A biometria facial, frequentemente apontada como uma das formas mais avançadas de autenticação digital, tem demonstrado limitações diante da sofisticação dos golpes virtuais no Brasil. Levantamentos recentes indicam que, no primeiro semestre de 2025, esse método conseguiu bloquear apenas 41,9% das tentativas de fraude. O índice é inferior ao da verificação de inconsistências cadastrais, que apresentou 50,6% de eficácia e atualmente se destaca como o recurso mais efetivo na prevenção desses delitos.
Casos recentes mostram que, uma vez que dados biométricos e fotográficos são inseridos de forma fraudulenta em sistemas oficiais e aplicativos bancários, criminosos conseguem abrir contas e contratar empréstimos em nome de terceiros, explorando brechas nos processos de autenticação.
A fragilidade do sistema é potencializada pelo uso de técnicas como deepfakes, spoofing, engenharia social e manipulação em videoconferências. A ausência de padrões claros na coleta de biometria e a utilização isolada desse recurso contribuem para o risco. A autenticação multimodal — que combina reconhecimento facial, voz, impressão digital e tokens de segurança — surge como alternativa mais robusta.
Outro ponto relevante é que mecanismos de análise de inconsistências cadastrais permitem detectar irregularidades antes da etapa de autenticação biométrica, interrompendo tentativas de fraude de forma preventiva.
O fortalecimento da segurança digital exige uma combinação de medidas: capacitação dos usuários, integração de diferentes tecnologias de autenticação e sistemas capazes de cruzar informações de forma inteligente. Instituições que adotam recursos adicionais, como bloqueios automáticos diante de atividades suspeitas, validação por voz em contatos telefônicos e alertas imediatos ao usuário, tendem a reduzir significativamente o risco de ataques bem-sucedidos.



