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VULNERABILIDADE EM SISTEMA DA MICROSOFT PERMITE ROUBO DE INFORMAÇÕES SEM LOGIN

Uma falha recentemente identificada na plataforma Microsoft SharePoint, catalogada como CVE-2025-53771, tem sido explorada ativamente por grupos mal-intencionados. A vulnerabilidade afeta versões locais do SharePoint, amplamente utilizadas por organizações para armazenar e organizar documentos corporativos. O problema foi divulgado por especialistas em segurança e levou órgãos de proteção cibernética a emitirem comunicados para empresas e instituições públicas.

O tipo de falha encontrada é conhecido como “zero day” — descoberta e explorada antes que o fornecedor possa lançar uma correção. Segundo análise técnica, essa brecha permite o roubo de chaves digitais privadas dos servidores sem necessidade de autenticação. Com acesso a essas chaves, invasores podem implantar códigos maliciosos e acessar dados internos, comprometendo a integridade e confidencialidade das informações armazenadas.

Foram identificados ataques contra universidades, órgãos públicos e empresas do setor de energia, especialmente nos Estados Unidos. Embora a extensão total ainda não esteja clara, há indícios de que um número significativo de pequenas e médias empresas também tenha sido atingido. Por ora, a Microsoft liberou atualizações corretivas para as versões Subscription Edition e 2019 do SharePoint, enquanto segue trabalhando em um patch para a edição de 2016.

Há uma preocupação adicional: o SharePoint não opera de forma isolada. Ele está integrado a outras soluções corporativas da Microsoft, como Outlook, Teams e OneDrive. Isso aumenta a superfície de exposição e, consequentemente, o risco de que dados armazenados em diferentes plataformas também sejam acessados.

Diante disso, a orientação para administradores é clara: além de aplicar imediatamente as correções de segurança disponibilizadas, é recomendável substituir as chaves digitais de servidores possivelmente afetados e, se viável, desconectar temporariamente os sistemas da rede pública. Medidas preventivas como essas podem evitar danos mais amplos e conter o avanço de novas intrusões.

Permissões em excesso: o custo silencioso dos assistentes com inteligência artificial

A rápida adoção de soluções com inteligência artificial nos ambientes digitais tem transformado a forma como usuários interagem com seus dispositivos e sistemas. No entanto, essa modernização esconde um aspecto frequentemente negligenciado: a coleta ampla de dados pessoais sob justificativas técnicas.

Muitos aplicativos, especialmente aqueles com assistentes baseados em IA, solicitam permissões extensas — acesso a e-mails, contatos, arquivos locais e histórico de navegação. Embora a alegação seja de que tais acessos são necessários para o funcionamento pleno das ferramentas, especialistas em segurança digital alertam que essa prática precisa ser questionada, sobretudo quando envolve dados sensíveis.

Nem sempre os usuários estão cientes da dimensão das permissões concedidas. Essa falta de percepção pode levar à exposição indevida de informações privadas e ao uso de dados para finalidades pouco transparentes. É importante que empresas e indivíduos revejam as autorizações concedidas e adotem políticas mais restritivas sempre que possível.

A reflexão necessária não está apenas na inovação tecnológica, mas também nos limites éticos do uso da informação. À medida que as ferramentas evoluem, cresce a responsabilidade em assegurar que a privacidade não seja comprometida em nome da praticidade. A proteção de dados deve ser tratada como um princípio, não como um obstáculo ao avanço digital.

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COMO A COMPUTAÇÃO EM NUVEM ESTÁ TRANSFORMANDO A GESTÃO DAS EMPRESAS

A transformação digital tem levado organizações de diversos setores a revisarem profundamente sua estrutura de tecnologia. Nesse processo, a computação em nuvem tem assumido papel central, não apenas como solução tecnológica, mas como instrumento estratégico para aprimorar a eficiência operacional, reduzir custos e ampliar a capacidade de adaptação das empresas.

Projeções de mercado indicam uma expansão significativa dos investimentos em infraestrutura baseada em nuvem. Estima-se que os valores destinados a esse segmento dobrarão nos próximos anos, evidenciando sua importância como vetor de inovação e sustentabilidade operacional. A ampliação dos gastos com serviços em nuvem é reflexo direto da busca por modelos mais eficientes de gestão de recursos tecnológicos.

Uma das principais vantagens dessa abordagem é o modelo de pagamento baseado no uso real dos serviços. Ao substituir despesas fixas por custos variáveis, as empresas conseguem maior controle sobre o orçamento de tecnologia, adequando seus investimentos à demanda efetiva. Essa flexibilidade é especialmente valiosa em períodos de instabilidade econômica, quando a previsibilidade financeira torna-se uma prioridade.

Além do ganho orçamentário, a nuvem oferece benefícios técnicos expressivos. A disponibilidade contínua de serviços, as atualizações automáticas, os mecanismos aprimorados de segurança e a mitigação de falhas operacionais fortalecem a capacidade das organizações de manter a continuidade dos negócios com maior confiabilidade e agilidade.

Contudo, para que esses benefícios se traduzam em vantagem competitiva, é indispensável uma gestão consciente e estruturada. Isso envolve desde a escolha adequada entre ambientes híbridos ou multicloud até a implementação de mecanismos de controle sobre o consumo de recursos. Práticas como a automação de desligamentos fora do horário comercial e a revisão periódica da arquitetura de sistemas contribuem significativamente para a otimização do uso da nuvem.

A negociação de contratos com os fornecedores também merece atenção. Modelos baseados em uso prolongado, como instâncias reservadas, tendem a oferecer melhores condições financeiras, sobretudo quando alinhados às necessidades de médio e longo prazo da empresa. Investir na capacitação das equipes é igualmente relevante. Profissionais bem preparados operam os recursos com mais precisão, reduzem falhas e ampliam os resultados obtidos com as ferramentas disponíveis.

A adoção da nuvem já é, para muitas empresas, parte integrante de sua estrutura tecnológica. A diferença está na forma como esse recurso é explorado. O valor real da nuvem não se limita ao armazenamento ou à migração de sistemas. Ele reside na capacidade de utilizar seus recursos de maneira planejada, com foco na eficiência, na inovação e na sustentabilidade do negócio. Organizações que reconhecem esse potencial e atuam com planejamento estarão melhor posicionadas para responder às exigências de um mercado cada vez mais digital e competitivo.

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ESTRATÉGIAS PARA EVITAR RISCOS TRABALHISTAS NA ERA DIGITAL

A digitalização acelerada e a mobilidade no mercado de trabalho têm proporcionado benefícios significativos, como a melhoria na comunicação entre empresas e colaboradores, o aumento da produtividade e a redução de custos. Esse cenário favorece especialmente os modelos de trabalho híbrido e as operações com equipes em campo, que se beneficiam de um ecossistema de trabalho descentralizado. No entanto, essa transformação também traz desafios, especialmente no que diz respeito à delimitação dos horários de trabalho e à separação entre vida pessoal e profissional.

Com a popularização do uso de dispositivos móveis, como celulares corporativos e a adoção do modelo BYOD (Bring Your Own Device), as empresas enfrentam uma nova dimensão de riscos relacionados à governança. A falta de controle adequado sobre o uso desses dispositivos pode resultar em problemas trabalhistas significativos, que vão além de possíveis autuações, gerando prejuízos financeiros e danos à imagem da empresa.

Recentemente, o Tribunal Superior do Trabalho reforçou a necessidade de atenção a esses aspectos. Em uma decisão marcante, foi estabelecido que a utilização de celulares para atividades profissionais fora do expediente caracteriza o regime de sobreaviso, o que demanda o pagamento de horas extras. Um caso específico julgou uma instituição financeira do Espírito Santo que foi condenada a pagar adicional a um coordenador de segurança, que era acionado por celular fora de seu horário regular de trabalho para atender a situações emergenciais.

Este contexto é comum em diversas organizações. Segundo uma pesquisa, no Brasil, 90% dos profissionais utilizam seus smartphones para atender demandas de trabalho fora do expediente. Paralelamente, 96% dos trabalhadores também fazem uso dos celulares para tratar de assuntos pessoais durante o horário de trabalho, o que evidencia um equilíbrio delicado entre as necessidades corporativas e a vida pessoal dos colaboradores.

Essa situação apresenta desafios para as empresas em duas frentes. De um lado, é crucial implementar uma gestão de riscos trabalhistas que previna custos elevados e preserve a imagem institucional, garantindo a retenção de talentos em um mercado cada vez mais competitivo. De outro, é necessário aproveitar o potencial dos dispositivos móveis como ferramentas de produtividade, mantendo o equilíbrio com o bem-estar dos colaboradores e respeitando os limites de suas jornadas de trabalho.

A utilização de tecnologias de gerenciamento de dispositivos móveis (MDM, Mobile Device Management) tem ganhado espaço como uma solução para esse equilíbrio. Com o MDM, é possível definir horários e condições de uso para dispositivos, além de gerenciar remotamente aplicativos e funcionalidades, garantindo que os smartphones permaneçam aliados da produtividade durante o expediente e respeitem a vida pessoal dos colaboradores fora dele.

Integrações entre ferramentas como MDM e sistemas de controle de ponto são uma evolução importante na gestão de horários, automatizando o acesso aos recursos de trabalho conforme o início e o término das jornadas. Esse tipo de tecnologia não apenas reforça as políticas de compliance digital das empresas, mas também promove uma cultura organizacional que realmente valoriza a separação entre vida pessoal e profissional, além de garantir conformidade com leis de proteção de dados, como a LGPD.

O panorama trabalhista e legislativo tem evoluído para acompanhar a transformação digital e as demandas do mercado atual. As empresas que desejam manter sua competitividade precisam alinhar suas estratégias de governança a esse novo contexto, garantindo que o uso de smartphones e outras tecnologias seja uma força para a eficiência e não um obstáculo para a gestão.