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VAZAMENTOS DE DADOS EXPÕEM FRAGILIDADE DAS EMPRESAS BRASILEIRAS FRENTE À LGPD

O Brasil ocupa atualmente a sétima posição entre os países com maior número de vazamentos de dados no mundo. Em 2024, o número de incidentes aumentou 24 vezes em relação ao ano anterior, de acordo com levantamento internacional. Além disso, registros de cookies de usuários brasileiros ultrapassam a marca dos 7 bilhões na dark web, evidenciando uma profunda exposição digital.

Embora a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) represente um avanço normativo importante, sua efetividade esbarra em limitações práticas. Muitas empresas, especialmente de pequeno e médio porte, ainda não compreendem a amplitude das exigências legais, tratando a segurança da informação como uma simples aquisição de software. Esse equívoco compromete a capacidade de resposta às obrigações previstas em lei, que incluem políticas internas, registro de operações, controle de acessos, planos de resposta a incidentes e gestão contínua de riscos.

A ausência de uma cultura digital consolidada, somada à falta de orientação prática sobre como implementar a LGPD, tem contribuído para esse quadro. A norma impõe deveres técnicos e administrativos, mas não oferece um guia operacional direto, o que gera insegurança jurídica e interpretações incompletas sobre como garantir a conformidade.

A violação de dados, mesmo quando causada por terceiros, não isenta a empresa de responsabilidade se ficar demonstrada a omissão quanto aos deveres mínimos de proteção. O artigo 46 da LGPD exige a adoção de medidas eficazes de segurança, e sua comprovação em eventual fiscalização ou ação judicial. Ferramentas como logs de auditoria, mecanismos de autenticação robustos, soluções de gestão da privacidade e canais internos de denúncia contribuem para esse processo, mas só são eficazes se inseridas em um programa estruturado de governança de dados.

Transformar a conformidade com a LGPD em uma prática rotineira, integrada à estratégia da empresa, não é apenas uma questão regulatória. É uma medida que fortalece a reputação, reduz vulnerabilidades e permite ao negócio operar com maior previsibilidade. Em tempos de exposição constante, investir em segurança da informação deixou de ser diferencial para tornar-se condição elementar de continuidade empresarial.

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EMPRESAS FORTALECEM DEFESAS COM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E ESTRATÉGIAS COMBINADAS DE CIBERSEGURANÇA

À medida que os riscos digitais se tornam mais sofisticados, organizações de diversos setores têm priorizado a adoção de arquiteturas robustas de segurança cibernética. Uma recente análise do mercado aponta para a consolidação de estratégias que combinam diferentes tecnologias, como gestão de identidade e acesso (IAM), monitoramento de eventos de segurança (SIEM), detecção e resposta em endpoints (EDR), além de soluções voltadas à continuidade de negócios por meio da recuperação de dados.

O uso da inteligência artificial tem sido determinante nesse processo, trazendo avanços significativos na automação de tarefas e no refinamento das respostas a incidentes. Sistemas de monitoramento, por exemplo, têm integrado IA generativa para melhorar a interpretação de dados e a geração de relatórios, tornando a identificação de ameaças mais ágil e precisa.

O gerenciamento de identidades também evolui com a adoção de mecanismos automatizados que viabilizam o provisionamento inteligente de contas e a adaptação dinâmica de permissões com base em funções ou riscos identificados. Esse movimento tem contribuído para reduzir falhas humanas e aumentar o controle sobre o acesso a informações sensíveis.

Na proteção de terminais, soluções de EDR vêm incorporando análises baseadas em telemetria para qualificar melhor os alertas e mitigar falsos positivos. Essa abordagem permite uma resposta mais eficiente e menos dependente da atuação manual das equipes de segurança.

Já no campo da recuperação de dados, observa-se uma ênfase maior em processos contínuos e automatizados, especialmente diante da frequência com que ataques do tipo ransomware têm comprometido infraestruturas críticas. A capacidade de restaurar dados de forma rápida e segura passou a ser um componente fundamental das estratégias de resiliência digital.

A pesquisa examinou dezenas de fornecedores em diversas categorias, considerando critérios como maturidade das soluções, integração entre plataformas e retorno sobre investimento. Os resultados indicam que, embora diversas empresas tenham se destacado em áreas específicas, nenhuma delas concentra todas as funcionalidades necessárias para uma proteção abrangente, o que reforça a importância de arquiteturas integradas e adaptáveis.

Com a inteligência artificial ganhando protagonismo e novas tecnologias emergindo — como a computação quântica —, os próximos anos exigirão parcerias estratégicas que combinem inovação, confiabilidade e suporte técnico especializado. O desafio não é apenas proteger dados, mas manter a capacidade de operação mesmo diante de ameaças cada vez mais complexas.

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MALWARES EVOLUEM E REFORÇAM A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA DIGITAL CORPORATIVA EM 2025

Os dados mais recentes sobre ameaças cibernéticas globais indicam uma movimentação relevante no comportamento de softwares maliciosos. Uma das novidades é a ascensão do AsyncRAT, trojan de acesso remoto (RAT), que passou a ocupar a terceira posição entre os malwares mais ativos em junho. Sua disseminação ocorre por meio de links de convite da plataforma Discord, os quais são utilizados como vetores para entrega de cargas maliciosas. A principal função do AsyncRAT é permitir o controle remoto de máquinas comprometidas, com possibilidade de exfiltração de dados e execução de comandos variados.

Outro ponto de atenção permanece sendo o FakeUpdates, classificado como o malware com maior incidência global. Com distribuição feita principalmente por meio de downloads invisíveis (drive-by downloads), essa ameaça se caracteriza por entregar cargas adicionais após se infiltrar nos sistemas, ampliando o impacto do ataque. Sua presença é significativa tanto em nível mundial quanto nacional: afeta 4% das organizações globalmente e quase 7% no Brasil, de acordo com os levantamentos do mês.

No contexto nacional, destaca-se também a atuação do Androxgh0st. Trata-se de um malware desenvolvido em Python que busca explorar arquivos de configuração expostos, como os .env, para capturar credenciais utilizadas em aplicações que rodam sobre o framework Laravel. Esse agente malicioso também é associado à formação de botnets voltadas à exploração em nuvem e mineração de criptomoedas. Ele aparece em segundo lugar tanto no Brasil quanto na média global, impactando aproximadamente 6% das organizações.

Em paralelo à movimentação dessas famílias de malware, um grupo de ransomware tem chamado atenção: trata-se de uma organização que opera no modelo de serviço (ransomware-as-a-service), voltada a setores estratégicos como saúde e educação. As ofensivas partem, na maioria das vezes, de campanhas de phishing, com foco em comprometer redes corporativas e criptografar informações sensíveis para posterior extorsão.

Diante da sofisticação dos ataques, os especialistas recomendam que as organizações adotem soluções integradas de segurança, com capacidade de resposta em tempo real e mecanismos atualizados de proteção contra ameaças conhecidas e emergentes. A adoção de práticas preventivas e o monitoramento contínuo da infraestrutura digital são estratégias essenciais para reduzir riscos e manter a integridade dos dados. O levantamento mensal aponta a necessidade de manter vigilância constante sobre a evolução dessas ameaças, sobretudo diante da exploração de plataformas populares e serviços amplamente utilizados no ambiente corporativo.