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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E PECUÁRIA: O QUE PODEMOS REALMENTE ESPERAR?

Analisar mercados tem se mostrado a principal aplicação da inteligência artificial entre empresas do setor agropecuário, de acordo com levantamento recente realizado com cooperativas, propriedades e agroindústrias. No entanto, a compreensão de mercado ultrapassa a simples avaliação de preços. Envolve também o mapeamento de oportunidades e limitações ligadas à demanda interna e externa, identificação de caminhos para expansão e diversificação, e observação estratégica dos pontos fortes e fracos dos principais concorrentes.

Nesse contexto, resolvi aplicar uma ferramenta de inteligência artificial para avaliar o posicionamento da pecuária brasileira no mercado internacional. Com base em duas perguntas diretas, a análise permitiu observar como a tecnologia interpreta os desafios e os potenciais do setor.

Ao abordar as fortalezas da pecuária nacional, a IA destacou aspectos já reconhecidos por profissionais do campo: capacidade produtiva, clima favorável, disponibilidade de recursos naturais e avanços em tecnologia e pesquisa. São atributos que reforçam a posição do Brasil como protagonista na produção de proteína animal.

Por outro lado, a ferramenta indicou como limitações fatores como a deficiência logística e a disparidade no acesso à tecnologia entre produtores. Até aí, nada que surpreenda. No entanto, chamou a atenção a indicação de problemas ambientais e baixa rastreabilidade como pontos fracos estruturais. É justamente nesse ponto que a análise automatizada merece ser contraposta por quem vive o dia a dia do setor.

Hoje, a preocupação com a sustentabilidade e com práticas de governança já se consolidou entre as empresas do agro. Um levantamento voltado ao ESG no agronegócio confirma que grande parte das organizações prioriza práticas ambientais e de governança. A rastreabilidade, por exemplo, tem recebido investimentos constantes e vem sendo tratada como diferencial competitivo, sobretudo diante das exigências do mercado externo.

O que precisa de atenção urgente é o aspecto social. Ainda são poucos os investimentos voltados à inclusão de comunidades, melhoria das condições de trabalho e valorização da mão de obra rural. Embora menos visível aos olhos do consumidor final, esse fator tem ganhado importância em certificações internacionais e na reputação das marcas envolvidas na cadeia produtiva.

A inteligência artificial tem se mostrado uma ferramenta poderosa, mas ainda carente de vivência real com a produção. Para que seu uso seja mais eficiente, é necessário ir além da leitura de dados e estatísticas públicas. É preciso compreender a cultura do campo, seus ritmos, suas práticas e, principalmente, suas evoluções.

A IA pode apoiar a tomada de decisão e trazer agilidade às análises, mas só será verdadeiramente útil se conseguir traduzir a realidade rural com a mesma precisão com que processa informações. É preciso que ela conheça mais do pasto do que apenas o que está nos relatórios.

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EMPRESAS QUE LEVAM A LGPD A SÉRIO TÊM VANTAGEM COMPETITIVA

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é frequentemente vista como um desafio regulatório. No entanto, empresas que compreendem sua importância estão convertendo a adequação à norma em um diferencial competitivo. Mais do que uma obrigação legal, a proteção de dados representa um compromisso com a transparência e a segurança das informações de clientes e parceiros.

Empresas que adotam boas práticas de proteção de dados conquistam maior confiança no mercado. O respeito à privacidade e a implementação de medidas de segurança reforçam a credibilidade perante consumidores e investidores. Como resultado, essas organizações se tornam mais atrativas para negócios de grande porte, nos quais a conformidade com normas de proteção de dados é um requisito essencial para o fechamento de contratos.

Além da vantagem reputacional, estar adequado à LGPD reduz riscos financeiros e jurídicos. A mitigação de sanções, processos e danos à imagem corporativa contribui para um ambiente empresarial mais seguro e previsível. Enquanto algumas organizações ainda tratam a proteção de dados como um obstáculo burocrático, outras já perceberam que a segurança da informação é um diferencial competitivo estratégico.

Investir em conformidade não se trata apenas de evitar penalidades, mas de construir relações sólidas e sustentáveis. No atual ambiente de negócios, a proteção de dados deixou de ser um detalhe regulatório para se tornar um fator determinante na tomada de decisões comerciais. Empresas que compreendem essa mudança não apenas evitam riscos, mas conquistam novas oportunidades e fortalecem sua posição no mercado.