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COMO CRIMINOSOS CRIAM IDENTIDADES FALSAS PARA ENGANAR EMPRESAS

O desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial e automação trouxe não apenas avanços significativos, mas também desafios relevantes para empresas de todos os setores. Um dos fenômenos que exige atenção é a utilização de dados sintéticos — informações fictícias, porém extremamente verossímeis, criadas para simular identidades reais.

Esses dados são elaborados a partir de combinações estatísticas, padrões de comportamento e modelos matemáticos capazes de gerar perfis completos. Nome, CPF, endereço, dados bancários e até históricos de consumo são artificialmente construídos para simular pessoas que, na realidade, não existem. Embora a aplicação legítima de dados sintéticos seja comum em ambientes de teste de softwares e desenvolvimento de sistemas, sua utilização indevida tem alimentado práticas ilícitas que impactam diretamente empresas e instituições financeiras.

No ambiente corporativo, esses perfis falsificados vêm sendo empregados para burlar sistemas de validação de identidade, com o objetivo de obter acesso indevido a serviços, abrir contas bancárias, solicitar linhas de crédito ou efetuar compras fraudulentas. A sofisticação dos algoritmos empregados permite que essas informações superem barreiras tradicionais de segurança, passando despercebidas em processos de onboarding digital e análise de risco.

Além do evidente prejuízo econômico, essa prática representa uma ameaça à integridade dos processos empresariais, exigindo a adoção de novos mecanismos de controle, autenticação e validação de identidade. Ferramentas como biometria comportamental, análise preditiva de fraudes e integração com bases oficiais de dados se tornam cada vez mais necessárias para mitigar riscos.

A responsabilidade sobre esse desafio não recai apenas sobre os setores de tecnologia, mas também sobre os departamentos jurídicos e de compliance, que precisam garantir que as práticas de verificação estejam alinhadas às exigências legais, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), e às melhores práticas de governança corporativa.

O enfrentamento desse problema exige uma combinação de tecnologia, conscientização e estratégias jurídicas robustas. Empresas que investem em processos de segurança cibernética, capacitação de equipes e revisão constante dos seus protocolos de validação estão mais preparadas para enfrentar esse tipo de fraude, protegendo não apenas seus ativos, mas também a relação de confiança construída com seus clientes e parceiros comerciais.

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COMO IDENTIFICAR E SE PROTEGER DE RELAÇÕES VIRTUAIS FRAUDULENTAS

Nos últimos meses, o estado de Minas Gerais tem enfrentado um aumento expressivo nos casos de um crime conhecido como “golpe do amor”. Este esquema envolve a criação de perfis falsos e identidades fictícias para enganar pessoas, com o objetivo final de extorquir dinheiro de suas vítimas através de um relacionamento virtual. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Gaeciber), está acompanhando de perto essa situação alarmante.

Conforme apontam as autoridades, as vítimas mais comuns desse tipo de fraude são mulheres entre 30 e 40 anos, solteiras ou divorciadas. Apesar do aumento significativo de registros, acredita-se que o número real de ocorrências seja muito maior, devido à subnotificação. Muitas pessoas não relatam o crime por vergonha ou medo de represálias, o que dificulta ainda mais o combate efetivo a essa prática.

Como Evitar o Golpe do Amor?

Para prevenir-se contra esse tipo de crime, o MPMG recomenda uma série de precauções, que podem ser fundamentais para evitar cair em armadilhas virtuais:

1. Confirme a Identidade: Antes de se envolver emocionalmente, é importante verificar a autenticidade da pessoa com quem está interagindo. Busque confirmações em fontes externas, como amigos ou familiares, para garantir que as informações são verdadeiras.

2. Proteja Suas Informações Pessoais: Evite compartilhar dados sensíveis ou pessoais nas redes sociais. Informações como endereço, número de telefone e dados bancários devem ser mantidas em sigilo, pois podem ser usadas para manipulação ou chantagem.

3. Cuidado com Histórias Emocionantes: Uma das estratégias mais comuns desses golpistas é envolver suas vítimas com histórias emocionantes e apelos dramáticos. Desconfie de situações que exigem decisões rápidas ou que despertam muita compaixão.

4. Não Envie Conteúdos Íntimos: Imagens e vídeos de natureza íntima são comumente utilizados como ferramentas de chantagem pelos criminosos. O mais seguro é nunca compartilhar esse tipo de material online, mesmo com alguém em quem confia.

O que Fazer se Você Foi Vítima?

Caso você ou alguém que conheça tenha sido vítima do golpe do amor, as seguintes medidas são essenciais para auxiliar nas investigações e tentar reverter o dano:

  • Contate as Autoridades: É imprescindível registrar a ocorrência na delegacia e usar as ferramentas de denúncia das plataformas sociais onde ocorreu o golpe. O Ministério Público e a Polícia estão preparados para lidar com esses casos.
  • Preserve as Evidências: Não apague as conversas, e-mails ou qualquer outra forma de comunicação com o golpista. Esses dados podem ser fundamentais para identificar os responsáveis.
  • Forneça Detalhes: Colabore com as investigações, entregando o máximo de informações possíveis sobre o perfil falso e os métodos utilizados pelo criminoso.

O Perigo do Golpe do Amor

O “golpe do amor” não se limita apenas a danos financeiros. Ele também causa um profundo impacto emocional nas vítimas, que muitas vezes ficam devastadas ao descobrir que foram enganadas por alguém em quem confiaram. Além disso, a vergonha de admitir o ocorrido pode impedir muitas pessoas de buscar ajuda, perpetuando o ciclo de impunidade.

A conscientização e a educação digital são as principais ferramentas para evitar que mais pessoas sejam prejudicadas. Manter-se atento, desconfiar de perfis com comportamentos suspeitos e seguir as recomendações das autoridades são medidas essenciais para garantir sua segurança nas interações virtuais.

Lembre-se: se algo parecer fora do comum, confie na sua intuição e tome as medidas necessárias para se proteger. A segurança no ambiente digital é uma responsabilidade que todos devemos compartilhar.