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GOLPE DE FALSAS DOAÇÕES NAS REDES SOCIAIS DESVIA VALORES DESTINADOS A CAUSAS LEGÍTIMAS

Um novo tipo de fraude digital tem chamado a atenção de quem atua na proteção de dados e segurança da informação. Por meio das redes sociais, golpistas estão divulgando sites falsos de doações que simulam campanhas reais com riqueza de detalhes. O objetivo não é obter dados bancários ou senhas, mas sim captar diretamente valores de pessoas que desejam contribuir com causas humanitárias.

A tática começa com a criação de perfis falsos ou o uso de contas comprometidas em plataformas como Facebook, Instagram e Threads. Os criminosos inicialmente compartilham conteúdos legítimos para parecerem confiáveis, aproximando-se de comunidades locais e ganhando engajamento. Após estabelecer essa presença, passam a divulgar links que levam a páginas falsas de arrecadação.

Esses sites reproduzem fielmente campanhas existentes, com imagens, descrições, vídeos e comentários fictícios de doadores. Também inserem efeitos visuais que simulam novas contribuições em tempo real, criando um ambiente que transmite autenticidade. Quando a vítima decide doar, ela é encaminhada para uma página de pagamento com código QR ou chave PIX. Em seguida, uma mensagem de agradecimento aparece, confirmando falsamente que a doação foi direcionada à causa correta.

Na prática, os valores são desviados para contas controladas pelos próprios fraudadores. A pessoa que fez a doação, acreditando ter ajudado, raramente percebe o golpe. Ao mesmo tempo, a campanha original, geralmente voltada a quem realmente precisa de apoio, não recebe qualquer valor.

Esse tipo de fraude é difícil de detectar porque não depende de invasões técnicas nem de roubo de credenciais. Ela se sustenta na empatia, na confiança do usuário e na aparência legítima dos conteúdos. A combinação entre engenharia social e clonagem de campanhas conhecidas tem ampliado o alcance dessas ações.

Diversas tentativas foram identificadas e bloqueadas recentemente no Brasil. O monitoramento contínuo dessas fraudes é essencial, mas tão importante quanto isso é a conscientização. Antes de contribuir com uma campanha, é recomendável verificar a autenticidade do link, o nome do beneficiário e a plataforma de arrecadação. A prudência não anula a solidariedade, apenas assegura que ela alcance seu destino.

O ambiente digital traz possibilidades extraordinárias de mobilização, mas exige atenção redobrada. A melhor resposta ainda é a informação qualificada, compartilhada com clareza, e a adoção de práticas de verificação por todos que participam de campanhas de doação online.

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SUA EMPRESA ESTÁ CUIDANDO BEM DOS DADOS OU APENAS ARMAZENANDO INFORMAÇÕES?

A Governança de Dados passou a ocupar um espaço de destaque nas organizações que buscam solidez, agilidade e relevância em seus mercados. Não se trata mais de um diferencial opcional, mas de uma prática indispensável para a gestão responsável da informação e para a construção de processos decisórios mais eficazes.

O mercado global relacionado à conformidade regulatória, onde se insere a Governança de Dados, demonstra essa importância de forma concreta. De acordo com o Regulatory Compliance Global Market Report 2025, estima-se que esse setor atinja 23,18 bilhões de dólares até 2025 e chegue a 32,93 bilhões em 2029, mantendo uma taxa de crescimento anual de 9,2%. Esses números evidenciam não apenas a valorização da conformidade, mas o reconhecimento da informação como ativo estratégico.

Com o avanço da transformação digital e o aumento do volume de dados gerados, empresas de diferentes setores passaram a enxergar os dados como matéria-prima essencial para inovação e desempenho. Quando bem estruturados, acessíveis e confiáveis, os dados fornecem subsídios para iniciativas de inteligência analítica, automação de decisões e desenvolvimento de soluções baseadas em aprendizado de máquina e inteligência artificial.

Nesse novo contexto, a Governança de Dados deixou de ser restrita ao cumprimento de normas e passou a ser compreendida como uma inteligência organizacional capaz de gerar valor. Empresas que adotam esse entendimento têm conseguido desenvolver produtos sob medida, otimizar operações, prever cenários com maior precisão e até monetizar suas informações, sempre com responsabilidade e transparência.

Essa evolução também levou à aproximação entre a governança e áreas como engenharia de dados, arquitetura da informação, analytics e tecnologia da informação. O resultado é uma atuação coordenada que conecta a dimensão técnica ao planejamento estratégico, fortalecendo a cultura de dados e ampliando a capacidade de resposta da organização frente aos desafios do mercado.

Ao tratar os dados com qualidade, propósito e ética, as empresas tornam-se mais aptas a tomar decisões consistentes, reduzir riscos e identificar oportunidades com maior agilidade. É por isso que a Governança de Dados passou a ser reconhecida como um pilar essencial para a construção de organizações mais resilientes, inovadoras e preparadas para o futuro.

Resta saber se sua empresa já iniciou essa transição e está pronta para utilizar os dados como vetor de inteligência e desenvolvimento contínuo.

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COMO PROTEGER DADOS E IDENTIDADES EM TEMPOS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

A segurança cibernética baseada em abordagens híbridas já não é apenas uma tendência, mas sim uma exigência concreta da realidade corporativa. Um levantamento recente realizado em mais de uma centena de países, incluindo o Brasil, revelou um movimento significativo das empresas no sentido de adaptar suas estratégias de proteção digital diante do avanço da inteligência artificial — especialmente quando utilizada como vetor de ataques.

De acordo com os dados, mais de um terço das organizações já promoveu ajustes em suas defesas digitais por conta de incidentes relacionados ao uso indevido de IA. Paralelamente, cresce a atenção dedicada à proteção das identidades que acessam dados sensíveis, demonstrando um amadurecimento na compreensão de que segurança da informação e identidade digital não podem mais ser tratadas de forma isolada.

Entre os entrevistados, uma parte expressiva afirmou ter dificuldades em demonstrar aos auditores que seus sistemas de IA estão devidamente protegidos. Esse desafio é particularmente relevante, pois a conformidade técnica e a capacidade de comprovar medidas preventivas são cada vez mais exigidas por órgãos reguladores e parceiros comerciais.

Por outro lado, uma parcela das empresas ainda adota uma postura reativa. Algumas afirmam não ter planos para incorporar soluções com IA em sua infraestrutura de segurança, mesmo diante de ameaças cada vez mais sofisticadas. Essa resistência pode estar ligada à falta de preparo técnico ou à ausência de investimentos estratégicos no tema — o que, inevitavelmente, amplia os riscos operacionais e expõe a organização a impactos reputacionais.

O estudo também aponta uma defasagem preocupante entre a velocidade com que os criminosos adotam IA para potencializar seus ataques e a lentidão de muitas empresas em atualizar suas defesas. O phishing, por exemplo, continua sendo um dos principais métodos de ataque. Em ambientes em nuvem, quase 80% dos profissionais de tecnologia o consideram a ameaça mais perigosa. Em infraestruturas locais, essa percepção permanece alta.

Nesse contexto, os investimentos em soluções integradas de gestão de identidades ganham relevância. Os dados mostram que muitos responsáveis pela segurança da informação priorizariam, se tivessem liberdade orçamentária, o fortalecimento do gerenciamento de acessos privilegiados (PAM) e das políticas de governança de identidade (IGA). Ao lado de tecnologias como o IAM, quando impulsionadas por IA, essas ferramentas tornam a estrutura digital da empresa mais resistente a violações.

Outro fator que merece atenção é o impacto financeiro das falhas de segurança. Quase metade das empresas entrevistadas já precisou realizar investimentos emergenciais para reparar danos causados por ataques. Além disso, algumas relataram prejuízos competitivos, perdas contratuais, pagamento de sanções administrativas e até abandono por parte de clientes.

Diante disso, cresce o interesse por seguros cibernéticos. No entanto, para que esses contratos sejam viáveis e com franquias mais acessíveis, é necessário comprovar que a organização adota práticas sólidas de cibersegurança. Medidas como autenticação multifator, gestão de patches e controle inteligente de acesso já estão presentes em boa parte das empresas que buscam esse tipo de cobertura.

Proteger os dados exige mais do que tecnologia. É preciso entender quem acessa essas informações, em que contexto e com quais permissões. A interconexão entre identidade e segurança digital deve ser uma diretriz permanente na estrutura de defesa das empresas — especialmente em ambientes distribuídos, com uso intensivo de cloud e trabalho remoto.

Adotar essa visão integrada significa transformar a segurança cibernética em um ativo estratégico, que protege não apenas a infraestrutura, mas também a reputação e a sustentabilidade dos negócios em longo prazo.