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INDÍCIOS COMUNS DE QUE SEUS DADOS FORAM VAZADOS

A proteção das informações pessoais tornou-se uma preocupação constante para cidadãos e empresas. A exposição indevida de dados pode gerar transtornos significativos, desde fraudes financeiras até o uso indevido da identidade. Por essa razão, é importante que qualquer pessoa saiba reconhecer os sinais mais comuns de que seus dados podem ter sido comprometidos.

O primeiro indício costuma ser o recebimento de e-mails suspeitos. Mensagens que solicitam o clique em links ou o envio de informações pessoais, especialmente quando enviadas por remetentes desconhecidos ou com erros de ortografia, merecem atenção. O objetivo desses e-mails pode ser a coleta de senhas ou a instalação de programas maliciosos.

Outro sinal frequente é o acesso não autorizado a contas. Alterações em senhas, notificações de login a partir de dispositivos ou localizações incomuns e movimentações que o usuário não reconhece são sinais claros de que houve violação. Muitas plataformas digitais, inclusive redes sociais e serviços de armazenamento em nuvem, informam ao usuário sempre que há uma tentativa de acesso fora do padrão. Ignorar esse alerta pode significar permitir que terceiros se aproveitem de dados pessoais.

Notificações de bancos e instituições financeiras também devem ser observadas com atenção. Transações bancárias desconhecidas, cobranças indevidas ou até o bloqueio repentino de cartões podem ser consequências diretas do uso indevido de informações bancárias por terceiros.

Vale destacar que empresas sérias costumam comunicar seus usuários quando identificam falhas em seus sistemas ou suspeitam de acessos indevidos. É recomendável manter os dados de contato atualizados junto aos serviços utilizados, pois muitas dessas comunicações são feitas por e-mail ou por aplicativos.

Por fim, a atenção a pequenos detalhes pode evitar grandes problemas. Ao identificar qualquer um desses sinais, recomenda-se a troca imediata de senhas, o contato com os serviços afetados e, em casos mais graves, o registro de boletim de ocorrência e a comunicação com os órgãos de proteção ao consumidor ou com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

Prevenir e agir com rapidez são atitudes que fazem diferença. A vigilância permanente é, hoje, uma parte do cuidado com a vida digital.

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TRÊS FALHAS COMUNS NA PROTEÇÃO DE DADOS QUE PODEM GERAR PARA MULTAS

A proteção de dados pessoais deixou de ser uma recomendação técnica para se tornar uma obrigação legal. Ainda assim, muitas empresas continuam negligenciando práticas básicas exigidas pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). O descuido, quase sempre motivado por uma falsa sensação de segurança ou por uma gestão despreparada, pode levar a sanções administrativas, processos judiciais e, principalmente, à perda da confiança dos clientes.

A seguir, destacamos três práticas frequentemente ignoradas pelas organizações — até que uma fiscalização ou incidente revele o erro.

1. Falta de registro das operações de tratamento de dados

Toda empresa que trata dados pessoais precisa manter um registro atualizado de suas atividades. Isso inclui saber quais dados são coletados, para qual finalidade, com quem são compartilhados e por quanto tempo são armazenados. Ainda que não seja exigido um software sofisticado, o mapeamento deve ser documentado e revisado periodicamente.

Um caso emblemático ocorreu em 2023, quando uma rede de clínicas odontológicas foi multada pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) por não comprovar o mapeamento de dados de seus pacientes. A empresa alegou tratar apenas informações básicas, mas não conseguiu demonstrar controle sobre os dados armazenados, nem justificar o tempo de retenção.

2. Ausência de política clara de descarte de dados

Guardar dados “por precaução” é uma prática antiga e equivocada. A LGPD determina que os dados pessoais devem ser eliminados ao fim de seu tratamento, salvo obrigação legal ou regulatória que justifique sua conservação. Ainda assim, muitas empresas não possuem uma política clara de descarte ou anonimização.

Em 2022, uma loja virtual de médio porte foi notificada após uma violação de segurança expor dados de clientes inativos há mais de cinco anos. A investigação revelou que a empresa não realizava qualquer processo de descarte. O resultado foi um processo administrativo, retrabalho técnico e a perda de uma certificação ISO que a empresa havia conquistado meses antes.

3. Treinamento insuficiente (ou inexistente) dos colaboradores

Uma empresa pode investir em sistemas de segurança robustos, mas bastará um e-mail mal encaminhado ou um pendrive conectado indevidamente para comprometer todo o esforço. A falta de treinamento regular dos colaboradores é uma das principais falhas observadas pela ANPD.

Um banco de médio porte, em 2021, sofreu uma notificação após um funcionário compartilhar, por engano, uma planilha com dados bancários de clientes via e-mail externo. Embora o erro tenha sido humano, a ANPD entendeu que a instituição falhou ao não treinar sua equipe para lidar com dados pessoais de forma segura.

A proteção de dados exige responsabilidade contínua. Ignorar práticas básicas pode parecer inofensivo no dia a dia, mas se revela um erro dispendioso quando o problema já está instalado. Implementar boas práticas não é apenas uma medida de conformidade: é uma forma de demonstrar respeito pela privacidade e confiança do seu cliente. E isso, definitivamente, não se improvisa.