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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL GENERATIVA COMO ATIVO ESTRATÉGICO NO SETOR FINANCEIRO

A Inteligência Artificial Generativa (GenAI) alcançou um novo patamar no setor financeiro brasileiro. A fase de experimentação controlada, antes limitada a testes pontuais e ambientes laboratoriais, começa a dar lugar à aplicação prática em escala. Essa transição reflete um amadurecimento no entendimento da tecnologia como elemento estruturante dos processos de negócios – e não mais como uma simples inovação promissora.

Dados de 2024 revelam que uma parte expressiva das instituições bancárias já implementou, de forma concreta, ao menos uma aplicação da GenAI em sua operação. Trata-se de um movimento que altera não apenas a dinâmica interna dos bancos, mas também seu posicionamento competitivo. Processos operacionais, relacionamento com clientes, análise de dados e tomada de decisão passam a contar com recursos mais sofisticados, abrindo caminho para uma nova forma de operar.

Contudo, o avanço não pode prescindir de direção estratégica. A introdução da GenAI requer planejamento articulado entre áreas diversas – da liderança executiva à tecnologia da informação, passando por compliance, jurídico e instâncias de controle. A responsabilidade por sua governança não pode mais ser restrita aos profissionais técnicos. Cabe à alta administração participar ativamente do processo, com foco em gestão de riscos, transparência e controle.

A supervisão eficiente da tecnologia passa por identificar e acompanhar os temas sensíveis relacionados ao seu uso. Questões como viés algorítmico, confiabilidade, impacto ambiental, direitos autorais e autoria de conteúdo precisam ser avaliadas de forma sistemática. Para isso, recomenda-se o uso de matrizes de risco e estruturas que permitam graduar o nível de controle conforme a complexidade e os impactos de cada aplicação.

Além disso, a adoção da GenAI exige uma abordagem centrada na solução de problemas concretos. O uso indiscriminado, guiado apenas por entusiasmo tecnológico, tende a produzir resultados superficiais. É fundamental que cada iniciativa tenha objetivos bem definidos, critérios de mensuração e capacidade de adaptação a partir dos aprendizados acumulados.

Outro ponto de atenção está na integração com os sistemas legados. O setor financeiro, por suas características históricas, opera com plataformas robustas e, muitas vezes, antigas. A incorporação de tecnologias baseadas em GenAI requer uma arquitetura de transição segura, que mantenha a estabilidade dos sistemas ao mesmo tempo em que permite a modernização contínua.

Neste contexto, ganha força a visão da GenAI como um produto dentro da organização. Isso significa tratá-la com planejamento, projeção de retorno sobre investimento e alinhamento com os objetivos estratégicos do negócio. Os projetos mais eficazes são aqueles que priorizam aplicações com alto potencial transformador e que mantêm a flexibilidade para ajustes ao longo do tempo.

A tendência aponta, ainda, para o avanço de modelos multimodais, capazes de operar com linguagem, imagem, som e vídeo. Essa ampliação das capacidades abre novos caminhos para uso em serviços, análise de dados não estruturados e automação de tarefas complexas. A convergência com a robótica inteligente começa a despontar como uma etapa seguinte nessa trajetória.

No centro desse movimento, os chamados agentes de IA começam a ocupar um papel mais relevante, com a promessa de expandir as possibilidades de uso. No entanto, o discernimento sobre sua aplicação permanece essencial. A GenAI não substitui a análise humana. Seu valor está em potencializar a capacidade de julgamento, sem eliminar o papel do profissional, cuja atuação ética, contextual e crítica segue sendo indispensável.

Para as instituições financeiras, torna-se cada vez mais evidente que a GenAI já compõe o presente da operação bancária. Mais do que uma vantagem tecnológica, sua adoção estruturada pode representar um diferencial competitivo e um caminho sólido para a perenidade dos negócios. Ignorar essa transformação não apenas limita o crescimento, como coloca em risco a própria relevância no mercado.

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O CRESCIMENTO DA IA: PREVISÃO DE GRANDE AUMENTO NOS GASTOS MUNDIAIS ATÉ 2028

Os gastos globais com inteligência artificial (IA) estão em ascensão e devem mais que dobrar até 2028, alcançando impressionantes US$ 632 bilhões, o que equivale a cerca de R$ 3,5 trilhões. Essa expansão acelerada reflete a incorporação da IA em diversas áreas, com destaque para a IA generativa, que está transformando produtos e processos em uma ampla gama de setores.

Com uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) projetada de 29,0% para o período de 2024 a 2028, a adoção da IA está sendo impulsionada por resultados de negócios tangíveis e valor gerado para as organizações. À medida que as ferramentas e tecnologias de IA evoluem, as barreiras à sua adoção em larga escala estão se dissipando, o que deve intensificar ainda mais os investimentos.

Embora a IA generativa tenha ganhado grande destaque nos últimos 18 meses, o investimento nessa área, embora significativo, ainda será superado pelo conjunto total de outras aplicações de IA, como aprendizado de máquina, aprendizado profundo e processamento de linguagem natural. No entanto, a GenAI deve crescer rapidamente, com um CAGR de 59,2% ao longo dos próximos cinco anos, atingindo US$ 202 bilhões, representando 32% dos investimentos totais em IA até 2028.

O software permanecerá como a principal categoria de gastos em tecnologia de IA, responsável por mais da metade do mercado global. Grande parte desse investimento será direcionada a aplicativos habilitados para IA e plataformas de inteligência artificial, com o restante focado no desenvolvimento e implantação de sistemas de IA. Já os gastos com hardware de IA, incluindo servidores e armazenamento, serão a segunda maior categoria, seguidos por serviços de TI e corporativos, que crescerão ligeiramente mais rápido do que o hardware.

No setor financeiro, especialmente no bancário, espera-se que os investimentos em IA liderem o mercado, representando mais de 20% dos gastos globais no período. Outros setores que se destacam incluem software, serviços de informação e varejo, que juntos responderão por cerca de 45% do total investido em IA nos próximos cinco anos.

Setores como Serviços Empresariais e Pessoais e Transporte e Lazer são apontados como os de crescimento mais acelerado nos gastos com IA, com CAGRs superiores a 30%. Entre os casos de uso, o provisionamento de infraestrutura de IA dominará, mas espera-se que outros, como Análise Aumentada de Fraudes e atendimento ao cliente habilitado para IA, cresçam de forma expressiva, superando a taxa média de 30% em muitos casos.

Regionalmente, os Estados Unidos liderarão os investimentos, com gastos projetados em US$ 336 bilhões até 2028, representando mais da metade do total global. A Europa Ocidental e a China seguem como importantes centros de investimento, com a Ásia/Pacífico também desempenhando um papel relevante.

Essas previsões apontam para um futuro onde a IA estará cada vez mais integrada nas operações empresariais, impulsionando a inovação e a eficiência em uma escala sem precedentes.