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A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM: COMO ESTUDANTES PODEM APRENDER COM A IA

A inteligência artificial (IA) já faz parte da realidade educacional, não apenas como ferramenta tecnológica, mas como elemento ativo na forma como estudantes acessam, processam e compreendem o conhecimento. Diante disso, é fundamental que o uso da IA seja acompanhado de um entendimento técnico e ético sobre suas possibilidades e limitações. A formação do estudante deve ir além da simples recepção de respostas prontas: é necessário desenvolver um senso crítico sobre a qualidade das informações recebidas e sobre os processos que as originam.

A alfabetização midiática e o domínio dos mecanismos de funcionamento desses sistemas são elementos centrais para que os estudantes saibam utilizar a IA com discernimento. Isso envolve compreender que as respostas oferecidas por modelos de linguagem não substituem a mediação pedagógica e nem sempre estão baseadas em fontes verificadas. Em outras palavras, a IA pode ser um recurso útil, mas não é infalível — exige curadoria prévia e comparação com conteúdos didáticos validados.

Um ponto essencial é estimular que o estudante desenvolva o hábito de questionar e compreender a lógica por trás das respostas oferecidas. Modelos de linguagem operam com base em padrões e estatísticas, e, por isso, o raciocínio que leva à resposta pode ser tão relevante quanto a resposta em si. Isso pressupõe uma educação voltada à formação de competências para formular boas perguntas, comparar informações, revisar fontes e interpretar o conteúdo gerado.

A construção do conhecimento, nesse contexto, deve ser valorizada em detrimento da simples reprodução de informações. O desenvolvimento da maturidade intelectual implica reconhecer que, embora a IA possa agilizar o acesso ao conteúdo, o verdadeiro aprendizado ocorre quando o estudante é desafiado a refletir sobre o material, analisar suas implicações e aplicá-lo de forma contextualizada.

A formação prática, com apoio de professores qualificados e ambientes equipados para experimentação, pode potencializar esse aprendizado. Espaços como laboratórios de informática permitem que o estudante pratique a utilização de modelos de linguagem sob orientação, testando comandos, avaliando respostas e aprendendo a formular consultas mais eficazes. Porém, mesmo sem acesso a esses espaços, é possível incorporar a IA ao processo de estudo utilizando dispositivos móveis, desde que com orientação adequada.

O uso educacional da IA pode incluir atividades como comparação entre respostas geradas por sistemas inteligentes e conteúdos de materiais didáticos, simulações de questões de vestibulares, correção de redações baseadas em critérios específicos e explicações sobre processos de resolução de problemas. Esses usos não substituem a mediação docente, mas podem complementá-la de forma eficiente, desde que o estudante esteja consciente de como interpretar e aplicar as informações.

A chave para esse uso proveitoso está na instrução: é essencial que o aluno aprenda como dialogar com a IA, estruturando seus comandos de forma clara, objetiva e alinhada com o que deseja compreender. Também é importante que ele aprenda a identificar fontes confiáveis, interpretar resultados e entender os riscos de respostas imprecisas. A IA pode funcionar como guia de estudo, desde que utilizada com autonomia responsável e com supervisão pedagógica.

Mais do que uma fonte de respostas rápidas, a IA deve ser vista como um instrumento que promove o aprofundamento nos estudos. Quando bem orientado, o aluno desenvolve habilidades que extrapolam o conteúdo em si — aprende a raciocinar com lógica, a identificar inconsistências, a traçar caminhos investigativos. Trata-se, portanto, de um recurso que pode enriquecer a jornada educacional, desde que acompanhado de formação crítica, ética e técnica adequada.

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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL IMPULSIONA GESTÃO MODERNA NA PECUÁRIA DE CORTE

A transformação digital no campo ganha novo fôlego com o lançamento de uma ferramenta desenvolvida para aprimorar a gestão de fazendas de pecuária de corte. A tecnologia, baseada em inteligência artificial, foi criada com o objetivo de avaliar o estágio de desenvolvimento das propriedades e sugerir melhorias práticas para tornar a operação mais eficiente, integrada e rentável.

A aplicação da ferramenta é simples e acessível: por meio de um questionário online, o pecuarista fornece informações sobre sua propriedade e, em poucos minutos, recebe um diagnóstico estruturado em formato de gráfico radar. Os resultados contemplam áreas estratégicas da gestão rural, como automação, conectividade, capacitação de equipes, finanças, governança e sustentabilidade.

Mais do que uma análise pontual, a inteligência artificial permanece ativa após o diagnóstico, atuando como uma assistente virtual. Essa funcionalidade contínua permite que o produtor receba orientações práticas sobre como implementar as recomendações apresentadas, além de apoio no acompanhamento das mudanças ao longo do tempo.

O modelo utilizado para a análise tem como base o conceito de maturidade de gestão, inspirado em metodologias consolidadas no setor de tecnologia e adaptado à realidade da pecuária brasileira. Com isso, é possível avaliar com clareza a evolução dos processos dentro da propriedade, desde práticas mais tradicionais até sistemas de produção altamente tecnificados.

A proposta é tornar a informação uma aliada na tomada de decisões. Em vez de depender exclusivamente da experiência empírica, o produtor passa a contar com dados estruturados, análises comparativas e orientações personalizadas para orientar o planejamento da propriedade. Essa abordagem favorece a adoção de práticas mais sustentáveis, melhora o aproveitamento de recursos e fortalece a capacidade de resposta diante de desafios operacionais.

O recurso foi desenvolvido pensando na diversidade do campo brasileiro e pode ser aplicado em propriedades de diferentes portes. Sua acessibilidade e foco prático tornam a solução especialmente útil para produtores que buscam melhorar a gestão sem necessariamente investir em tecnologias complexas ou de difícil implementação.

Com essa iniciativa, reforça-se a importância da tecnologia como um instrumento de apoio à gestão pecuária. A integração de dados, aliada à inteligência artificial, torna possível uma nova forma de conduzir a atividade no campo — mais estratégica, mais consciente e com maior potencial de resultados.

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CINCO SINAIS DE QUE A SUA EMPRESA ESTÁ EXPOSTA A RISCOS DIGITAIS

Vazamentos de credenciais se tornaram ocorrências frequentes nos noticiários de segurança digital. Informações como o comprometimento de milhares de contas em grandes plataformas já não surpreendem os profissionais da área. Esses eventos reiteram a necessidade de que empresas adotem políticas consistentes de segurança da informação, voltadas à prevenção de riscos, resposta a incidentes e alinhamento com as exigências da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Ainda é comum a ideia equivocada de que proteção digital é um tema exclusivo de grandes corporações. No entanto, estatísticas apontam que pequenas empresas, escritórios de advocacia e prestadores de serviços também estão entre os alvos frequentes de ataques cibernéticos. É indispensável investir em práticas acessíveis e eficazes, como autenticação de múltiplos fatores, rotinas automatizadas de backup, capacitação contínua dos colaboradores e revisões periódicas dos processos internos. Mais do que um dever legal, a conformidade com a LGPD representa um novo padrão de relacionamento com clientes e parceiros, baseado na transparência e na responsabilidade.

Para avaliar se a organização está exposta a riscos, é possível seguir cinco passos iniciais:

  1. Controle de acesso aos dados: verifique se apenas pessoas autorizadas, com funções específicas, têm acesso a informações sensíveis. A ausência de critérios claros de permissão é um fator de vulnerabilidade.
  2. Políticas internas sobre o uso de dados: empresas que não possuem diretrizes formais para coleta, armazenamento e tratamento de dados estão mais sujeitas a falhas. Documentos institucionais, treinamentos regulares e fluxos bem definidos são indicadores positivos de maturidade.
  3. Backups atualizados e testados: é importante manter cópias de segurança periódicas e verificar se essas cópias são funcionais. A falta de testes reduz a efetividade da recuperação em caso de incidente.
  4. Treinamento da equipe sobre segurança digital: colaboradores desinformados representam um risco direto à integridade dos dados. Capacitações sobre engenharia social, senhas seguras e boas práticas digitais devem fazer parte da rotina.
  5. Responsável técnico pela governança em privacidade: a ausência de uma pessoa ou equipe encarregada de mapear riscos e responder a incidentes indica desorganização. Ter um encarregado ou comitê dedicado é essencial para assegurar a conformidade.

Ao identificar lacunas, o ideal é iniciar por medidas práticas de rápida implementação. Nomear um responsável interno pelo programa de proteção de dados, ainda que de forma inicial, é um passo estratégico. Em seguida, deve-se elaborar uma política objetiva e acessível sobre o uso de informações na empresa. A revisão de permissões e a ativação de autenticação em dois fatores são ações simples, com impacto significativo na redução de riscos.

Buscar orientação especializada e promover a educação contínua das equipes são elementos que fortalecem a cultura organizacional e favorecem o amadurecimento da governança em dados pessoais. A proteção da informação passou a ser requisito essencial para empresas que desejam manter sua reputação, sua operação e a confiança de seus públicos de interesse. Não se trata de uma formalidade, mas de um compromisso concreto com a integridade e a responsabilidade digital.