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USO INDEVIDO DE INFORMAÇÕES PESSOAIS E PRÁTICAS DE PREVENÇÃO NA INTERNET

O uso indevido de dados pessoais e os riscos digitais

O roubo e a exposição de informações pessoais na internet continuam sendo um dos principais vetores para golpes. Dados recentes de pesquisa da Serasa Experian mostram que, em 2024, 16,3% dos entrevistados tiveram documentos extraviados ou roubados, enquanto 19% admitiram já ter fornecido seus dados a terceiros. Esse compartilhamento ocorreu, sobretudo, em compras online, abertura de contas bancárias e pedidos de empréstimo.

As informações mais visadas incluem dados de identificação (nome, CPF, RG e data de nascimento), contatos (telefone, e-mail e endereço), além de credenciais financeiras, como cartões de crédito e contas bancárias. Senhas de e-mails, redes sociais e aplicativos também são alvo recorrente. Com esses elementos, fraudadores conseguem criar perfis falsos, solicitar financiamentos, abrir empresas, aplicar golpes digitais e movimentar valores em nome das vítimas.

Principais práticas fraudulentas

Entre os crimes mais praticados com dados clonados ou obtidos de forma ilícita, destacam-se:

  • Golpe do PIX: mensagens e e-mails falsos pedindo transferências urgentes.
  • Falso parente ou amigo: perfis falsos em aplicativos de mensagens, simulando conhecidos em situação emergencial.
  • Boleto fraudado: alteração de dados de cobrança para desviar pagamentos.
  • Portabilidade de número (SIM Swap): transferência indevida da linha telefônica para outro chip, permitindo acesso a aplicativos bancários e redes sociais.

Como os dados são obtidos

As técnicas mais usadas para acessar informações pessoais variam em sofisticação, mas têm em comum a exploração de descuidos cotidianos:

  • Phishing e Spear-Phishing: mensagens que imitam instituições conhecidas e induzem a vítima a inserir dados em sites falsos.
  • Vazamentos de bases de dados: ataques a empresas que armazenam informações de clientes, muitas vezes revendidas na dark web.
  • Malwares e spywares: softwares instalados em dispositivos que coletam senhas e dados financeiros sem que o usuário perceba.
  • Redes Wi-Fi públicas: pontos de acesso gratuitos onde criminosos podem interceptar o tráfego de dados.
  • Engenharia social: manipulação psicológica para convencer a vítima a entregar espontaneamente suas informações.

Medidas de prevenção

A proteção de dados exige práticas de segurança consistentes no dia a dia. Entre as medidas recomendadas estão:

  • Senhas fortes e exclusivas: utilizar combinações complexas e não repetir senhas em diferentes serviços, recorrendo a gerenciadores de senhas.
  • Autenticação em duas etapas (2FA): ativar sempre que possível para dificultar acessos indevidos.
  • Atenção a links e anexos: evitar clicar em mensagens ou e-mails de origem duvidosa.
  • Atualizações constantes: manter sistemas operacionais e aplicativos sempre corrigidos.
  • Cautela com redes públicas: priorizar dados móveis ou o uso de VPN.
  • Monitoramento contínuo: acompanhar movimentações vinculadas ao CPF e utilizar serviços que alertam sobre possíveis usos indevidos.

Esse conjunto de práticas não elimina totalmente os riscos, mas reduz significativamente as chances de exposição e permite reação rápida diante de uma tentativa de fraude.

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GOLPES VIRTUAIS E BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS: COMO PROTEGER SEUS DADOS NO AMBIENTE DIGITAL

A digitalização dos serviços previdenciários, especialmente com a ampliação do portal Meu INSS, trouxe comodidade e agilidade para milhões de brasileiros. Com a possibilidade de solicitar aposentadorias, pensões e extratos sem sair de casa, o acesso aos direitos sociais ficou mais democrático. No entanto, essa modernização também gerou novos desafios relacionados à segurança da informação, sobretudo diante da atuação de golpistas que exploram a fragilidade de muitos usuários no ambiente virtual.

Entre os métodos mais utilizados por criminosos, estão a criação de páginas falsas que imitam o portal oficial, o envio de mensagens por aplicativos e SMS com links enganosos, além da abordagem direta se passando por servidores públicos ou supostos advogados. A promessa de valores a receber mediante pagamento antecipado é uma das armadilhas mais comuns.

O principal risco está no fornecimento de dados pessoais, como CPF, número do benefício e senhas, que podem ser utilizados para realizar empréstimos não autorizados ou movimentações bancárias indevidas. A sofisticação desses golpes muitas vezes envolve documentos falsificados com aparência oficial, linguagem técnica e uso indevido de marcas públicas.

Para identificar esse tipo de fraude, é importante observar alguns padrões recorrentes. Nenhum procedimento do INSS exige pagamento antecipado para liberação de valores ou revisões. Links recebidos fora dos canais oficiais devem ser tratados com desconfiança, especialmente quando acompanhados de mensagens apelativas ou promessas de liberação imediata de recursos. Além disso, documentos com aparência profissional mas enviados por canais informais merecem atenção redobrada.

A prevenção começa com o uso exclusivo dos canais oficiais, como o site meu.inss.gov.br. Também é recomendável ativar a verificação em duas etapas na conta Gov.br e jamais compartilhar dados sensíveis por telefone ou aplicativos de mensagens. Em caso de dúvidas, o número 135 permanece como canal seguro para informações e orientações.

Caso o usuário perceba que foi vítima de golpe, o primeiro passo é registrar um boletim de ocorrência e comunicar imediatamente o banco, o INSS e, se necessário, buscar auxílio jurídico. Reunir evidências como prints, mensagens e recibos pode ser fundamental para eventuais medidas legais, inclusive ações de reparação por prejuízos financeiros e danos morais.

Relatórios recentes indicam que os registros de fraudes envolvendo benefícios previdenciários aumentaram consideravelmente nos últimos dois anos, com destaque para descontos não autorizados e empréstimos realizados sem consentimento do titular. Essa realidade reforça a necessidade de maior vigilância por parte do cidadão e de políticas públicas que garantam a proteção dos dados no ambiente digital.

A transformação digital no serviço público é um avanço. No entanto, para que seus benefícios se consolidem de forma segura, é essencial que os usuários estejam atentos, informados e conscientes dos riscos envolvidos no uso indevido de seus dados. A informação qualificada continua sendo a principal ferramenta de proteção.

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RELACIONAMENTOS VIRTUAIS E GOLPES FINANCEIROS: COMO IDENTIFICAR RELAÇÕES PERIGOSAS NAS REDES SOCIAIS

As relações afetivas estabelecidas por meio das redes sociais vêm se tornando cada vez mais comuns, impulsionadas pela facilidade de comunicação proporcionada pelas plataformas digitais. Contudo, esse mesmo ambiente tem sido utilizado por indivíduos mal-intencionados para praticar fraudes emocionais que, além de causarem intenso sofrimento psicológico, podem gerar prejuízos financeiros significativos.

Em muitos casos, o que se inicia como uma troca de mensagens aparentemente inofensiva evolui para vínculos de confiança construídos com rapidez e intensidade. Essa dinâmica, muitas vezes impulsionada por interações em transmissões ao vivo ou aplicativos de vídeos curtos, pode abrir espaço para o surgimento de relações desequilibradas, marcadas por manipulações afetivas e comportamentos de controle.

Um dos sinais que merecem atenção é a pressa em estabelecer um vínculo mais íntimo ou definitivo. É comum que o suposto parceiro proponha mudanças drásticas em pouco tempo, como morar junto ou realizar planos conjuntos de forma acelerada, o que compromete o amadurecimento natural do relacionamento. Também é comum observar um afastamento da vítima em relação à sua rede de apoio, seja por influência direta ou indireta da outra parte. Esse isolamento favorece a manipulação e impede que familiares e amigos identifiquem comportamentos suspeitos ou alertem sobre riscos.

Outro ponto de atenção diz respeito a propostas envolvendo dinheiro, especialmente quando apresentadas como grandes oportunidades ou investimentos imperdíveis. A insistência em gerenciar recursos financeiros da vítima, muitas vezes sob o argumento de experiência em áreas como o mercado de criptomoedas, deve ser interpretada com cautela. É fundamental manter o controle sobre o próprio patrimônio e buscar sempre orientação profissional antes de tomar decisões econômicas relevantes.

O relacionamento saudável pressupõe respeito mútuo, tempo para amadurecimento e autonomia. Quando essas premissas são substituídas por pressões emocionais, promessas rápidas ou tentativas de controle financeiro, é necessário agir com prudência e buscar apoio. Estar atento a comportamentos que rompem com a lógica do cuidado genuíno é uma medida de autoproteção que pode evitar danos profundos à integridade emocional e patrimonial.

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SEGURANÇA DIGITAL: A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO NA PREVENÇÃO DE FRAUDES PERSONALIZADAS

A sofisticação dos golpes digitais tem avançado em ritmo acelerado, acompanhando o desenvolvimento das tecnologias de informação e o comportamento dos usuários nas plataformas conectadas. Trata-se de um movimento silencioso e estratégico, no qual os fraudadores deixam de lado abordagens genéricas e passam a explorar, com precisão, características particulares de cada indivíduo.

Essa transformação no modo de atuação não é fruto do acaso. A coleta de dados, muitas vezes feita de forma discreta a partir de redes sociais, cadastros e interações online, permite que os criminosos construam perfis comportamentais extremamente precisos. Com isso, surgem armadilhas personalizadas: mensagens com aparência legítima, convites que parecem familiares e links que inspiram confiança. A engenharia social entra em cena como ferramenta de convencimento, por vezes, de manipulação emocional, com o objetivo de induzir a vítima a um clique, a um compartilhamento ou ao fornecimento de informações sensíveis.

Diante desse contexto, adotar medidas de proteção passa a ser mais do que uma escolha técnica. Torna-se um hábito necessário. Uma postura cautelosa diante de contatos digitais inesperados, por mais bem-intencionados que pareçam, é uma das primeiras defesas. Além disso, a verificação em duas etapas, hoje disponível na maioria dos serviços, representa uma barreira efetiva contra invasões, dificultando o acesso mesmo quando senhas são comprometidas.

Outro ponto fundamental é a criação de senhas seguras e exclusivas para cada plataforma utilizada. Embora possa parecer um detalhe trivial, esse cuidado reduz significativamente o impacto de vazamentos, uma vez que impede o efeito dominó entre diferentes contas.

Atualizações regulares de aplicativos, sistemas operacionais e antivírus também não devem ser negligenciadas. Essas atualizações contêm, muitas vezes, correções específicas para falhas exploradas por cibercriminosos, reforçando a segurança da navegação e das operações digitais.

No entanto, nenhuma barreira técnica substitui o valor da informação. Pessoas bem orientadas estão mais preparadas para reconhecer abordagens suspeitas e adotar respostas rápidas. Iniciativas de formação em educação digital, treinamentos em segurança da informação e a disseminação de conteúdos explicativos têm papel decisivo nesse processo. O conhecimento compartilhado, seja dentro de empresas, escolas ou comunidades, amplia a rede de proteção e fortalece a postura preventiva.

A vigilância constante nas práticas digitais é, portanto, uma prática de responsabilidade individual e coletiva. Os mecanismos de fraude continuam a evoluir, mas a capacidade de adaptação do usuário também pode e deve acompanhar esse ritmo. Manter-se atento, revisar hábitos de segurança e buscar fontes confiáveis de orientação são condutas que contribuem diretamente para um ambiente digital mais seguro e menos vulnerável à ação de criminosos virtuais.