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NOVO MARCO LEGAL DA IA: ADEQUAÇÕES NECESSÁRIAS PARA SUA EMPRESA

A regulamentação da inteligência artificial no Brasil traz mudanças objetivas para a forma como as empresas devem desenvolver, implantar e utilizar essas tecnologias. O foco agora está na responsabilidade das empresas quanto aos impactos da IA na vida das pessoas e na necessidade de adotar práticas mais seguras, transparentes e controladas.

Uma das principais mudanças é a exigência de que sistemas automatizados possam ser explicados de maneira clara. Isso significa que decisões tomadas por algoritmos – como a rejeição de um crédito, seleção de currículos ou análise de perfis de consumo – devem ser justificáveis. Não basta que o sistema funcione; é preciso saber como e por que ele chegou a determinado resultado.

Além disso, será necessário implementar mecanismos de supervisão humana em atividades sensíveis. Empresas não poderão mais depender exclusivamente de máquinas para tomar decisões com efeitos relevantes na vida de clientes, usuários ou colaboradores. A supervisão humana passa a ser parte obrigatória da estrutura.

Outro ponto importante é a exigência de avaliação contínua de riscos. As empresas deverão revisar seus sistemas de IA de forma recorrente, identificar possíveis impactos negativos e agir preventivamente. Isso implica instituir rotinas internas para monitoramento de desempenho, segurança da informação e integridade de dados.

A transparência também ganha força: os usuários deverão ser informados sempre que estiverem interagindo com um sistema de IA. Isso vale para atendimentos automatizados, sistemas de recomendação e qualquer outro tipo de ferramenta que tome decisões sem intervenção humana direta.

Por fim, empresas que desenvolvem ou utilizam sistemas de IA precisarão documentar esses processos. Relatórios técnicos, registros de testes e protocolos de validação deixarão de ser apenas boas práticas e passam a ser parte integrante da gestão responsável da tecnologia.

Essas mudanças exigem uma nova postura corporativa: mais controle interno, mais responsabilidade sobre os efeitos da tecnologia e menos improviso. O tempo da inovação sem critério ficou para trás.

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AVANÇOS DA IA NA ENERGIA RENOVÁVEL: POTENCIALIZANDO A SUSTENTABILIDADE NA AMÉRICA LATINA

Em julho de 2023, uma notável tendência tem se espalhado por diversos países da América Latina: a aplicação de inteligência artificial (IA) tem desempenhado um papel importante em várias esferas, incluindo o setor de energia renovável. Os efeitos positivos resultantes dessa integração tecnológica se traduzem em vantagens notáveis, como a redução de custos, a mitigação do desperdício energético e a atenuação do impacto ambiental.

Essa abordagem tem sido colocada em prática de maneira tangível. Um exemplo notável é a Casa dos Ventos, fundada em 2005, que se destaca como uma das principais impulsionadoras da transição energética no Brasil, concentrando-se na geração de energia eólica. Uma indicação clara da relevância desse movimento é a aquisição de 35% da empresa pela Total, empresa francesa de energia, por mais de R$ 3 bilhões em 2022. Desde 2019, a Casa dos Ventos tem adotado a computação em nuvem e empregado modelos e algoritmos de IA.

Dentre as aplicações-chave da IA, destaca-se a metodologia de previsão de geração de energia. Por meio da análise de dados históricos de previsões meteorológicas e registros de geração passada, a Casa dos Ventos desenvolveu um modelo de IA capaz de proporcionar estimativas altamente precisas da geração de energia eólica em seus parques. Essa abordagem inovadora utiliza padrões e correlações entre variáveis para aprimorar a previsão da produção energética.

A aplicação da IA nas fontes de energia renovável transcende o mero monitoramento, permitindo o controle e a identificação de áreas com alto consumo. A efetiva otimização do uso de energias renováveis se traduz em uma considerável redução nas emissões de gases de efeito estufa, reforçando a sustentabilidade ambiental.

O emprego de técnicas avançadas de IA, como machine learning, métodos de otimização e lógica Fuzzy, tem revelado resultados extremamente promissores em estudos voltados para as energias eólica e solar. Na esfera da energia eólica, a IA é empregada para prever padrões de vento e otimizar o funcionamento das turbinas. Já no contexto da energia solar, o foco está na previsão da radiação solar.

A implementação exitosa da IA nessas fontes de energia renovável apresenta um potencial significativo para aprimorar a eficiência energética, reduzir custos operacionais e incrementar a produção de energia limpa. A previsão da demanda de energia e a otimização de sua distribuição têm o poder de reduzir o desperdício energético e minimizar o impacto no meio ambiente.

Diversos exemplos concretos ilustram a aplicação bem sucedida da IA na promoção da sustentabilidade. Através de métodos de otimização, é possível encontrar soluções mais inteligentes para problemas complexos, como sistemas híbridos de energia solar e eólica. O emprego da lógica Fuzzy permite lidar com incertezas e ambiguidades, melhorando a eficiência do processo de geração de energia solar.

O uso de machine learning também tem se destacado na previsão de ventos e na incidência de radiação solar. Redes neurais e lógica Fuzzy são empregadas em conjunto para prever padrões mensais de vento e a exposição diária à radiação solar.

Em síntese, a aplicação da inteligência artificial nas energias renováveis é uma abordagem transformadora com potencial para moldar o futuro energético da América Latina. À medida que avançamos, podemos esperar uma otimização cada vez maior da eficiência, custos reduzidos e um impacto ambiental mais positivo. A sinergia entre tecnologia e sustentabilidade é um caminho promissor rumo a um futuro mais limpo e próspero.