida de proteção indispensável.

Portanto, a proteção contra a clonagem de aplicativos de mensagens não se limita a questões tecnológicas. Trata-se de um compromisso contínuo com a cultura de segurança, capaz de preservar a integridade dos processos, a confiança nas relações comerciais e, sobretudo, a sustentabilidade da própria atividade empresarial.

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COMO CRIMINOSOS CRIAM IDENTIDADES FALSAS PARA ENGANAR EMPRESAS

O desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial e automação trouxe não apenas avanços significativos, mas também desafios relevantes para empresas de todos os setores. Um dos fenômenos que exige atenção é a utilização de dados sintéticos — informações fictícias, porém extremamente verossímeis, criadas para simular identidades reais.

Esses dados são elaborados a partir de combinações estatísticas, padrões de comportamento e modelos matemáticos capazes de gerar perfis completos. Nome, CPF, endereço, dados bancários e até históricos de consumo são artificialmente construídos para simular pessoas que, na realidade, não existem. Embora a aplicação legítima de dados sintéticos seja comum em ambientes de teste de softwares e desenvolvimento de sistemas, sua utilização indevida tem alimentado práticas ilícitas que impactam diretamente empresas e instituições financeiras.

No ambiente corporativo, esses perfis falsificados vêm sendo empregados para burlar sistemas de validação de identidade, com o objetivo de obter acesso indevido a serviços, abrir contas bancárias, solicitar linhas de crédito ou efetuar compras fraudulentas. A sofisticação dos algoritmos empregados permite que essas informações superem barreiras tradicionais de segurança, passando despercebidas em processos de onboarding digital e análise de risco.

Além do evidente prejuízo econômico, essa prática representa uma ameaça à integridade dos processos empresariais, exigindo a adoção de novos mecanismos de controle, autenticação e validação de identidade. Ferramentas como biometria comportamental, análise preditiva de fraudes e integração com bases oficiais de dados se tornam cada vez mais necessárias para mitigar riscos.

A responsabilidade sobre esse desafio não recai apenas sobre os setores de tecnologia, mas também sobre os departamentos jurídicos e de compliance, que precisam garantir que as práticas de verificação estejam alinhadas às exigências legais, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), e às melhores práticas de governança corporativa.

O enfrentamento desse problema exige uma combinação de tecnologia, conscientização e estratégias jurídicas robustas. Empresas que investem em processos de segurança cibernética, capacitação de equipes e revisão constante dos seus protocolos de validação estão mais preparadas para enfrentar esse tipo de fraude, protegendo não apenas seus ativos, mas também a relação de confiança construída com seus clientes e parceiros comerciais.

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COMO A AUTOMAÇÃO JURÍDICA E O LEGAL OPERATIONS REDEFINEM O PAPEL DO JURÍDICO NAS EMPRESAS

O setor jurídico empresarial vive um processo de transformação. À medida que as demandas se tornam mais complexas e os desafios de conformidade aumentam, as organizações buscam formas de tornar seus departamentos jurídicos mais eficientes, estratégicos e alinhados aos objetivos corporativos. É nesse contexto que surge a aplicação de Legal Operations, uma abordagem que incorpora práticas de gestão, análise de dados e automação, com o objetivo de profissionalizar a administração dos serviços jurídicos.

Legal Operations não se limita à adoção de tecnologias. Trata-se da implementação de processos, métricas e modelos de gestão que permitem aos departamentos jurídicos operar com mais controle, previsibilidade e eficiência. A proposta é transferir atividades operacionais repetitivas e administrativas para fluxos automatizados, liberando os profissionais jurídicos para focar em atividades de maior valor, como análise de riscos, estratégias negociais e tomada de decisões.

A automação de processos jurídicos, dentro dessa lógica, representa uma ferramenta indispensável. Ela permite, por exemplo, o controle automatizado de prazos, a geração de contratos padronizados, o acompanhamento de litígios, a gestão de documentos e a análise preditiva de riscos. Além disso, integra o departamento jurídico aos demais setores da empresa, promovendo uma visão colaborativa e orientada por dados.

Ao adotar Legal Operations, empresas conseguem não apenas reduzir custos operacionais, mas também aprimorar a governança, mitigar riscos e assegurar que o jurídico atue de forma proativa no suporte às estratégias empresariais. Trata-se de uma mudança na cultura jurídica, que deixa de ser meramente reativa para assumir um papel decisivo na criação de valor para os negócios.

Esse movimento exige dos profissionais do direito não só conhecimento técnico, mas também habilidades em gestão, tecnologia e análise de dados. A advocacia corporativa, portanto, se reposiciona como parceira essencial na condução dos negócios, alinhando eficiência operacional, segurança jurídica e desenvolvimento estratégico.

Legal Operations não é uma tendência passageira. É uma evolução natural do direito empresarial, que responde à necessidade de alinhar o jurídico à dinâmica dos negócios e às exigências do mercado contemporâneo.