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EMPRESAS DEVEM AVANÇAR NA CONFORMIDADE COM A LGPD PARA REDUZIR RISCOS E FORTALECER A CONFIANÇA

Desde que a Lei Geral de Proteção de Dados entrou em vigor, em setembro de 2020, organizações brasileiras passaram a ter uma obrigação permanente: tratar dados pessoais com responsabilidade e transparência. A norma, prevista na Lei nº 13.709/2018, estabeleceu parâmetros claros para o uso de informações de clientes, parceiros e colaboradores, trazendo também penalidades expressivas em caso de descumprimento, que podem incluir multas milionárias aplicadas pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

Relatórios recentes apontam que uma parcela significativa das empresas no Brasil já enfrentou incidentes envolvendo dados pessoais. Esse quadro reforça a necessidade de medidas preventivas sólidas, capazes de reduzir vulnerabilidades, proteger informações estratégicas e garantir continuidade dos negócios.

A adequação à lei não deve ser tratada como um ato pontual, mas como um processo contínuo de governança. O ponto de partida está no mapeamento do ciclo de vida dos dados, identificando onde são coletados, armazenados, compartilhados e eliminados. Esse levantamento permite reconhecer riscos, corrigir falhas e criar fluxos internos mais eficientes.

Outro aspecto relevante é a gestão do consentimento, em especial nos casos em que a lei exige autorização expressa do titular. Esse consentimento precisa ser registrado de forma inequívoca e deve poder ser revogado a qualquer momento. Garantir clareza nesse processo não apenas cumpre uma exigência legal, mas também aumenta a confiança dos usuários.

As práticas de segurança da informação completam esse conjunto de medidas. Controles como autenticação multifator, uso de criptografia, backups periódicos e segregação de acessos são hoje considerados elementos básicos de proteção. A capacitação contínua das equipes também se mostra indispensável, já que falhas humanas permanecem entre as maiores causas de incidentes.

Para empresas de menor porte, que não contam com estrutura interna especializada, a contratação de serviços externos para exercer a função de Encarregado de Dados (DPO) tem sido uma solução eficiente. Essa alternativa reduz custos e amplia a segurança jurídica, além de garantir alinhamento às exigências regulatórias.

Ignorar a conformidade significa expor-se a riscos financeiros, litígios judiciais e danos à reputação. Em contrapartida, empresas que investem em boas práticas fortalecem sua posição no mercado, conquistam vantagem em processos de licitação e consolidam relações comerciais baseadas na confiança. Além disso, a revisão de processos impulsionada pela LGPD pode resultar em ganhos de eficiência e estimular a inovação tecnológica.

A conformidade não deve ser vista apenas como obrigação legal, mas como oportunidade estratégica para sustentar competitividade, melhorar a governança e valorizar o relacionamento com clientes e parceiros.

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GOLPES VIRTUAIS COM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: O QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA SE PROTEGER

Inteligência Artificial e Cibercrimes: um desafio da vida digital

A incorporação da inteligência artificial nas fraudes digitais representa um ponto de inflexão na forma como o crime virtual se manifesta. Se antes os golpes eram marcados por sinais evidentes de amadorismo, hoje eles assumem contornos sofisticados, explorando recursos tecnológicos capazes de imitar com perfeição vozes, imagens e até interações em tempo real. Essa transformação exige um olhar mais crítico sobre a rotina digital e maior preparo para reconhecer armadilhas.

Como os criminosos exploram a tecnologia

As técnicas utilizadas evoluíram de simples mensagens mal escritas para montagens que simulam com impressionante realismo pessoas conhecidas, figuras públicas ou empresas confiáveis. A inteligência artificial amplia a capacidade de manipulação, oferecendo aos fraudadores ferramentas que geram conteúdos convincentes, capazes de induzir decisões precipitadas.

Alguns sinais ainda permitem detectar a fraude. Pedidos de ajuda ou transferências com urgência exagerada, tom de voz artificialmente carregado de emoção, imagens com movimentos faciais desalinhados e mensagens que fogem do padrão de comportamento da pessoa retratada são indícios que devem despertar desconfiança.

Principais modalidades de golpes potencializados por IA

  • Clonagem de voz em pedidos de ajuda: criminosos utilizam áudios disponíveis na internet para recriar falas de familiares ou amigos, simulando emergências para induzir transferências financeiras.
  • Vídeos falsos com celebridades ou executivos: conteúdos em que personagens conhecidos oferecem investimentos ou produtos. A produção é tão convincente que pode ser confundida com comunicação oficial.
  • Links fraudulentos (phishing): mensagens que imitam alertas de segurança ou promoções, direcionando para páginas que reproduzem fielmente sites oficiais. Nelas, dados pessoais e financeiros são coletados para uso indevido.

Estratégias de proteção

A defesa contra esses golpes começa na desconfiança saudável. Confirmar pedidos por outro canal de comunicação é prática indispensável. Também é recomendável reduzir a exposição desnecessária de voz e imagem em ambientes digitais, já que esse material pode ser reutilizado em simulações. Outras medidas incluem a ativação da verificação em duas etapas nos aplicativos, o cuidado ao clicar em links recebidos por mensagens e a atenção redobrada à circulação de informações pessoais em redes sociais.

A vida digital contemporânea requer vigilância constante. A inteligência artificial trouxe avanços significativos para a sociedade, mas também ampliou o alcance das fraudes virtuais. Conhecer as técnicas utilizadas, reconhecer sinais de manipulação e adotar boas práticas de segurança são passos indispensáveis para reduzir riscos.