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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL JÁ IMPULSIONA A RECEITA DAS EMPRESAS BRASILEIRAS

O uso da inteligência artificial deixou de ser uma promessa distante e passou a ser um fator decisivo na geração de valor para empresas de diversos setores. Hoje, quatro em cada dez organizações no Brasil já utilizam a tecnologia em suas rotinas, e a grande maioria colhe resultados expressivos, registrando aumento médio de 31% em suas receitas.

O dado revela um ponto importante: a IA já não é mais uma opção experimental. Negócios que resistem em incorporá-la correm o risco de perder espaço para concorrentes mais ágeis e preparados. Finanças, saúde, seguros e indústrias baseadas em análise de dados já colhem ganhos significativos de eficiência e lucratividade.

Um exemplo concreto desse impacto vem de empresas que adotaram sistemas de IA para análise de cotações e oferta de alternativas de produtos. O resultado foi multiplicar as vendas em até dez vezes. A lição que se tira é clara: a aplicação prática da IA vai muito além do setor tecnológico, alcançando qualquer atividade que dependa de tomada de decisão rápida e inteligente.

Além do impacto direto nas receitas, há uma estratégia de investimento robusta por trás dessa transformação. Grandes corporações globais de tecnologia estão destinando cifras bilionárias ao desenvolvimento de soluções de IA e à expansão da infraestrutura em nuvem, que sustenta esses sistemas. Só nos últimos anos, o Brasil já recebeu aportes vultosos nessa área, e novos investimentos seguem em ritmo acelerado.

Outro ponto que ganha relevância é o consumo energético. A operação de datacenters e a utilização intensiva de IA demandam grande capacidade de energia. No entanto, os avanços tecnológicos vêm reduzindo significativamente esse impacto, com processadores cada vez mais eficientes e soluções que priorizam sustentabilidade.

Por fim, não se pode ignorar a necessidade de capacitação. Programas gratuitos de formação em IA e computação em nuvem têm o objetivo de preparar milhões de pessoas até o fim da década. A democratização do acesso ao conhecimento tecnológico será determinante para que empresas brasileiras alcancem maior maturidade digital e aproveitem integralmente os benefícios da transformação que já está em curso.

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TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E AUTOMAÇÃO FISCAL: O DESAFIO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS

A integração da Inteligência Artificial pelas administrações tributárias dos municípios, estados e União tem transformado profundamente a arrecadação de impostos no Brasil, forçando empresas a modernizarem suas operações fiscais e adotarem práticas de compliance tributário. No entanto, essa transformação digital ainda é incompleta, com maior ênfase na automação de tarefas operacionais, deixando de lado etapas mais complexas, como a análise detalhada de conformidade fiscal.

No cenário global, os Estados Unidos e a Europa têm se destacado na modernização de seus processos fiscais. Com o BPC (Business Payments Coalition) nos EUA e a rede Peppol na Europa, essas regiões implementaram sistemas de faturação eletrônica e de intercâmbio de documentos, permitindo transações mais ágeis entre empresas e governos. Enquanto o modelo norte-americano ainda está em desenvolvimento, o europeu já opera desde 2008, oferecendo um exemplo de inovação para outras nações, inclusive o Brasil, que enfrenta desafios para alcançar um nível similar de digitalização.

A sofisticação dos sistemas de fiscalização no Brasil, por meio de cruzamento de grandes volumes de dados e análise preditiva de sonegação, tem impulsionado as empresas a aprimorar suas áreas fiscais. Ferramentas como o SPED Fiscal, que padroniza a escrituração digital, são um exemplo desse movimento, permitindo que os fiscos estaduais e a Receita Federal recebam digitalmente documentos para a cobrança de impostos como o ICMS e o IPI.

Porém, um estudo recente indica que há uma lacuna significativa nas práticas das empresas. Cerca de 70% delas usam sistemas apenas para a apuração de tributos, enquanto 81% carecem de soluções avançadas para análise fiscal em nível gerencial. Essa falta de ferramentas de diagnóstico é um problema, pois impede que as empresas compreendam integralmente sua situação tributária, comprometendo a gestão estratégica dos negócios.

A automação de processos fiscais, ainda que essencial, não tem sido suficiente para reduzir o tempo dedicado ao cumprimento de obrigações tributárias. De acordo com o estudo Doing Business, empresas brasileiras gastam entre 1.483 e 1.501 horas anuais para preparar, declarar e pagar tributos, devido à complexidade da legislação vigente. A expectativa é que a Reforma Tributária, com a introdução dos impostos IBS e CBS, que substituirão várias taxas atuais, traga uma simplificação gradual a partir de 2026.

Neste contexto, o compliance tributário emerge como uma ferramenta crucial. Ao adotar rotinas organizadas que garantem a conformidade com a legislação, as empresas não apenas evitam problemas legais e litígios, mas também conseguem vantagens competitivas. Isso inclui acesso facilitado a crédito e condições diferenciadas em processos de autuação, além de melhorar a percepção de mercado pela transparência em suas práticas.

A digitalização do setor fiscal não é apenas uma tendência passageira, mas uma exigência para as empresas que desejam se manter competitivas. A automação de processos fiscais pode reduzir custos e aumentar a eficiência, mas exige investimento em treinamento e atualização dos profissionais. No Brasil, há um alinhamento crescente entre as áreas fiscal e comercial das empresas, refletindo um entendimento de que a gestão tributária está diretamente ligada à estratégia de negócios.

A evolução para uma contabilidade 4.0 é um exemplo desse movimento. Baseada na utilização intensiva de tecnologias como blockchain, que permite auditorias mais seguras e ágeis, essa nova abordagem oferece um panorama em tempo real das operações fiscais, facilitando a tomada de decisões estratégicas. Segundo especialistas, a análise precisa dos dados fiscais pode transformar a eficiência dos serviços prestados, reforçando que a digitalização é, de fato, um requisito essencial para o sucesso empresarial nos dias de hoje.